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. . Imunologia da doença periodontal. . Toda gengivite inicia-se de forma aguda e evolui para a forma crônica. Já a periodontite já inicia-se em sua forma crônica. A gengiva e o periodonto saudáveis são caracterizados por: - Baixas quantidades de placa dental (biofilme) - Baixos índices de inflamação - Manutenção do fluido gengival (crevicular) Um acúmulo de biofilme ocasiona um processo inflamatório, premeditado por citocinas inflamatórias responsáveis pela vasodilatação, que promove um aumento da saída de água dos vasos, que acaba se acumulando no tecido conjuntivo da gengiva, parte dessa água sai do tecido em direção ao epitélio juncional seguindo para a vertente interna, na forma de fluido gengival, aumentando então o processo de secreção do fluido gengival (indício do aumento do processo inflamatório). O biofilme acumulado impede que o fluido gengival realize a higienização da superfície do esmalte, além disso seu acúmulo durante mais que 6 a 12 horas induz o processo de sangramento (primeiro sinal clínico do processo inflamatório de gengivite). A remoção do biofilme traz por consequência: - Redução da produção de citocinas; - Estresse oxidativo; - Regeneramento dos vasos; - Desaparecimento total / parcial do sangramento. Gengivite aguda. . O sangramento leve, presente no processo inflamatório de gengivite aguda, é ocasionado pelo acúmulo de biofilme, sendo também o primeiro indício clínico de inflamação no tecido gengival. O processo de inflamação da gengiva ocorre quando as células de Langerhans tornam-se APCs para os LTCD4, que passa a secretar citocinas pró inflamatórias, o que estimula a vasodilatação e, por consequência, o edema. OBS: A presença de LTCD4 indica a gengivite crônica, o que significa um maior dano tecidual. Gengivite crônica. . Caracterizada por um sangramento persistente, devido a grande quantidade de estresse inflamatório presente na região. O estresse inflamatório é caracterizado pela presença de macrófagos e linfócitos TCD4, já estabelecendo o processo da resposta imune adquirida. OBS: Toda célula inflamatória é capaz de produzir metaloproteinases de matriz, responsáveis pela degradação do colágeno. O acúmulo de células no tecido gengival, como por exemplo macrófagos, neutrófilos e leucócitos (esse excesso de células inflamatórias é responsável pelo inchaço local), com o objetivo de eliminar o foco da infecção, ocasiona na destruição de fibras colágenas, estresse oxidativo, dano ao epitélio e sangramento. Cerca de 7 dias após a remoção do biofilme ocorre uma redução nesses sinais, se a remoção não for realizada ocorrerá um acúmulo de metaloproteinases, logo assim uma degradação gengival. Sinais clínicos: - Vermelhidão gengival; - Sangramento à sondagem; - Ausência de profundidade na sondagem (menor ou até que 1,5 mm) Periodontite crônica. . Evolui da gengivite crônica, a longa permanência de citocinas inflamatórias, podendo ser de fase TH1 ou TH2, faz com que os linfócitos diferenciem-se em outros padrões sendo eles: TH17: ocorre quando os linfócitos TCD4 estão de forma TH1 por um longo período de tempo, desenvolvendo-se em TH17, que é responsável pela produção de uma citocina pró inflamatória clássica da resposta adquirida, a IL-17, reconhecida por linfócitos e macrófagos, mas que não possui ação direta sobre essas células. Essa citocina, além de atuar de forma autócrina sobre o próprio linfócito que a produz potencializando a produção de TNF-alfa, também potencializa a ação de citocinas inflamatórias, como o próprio TNF-alfa, ocasionando um aumento no dano e na degradação do colágeno. TH18: A permanência do linfócito TCD4 em sua resposta de fase TH2 por um longo período evolui para uma resposta TH18, que produz uma citocina chamada IL-18 (produzia e reconhecida por linfócitos), responsável por super potencializar a resposta TH2, além de aumentar a produção de citocinas pró inflamatórias TH2, elevando a síntese de anticorpos, realizando a ativação de citocinas do sistema complemento, suas proteínas livres exercem ações quimiotáticas o que promove a vasodilatação e dano tecidual. Na periodontite crônica as MMPs, produzidas por macrófagos, e outras enzimas estão mais próximas do periodonto de sustentação responsável pela união do dente ao osso. A degradação das fibras do ligamento periodontal gera o processo de mobilidade dentária. A presença de citocinas inflamatórias, e a ativação do sistema complemento, próximas ao tecido ósseo faz com que suas células sofram dano tecidual. OBS: Os osteócitos passam a produzir RANK-L (ligante do receptor nuclear kappa B), que faz parte da família do TNF-alfa, presente no tecido ósseo, ele interage com o RANK presente nos macrófagos que se fundem e tornam-se osteoclastos, responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo (o que ocasiona o aumento na profundidade de sondagem, por volta de 3mm ou mais) que serve de sustentação para as fibras do ligamento periodontal. Nesse caso, a simples remoção do biofilme não diminui o processo inflamatório. A redução do processo inflamatório gera a síntese de citocinas anti inflamatórias, como a IL-10, que estimula, no tecido ósseo, a produção de osteoprotegerina(OPG), antagônica do RANK-L, impedindo sua atuação, além da inativação e da morte dos osteoclastos, protegendo o tecido ósseo da reabsorção e induzindo a produção/reparação do tecido ósseo a partir da estimulação dos osteoblastos (que são osteoclastos diferenciados após a OPG ligar-se ao RANK dos osteócitos). citos).
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