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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Higiene do TrabalHo – riscos biológicos 
no ambienTe de TrabalHo
Elaboração
Mario Paulo Cassiano e Paes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 6
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 7
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 9
UNIDADE I
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS .............................................................................................................. 13
CAPÍTULO 1 
OS AGENTES BIOLÓGICOS ..................................................................................................... 13
CAPÍTULO 2
AGENTE BIOLÓGICO E RISCO BIOLÓGICO ............................................................................. 15
CAPÍTULO 3
AGENTES BIOLÓGICOS NAS NORMAS DE SST ........................................................................ 22
UNIDADE II
AGENTES MICROBIOLÓGICOS ............................................................................................................. 25
CAPÍTULO 1
A DESCOBERTA DOS MICRÓBIOS ........................................................................................... 25
CAPÍTULO 2
APÓS A MICROBIOLOGIA ....................................................................................................... 31
UNIDADE III
CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS ....................................................................... 35
CAPÍTULO 1
INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO .................................................................................................... 35
CAPÍTULO 2
ANTIBIÓTICO X ANTI-INFLAMATÓRIO........................................................................................ 38
CAPÍTULO 3
VACINAS, SOROS E IMUNOGLOBULINAS ................................................................................. 41
CAPÍTULO 4
INFECTIVIDADE, PATOGENICIDADE, VIRULÊNCIA E IMUNOGENICIDADE .................................... 46
UNIDADE IV
LISTA OFICIAL BRASILEIRA DE AGENTES BIOLÓGICOS RELACIONADOS AO TRABALHO ........................... 48
CAPÍTULO 1
BASE LEGAL ........................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 2
A LISTA (RELAÇÃO) DE DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO............................................ 51
UNIDADE V
DETALHANDO OS AGENTES .................................................................................................................. 54
CAPÍTULO 1
BACTÉRIAS E BACILOS ............................................................................................................ 54
CAPÍTULO 2
VÍRUS ..................................................................................................................................... 87
CAPÍTULO 3
DEMAIS AGENTES BIOLÓGICOS ............................................................................................ 106
UNIDADE VI
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO ............................................................................................ 120
CAPÍTULO 1
IMPORTÂNCIA DESTE TIPO DE ACIDENTE .............................................................................. 120
CAPÍTULO 2
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS .................................................................................................... 123
CAPÍTULO 3
MATERIAIS PERFUROCORTANTES ........................................................................................... 126
CAPÍTULO 4
CONDUTA PÓS ACIDENTE BIOLÓGICO ................................................................................. 134
UNIDADE VII
HT/PPRA E PCMSO - RISCOS BIOLÓGICOS ......................................................................................... 147
CAPÍTULO 1
PPRA .................................................................................................................................... 148
CAPÍTULO 2
PCMSO ............................................................................................................................... 155
UNIDADE VIII
ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E APOSENTADORIA ESPECIAL – AGENTES BIOLÓGICOS ...................... 156
CAPÍTULO 1
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE ............................................................................................ 156
UNIDADE IX
OUTROS ASPECTOS DOS AGENTES BIOLÓGICOS ................................................................................ 162
CAPÍTULO 1
QUALIDADE DO AR EM AMBIENTES CLIMATIZADOS ................................................................ 162
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 167
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 168
6
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
7
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
8
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementaressobre o módulo estudado.
9
Introdução
Caro aluno,
Bem-vindo à disciplina de Higiene do Trabalho (HT) ou Higiene Ocupacional 
(HO). Essa é, sem dúvida, uma das mais importantes disciplinas no estudo da 
Saúde e Segurança do Trabalho (SST). 
Primeiramente, precisamos entender o conceito de HT. O termo “higiene” 
tem sua origem na mitologia grega, onde uma das filhas de Esculápio (Deus 
da Medicina e da cura) chamava-se Hígia, a deusa da limpeza e da sanidade. 
Portanto, quando pensamos em “higiene”, o termo sempre nos remete ao sentido 
de “limpeza”.
Assim, a HT está ligada à “limpeza” do ambiente, pois é comum que os locais de 
trabalho contenham agentes que possam agredir (serem nocivos) à saúde dos 
trabalhadores e da comunidade em torno desses ambientes.
O termo “agente” significa “que age, que produz algum efeito” (Dicionário 
Michaelis). Os agentes ambientais do trabalho são divididos conforme a sua 
natureza em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
Quadro 1. Classificação dos agentes ambientais segundo sua natureza.
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
» Ruído
» Calor
» Frio
» Umidade
» Radiações 
» Condições 
hiperbáricas
» Vibrações
Diversos agentes em forma 
de:
» Líquidos
» Gases
» Vapores
» Poeiras
» Neblinas
» Névoas
» Bactérias
» Vírus
» Parasitas
» Protozoários
» Fungos
» Outros
» Posturas forçadas
» Levantamento ou 
deslocamento de 
pesos
» Movimentos 
repetitivos
» Sobrecarga psíquica
» etc.
» Queda de altura
» Queda de objetos
» trânsito de veículos
» Máquinas 
desprotegidas
» Escada sem proteção
» etc.
Fonte: Do autor
A HT trata, em especial, dos agentes ambientais dos tipos físicos, químicos e 
biológicos. Os riscos ergonômicos e de acidentes são objeto de outras disciplinas.
É primordial um conhecimento aprofundado sobre estes agentes, haja vista que 
na execução da tarefa de higienização do ambiente precisamos:
 » saber reconhecê-los;
 » identificar se podem ou não ser nocivos à saúde humana;
10
 » avaliar se suas intensidades ou concentrações estão em nível de 
nocividade;
 » saber como esses agentes penetram ou são absorvidos pelo corpo 
humano;
 » propor as medidas de HT adequadas àquele agente.
Quando a intensidade ou concentração desses agentes estão em um nível capaz 
de causar efeitos nocivos à saúde humana, passamos a considerá-los um risco, 
e então, precisamos atuar neste ambiente com medidas de HT para eliminar ou 
minimizar os possíveis efeitos sobre a saúde dos trabalhadores e da comunidade.
Fundamental também é conhecer como esses agentes podem penetrar ou ser 
absorvidos pelo corpo humano e como atuam no organismo dos trabalhadores, 
para se conseguir agir preventivamente em SST, como demostrado na figura 
abaixo:
Figura 1. Conhecer os riscos para saber as ações a tomar.
 
 
Como controlar a 
saúde do 
trabalhador: 
PCMSO 
Conhecer os 
AGENTES/RISCOS 
Como o agente 
penetra/é 
absorvido 
no corpo 
Ação/agressão/ 
doença no 
trabalhador 
Como proteger: 
Tipo de EPI-EPC 
PPRA e outras 
ações ambientais 
Fonte: Do autor.
Uma vez conhecendo bem como o agente pode ser absorvido ou penetra no 
corpo do trabalhador, torna-se mais simples propor medidas e programas de 
HT, evitando-se essa situação. Esse conhecimento é norteador na escolha dos 
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e de Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI).
Figura 2. Exemplo de situação de risco ambiental e ações preventivas.
 
