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DPOC – DOENÇA PULMONAR OBST. CRÔNICA CLÍNICA INTEGRADA NATÁLIA ARTHUSO LOPES IMPORTANTE • Todo paciente com DPOC tem um componente irreversível • Bronquite crônica + enfisema = DPOC • É tratável, não curável PILARES • Bronquite – doença de vias aéreas de pequenos calibres • Doença parenquimatosa – alveolar – enfisema o Contribuem para a hipertensão pulmonar • Todo paciente com DPOC tem os dois o O que diferencia cada paciente, é a contribuição de cada pilar em questão DEFINIÇÃO – GOLD • GOLD: Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease • Doença comum, prevenível e tratável • Sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo de ar • Anormalidades de alvéolos e vias aéreas (brônquios) • Exposição significativa a partículas ou gases tóxicos • Doenças de vias aéreas de pequeno calibre (bronquite) + doença parenquimatosa ( destruição alveolar – enfisema) – hipertensão pulmonar FATORES DE RISCO • Tabagismo o 15 anos/maço • Fumaça de lenha • Exposição ocupacional • Infecções respiratórias graves na infância • Irritantes químicos FISIOPATOLOGIA BRONQUITE CRÔNICA • Agente nocivos → estimulam macrófagos alveolares • Macrófagos alv. → recrutam neutrófilos • Neutrófilos causam → inflamação, hipertrofia e hiperplasia das glândulas produtoras de muco + hipertrofia dos mm lisos, destruição parcial da cartilagem brônquica e fibrose • Esse processo causa → obstrução por inflamação, muco e fibrose • Bronquite = redução do calibre para passagem de ar ENFISEMA • Agentes nocivos → agressão ao epitélio alveolar → recrutamento dos neutrófilos com liberação da elastase leucocitária → destruição da parede alveolar • Parede alveolar destruída → redução da retração elástica → redução do fluxo expiratório → obstrução ao fluxo expiratório de ar • Enfisema = alvéolos fundidos • OBS: capacidade pulmonar total o Volume máximo dos pulmões o Ela depende dos músculos inspiratórios ativados ao máximo + retração elástica pulmonar + retração elástica da parede torácica • OBS2: a lesão do epitélio alveolar ocorre sobretudo naqueles que têm deficiência de alfa-1-antitripsina, enzima liberadora da elastase – predisposição ao enfisema • IMPORTANTE • Tanto a bronquite quanto enfisema dificultam o fluxo expiratório, causando o Síndrome de hiperinsuflação HIPERTENSÃO PULMONAR • Hipoxemia crônica → causa a vasoconstrição arteriolar • Vasoconstrição arteriolar → causa remodelamento vascular com aumento da musculatura lisa medial, fibrose da íntima e destruição do leito capilar • Esses últimos causam → aumento da resistência vascular pulmonar • A hipertensão pulmonar causa o Aumento da pós-carga do coração direito ▪ Hipertrofia, que culmina em insuficiência cardíaca direita, causando cor pulmonale o Ainda, pode ocorrer um componente de broncoespasmo “em cima” da bronquite e enfisema ▪ Esse broncoespasmo causando pela inflamação é reversível COMPONENTES CLÍNICOS BRONQUITE CRÔNICA • Tosse produtiva por 3 meses em, pelos menos 2 anos consecutivos • Definição arbitrária, mas muito utilizada ENFISEMA • Termo patológico que descreve algumas mudanças estruturais associadas à DPOC • Destaque para a dispneia ASMA • Componente de broncoespasmo reversível • Comum a vários pacientes MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Enfisematosos (dispneia) x bronquíticos (secreção) • Conceito clássico, mas sem aplicabilidade na clínica real o Contudo, o predomínio de um dos padrões é possível • Dispneia o Limitação progressiva a atividades físicas o Percebida como “cansaço” o Muitas vezes não chama atenção do paciente • Tosse crônica • Produção de escarro o Tosse, pigarro • Sibilância o Sinal de obstrução de via aérea (irreversível ou componente de asma) DOENÇA AVANÇADA • Respiração com lábios semicerrados • Uso de musculatura acessória • Posição do tripé • Sinais de síndrome de hiperinsuflação o Sinais clínicos • Sinais de ICC (direita) • Obs: o baqueteamento digital não é um sinal de doença avançada. Se ele estiver