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Dispneia, insuf. Respiratória e cianose Diagnóstico Clinico Kathlyn Póvoa Dispneia É qualquer dificuldade que o paciente tenha para respirar O paciente pode ou não estar em sua consciência Pode ser subjetiva ou objetiva (pode ser observada/referida ou não) É um sintoma importante nas doenças respiratórias e cardíacas Tipos de dispneia: Esforço: Grandes: surge após esforços acima dos habituais Médios: atividades habituais, antes realizadas sem dificuldades. Pequenos: exercícios de pequena magnitude, atividades rotineiras da vida Paroxística noturna: Ocorre com frequência à noite Após algumas horas de sono Sufocação, tosse seca e opressão torácica Pode haver broncoespasmo Repouso: Dificuldade respiratória mesmo em repouso Ortopneia: Dispneia que impede o paciente de ficar deitado Não confundir com a paroxística noturna Obriga o paciente a sentar-se ou ficar de pé Trepopneia: Dispneia que aparece em decúbito lateral Os pacientes preferem deitar-se sobre o lado doente, para obter alivio Quando se deitam em cima, liberam o lado são, liberando parênquima pulmonar e obtendo alivio. Platipneia: Contrário da ortopneia Tipo raro Surge na posição sentada, aliviando-se pelo decúbito Pós-pneumonectmia, hipovolemia e cirrose hepática com ascite. Periódica ou Cheyne-Stokes: Períodos de apneia, seguidos de movimentos respiratórios superficiais, mas que vao se tornando cada vez mais profundos, até chegar um máximo. Depois vão diminuindo até apneia. Situações: HAS, insuficiência ventricular esquerda, doença arterial coronariana, hipertensão intracraniana, hemorragia cerebral, uremia e intoxicação (barbitúricos e morfina) Causas de dispneia: • Atmosféricas • Obstrutivas • Parenquimatosas • Toracopulmonares • Diafragmáticas • Pleurais • Cardíacas • Origem tecidual • Ligadas ao SNC Insuficiência respiratória: Definição: Síndrome complexa de múltiplas causas Essas causas criam algum tipo de alteração que impossibilita as trocas gasosas Alteração na promoção da oxigenação e/ou da eliminação de gás carbônico Processo respiratório: • Ventilação • Difusão • Perfusão Parâmetros gasométricos: ➔ Hipoxemia: PaO² menor ou igual a 60mmHg e SatO² menor ou igual a 90%) Com ou sem ➔ Hipercapnia: PaCO² maior ou igual a 50mmHg, usualmente determinando acidose respiratória, pH < 7,35. Classificação: → Insuficiência respiratória ventilatória (Ex: qualquer doença que causa problemas na ventilação) → Insuficiência respiratória hipoxemica ou alvoeolocapilar (Ex.: doenças que causam problemas na ventilação, perfusão e difusão) 1- Ins. Respiratória ventilatória/Hipoventilação: Lesões que acometem o centro respiratório Lesões medulares: trauma raquimedular, infecção, infarto, hemorragia, poliomielite, Guillain Barre, mielite transversal, ELA. Doenças neurológicas periféricas: doenças com liberação de neurotoxinas Doenças neuromusculares: distrofias musculares, polimiosite Doenças da parede torácica Doenças de vias aéreas superiores 2- Alveolocapilar/Hipoxêmica: Comprometimento da difusão: Doenças que acometem o interstício e assim espessam a membrana alvéolo capilar Infecciosas: tb miliar, pneumonias virais, neumocistose e histoplasmose Neoplasia: linfagite carcinomatosa Doenças inflamatórias: pneumoconioses, pneumonia de hipersensibilidade, sarcoidose e fibrose pulmonar idiopática Baixa ventilação/perfusão: Doença com preenchimento alveolar: pneumonia, edema agudo de pulmão, síndrome do desconforto respiratório agudo (SRDA), hemorragia alveolar e contusão pulmonar. Doenças com colapso alveolar: atelectasias, grandes derrames pleurais ou pneumotórax comprimindo o parênquima pulmonar. Doenças com obstrução completa ou colapso de pequenas vias aéreas: DPOC e asma. Alta ventilação/perfusão: Embolia pulmonar Choque circulatório Emprego de elevadas pressões inspiratórias ou expiratórias durante a ventilação mecânica Quadro clinico Dispneia Hipoxemia Fadiga Cianose (principalmente em paciente com hipercapnia) Alterações de sistema nervoso (dependendo do grau de evolução) Tipos clínicos: Insuficiência respiratória aguda: Quadros rápidos e graves Óbito em período de 4 min Períodos nocivos dependentes da hipoxemia TCE, depressão centros respiratórios e SARA. Insuficiência respiratória crônica Afecções brônquicas, parenquimatosas ou intersticiais crônicas Permanecem por certo períodos com gases arteriais dentro dos parâmetros normais Piora com o exercício Nas formas graves piora com repouso Insuficiência respiratória crônica agudizada Piora súbita das condições ventilatórias ou de trocas gasosas. Infecções, depressão dos centros respiratórios, traumatismos torácicos, ICC e embolia pulmonar. Hipoxemia: (lembra intoxicação alcoólica) → Fases iniciais: incorporação