 
Agente EPC EPI EXAME 
 Poeira Exaustor Máscara Raio X Pulmões 
Fonte: Do autor. Poeira e exaustor: Do autor. Máscara: <https://openclipart.org/detail/297799/face-mask />. Rx pulmões: 
<https://radiopaedia.org/cases/normal-chest-x-ray>. Acesso em: 27/4/2019. 
11
Já os conhecimentos dos efeitos do agente do corpo do trabalhador irão 
propiciar o adequado acompanhamento preventivo da saúde dessas pessoas.
No exemplo da figura acima, temos o agente químico poeira. Este agente 
fica disperso no ar do ambiente de trabalho e é absorvido pela respiração, 
podendo causar danos à saúde pulmonar do trabalhador. 
Entre as possíveis medidas de HT, pode-se instalar um exaustor (EPC), 
removendo a poeira ambiental e indicando a adequada máscara de proteção 
respiratória (EPI) para os trabalhadores expostos.
Além disto, ciente de que o efeito nocivo é sobre o aparelho respiratório, o 
seguimento médico preventivo adequado necessitará de exames clínicos e 
complementares que avaliem o aparelho respiratório.
Com esse preâmbulo, fica mais fácil entender o conceito de HT ou HO*, 
definida pela Associação Internacional de Higiene Ocupacional (International 
Occupational Hygiene Association - IOHA) como a“A disciplina de antecipar, 
reconhecer, avaliar e controlar riscos para a saúde no ambiente de trabalho 
com o objetivo de proteger a saúde e bem-estar do trabalhador e proteger a 
comunidade como um todo.”
Neste caderno optaremos por usar apenas o termo “Higiene do Trabalho - HT” 
e não “Higiene Ocupacional – HO”, pois o termo HO tem um viés que pode 
induzir ao erro ideológico de que é a ocupação que adoece, sendo que, na 
verdade, o modo como essa ocupação é executada, ou como o processo 
produtivo (trabalho) é realizado, é que pode gerar patologias.
Este caderno consiste em um material básico aos conhecimentos exigidos do 
profissional prevencionista com relação ao Agentes/Riscos biológicos.
Porque o Engenheiro de Segurança do Trabalho (EST) e outros profissionais 
de SST precisam conhecer sobre agentes biológicos? 
Porque são inúmeros os ramos de atividade econômica nos quais os 
trabalhadores podem se expor a agentes biológicos e que demandam o 
conhecimento em HT de um profissional de SST, para atuar preventivamente, 
entre os quais pode-se citar: hospitais, laboratórios, empresas de 
saneamento, atividade pecuária, indústria de alimentos, entre outras.
Neste material, teremos informações sobre os principais agentes biológicos e 
sobre as legislações, normas e programas legais destinados às empresas e aos 
trabalhadores expostos a esses agentes.
12
Conheceremos as principais medidas preventivas ambientais e individuais para 
evitar que os trabalhadores e a comunidade venham a se contaminar com esses 
agentes, aplicando a legislação e programas preventivos pertinentes.
Trataremos das ações a serem tomadas em casos de acidente com material biológico.
Por fim, diante do surgimento do eSocial (uma plataforma digital de informações 
sociais e trabalhistas do governo brasileiro), entenderemos como fazer a 
interconexão de todos esses dados com as instituições governamentais.
Objetivos
 » Conhecer os tipos de agentes biológicos.
 » Conhecer os agentes biológicos e situações descritas na legislação 
trabalhista.
 » Saber reconhecer quando esses agentes passam a ser um risco à saúde.
 » Conhecer as atividades econômicas (empresas, instituições) que estão 
relacionadas à exposição a agentes biológicos.
 » Conhecer as possíveis medidas de higiene ambiental (proteção coletiva) 
e de proteção individual ao trabalhador quando houver exposição aos 
riscos biológicos.
 » Conhecer e saber aplicar os programas preventivos, previstos na 
legislação trabalhista, em relação aos riscos biológicos.
 » Conhecer as condutas necessárias em casos de acidente biológico.
 » Conhecer a interconexão da legislação trabalhistas e programas de 
prevenção com o eSocial. 
13
UNIDADE IFUNDAMENTOS 
BIOLÓGICOS
CAPÍTULO 1 
Os agentes biológicos
Conceito amplo
Genericamente, agentes biológicos são seres vivos em suas mais diversas formas 
de vida, dispersos pelos múltiplos hábitats do planeta.
Buscando facilitar o entendimento, vamos dividi-los em:
 » macroscópicos: seres que podem ser vistos a olho nu, ou seja, sem 
necessidade de usar aparelhos especiais para observá-los;
 » microscópicos: seres que, de tão pequenos, somente podemser vistos 
com aparelhagem (lentes, microscópios etc.).
Onipresença
Os agentes biológicos estão presentes no nosso dia a dia, principalmente quando 
se trata de seres microscópicos.
No momento em que você está lendo este texto, está respirando esses agentes, já 
que estão no ar ambiental. Igualmente, estão presentes no teclado do seu celular 
ou computador, na sua cadeira, na sua cama, na sua pele e até na sua saliva.
São onipresentes, podendo estar até mesmo em ambientes bastante inóspitos, 
por exemplo, em locais com temperatura extremas, como no polo ártico ou em 
áreas vulcânicas.
14
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS
Adicionalmente, essa onipresença pode ser observada nos agentes macroscópicos, 
por exemplo, os insetos, que estão presentes nos lares, nos comércios, nas 
indústrias, nos ambientes de lazer e na natureza que nos rodeia.
Figura 3. Demodex foliculorum - Ácaro, microscópico, presente na pele humana.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Haarbalgmilbe.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Conceito restrito
Em HT, o conceito de agente biológico se restringe a seres que podem estar 
no ambiente laboral e que, conforme a situação, podem agir sobre a saúde dos 
trabalhadores e a comunidade em torno desses ambientes laborais.
Entre esses agentes, há seres microscópios e macroscópicos que, como visto, 
podem estar dispersos por todos os locais de trabalho, desde ambientes 
administrativos, passando por ambientes da produção, oficinas e, obviamente, 
por ambientes de maior sujidade.
Diante dessa onipresença precisamos compreender quando esses agentes podem ser 
um risco à saúde do ser humano.
15
CAPÍTULO 2
Agente biológico e risco biológico
Agente x risco
Se os agentes biológicos estão em todos os lugares, quando então eles são 
um risco?
Essa é uma das perguntas mais importantes em HT.
Paracelsus (1493-1541), médico do século XVI, já dizia: “A diferença entre o remédio 
e o veneno é a dose”. 
Com base nesse conceito, vamos buscar entender melhor a diferença de “agente” e 
“risco”. 
Facilitando a compreensão, vamos usar dois exemplos: primeiro de um agente 
químico e depois de um agente físico, o ruído.
Analisemos, primeiramente, um agente químico. A dose de um agente químico está 
relacionada a quanto desse agente é absorvido pelo corpo humano.
A absorção desses agentes químicos nos ambientes laborais ocorre pela respiração 
(em especial) e pela pele. A dose absorvida dependerá então:
 » da concentração do agente no ar: quanto maior a quantidade de agente 
químico no ar, maior a absorção pela respiração;
 » do tempo que o trabalhador fica naquele ambiente: quanto mais tempo 
ficar no ambiente, mais vezes irá respirar o agente.
Então, o conceito de dose é essencial. Quanto maior a dose recebida 
pelo organismo, maior a chance de causar algum dano ao organismo do 
trabalhador.
A natureza do agente também é muito importante. Esse termo “natureza” 
expressa o tipo, a especificação do agente. Mantendo-se no exemplo dos agentes 
químicos, há agentes que são tóxicos em quantidade bem menor que outros, 
vejamos abaixo:
16
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS
Quadro 2. Diferença de concentração de toxicidade entre a acetona e o ácido cianídrico.
Agente químico Concentração no ar com possível nocividade (mg/m3)
Acetona 1870 mg/m3
Ácido Cianídrico 9 mg/m3
Fonte: Do autor .
Observem que a natureza do agente “acetona” é menos tóxica, pois é necessária 
uma concentração no ar muito mais alta para que possa provocar malefícios à 
saúde do trabalhador. Por outro lado, o ácido cianídrico já traz nocividade em uma 
concentração bem menor.
Então, o importante é a dose absorvida.
O quadro acima reflete a concentração do agente no ar, capaz de causar possível 
dano à saúde se o trabalhador ficar exposto por um período de oito horas.
Como vimos, a dose está relacionada não somente à quantidade do agente no ar, 
mas também ao tempo que o trabalhador fica exposto àquele ar contaminado.
Sigamos com o outro exemplo: do agente físico ruído.
Nenhum lugar é livre de ruído. Até uma sala de meditação tem algum nível 
de ruído. A intensidade do ruído é medida em decibel (dB). No Quadro 1 são 
apresentados alguns exemplos do nível de ruído em alguns ambientes/situações.
Quadro 3. Exemplos de níveis de ruído em ambientes.
Ambiente Nível de ruído
Quarto silencioso 10 - 20 dB
Biblioteca 30 - 40 dB
Igreja 40 - 50 dB
Conversa coloquial 50 - 60 dB
Aspirador de pó 70 – 80 dB
Fonte: Do autor.
Tal qual o exemplo do agente químico anterior, o agente ruído tende a ser mais 
nocivo à saúde nas situações quando a dose recebida for excessiva para o ouvido 
humano. Deve-se lembrar que a dose está relacionada à intensidade (volume) e ao 
tempo de exposição do trabalhador ao ruído.
No caso do ruído, os estudos estatísticos populacionais evidenciam uma maior 
nocividade ao longo dos anos de exposição quando a intensidade estiver acima de 
17
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I
85 dB para uma exposição diária de oito horas. Oitenta e cinco dB é, portanto, o 
critério referencial estatístico, que serve de base para concessão do Adicional de 
Insalubridade definido pela NR-15 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2014). Esse é o 
chamado Limite de Tolerância (LT).
Dose = concentração ou intensidade do agente + tempo de exposição.
Isto posto, pode-se observar que um agente só será um risco à saúde do ser 
humano se estiver em uma determinada concentração/intensidade e com 
um tempo de exposição suficiente para gerar este dano.
A Norma Regulamentadora 9 (NR-9) de SST, que está intimamente relacionada à 
HT, traz a seguinte definição
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de 
trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador. (Grifo nosso)
Natureza do agente
Vejamos então: 
A possível nocividade à saúde do trabalhador por um agente será determinada por:
Quadro 4. Natureza e dose do agente.
Natureza do Agente Dose
“Tipo” (espécie) do agente Intensidade/concentração + Tempo de exposição
Fonte: Do autor.
Como citado anteriormente no exemplo de agente químico, observou-se, que a 
natureza do agente acetona é menos tóxica do que do agente ácido cianídrico. 
Precisa-se de uma dose bem maior de acetona para que ocorra dano à saúde do 
ser humano.
O mesmo ocorre com os agentes biológicos. Há seres que, por sua natureza, 
têm uma chance maior de causar malefícios à saúde do trabalhador. A natureza 
nociva dos agentes biológicos está ligada a algumas características, que 
trataremos adiante.
18
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS
No caso dos agentes biológicos, a natureza é essencial, pois veremos que é difícil 
um controle rigoroso da concentração e do tempo de exposição, ou seja, a dose.
Em função desta natureza a legislação trabalhista, estabeleceu os tipos de agentes 
biológicos que devem ser foco da HT, como veremos a seguir. 
A natureza ou os tipos de agentes biológicos que são objetos da HT estão 
definidos em várias normas legais.
Há muita interpretação equivocada sobre quais seriam os agentes 
biológicos. Essa incorreção ocorre, em especial com relação a insetos, 
animais peçonhentos, plantas tóxicas, entre outros. A legislação e 
normatizações legais em SST colocam essas situações como agentes de 
acidentes ou químicos e não como agentes biológicos, como veremos a 
seguir.
A natureza dos agentes biológicos e a 
legislação trabalhista
Na atuação como engenheiro higienista ocupacional, precisamos trabalhar 
respeitando as leis trabalhistas, bem como as normas vigentes que tratam do tema.
Como já estudado na disciplina de legislação trabalhista, a Lei 6.514/1977 é a 
de maior relevância em SST. Foi com base nela que o Ministério do Trabalho 
desenvolveu as Normas Regulamentadoras (NRs) de SST.
Entre as inúmeras NRs, há uma que está intimamente relacionada à HT. Trata-se 
da NR-9 ou Programade Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Observe o que descreve o primeiro item da NR-9:
9.1 Do objeto e campo de aplicação
9.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade 
da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores 
e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à 
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através 
da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente 
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em 
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos 
naturais. (Grifo nosso)
19
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I
Lembra do conceito de HT visto na introdução deste caderno? Assim era 
definido pela Associação Internacional de Higiene Ocupacional (International 
Occupational Hygiene Association - IOHA): “A disciplina de antecipar, 
reconhecer, avaliar e controlar riscos para a saúde no ambiente de 
trabalho com o objetivo de proteger a saúde e bem-estar do trabalhador 
e proteger a comunidade como um todo.” (grifo nosso).
Fica evidente, pela parte grifada da NR-9 e do conceito da IOHA, que essa é a 
norma regulamentadora que está mais imbricada ao tema de HT.
Ciente dessa nítida proximidade do PPRA com a HT, demostrada acima, vejamos 
a definição de agentes biológicos da NR-9: “9.1.5.3 Consideram-se agentes 
biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, 
entre outros”. (Grifo nosso)
Adicionalmente, outras normatizações legais definem quais as naturezas dos 
agentes biológicos que serão foco de atenção pela HT. Vejamos:
A NR-32 (SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE) 
normatiza a SST em atividades com evidente exposição a riscos biológicos, 
haja vista ser dedicada a empresas de serviços em saúde, tais como hospitais, 
laboratórios, entre outros.
Pois bem, essa é mais uma norma que traz em seu cerne a natureza dos agentes 
biológicos foco de nossa atenção em SST: 32.2.1.1 Consideram-se Agentes 
Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as 
culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons
Outra norma legal importante, que trata do assunto é a Lista de Doenças 
Relacionadas ao Trabalho, definida pelo Ministério da Saúde e adotada pelo 
Sistema Único de Saúde (Portaria no 1339/GM em 18 de novembro de 1999).
Nessa lista, estão assim definidas as doenças relacionadas ao trabalho atinentes 
aos agentes biológicos:
Quadro 5. Agentes biológicos da lista.
Bactérias Vírus Fungos Protozoários
 » Tuberculose
 » Carbúnculo
 » Brucelose
 » Leptospirose
 » Tétano
 » Psitacose
 » Dengue
 » Febre amarela
 » Hepatites virais
 » AIDS
 » Dermatofitoses e outras 
micoses superficiais
 » Candidíase
 » Paracoccidioidomicose
 » Malária
 » Leishmanioses
Fonte: Do autor.
20
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS
Por fim e dirimindo qualquer dúvida sobre os tipos de agentes biológicos que os 
profissionais de SST devem focar, estão as definições do eSocial.
Figura 4. eSocial.
Fonte: <http://portal.esocial.gov.br/>. Acesso em: 27/4/2019.
O eSocial é um novo sistema digital de escrituração (lançamento) dos 
dados trabalhistas, fiscais e previdenciários do Governo Federal, estando 
também em seu bojo, as informações sobre SST.
O eSocial foi instituído pelo Governo Federal, por meio do Decreto no 8.373, de 
11 de dezembro de 2014, com o objetivo de unificar todas as informações sobre 
obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas em um só sistema.
Figura 5. eSocial – Unificação.
 Fonte: <http://www.enat.receita.fazenda.gov.br/pt-br/area_nacional/noticias/e-social/view>. Acesso em: 27/4/2019.
Anteriormente, as informações eram lançadas para cada órgão governamental. 
Por exemplo, a parte fiscal (impostos, contribuições etc.) na Receita Federal; 
o Fundo de garantia (FGTS) na Caixa Econômica Federal; as informações 
trabalhistas e de SST (registro, função, riscos, insalubridade etc.) no Ministério 
do Trabalho, e assim por diante.
21
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I
O eSocial criou um lugar único para todas essas informações.
A parte relativa à SST do eSocial, traz todos os possíveis riscos do ambiente 
laboral.
Como o eSocial será o padrão das informações em SST, não restam dúvidas quanto 
à natureza dos agentes biológicos que devem ser foco da HT, como se observa no 
quadro abaixo do eSocial:
Quadro 6. Fatores de Riscos do Meio Ambiente do Trabalho.
Anexo II da NDE no 01/2018 – Tabelas – Versão 2.0
CÓD. FATOR DE RISCO
BIOLÓGICOS
03.01.001 Agentes biológicos infecciosos e infectocontagiosos (bactérias, vírus, protozoários, fungos, príons, parasitas e outros)
03.01.999 Outros
Fonte: <https://portal.esocial.gov.br/manuais/nde-01-2018-v2-0.zip>. Acesso em: 27/4/2019.
Poderia se aventar que agentes tais como animais peçonhentos, insetos, plantas 
tóxicas poderiam ser enquadradas no código 03.01.999 (outros). Porém, neste 
mesmo quadro, estes agentes são definidos como agentes de acidente ou químicos, 
como pode ser visto nos exemplos, do mesmo quadro abaixo:
Quadro 7. Agentes mecânicos.
05.01.017 Animais peçonhentos
05.01.018 Animais domésticos
05.01.019 Animais selvagens
Fonte: <https://portal.esocial.gov.br/manuais/nde-01-2018-v2-0.zip>. Acesso em: 27/4/2019.
22
CAPÍTULO 3
Agentes biológicos nas normas de SST 
Micro- e macro-organismos
Definimos no capítulo anterior quais são os tipos de agentes biológicos foco das 
normas legais e que serão objeto de estudo de nosso caderno de HT.
Em especial, pudemos observar os definidos na NR-9 e pelo eSocial, que, em breve, 
irá nortear todas as informações de SST aos diversos órgãos governamentais.
Considera-se agente biológico:
Quadro 8. Agentes biológicos e normas.
NR-9 – PPRA “bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros”
eSocial “bactérias, vírus, protozoários, fungos, príons, parasitas e outros”
Fonte: Do autor.
Observem que nas listas da NR-9 e do eSocial há alguns agentes diferentes. A 
NR-9 menciona os bacilos que não estão na lista do eSocial. Já a lista do eSocial 
traz príons que não estão na lista da NR-9.
Isto ocorre porque os bacilos, como veremos à frente, são tipos de bactérias e os 
príons podem ser enquadrados no item “outros” da NR-9.
Didaticamente, podemos classificá-los em agentes Microscópicos e Macroscópicos:
Quadro 9. Agentes macro- e microscópicos.
MICROscópicos MACROscópicos
 » Bactérias » _
 » Fungos » Fungos
 » Bacilos » _
 » Parasitas » Parasitas
 » Protozoários » _
 » Vírus » _
 » Outros » Outros
Fonte: Do autor.
As bactérias, protozoários, vírus são necessariamente microscópicos. Já os fungos e 
parasitas podem ser microscópicos e macroscópicos.
23
FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE I
Dimensões dos agentes microscópicos
Como citado, agentes microscópicos somente podem ser visualizados com a ajuda de 
aparelhos especiais (microscópios e lentes).
Na figura abaixo, pode-se ter uma ideia da diminuta dimensão desses agentes: 
Observem que a ponta de um cabelo humano pode conter inúmeros protozoários, 
bactérias e milhares de vírus.
Figura 6. Tamanho comparativo de agentes microscópicos.
 