presente, pesquisar câncer PINK PUFFER X BLUE BLOATTER – TEORIA • Pink Puffer o 100% enfisematoso o “perda” de alvéolo, de membrana para hematose o Aumento de CO2 → aumento da FR o Acaba “consumindo” musculatura • Blue Bloatter o 100% bronquítico o Aumento de CO2 → corpo consegue “lavar” o CO2 não faz tanta hipoxemia ▪ Por algum motivo, o bulbo ignora a quantidade elevada de C02, causando uma hipercapnia ▪ Essa hipercapnia resulta em uma hipoxemia ▪ Hipercapnia → hipertrofia da musculatura lisa dos vasos (bronquite), conseguindo na hipertensão pulmonar ANAMNESE • Manifestações clínicas • Fatores de risco • Investigar sinais de complicações o Cardiovasculares/oncológicas o Se B2 for mais audível no foco pulmonar do que no aórtico, pode ser um sinal de hipertensão pulmonar PADROES COMUNS DE APRESENTAÇÃO • Paciente muito sedentários e com poucos sintomas aparentes o Questionamento cuidados + ajuste inconsciente do estilo de vida • Paciente com sintomas respiratórios o Dispneia e tosse crônica o Dispneia progressiva o Tosse produtiva (pior pela manhã) • Paciente que cursa com episódios de piora sintomática, com melhora entre os episódios • Alguns apresentam ganho de peso o Sedentarismo • Perda ponderal o Dispneia ao comer o Taquipneia • Perda de peso geralmente indica doença mais avançada EXAME FÍSICO • No início pode ser normal • Prolongamento do tempo expiratório e sibilos • Sinais de hiperinsuflação • redução do MV • presença de crepitos e sibilos • bulhas hipofonéticas (atenção para hiperfonese de B2P) • posição do tripé, uso de musculatura acessória, cianose e sinais de falência do coração direito • conformação do tórax o destaque para tórax em tonel • expansibilidade • palpação • ausculta pulmonar o timpanismo – presença de ar AVALIAÇÃO INICIAL • Pensar em DPOC se dispneia, tosse crônica, produção de escarro • Declínio gradual e progressivo nas atividades • Fatores de risco • espirometria, laboratório e imagem ESPIROMETRIA • confirmação do diagnóstico • determinar obstrução ao fluxo respiratório, sem resposta à prova broncodilatadora o demonstra se a broncoconstrição é reversível ou não (DPOC) • medidas mais importantes o CVF: volume de máximo de ar expirado, depois de uma inspiração forçada. Reflete a capacidade inspiratória ▪ Volume o VEF1: é o volume de ar exalado no primeiro segundo da manobra de CVF. É o mais reduzido na DPOC, uma vez que a complacência dos alvéolos/parênquima pulmonar foi diminuído ▪ Fluxo LABORATÓRIO • Não existe nenhuma alteração laboratorial diagnóstica específica • Avaliar anemia e hematócrito • BNP ou pró-BNP → peptídeo natriurético atrial Glicemia, função renal, eletrólitos, tireóide • Gasometria arterial o Hipoxemia, hipercapnia, alcalose metabólica IMAGEM RX TÓRAX • Não é necessária para o diagnóstico • Exacerbações, comorbidades, complicações, diagnósticos alternativos • Sensibilidade baixa para DPOC • Apenas 50% com alterações significativas TC DE TÓRAX • Maior sensibilidade e especificidade para enfisema • Não é necessária para diagnóstico • Complicações, diagnósticos alternativos, avaliação de cirurgia DIAGNÓSTICO • Sintomas + fator de risco (avaliar TODOS) • Espirometria o VEF1/CVF e VEF1 < 80% do previsto para idade o Sem resposta à prova broncodilatadora Ausência de outra explicação para os sintomas APÓS CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA • Determinar o nível de limitação ao fluxo aéreo • Impacto na saúde do paciente • Risco de eventosfuturos (exacerbações, internamentos, morte) • Estadiamento o Nível de limitação ao fluxo aéreo, risco de eventos futuros... o Múltiplos fatores a serem considerados o Presença e gravidade de alterações espirométricas o Natureza e magnitude dos sintomas atuais do paciente o Passado e risco futuro de exacerbações o Presença de comorbidades AVALIANDO EXACERBAÇÕES • Piora aguda dos sintomas respiratórios que resulta em terapia adicional • Exacerbador frequente o Duas ou mais por ano • Principal fator de risco o Exacerbação prévia • OBS: a partir do momento