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DPOC INTRODUÇÃO Limitação ao fluxo aéreo das vias aéreas inferiores, não totalmente reversível, provocada por uma resposta inflamatória a toxinas inalatórias (principalmente fumaça de cigarro). OBS: Asma – doença pulmonar obstrutiva reversível com uso de Broncodilatadores (não é DPOC). FATORES DE RISCO: • Tabagismo (15% dos tabagistas desenv. DPOC – 20% dos pacientes nunca fumaram); • Exposição laboral (toxinas inalatórias); • Fatores genéticos (def. de alfa-1-antitripsina); FISIOPATOLOGIA Exposição ➝ inflamação das vias respiratórias e alvéolos ➝ aumento da ativ. de proteases e diminuição da antiprotease ➝ lise da elastina. Inflamação ➝ estreitamento e obstrução das vias respiratórias + hipersecreção de muco + espasmo brônquico + fibrose peribrônquica + destruição das pequenas vias respiratórias. DPOC ➝ diminuição da elasticidade pulmonar ➝ aprisionamento de ar ➝ aumento do volume residual. Shunt parcial – nos alvéolos, o sangue venoso passa recebendo pouco O2 ➝ hipoxemia ➝ dessaturação da hemoglobina. Com o tempo, o centro respiratório se torna hipossensível ao CO2 e hipersensível à hipoxemia. Esses pacientes começam a reter CO2 (ACIDOSE RESPIRATÓRIA) e o rim compensa retendo HCO3- (ALCALOSE METABÓLICA) ➝ esses pacientes têm PCO2 muito alta, mas pH não muito baixo ➝ um novo insulto sobre os pulmões (ex. pneumonia) pode descompensar a acidose, promovendo retenção aguda de CO2 e QUEDA EXPRESSIVA DE pH. É uma das principais causas de COR PULMONALE (disfunção de VD por distúrbio pulmonar) – hipóxia crônica ➝ vasoconstrição ➝ Hipertensão Arterial Pulmonar. QUADRO CLÍNICO Tosse ➝ sintoma mais comum (diária ou intermitente). Dispneia ➝ principal sintoma associado à incapacidade, redução da qualidade de vida e pior prognóstico. Produção excessiva de escarro. Muitos pacientes relatam piora dos sintomas pela manhã, com melhora ao longo do dia. OBS: Perda ponderal – sinal de mau prognóstico; é resultado da dispneia quando o paciente se alimenta, causando redução da ingesta. SINAIS DE DPOC: • Sibilos; • Fase expiratória prolongada; • Hiperinsuflação pulmonar (atenuação dos sons cardíacos e pulmonares); • Tórax em barril (aumento do diâmetro AP); SINAIS DE DPOC AVANÇADA: • Esforço respiratório (lábios cerrados, uso de musculatura acessória, tiragem intercostal, batimento de asa do nariz); • Respiração paradoxal (sinal de Hoover); • Cianose; “PINK PUFFERS” ➝ pacientes enfisematosos; magreza + pletora + tórax em tonel. Dispneia expiratória. Ausculta pulmonar revela MV diminuídos. “BLUE BLOATERS” ➝ pacientes com bronquite; hipoxemia grave + cor pulmonale (IVD e edema). Ausculta pulmonar rica em ruídos adventícios. DIAGNÓSTICO Sintomas respiratórios em paciente tabagista? ➝ suspeita de DPOC. AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA: obrigatória na suspeita clínica de DPOC. Deve ser realizada antes e após administração de broncodilatador. Limitação ao fluxo aéreo = VEF1/CVF < 0,70 após broncodilatador. AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA: útil para afastar outras doenças pulmonares. • Aumento do volume pulmonar; • Retificação das cúpulas diafragmáticas; • Artéria pulmonar proeminente ➝ hipertensão arterial pulmonar secundária. • Coração “em gota”; AVALIAÇÃO GASOMÉTRICA: Indicada se a Saturação é < 90%. Achados comuns na gasometria de pacientes com DPOC são hipoxemia e hipercapnia. Dúvida entre DPOC e Insuficiência Cardíaca? BNP ou NT-proBNP – valores elevados em dispneia por Insuficiência Cardíaca (> 400 pg/ml). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ASMA BRÔNQUICA: Infância e adolescência, história familiar. Resposta a corticoide inalatório. BRONQUIOLITE: Maioria não são tabagistas, dispneia de progressão acelerada e padrão de mosaico na TC. BRONQUIECTASIAS: Produção copiosa de secreção Confirmação pela TC de tórax. TUBERCULOSE: BAAR no escarro e radiografia de tórax confirmam o diagnóstico. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA: Aumento da área cardíaca (RX), ECG e ecocardiograma e espirometria permitem o diagnóstico diferencial ESTADIAMENTO TRATAMENTO 1) DPOC ESTÁVEL Mudança de hábitos de vida ➝ cessação do tabagismo ou exposição a agentes inalatórios tóxicos, avaliar estado nutricional. Broncodilatadores ➝ base do tratamento sintomático. VA preferencial é inalatória. B2-Agonista: abrem canais de potássio e aumentam AMPc. De longa duração são mais eficazes (Formoterol e Salmeterol). Anticolinérgicos: Brometo de Ipaprópio é antagonista dos receptores muscarínicos. Xantinas: efeito broncodilatador inferior e causa efeitos adversos (náuseas, tremores e arritmias). Corticoides inalatórios ➝ em pacientes com VEF1 < 50% + exacerbação no ano anterior que necessitou de ATB ou corticoide. Oxigenoterapia ➝ melhorar a sobrevida de pacientes hipoxêmicos portadores de DPOC. Objetivo: SaO2 > 90%. Indicações de oxigenoterapia domiciliar: ‒ PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 88% em repouso. ‒ PaO2 56-59 mmHg com evidências de cor pulmonale ou policitemia. Vacinação ➝ Influenza e Pneumococo (evitar exacerbação). Reabilitação respiratória + cessação do tabagismo. 2) EXACERBAÇÃO Maior preditor de futuras exacerbações – episódios prévios de DPOC. Principal causa: infecção respiratória ➝ mudança no padrão de secreção + piora da dispneia. Exacerbação sem causa evidente e que não responde à terapia? Suspeitar de tromboembolismo pulmonar. Deterioração grave e rápida? Suspeitar de pneumotórax. Terapêutica broncodilatadora inalatória da exacerbação aguda ➝ Brometo de Ipratrópio + B-2 de ação curta. (Salbutamol ou Fenoterol) + Corticoide (Prednisona 40 mg/dia). Suporte ventilatório não invasivo – exacerbações com hipoventilação alveolar e acidemia. Reduz a necessidade de intubação traqueal. Terapia antibiótica se infecção respiratória.
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