 
Hemácia 
(Célula vermelha do sangue) 
Vírus 
Bactéria 
Protozoário 
Fio de cabelo 
Fonte: Do autor.
São também microscópicos vários tipos de fungos.
Agentes macroscópicos
São seres que conseguimos visualizar a olho nu, ou seja, sem necessidade de aparelhos 
de aumento. Entre os agentes listados nas normas, temos: parasitas e fungos.
Os parasitas são seres que vivem às custas de outro ser, conhecido como hospedeiro, 
e provoca prejuízo a ele. Os parasitas podem ser divididos em unicelulares 
(microscópicos), e nesses se enquadram os protozoários. Portanto, os protozoários 
são considerados parasitas unicelulares.
Entretanto, nas normas em SST, os normatizadores optaram por fazer a separação 
didática de parasitas e protozoários.
Assim sendo,pelas normas nacionais de SST, os parasitas são os seres 
macroscópicos. Como exemplo, podemos citar as verminoses intestinais 
(lombriga, solitárias, entre outros).
24
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS
Figura 7. Parasitas macroscópicos (Lombriga – Ascaris lumbricoides).
Fonte: <http://www.sironaanimalhealth.com/wp-content/uploads/2014/07/paracites.png>. Acesso em: 27/4/2019.
Com relação aos fungos, a maioria são seres microscópicos. Porém, todos nós, 
a princípio, conhecemos bem alguns fungos macroscópicos. Podemos citar os 
cogumelos, que são comestíveis, como os champignons. Outros, como os chamados 
“orelhas de pau”, que são facilmente visíveis na natureza.
Figura 8. Fungos macroscópicos: champignons.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Champignons_Agaricus.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Figura 9. Fungos macroscópicos: “Orelha de Pau” - Pycnoporus sanguineus.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4e/Pycnoporus_sanguineus_284381.jpg/1024px-
Pycnoporus_sanguineus_284381.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
25
UNIDADE IIAGENTES 
MICROBIOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
A descoberta dos micróbios
Ficou claro que estamos em convívio diário com os agentes biológicos, 
principalmente com os agentes microscópicos. Neste capítulo, precisamos 
aprofundar o conhecimento sobre esses microrganismos.
Um breve histórico dos micróbios
A descoberta da existência dos micróbios foi umas maiores revoluções da história 
médica e mudou profundamente a medicina e o entendimento das doenças.
Figura 10. Antonie van Leeuwenhoek (Holanda, 1632-1723). O primeiro microbiologista.
 
 Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_van_Leeuwenhoek#/media/File:Jan_Verkolje_-_Antonie_van_Leeuwenhoek.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Antonie van Leeuwenhoek (Holanda, 1632-1723) foi o primeiro microbiologista 
conhecido. Ele chamou os micróbios de animalículos. A primeira referência 
específica às bactérias foi feita em uma carta datada de 9 de outubro de 1676.
26
UNIDADE II │ AGENTES MICROBIOLÓGICOS
Nesta descoberta, começa uma das maiores revoluções da história da medicina..
Antes da descoberta dos micróbios
A medicina pré-descoberta dos microrganismos, era uma ciência repleta de 
crendices. Pensava-se que as doenças, em especial as epidêmicas (infecciosas) 
eram causadas por ar podre, destino, castigo ou praga divina, pecado, maldições, 
feitiçaria, entres outras superstições. 
Vigoravam as chamadas eoria miasmática das doenças e teoria dos humores.
Pela teoria dos miasmas, locais imundos, contendo dejetos e lixos orgânicos em 
decomposição emanavam odores, cheiros podres ou sustâncias invisíveis no ar, 
nocivas e causadoras das doenças infecciosas e epidemias. 
Exemplo:
MALÁRIA: “Maus ares”, daí o nome desta doença. 
Atualmente, sabemos que essa doença infecciosa é causada por um micróbio 
(protozoário), chamado Plasmodium e é transmitida por um mosquito.
Figura 11. Mosquito do gênero Anopheles (transmissor da Malária).
Fonte: <https://en.wikipedia.org/wiki/Anopheles_albimanus#/media/File:Anopheles_albimanus_mosquito.jpg>. Acesso em: 
27/4/2019.
O conceito miasmático, apesar de equivocado em sua essência, foi responsável 
por algumas importantes medidas de saúde pública, que atualmente ainda são 
aplicadas, tais como o enterro dos mortos, o aterro dos excrementos humanos e a 
recolha do lixo. Com isso, houve um impulso na limpeza e na higiene, acabando 
por salvar inúmeras vidas.
27
AGENTES MICROBIOLÓGICOS │ UNIDADE II
Teoria miasmática
<http://www.ghtc.usp.br/server/pdf/ram-Miasmas-Sci-Am.PDF>.
Na teoria dos humores, de uma maneira simplificada, inferia-se que algumas 
doenças eram causadas por um desequilíbrio dos humores (fluídos) do corpo 
humano. Nesta crença, inferia-se que havia no corpo quatro tipos de humores: 
sangue, fleuma (catarro), bílis amarela e bílis negra. Se houvesse um desbalanço 
entre estes humores, surgiriam certas doenças.
Naquele tempo, em função da orientação baseada nessas teorias e de que 
as doenças seriam fruto do pecado, castigo, praga divina, feitiçaria etc., 
os tratamentos eram realizados através de rezas, penitências, sangrias, 
sanguessugas, jejuns etc.
Os médicos daquela época, desconhecendo os micróbios e embasados na teoria 
miasmática, vestiam-se de uma maneira especial para atender aos pacientes 
quando havia uma epidemia:
Nos séculos 17 e 18 os médicos usavam máscaras parecidas com bicos de aves, 
cheias de ervas aromáticas (erva cidreira, hortelã, canfora etc.), para protegê-los 
dos miasmas.
Figura 12. Médicos e a teoria miasmática.
 
 Fontes: <https://en.wikipedia.org/wiki/Plague_doctor>; <https ://www.stlfinder.com/model/plague-doctor-mask-3d-model-jTtYGxrV/8176965>. Acesso em: 27/4/2019.
28
UNIDADE II │ AGENTES MICROBIOLÓGICOS
A teoria microbiana das doenças
A partir da descoberta da existência dos microrganismos por Leeuwenhoek, houve 
um progressivo conhecimento desses seres. Este estudo, ou ciência, é conhecido 
como microbiologia.
Com o advento dessa ciência, surgiram pesquisas sobre a ligação desses agentes com 
algumas doenças.
Os grandes cientistas da microbiologia
Figura 13. Louis PASTEUR (1822-1895).
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Pasteur#/media/File:Louis_Pasteur,_foto_av_Paul_Nadar,_Crisco_edit.jpg>. Acesso 
em: 27/4/2019.
Figura 14. Robert KOCH (1843-1910).
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Koch#/media/File:Robert_Koch_BeW.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Os cientistas Louis Pasteur (francês) e Robert Koch (alemão) foram os grandes 
expoentes na determinação da causa microbiana das doenças.
29
AGENTES MICROBIOLÓGICOS │ UNIDADE II
Pasteur, pesquisando a causa da deterioração de certos alimentos, descobriu que 
esta ocorria pela ação de micróbios.
Baseado neste fato, criou o método da pasteurização, muito utilizado ainda hoje, na 
preservação do leite e de outros alimentos. Trata-se de um processo de aquecimento 
do leite (70ºC), seguido de um resfriamento (4ºC). Esse choque térmico mata a 
maioria das bactérias que fermentam o leite (e outros alimentos). 
Figura 15. Pasteurização.
Fontes: Do autor e <https://openclipart.org/detail/262501/detailed-cow-line-art>. Acesso em: 27/4/2019.
Pasteur foi o grande defensor da teoria microbiana na gênese de doenças. Fez várias 
experiências em torno disso, tendo grande impacto no tratamento e na prevenção 
das doenças. Foi dele a invenção da vacina contra o vírus da raiva. Essa doença, 
transmitida por mordida de cães e outros animais, levou à morte muitas pessoas 
antes do surgimento da vacina.
Robert Koch: Este médico alemão, contemporâneo de Pasteur, foi um personagem 
icônico na história de microbiologia. Demostrou claramente a gênese microbiana 
de certas doenças, sendo o seu trabalho essencial no conhecimento das doenças 
epidêmicas, infecciosas e transmissíveis. 
Koch foi o primeiro a demostrar, efetivamente, uma doença causada por um agente 
microbiológico: o carbúnculo. Essa doença é causada por uma bactéria, o Bacillus 
anthracis, sendo considerada uma doença do trabalho, como veremos no tópico 
relacionado às bactérias.
30
UNIDADE II │ AGENTES MICROBIOLÓGICOS
Koch foi o responsável também por demostrar que a tuberculose era causada por 
uma bactéria, que em função disso foi denominada “bacilo de Koch” (Mycobacterium 
tuberculosis).
Muitos foram os estudos relevantes de Koch para a Medicina.
PASTEUR: <https://www.sciencehistory.org/historical-profile/louis-pasteur>.
KOCH: <https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1905/koch/biographical/>.
31
CAPÍTULO 2
Após a microbiologia
Com o desenvolvimento da ciência médica microbiológica, observou-se que 
inúmeras doenças eram causadas por esses agentes e iniciou-se uma corrida por 
meios de combater esses microrganismos.
O primeiro antibiótico
Alexander Fleming foi um médico e microbiologista britânico. 
Durante seus estudos sobre bactérias, houve uma contaminação acidental por 
uma espécie de fungo, o Penicillium notatum, em uma de suas placas de Petri 
(Placas devidro para cultivo de bactérias). 
Figura 16. O primeiro antibiótico: penicilina.
 
 
Penicillium notatum 
Alexander 
FLEMING 
 1881 -1955 
 
Colônias de bactérias 
Fontes: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Fleming#/media/File:Alexander_Fleming_3.jpg>; <http://www.pbs.org/wgbh/
aso/databank/entries/dm28pe.html>. Acesso em: 27/4/2019.
Tratava-se de uma placa de cultivo de um tipo de bactéria chamada estafilococos. 
Fleming verificou que, em torno dos fungos, as bactérias não se desenvolviam 
(multiplicavam) e, além disto, havia inúmeras bactérias lisadas (mortas) próximas 
ao fungo.
Fleming desenvolveu, então, o estudo sobre porque aqueles fungos matavam as 
bactérias, descobrindo assim a penicilina, uma substância produzida pelo fungo e 
que se tornou o primeiro antibiótico existente.
32
UNIDADE II │ AGENTES MICROBIOLÓGICOS
O universo microbiológico
Como citado, os micróbios estão em toda parte. Estão no ar que respiramos, no 
moveis, nas bebidas e comidas de que nos alimentamos, em nossa pele, em nosso 
cabelo e inclusive, em nossas vísceras. Nossas salivas e fezes são ricas em micróbios.
A imensa maioria desses seres é inofensiva. Poucos são patogênicos, ou seja, capazes 
de trazer danos à saúde dos seres humanos.
Conceito: Patogênico (do grego).
Pathos: sofrimento ou doença.
Genia: Gerar ou produzir.
Figura 17. Micróbios e patogenicidade.
 