em que o paciente exacerba, ele não volta mais para o estágio anterior, piora cada vez mais • OBS2: O pneumotórax espontâneo é uma das complicações da DPOC, decorrente do rompimento da bolha causada pelo enfisema AVALIANDO COMORBIDADES • Doença cardiovascular • Disfunção muscular e esquelética • Síndrome metabólica • Osteoporose • Depressão/ansiedade • Câncer de pulmão MANEJO DA DPOC OBJETIVOS DO TRATAMENTO – DPOC ESTÁVEL • Aliviar os sintomas • Melhorar tolerância aos exercícios • Melhorar status de saúde • Prevenir progressão da doença • Prevenir e tratar exacerbações • Reduzir mortalidade CONCEITOS GERAIS • Interromper tabagismo!! • Terapia não farmacológica • Terapia farmacológica o Reduz sintomas, exacerbações e melhora a qualidade de vida o Individualizada o Depende da gravidade dos sintomas, dos riscos de exacerbações, de efeitos colaterais, presença de comorbidades, disponibilidade e custo, resposta, preferência • Vacinação o Pneumococo o Haemofilos o Influenza o Covid • Reabilitação pulmonar • Oxigenoterapia crônica • Ventilação não invasiva domiciliar • Intervenções cirúrgicas BRONCODILATADORES • Beta-2-agonistas o SABA: curta ação o LABA: longa ação • Antimuscarínicos/anticolinérgicos o SAMA: curta ação o LAMA: longa ação • Metilxantinas o Efeito controverso ANTIINFLAMATÓRIOS • Corticóides inalatórios (CI) • Inibidores seletivos de fosfodiesterase 4 o Roflumilaste o Os inibidores seletivos inibem as células inflamatórias que agem na cascata inflamatória da lesão da DPOC • Antibióticos profiláticos o Presença de bactérias no paciente → inflamação crônica • Mucorreguladores e antioxidantes o N-acetilcisteína MANEJO • Broncodilatador de curta SOS (piora dos sintomas) para todos o Recorrer ao Salbutamol – aerolim • Grupo A: poucos sintomas, não exacerbadores o Broncodilatador (curta ou longa) • Grupo B: mais sintomáticos, não exacerbadores o Broncodilatador de longa ação → terapia de manutenção o terapia dupla se dispneia muito importante ▪ associar B2 agonista + anticolinérgico muscarínico de longa ação (tiotrópio) o OBS: principais receptores de B2 ficam no pulmão. • Grupo C: exacerbadores pouco sintomáticos o Monoterapia com broncodilatador de longa o LAMAs se mostram superiores ▪ Começar por eles • Grupo D: exacerbadores muito sintomáticos o Considerar monoterapia com LAMA o Se muito sintomático/dispneia: iniciar com LABA/LAMA o Se asma/eosinofilia → broncoespasmo: LABA/CI (risco de pneumonia) FOLLOW UP • Se boa resposta ao tratamento inicial o Manter • Se resposta inadequada o Manutenção da dispneia ou por exacerbações? o Escalonar SUPLEMENTAÇÃO DE OXIGÊNIO • Pode ser feita em casa • Hipoxemia crônica o PaO2 < 55mmHg ou SaTO2 <= 88% o PaO2 > 55mmHg mas < 60mmHg com sinais de ICC direito ou eritrocitose (maior prod. Eritrócitos) • Manter SatO2 >= 90% • Reavaliar EXACERBAÇÕES DA DPOC • piora aguda dos sintomas respiratórios, necessitando de terapia adicional • infecções respiratórias → causas mais comuns • embolia pulmonar, pneumotórax, IC • impacto negativo na qualidade de vida e prognóstico • Leves o Tratadas apenas com broncodilatador de curta • Moderada o ATB e/ou corticosteroides orais • Grave o Hospitalização / ida à emergência dpoc – doença pulmonar obst. crônica clínica integrada Natália ARTHUSO LOPES Importante PILARES DEFINIÇÃO – GOLD FATORES DE RISCO FISIOPATOLOGIA Bronquite crônica ENFISEMA HIPERTENSÃO PULMONAR COMPONENTES CLÍNICOS Bronquite crônica Enfisema Asma MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Doença avançada PINK PUFFER x BLUE BLOATTER – teoria ANAMNESE PADROES COMUNS DE APRESENTAÇÃO EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO INICIAL espirometria Laboratório IMAGEM RX TÓRAX DIAGNóSTICO Após confirmação diagnóstica AVALIANDO EXACERBAÇÕES AVALIANDO COMORBIDADES MANEJO DA DPOC Objetivos do tratamento – DPOC estável CONCEITOS GERAIS BRONCODILATADORES ANTIINFLAMATÓRIOS MANEJO FOLLOW UP Suplementação de oxigênio Exacerbações da DPOC
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