muscular, confusão mental, inquietação, agressividade, taquicardia e aumento da pressão arterial → Fases avançadas: cianose e bradicardia Hipercapnia: • Sonolência • Desorientação progressiva • Sudorese • Cefaleia • Rubor e hiperemia das mucosas • Aumento da sudorese • Taquicardia e hipertensão arterial • Ingurgitamento das veias da retina e edema de papila Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): Grupos de afecções denominadas como: doença pulmonar obstrutiva crônica ➔ Enfisema, bronquite crônica e o complexo bronquite-enfisema Metade dos pacientes com bronquite apresentam enfisema Epidemiologia: Problema crescente de saúde publica Fumar cigarros é o principal fator de risco Ásia: aumento do consumo de tabaco Quarta principal causa de morte Os efeitos da fumaça do cigarro podem ocorrer no desenvolvimento fetal Indicadores para diagnostico de DPOC: • Dispneia • Tosse crônica • Produção de expectoração crônica • Infecções de vias aéreas inferiores recorrentes • Histórico de fatores de risco • Histórico familiar de DPOC • Histórico de fatores na infância Outras causas de tosse crônica: Bronquite crônica: Excessiva produção de muco (arvore brônquica) Tosse produtiva crônica ou recorrente durante 3 meses por ano, por 2 anos consecutivos Não apresenta fator etiológico único e determinado Causas principais: Tabagismo Poluição atmosférica Poeira e gases toxicos Anamnese: Idade por volta de 50 anos; Fumantes ou com abandono do tabaco recente; Suscetíveis á infecções Sinais e sintomas Cianose dos lábios e leitos ungueais Dispneia aos pequenos esforços nas crises agudas Tosse com expectoração mucopurulenta Exame físico: Inspeção Palpaçã o Percuss ão Ausculta Expansibilid ade normal ou diminuída FTV normal ou diminuí do Normal ou diminuí do Estertores grossos disseminad os; Roncos e sibilos Exames: Provas de função pulmonar Hemograma e gasometria arterial Rx de tórax: pouco importante Enfisema: “en” = dentro/ “physema” = sopro. Aumento de ar no interior do pulmão Aumento anormal dos espaços aéreos distais acompanhado de destruição das paredes alveolares. Tipos de enfisema: • Bronquiolos respiratórios normais com ácinos • Enfisema panlobular; • Enfisema perilobular; • Enfisema centrolobular; • Enfisema irregular , Etiologia: Tabagismo; Poluição atmosférica; Predisposição genética (enfisema, alfa-1- antitripsina). Enfisematoso/ pink puffer • Magro • Idoso • Longilíneo • Fácies angustiada • “Ponto de ancoragem” Bronquitico crônico/ blue bloater • Soprador rosado (pletórico) • Fenótipo bronquítico • História de tosse e escarro de longo prazo e frequente • Crises frequentes • Menor grau de dispneia • Hipoxemiacrônica • Hipertensão pulmonar (cor pulmonale – alteração na estrutura e no funcionamento do ventrículo direito, causada por uma doença pulmonar). PP (Pink Puffer) BB (Blue Bloater) Dispneia intensa Dispneia discreta Pouca expectoração e infecção Expectoração com infecção Raro edema e insuficiência cardíaca Edema e ICC Gasometria quase normal Hipercania, hipoxemia e Policitemia Hematócrito não tão alto Hematócrito muito alto Obstrução grave Discretos sinais de obstrução Aumento da capacidade pulmonar Capacidade pulmonar total normal Aspecto radiológico de enfisema Sem evidencia radiológica Cor pulmonale: Doença cardíaca consequente a alterações funcionais e/ou estruturais, primarias, do pulmão Sobrecarga do VD por aumento da rede vascular do pulmão Dois mecanismos: • Redução do leito capilar pulmonar • Aumento da viscosidade sanguínea Causas (HAP): 1- Idiopática 2- Hereditárias 3- Induzidas por medicamentos e toxina 4- Associada a a) Doença do tecido conjuntivo b) Hipertensão portal c) Doenças cardíacas congênitas d) Esquistossomose e) Anemia hemolítica crônica No Brasil: • 32,6/1.000.000 habitantes • 900 internações por ano; • Três causas secundarias: 1- Infestação pelo Schistossoma Mansoni 2- Estenose mitral (sequela febre reumática) 3- Anemia falciforme Redução do leito capilar: • Destruição dos septos alveolares e paredes capilares (enfisema) • Ressecção pulmonar • Obstrução de ramos da artéria pulmonar (tromboembolismo) • Ventilação inadequada (grandes altitudes). Aumento da viscosidade sanguínea: • Poliglobulia: decorrência da hipoventilação pulmonar Sinais e sintomas (cor pulmonale crônico) • Fácies pretórica • Dispneia com expiração prolongada • Cianose • Pulsatilidade e turgência das jugulares Exame físico: • AR: MV reduzido, com roncos e sibilos • AC: hiperfonese de 2ª bulha pulmonar, audível no 2º ou 3º espaço intercostal esquerdo Exames: • RX de tórax: casos avançados e dependem da doença pulmonar • ECG: hipertrofia ventricular direito e do aumento atrial direito. • Ecodopler cardíaco transtorácico
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