 
A maioria dos micróbios do mundo á inofensiva aos humanos 
Poucos micróbios são sempre patogênicos 
Alguns podem ser patogênicos 
A maioria NÃO é patogênica 
Algas microscópicas produzem 30% a 
50% de todo oxigênio que respiramos 
Fonte: Do autor .
Os micróbios “do bem”
Além da maioria dos seres microbiológicos serem inofensivos à saúde, vários 
deles são benéficos para a humanidade, pois produzem alimentos, remédios, 
degradam dejetos, entre outros benefícios, como podemos ver nos exemplos 
a seguir.
33
AGENTES MICROBIOLÓGICOS │ UNIDADE II
Figura 18. Micróbios que ajudam a medicina: fungos.
 
 Fontes: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Penicilliummandarijntjes.jpg>; <https://dicassobresaude.com/wp-content/uploads/2017/09/Penicilina-G-Benzatinica.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Penicilina
Fungos – microscópicos
Os fungos do gênero Penicillium, podem deteriorar alimentos (bolor), mas foi 
desses fungos que se extraiu o primeiro e um dos mais importantes antibióticos para 
combater as infecções bacterianas nos seres humanos: a penicilina.
Como citado anteriormente, a penicilina, extraída de um fungo microscópico, 
revolucionou o tratamento das infecções por algumas bactérias.
Figura 19. Micróbios que ajudam a medicina: bactérias.
 
 Fontes: <https://ichef.bbci.co.uk/news/660/media/images/53234000/gif/_53234379_escherichia-coli.gif>; <https://www.humulin.com/assets/img/6508_elhu_7030_3_vl_st_abv_300.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
O diabetes é uma patologia que se caracteriza pela elevação da glicose no sangue 
devido a uma deficiência relativa ou absoluta de insulina, uma substância que 
é produzida no pâncreas. 
34
UNIDADE II │ AGENTES MICROBIOLÓGICOS
Até há pouco tempo, as pessoas portadoras de diabetes usavam insulina retirada 
do pâncreas de bois e porcos que eram abatidos nos frigoríficos. Acontece que 
a insulina bovina ou suína é diferente da humana e muitos diabéticos tinham 
alergia, além de outros efeitos adversos com o uso dessas insulinas.
Por meio de um processo de engenharia genética, atualmente, bactérias 
produzem insulina idêntica à humana em laboratório que é usada por diabéticos 
de todo o mundo. 
Micróbios que nos alimentam
As leveduras são fungos microscópicos usados na produção de vários alimentos. 
São usadas na produção de pães, bebidas alcoólicas, tais como cerveja e vinho, 
sendo responsáveis pela fermentação e pela produção do álcool presentes nessas 
bebidas. Algumas bactérias são importantes em certos alimentos, como os 
lactobacilos do iogurte.
Micróbios que ajudam o meio ambiente
As algas microscópicas, tanto de água doce quanto de água salgada, são responsáveis 
pela produção de grande parte do oxigênio que respiramos.
Há fungos e bactérias saprófitas ou decompositores, que degradam a matéria 
orgânica dos seres mortos. Quando ocorre a morte de uma planta ou de um animal, 
esses micróbios são responsáveis pela decomposição desse material orgânico.
Então, a maioria dos micróbios não faz mal à saúde humana e, em muitos 
casos, ajudam a humanidade em sua saúde e bem-estar.
35
UNIDADE III
CONCEITOS ESSENCIAIS 
SOBRE AGENTES 
BIOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Inflamação e infecção
Há uma frequente confusão entre os termos inflamação e infecção. A diferenciação 
conceitual é importante no entendimento dos riscos biológicos.
Inflamação
A inflamação é um fenômeno natural do organismo frente a algum tipo de agressão, 
não necessariamente por um agente biológico. Vejamos um exemplo: Um goleiro, 
ao defender uma bola chutada, sofre um trauma no dedo, ocorrendo uma luxação. O 
termo luxação significa que uma articulação (junta), saiu do lugar (os ossos deslocaram 
e perderam a junção), como na figura abaixo
Figura 20. Luxação.
Fonte: <https://www.cancercarewny.com/content.aspx?chunkiid=11860>. Acesso em: 27/4/2019.
Nesse acidente, ocorrem lesões diversas das estruturas articulares, entre elas na 
cápsula articular, ligamentos, cartilagem, vasos sanguíneos etc. há uma agressão 
a essas estruturas. O tratamento, geralmente, é reposicionar o osso no local e 
imobilizar com gesso ou férula e esperar a cicatrização dos tecidos lesados.
36
UNIDADE III │ CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
Observe que, nessa situação, haverá uma inflamação no local, caracterizada 
por inchaço, dor, calor, vermelhidão (eritema) e às vezes um extravasamento 
de sangue (hematoma).
Veja que não há qualquer agente biológico (bactéria, vírus ou outros) causando a 
inflamação. A inflamação ocorreu como uma reação normal do organismo, frente a 
essas lesões com o objetivo de cicatrizá-las (curar).
Uma inflamação é então uma reação normal do organismo que se caracteriza em 
especial por:
 » inchaço: há um extravasamento de plasma do sangue que é rico em 
células e nutrientes que irão “limpar” e “dissolver” as estruturas 
lesadas, bem como desencadear o processo de cicatrização, formando 
novos tecidos no local;
 » dor: sabiamente, o organismo provoa dor no local, para que seja 
emitido um sinal de alerta de que as estruturas foram lesadas e há 
necessidade de repousar o local para que possa haver o processo de 
cicatrização;
 » calor e eritema: o aumento da temperatura e a vermelhidão locais 
ocorrem pelo aumento da circulação de sangue no local, levando os 
nutrientes e as células responsáveis pelo processo de cicatrização.
As causas de inflamação podem ser diversas:
 » traumatismos;
 » agentes irritantes;
 » alergias;
 » queimaduras;
 » doenças imunológicas;
 » agentes biológicos;
 » outras.
Os agentes biológicos são apenas uma das causas de inflamação. Nesse caso 
temos uma inflamação causada por uma infecção.
37
CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
O sufixo “ite” está relacionado a uma inflamação, não importando a causa:
 » hepatite: inflamação do fígado (pode ser por vírus, álcool, químicos etc.);
 » amigdalite: inflamação da amígdala (por bactéria, vírus, alergia, 
química etc.);
 » rinite: inflamação do nariz (por bactéria, vírus, alergia, química etc.).
Infecção
Ação exercida no interior do organismo por agentes vivos patogênicos (bactérias, 
vírus, fungos e protozoários), segundo o dicionário Michaelis.
Observe que uma infecção pressupõe a presença de um agente biológico 
invadindo e agredindo o organismo. 
Uma infecção (agentes biológicos) sempre causa uma inflamação.
Uma inflamação não necessariamente tem infecção, pois, como observado, 
pode ser causada por outros agentes (traumáticos, físicos, químicos etc.).
38
CAPÍTULO 2
Antibiótico X anti-inflamatório
Ciente agora da diferença entre inflamação e infecção, fica mais fácil entendera 
diferença das medicações antibiótico e anti-inflamatório.
significa significa 
Anti Contra Bio Vida 
 Assim:
Anti-biótico: usado contra micróbios (o nome mais correto é Antimicrobiano).
Anti-inflamatório: usado contra inflamações.
Figura 21. Antinflamatório x Antibioltico.
 
 
Anti-inflamatório Anti-biótico (antimicrobiano) 
Basicamente: Alivia dor Basicamente: Mata micróbios 
Reduz 
substâncias, 
dor e inchaço 
Fontes: <https://en.wikipedia.org/wiki/Sprain#/media/File:Sprain_SAG.jpg>; <https://openclipart.org/detail/162823/funny-green-
bactera>. Acesso em: 27/4/2019.
Os antibióticos são medicamentos usados contra infecções por micróbios, mais 
especificamente, infecções por bactérias.
Já os medicamentos anti-inflamatórios agem diminuindo a inflamação 
local, não importando a causa (por agentes biológicos, físicos, químicos, 
traumáticos etc.). Atuam principalmente aliviando a dor local.
39
CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Uma inflamação é um fenômeno natural e faz parte do processo de cura e 
nem sempre deve ser combatida com anti-inflamatórios. Às vezes o repouso 
do local é o melhor a ser feito.
Temos que lembrar, conforme citado acima, que a inflamação é um processo 
natural no organismo frente a uma agressão e faz parte do processo de cura. 
Além disto, os anti-inflamatórios são medicamentos com possíveis graves efeitos 
adversos, podendo até levar à morte.
Portanto, não se deve usar anti-inflamatório de maneira indiscriminada. Sempre 
evitar a automedicação.
Muitas infecções que adquirimos, por exemplo, respiratórias (faringite, rinite, 
sinusite etc.), intestinais (diarreias agudas – gastroenterites), generalizadas 
(dengue, rubéola), entre outras, são causadas por vírus. São as chamadas viroses. 
Neste caso o antibiótico não tem qualquer efeito sobre a infecção.
Antibióticos não matam vírus e, para a maioria das doenças virais não há 
remédios (antivirais).
Alguns exemplos de viroses
 » herpes/catapora (antiviral Aciclovir); 
 » AIDS; 
 » gripe (antiviral Tamiflu);
 » dengue;
 » hepatite;
 » sarampo;
 » rubéola;
 » caxumba;
 » ébola;
 » etc.
As viroses são muito comuns, tanto em crianças como adultos.
40
UNIDADE III │ CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
<https://drauziovarella.uol.com.br/infectologia/saiba-como-reconhecer-e-
lidar-com-as-viroses-infantis-mais-comuns/>.
<http://www.scielo.br/pdf/jped/v79s1/v79s1a09.pdf>.
Após o surgimento da AIDS, nos anos 80, houve grande evolução na pesquisa por 
medicamentos de combate aos vírus (antivirais). Atualmente, existem medicamentos 
para algumas doenças virais (gripe, hepatite, herpes etc.). Para algumas outras, 
temos vacinas.
Figura 22. Patologias virais e vacinas.
 
 
Para muitas patologias virais existem vacinas para 
preveni-las. 
Importante 
Vacina Sem Vacina 
• Gripe 
• Hepatites A e B 
• Sarampo 
• Paralisia infantil 
• Rubéola 
• Caxumba 
 
• Aids 
• Dengue 
• Zika 
• Chikungunya 
• Hepatite C 
• Ebola 
• Hantavirose 
• etc. 
Fonte: <https://en.wikipedia.org/wiki/Middle_East_respiratory_syndrome#/media/File:Mers-virus-3D-image.jpg>. Acesso em: 
27/4/2019.
41
CAPÍTULO 3
Vacinas, soros e imunoglobulinas
Ao atuar preventivamente em relação aos riscos biológicos, é essencial entender os 
conceitos de vacinas, soros e imunoglobulinas.
Vacina
História
O termo vacina veio do Latim “vaccinae”, que significa “da vaca”.
Esta origem do nome veio por que a primeira vacina descoberta foi a da varíola por 
um médico britânico, chamado Edward Jenner.
Jenner observou que as vacas apresentam uma doença semelhante à varíola. Era 
um quadro mais leve e que também acometia as pessoas que ordenhavam essas 
vacas.
As pessoas que apresentavam a varíola “da vaca” tinham lesões e um quadro mais 
brando e a incidência da varíola humana nessa população era muito baixa.
Figura 23. Dr. Jenner: criação da vacina.
Fonte: <https://en.wikipedia.org/wiki/James_Phipps#/media/File:Jenner_phipps_01.jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Então, Jenner supôs que de algum modo quem adquiria a varíola “da vaca”, ficava 
resistente, protegido, da varíola humana.
42
UNIDADE III │ CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
O Dr. Jenner, em 1796, testou sua hipótese em um garoto de 8 anos, chamado James 
Phipps. Ele injetou secreção da ferida de uma portadora de varíola “da vaca” em 
Phipps. Após isto, o garoto desenvolveu a doença. Apresentou um quadro semelhante 
ao das pessoas que ordenhavam as vacas, com poucas lesões e um quadro de febre 
leve e logo ficou curado.
Após a cura da varíola bovina, Jenner inoculou a varíola humana em Phipps e o 
garoto não adoeceu. 
Dr. Jenner comprovou então que se poderia proteger (tornar imune) as pessoas 
da varíola humana, que era uma doença grave e matava milhares de pessoas, 
inoculando previamente a vacina “da vaca”.
Imunidade
Nosso organismo apresenta um sistema de defesa complexo, o sistema imune ou 
imunológico. O termo imune significa protegido.
O sistema de defesa envolve vários órgãos, células e substâncias que nos protegem 
diariamente da ação de agentes biológicos, químicos e outros.
Em especial, com relação aos agentes biológicos, precisamos enfatizar as células 
brancas do sangue e os anticorpos. De uma maneira simples, as células brancas 
do corpo são como “soldados” que atacam e destroem os agentes estranhos que 
invadem o nosso corpo. Já os anticorpos são substâncias produzidas por um tipo 
de célula branca e que se “ligam” ao agente invasor, destruindo-o ou facilitando a 
destruição deles pelas células brancas.
Tipos de imunidade
Quando se adquire imunidade contra uma determinada doença infeciosa, significa 
que o indivíduo está protegido contra aquele agente biológico. Pode ser uma 
proteção completa, sem qualquer risco de adquirir a doença, ou parcial, tendo 
ainda risco de adquirir a doença, porém em uma forma mais leve e sem maiores 
riscos à vida.
Didaticamente divide-se a imunidade em:
 » Ativa: ocorre quando o indivíduo é acometido pela doença ou é 
vacinado O corpo reage à presença de um agente biológico e produz 
células e anticorpos de defesa.
43
CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
 » Passiva: o corpo recebe o anticorpo pronto, produzido por um animal 
(soro) ou outros seres humanos (imunoglobulinas). 
Figura 24. Imunização ativa x imunização passiva.
 
 
Vacina 
Micróbio 
• Morto 
• Parte 
• Inativado 
• Modificado 
Contato 
Célula defesa 
 T 
Informações 
para 
Célula defesa 
 B 
 
Célula defesa 
 B 
Produz 
Anticorpos 
Célula defesa 
 B 
“memória” para 
o micróbio 
Ataque do 
micróbio 
Célula defesa 
 B 
“memória” para 
o micróbio 
Célula defesa 
 B 
Produz 
Anticorpos 
Anticorpos 
Neutralizam o 
Micróbio 
rapidamente 
Célula defesa 
 B 
“memória” para 
o micróbio 
Fontes: <https://openclipart.org/detail/201983/horse800px>; <https://en.wikipedia.org/wiki/Travel_medicine#/media/
File:Vaccination_contre_la_grippe_A_(H1N1)_de_2009.jpg>; <https://openclipart.org/detail/129163/siluetas-personajes-
masculinos; <https://openclipart.org/detail/154741/feverish-woman>. Acesso em: 27/4/2019.
Ação da vacina
No caso da vacina, injeta-se preventivamente o agente biológico da doença de que 
se quer proteger. O agente sofre modificações em laboratório para não gerar a 
doença e apena induzir a resposta do sistema imune, gerando células de defesa e 
anticorpos contra aquele agente. Essas modificações são por inativação (morte ou 
enfraquecimento) do agente, inoculação apenas de parte do agente, ou modificação 
parcial do agente.
Quando essa vacina é injetada, desencadeia uma reação imunológica, gerando 
células e anticorpos contra o agente. Desenvolve-se uma “memória” imunológica e, 
se o agente da doença penetra no organismo vacinado, é prontamente destruído.
44
UNIDADE III │ CONCEITOS ESSENCIAISSOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
Figura 25. Como a vacina age.
 
 
Vacina 
Micróbio 
• Morto 
• Parte 
• Inativado 
• Modificado 
Contato 
Célula defesa 
 T 
Informações 
para 
Célula defesa 
 B 
 
Célula defesa 
 B 
Produz 
Anticorpos 
Célula defesa 
 B 
“memória” para 
o micróbio 
Ataque do 
micróbio 
Célula defesa 
 B 
“memória” para 
o micróbio 
Célula defesa 
 B 
Produz 
Anticorpos 
Anticorpos 
Neutralizam o 
Micróbio 
rapidamente 
Célula defesa 
 B 
“memória” para 
o micróbio 
Fontes: Do autor,; <https://openclipart.org/detail/205971/virus>; <https://openclipart.org/detail/13288/lymphocyte>; <https://
openclipart.org/detail/129163/siluetas-personajes-masculinos>. Acesso em: 27/4/2019.
Ação dos soros e imunoglobulinas
No caso de soro ou imunoglobulinas, a imunização é passiva, pois o paciente 
recebe o anticorpo “pronto”. Esse anticorpo vem do sangue de um animal (soro) 
ou de seres humanos (imunoglobulinas). 
Vamos imaginar casos hipotéticos:
 » soro antirrábico: contém anticorpos retirados de algum animal em 
laboratório que foi exposto ao vírus da raiva modificado e produziu 
anticorpos contra este vírus. Quando um paciente é mordido por um cão 
ou morcego com grande risco de adquirir raiva, é aplicado o soro para 
evitar a contaminação;
 » imunoglobulina anti-hepatite B: retirados os anticorpos do sangue 
de pacientes que já tiveram hepatite B e estão curados (imunizados) 
ou foram vacinados. Quando um trabalhador tem um acidente com 
sangue de um paciente que está contaminado pela hepatite B e há 
grande risco de a pessoa acidentada adquirir a doença, pode-se aplicar 
a imunoglobulina específica (anticorpo) para hepatite B.
45
CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Veja que nesses dois casos, a imunização é passiva, pois o paciente já recebe o 
anticorpo pronto, vindo de um animal ou de outros seres humanos.
Figura 26. Soros e imunoglobulinas.
 
 
Soro - Imunoglobulinas 
Imunização PASSIVA 
Micróbio 
• Morto 
• Parte 
• Inativado 
• Modificado 
Ou 
• Infecção prévia 
Ou 
• Toxina - veneno 
Soro 
ANTICORPOS 
(Origem animal) 
Imunoglobulina 
ANTICORPOS 
(Origem humana) 
Y 
Y 
Y 
Y 
Fontes: <https://openclipart.org/detail/201983/horse800px>; <https://openclipart.org/detail/129163/siluetas-personajes-
masculinos>. Acesso em: 27/4/2019.
Esse tipo de imunização é usado em casos urgentes, pois no caso da vacina, há um 
prazo para que ela possa fazer efeito, ou seja, gerar anticorpos.
46
CAPÍTULO 4
Infectividade, patogenicidade, 
virulência e imunogenicidade
Como observado, uma minoria dos agentes biológicos é patogênica ao ser humano. 
Convivemos diariamente com esses agentes sem que nos sejam nocivos.
Alguns conceitos são importantes para entender quais características dos agentes 
biológicos os tornam um risco à saúde humana.
 » Infectividade: capacidade de penetrar desenvolver/multiplicar no novo 
hospedeiro, ocasionando infecção. 
 » Vírus gripe: alta infectividade, facilmente se transmite às pessoas 
suscetíveis. 
 » Fungos: em geral baixa infectividade; presentes no ambiente, 
dificilmente se instalam e se multiplicam no organismo do homem.
Patogenicidade: capacidade de, após penetrar, causar a doença (sintomas)
 » Vírus do sarampo: alta patogenicidade, quase todos que são 
contaminados pelo o vírus, desenvolvem a doença.
 » Vírus da Poliomielite (paralisia infantil): Baixa patogenicidade. Entre 
as pessoas que são contaminads pelo vírus, somente cerca de um por 
cento desenvolve a doença.
Virulência: capacidade de gerar casos graves/fatais (indica grande quantidade de 
casos fatais)
 » Vírus da raiva: alta virulência (Mata quase todos os infectados) 
 » Vírus do sarampo: alta infectividade, alta patogenicidade, e baixa 
virulência (é raro ocorrer morte por sarampo, só ocorre quando 
complicado por desnutrição etc.)
Imunogenicidade: capacidade de induzir resposta imune
 » Vírus do sarampo, rubéola, caxumba etc.: alta imunogenicidade. Uma 
vez contaminado, não se desenvolve a doença outra vez.
47
CONCEITOS ESSENCIAIS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
 » Vírus da Gripe: baixa imunogenicidade. Imunidade temporária, e pode-
se adquirir novamente.
O grau de risco do agente é baseado nas características de cada agente 
biológico.A NR-32 traz anexos que mostram esta classificação de risco do 
agente biológico em quatro classes, bem como a classificação dos principais 
agentes.
Quadro 10. Classificação dos riscos biológicos.
ANEXO 1
Os agentes biológicos são classificados em:
Classe de risco 1 baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
Classe de risco 2
risco individual moderado para o trabalhador e baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar 
doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 3
risco individual elevado para o trabalhador com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças 
e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4
risco individual elevado para o trabalhador e probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande 
poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não 
existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Fonte: BRASIL, NORMA REGULAMENTADORA No 32, de 11 de novembro 2005. Segurança e saúde no trabalho em serviços de 
saúde.
48
UNIDADE IV
LISTA OFICIAL BRASILEIRA 
DE AGENTES BIOLÓGICOS 
RELACIONADOS AO 
TRABALHO
CAPÍTULO 1
Base legal
A lei 8.213/1991, que dispõe sobre a Previdência Social, é também a lei que 
regulamenta sobre os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Esta lei define 
doenças relacionadas à atividade laboral e acidentes do trabalho como acidentes 
de trabalho. Portanto tanto acidentes como doenças são denominados acidentes de 
trabalho, como se pode ver nos artigos abaixo: 
LEI 8213/1991
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a 
serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos 
no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
...
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada 
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante 
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada 
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se 
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I
49
LISTA OFICIAL BRASILEIRA DE AGENTES BIOLÓGICOS RELACIONADOS AO TRABALHO │ UNIDADE IV
§ 2o Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída 
na relação prevista nos inciso I e II deste artigo resultou das 
condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se 
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la 
acidente do trabalho. (Grifo nosso)
Portanto, nesses artigos da Lei 8.213/1991 são considerados acidentes de trabalho 
tanto os acidentes propriamente ditos, quanto as doenças relacionadas ao trabalho 
(profissional e do trabalho).
Observa-se ainda que a lei define que uma relação (uma lista) de doenças 
relacionadas ao trabalho seria elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social.
Outro aspecto importante desta Lei está no § 2o, acima descrito. Observa-se que 
a legislação não propõe uma lista conclusiva de doenças. Ela define que, mesmo a 
doença não estando na lista, poderá ser considerada acidente de trabalho, caso se 
constate que a doença “resultoudas condições em que o trabalho é executado ou com 
ele se relaciona diretamente”.
Um exemplo, para facilitar o entendimento:
 » Veremos que a Doença de Chagas, causada por um protozoário, não 
consta da lista oficial. Porém, imaginemos uma pessoa que trabalhe em 
um laboratório de pesquisa sobre Doença de Chagas se contamine com 
o protozoário. Nesse caso, apesar desta doença não constar da lista, ela 
“resultou das condições em que o trabalho é executado ou com ele se 
relaciona diretamente”, como a lei afirma. Portanto, trata-se de uma 
doença do trabalho.
Existe uma lista oficial de doenças relacionadas ao trabalho que é utilizada 
por órgãos federais (INSS, Ministério da Saúde (SUS), Ministério do Trabalho, 
entre outros). Porém, esta lista não é conclusiva, podendo outras doenças 
serem consideradas acidente de trabalho.
A Lei 8.080 de 1990, que dispõe sobre a organização e funcionamento do Sistema 
Único de Saúde (SUS), também tem definida, em seu Artigo 6o, a elaboração desta 
lista de doenças relacionadas ao trabalho.
50
UNIDADE IV │ LISTA OFICIAL BRASILEIRA DE AGENTES BIOLÓGICOS RELACIONADOS AO TRABALHO
LEI 8080/1990
Art. 6o Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único 
de Saúde (SUS):
...
§ 3o Entende-se por saúde do trabalhador, para fins....
VII - revisão periódica da LISTAGEM OFICIAL de doenças originadas no 
processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades 
sindicais (Grifo nosso)
Esta mesma lista compõe o Anexo II do Decreto 3.048/99 e dá base legal à 
perícia médica do INSS para analisar se a doença do trabalhador está ou não 
relacionada ao trabalho, o chamado Nexo Técnico Previdenciário.
Com nexo: Doença ou acidente do Trabalho
Sem nexo: Doença ou acidente comum (não relacionado ao trabalho)
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048compilado.htm>.
51
CAPÍTULO 2
A lista (relação) de doenças 
relacionadas ao trabalho
Conforme vimos, as leis definiam a edição de uma relação/lista de doenças 
relacionadas ao trabalho. Esta lista veio através da Portaria no 1.339, de 18 de 
novembro de 1999, que assim define em seu preâmbulo: 
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e 
considerando
Considerando o artigo 6o, parágrafo 3o inciso VII da Lei no 
8.080/1990, que delega ao Sistema Único de Saúde - SUS a revisão 
periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de 
trabalho;
Considerando a Resolução do Conselho Nacional de Saúde, no 220, 
de 05 de maio de 1997, que recomenda ao Ministério da Saúde a 
publicação da Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho;
Considerando a importância da definição do perfil nosológico da 
população trabalhadora para o estabelecimento de políticas públicas 
no campo da saúde do trabalhador, resolve:
Art. 1o Instituir a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho, 
a ser adotada como referência dos agravos originados no 
processo de trabalho no Sistema Único de Saúde, para uso clínico 
e epidemiológico, constante no Anexo I desta Portaria. (Grifo nosso)
Portaria no 1339:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1999/prt1339_18_11_1999.
html>.
Os agentes biológicos citados na lista
Nesta lista, estão assim definidas as doenças relacionadas ao trabalho atinentes aos 
agentes biológicos:
52
UNIDADE IV │ LISTA OFICIAL BRASILEIRA DE AGENTES BIOLÓGICOS RELACIONADOS AO TRABALHO
Quadro 11. Agentes biológicos da lista.
Bactérias Vírus Fungos Protozoários
 » Tuberculose
 » Carbúnculo
 » Brucelose
 » Leptospirose
 » Tétano
 » Psitacose
 » Dengue
 » Febre amarela
 » Hepatites virais
 » AIDS
 » Dermatofitoses e outras 
micoses superficiais
 » Candidíase
 » Paracoccidioidomicose
 » Malária
 » Leishmanioses
Fonte: Do autor.
Abaixo, detalhamos a parte da lista que se relaciona aos riscos biológicos:
Quadro 12. Agentes biológicos da lista – detalhada.
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo I da CID-10)
DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Bactérias
Tuberculose 
(A15-A19.-)
 » Exposição ocupacional ao Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) ou Mycobacterium 
bovis, em atividades em laboratórios de biologia, e atividades realizadas por pessoal de saúde, 
que propiciam contato direto com produtos contaminados ou com doentes cujos exames 
bacteriológicos são positivos (Z57.8) (Quadro 25)
 » Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de sílica (Sílico-tuberculose) (J65)
Carbúnculo (A22-)
Zoonose causada pela exposição ocupacional ao Bacillus anthracis, em atividades suscetíveis de 
colocar os trabalhadores em contato direto com animais infectados ou com cadáveres desses 
animais; trabalhos artesanais ou industriais com pelos, pele, couro ou lã. (Z57.8) (Quadro 25)
Brucelose (A23.-)
Zoonose causada pela exposição ocupacional a Brucella melitensis, B. abortus, B.suis, B. canis etc., 
em atividades em abatedouros, frigoríficos, manipulação de produtos de carne; ordenha e fabricação 
de laticínios e atividades assemelhadas. (Z57.8) (Quadro 25)
Leptospirose (A27.-)
Exposição ocupacional a Leptospira icterohaemorrhagiae (e outras espécies), pelo contato direto 
com águas sujas, ou em locais suscetíveis de serem sujos por dejetos de animais portadores da 
leptospira; trabalhos efetuados dentro de minas, túneis, galerias, esgotos em locais subterrâneos; 
trabalhos em cursos d’água; trabalhos de drenagem; contato com roedores; trabalhos com animais 
domésticos, e com gado; preparação de alimentos de origem animal, de peixes, de laticínios etc.
(Z57.8) (Quadro 25)
Tétano (A35.-)
Exposição ao Clostridium tetani, em circunstâncias de acidentes do trabalho na agricultura, na 
construção civil, na indústria, ou em acidentes de trajeto (Z57.8) (Quadro 25)
Psitacose, Ornitose, 
Doença dos Tratadores 
de Aves (A70.-)
Zoonoses causadas pela exposição ocupacional a Chlamydia psittaci ou Chlamydia pneumoniae, 
em trabalhos em criadouros de aves ou pássaros, atividades de veterinária, em zoológicos, e em 
laboratórios biológicos etc.(Z57.8) (Quadro 25)
Vírus
Dengue [Dengue 
Clássico] (A90.-)
Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da dengue, 
principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, em trabalhos de 
laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro 25)
Febre Amarela (A95.-)
Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da Febre Amarela, 
principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, em trabalhos de 
laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro 25)
Hepatites Virais 
(B15-B19.-)
Exposição ocupacional ao Vírus da Hepatite A (HAV); Vírus da Hepatite B (HBV); Vírus da Hepatite C 
(HCV); Vírus da Hepatite D (HDV); Vírus da Hepatite E (HEV), em trabalhos envolvendo manipulação, 
acondicionamento ou emprego de sangue humano ou de seus derivados; trabalho com “águas 
usadas” e esgotos; trabalhos em contato com materiais provenientes de doentes ou objetos 
contaminados por eles. (Z57.8) (Quadro 25)
Doença pelo Vírus 
da Imunodeficiência 
Humana (HIV) 
(B20-B24.-)
Exposição ocupacional ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), principalmente em trabalhadores 
da saúde, em decorrência de acidentes pérfuro-cortantes com agulhas ou material cirúrgico 
contaminado, e na manipulação, acondicionamento ou emprego de sangue ou de seus derivados, e 
contato com materiais provenientes de pacientes infectados. (Z57.8) (Quadro 25)
53
LISTA OFICIAL BRASILEIRA DE AGENTES BIOLÓGICOS RELACIONADOS AO TRABALHO │ UNIDADE IV
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo I da CID-10)
DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Fungos
Dermatofitose (B35.-) 
e Outras Micoses 
Superficiais (B36)
Exposição ocupacional a fungos do gênero Epidermophyton, Microsporum eTrichophyton, em 
trabalhos em condições de temperatura elevada e umidade (cozinhas, ginásios,piscinas) e outras 
situações específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro 25)
Candidíase (B37.-)
Exposição ocupacional a Candida albicans, Candida glabrata etc., em trabalhos que requerem longas 
imersões das mãos em água e irritação mecânica das mãos, tais como trabalhadores de limpeza, 
lavadeiras, cozinheiras, entre outros. (Z57.8) (Quadro 25)
Paracoccidioidomicose 
(Blastomicose 
Sul Americana, 
Blastomicose Brasileira, 
Doença de Lutz) 
(B41.-)
Exposição ocupacional ao Paracoccidioides brasiliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou 
florestais e em zonas endêmicas (Z57.8) (Quadro 25)
Protozo-ários
Malária (B50 – B54.-)
Exposição ocupacional ao Plasmodium malariae; Plasmodium vivax; Plasmodium falciparum ou 
outros protozoários, principalmente em atividades de mineração, construção de barragens ou 
rodovias, em extração de petróleo e outras atividades que obrigam a entrada dos trabalhadores em 
zonas endêmicas (Z57.8) (Quadro 25
Leishmaniose 
Cutânea (B55.1) ou 
Leishmaniose Cutâneo-
Mucosa (B55.2)
Exposição ocupacional à Leishmania braziliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais 
e em zonas endêmicas, e outras situações específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro 
25)
Fonte: Ministério da Saúde. Portaria No 1339/GM em 18 de novembro de 1999.
54
UNIDADE VDETALHANDO OS 
AGENTES
Nesta unidade do caderno, trataremos detalhadamente de cada tipo de agente 
biológico foco da HT, definidos na NR-9 pelo eSocial:
 » NR9 - PPRA: “bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, 
entre outros”;
 » eSocial: “bactérias, vírus, protozoários, fungos, príons, parasitas e outros”.
Facilitando o fluxo do aprendizado, seguiremos a ordem dos agentes biológicos 
conforme a lista definida pela Portaria no 1339, e 18 de novembro de 1999, do 
Ministério da Saúde.
CAPÍTULO 1
Bactérias e bacilos
As bactérias são microrganismos unicelulares (única célula) e procariontes (sem 
núcleo). As células de organismos mais desenvolvidos têm um núcleo onde fica 
localizado o material genético da célula (DNA). Nas células procariontes, como as 
das bactérias, o material genético fica disperso por toda a célula.
Formas
As bactérias podem ter vários formatos. Na figura abaixo, podem-se observar alguns 
formatos principais.
55
DETALHANDO OS AGENTES │ UNIDADE V
Figura 27. Formas das bactérias.
 
 
Quanto à forma: 
 
• Coco: De forma esférica 
 
 
• Bacilo: Em forma de bastonete 
 
 
 
• Vibrião: Em forma de vírgula 
 
 
 
 
• Espiroqueta: Em forma de espiral. 
estreptococo 
estafilococo 
Fonte: Do autor; <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Bacterial_morphology_diagram-pt.svg>. Acesso em: 
27/4/2019.
Observe que a NR-9 refere:
“9.1.5.3 Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, 
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.”
Na figura que mostra as formas das bactérias, temos que bacilos são bactérias em 
formado de bastão ou bastonete.
Ao lado, uma imagem ao microscópio de bactérias Escherichia coli. Observem o 
formato de bastão delas.
Figura 28. Formas das bactérias. Bacilos.
 
 Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacilo#/media/File:E_choli_Gram.JPG>. Acesso em: 27/4/2019.
Então, porque a NR-9 separa bactérias de bacilos?
56
UNIDADE V │ DETALHANDO OS AGENTES
Bacilos X bactérias
Alguns tipos de bacilos são bactérias com características que, em termos de 
infectividade, multiplicação, patogênese, diferem bastante das bactérias mais 
comuns. Em especial os bacilos da tuberculose e hanseníase, como veremos a seguir.
Os normatizadores, à época da publicação da norma (1994), então, optaram por 
separar as bactérias dos bacilos. Essa diferenciação não está mais presente em 
normas mais recentes como a NR-32 e no manual do eSocial.
Bactérias da lista
A lista de agentes relacionados às doenças do trabalho da Portaria 1.339/1999 do 
Ministério da Saúde, conforme demostrado, traz as seguintes doenças de etiologia 
bacteriana: Tuberculose, carbúnculo, brucelose, leptospirose, tétano e psitacose.
Vamos agora detalhar cada uma das bactérias da lista.
Tuberculose
Tuberculose (A15-A19): exposição ocupacional ao Mycobacterium 
tuberculosis (Bacilo de Koch) ou Mycobacterium bovis, em atividades em 
laboratórios de biologia, e atividades realizadas por pessoal de saúde, que 
propiciam contato direto com produtos contaminados ou com doentes cujos 
exames bacteriológicos são positivos.
Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de sílica (Sílico-tuberculose)
(Fonte: Ministério da Saúde. Portaria No 1.339/GM em 18 de novembro de 1999)
“É uma doença infecciosa causada por uma bactéria, Mycobacterium 
tuberculosis, que acomete geralmente os pulmões, mas pode ocorrer 
em qualquer outro órgão ou ainda se desenvolver, ao mesmo tempo, 
em vários órgãos:
» Pleura.
» Gânglios.
57
DETALHANDO OS AGENTES │ UNIDADE V
» Meninge.
» Rins e bexiga.
» Fígado.
» Intestino.
» Pele.
» Ossos, entre outros.
Qualquer pessoa infectada (teve contato, mas não está 
doente) pelo bacilo de Koch pode desenvolver tuberculose. 
A OMS estima que um terço da população mundial esteja 
infectada” (Juntos pelo fim da tuberculose – Ministério da Saúde, 
2016).
Como citado na parte histórica da Microbiológica, o alemão Robert Koch foi 
quem descobriu que a doença era causada por essas bactérias e, por isso, foi 
nomeada “bacilo de Koch”.
Figura 29. Robert Koch e o bacilo de “Koch”.
 
Fontes: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Robert_Koch#/media/File:RobertKoch_cropped.jpg>; <https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Mycobacterium_tuberculosis_MEB_(1).jpg>. Acesso em: 27/4/2019.
Tuberculose no Brasil e no mundo
A tuberculose acomete pessoas no mundo todo, sendo o Brasil um país de grande 
prevalência desta patologia.
58
UNIDADE V │ DETALHANDO OS AGENTES
Figura 30. Taxas estimadas de incidência de tuberculose no Brasil e no mundo em 2016.
 
 
• 9,6 milhões de novos casos de tuberculose em todo o mundo. 
• 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência da tuberculose. 
• Brasil: Cerca de 70 mil novos casos/ano e 4.500 mortes. O Brasil compõe a lista dos 22 países 
que concentram 80% da carga de tuberculose do mundo 
Taxas estimadas de incidência, 2016 
2016 
Brasil: 42 casos/100 
mil habitantes/ano 
Incidência por 100 
mil habitantes/ano 
Fonte: WHO. Global tuberculosis report 2016.
Transmissão
Figura 31. Transmissão da Tuberculose.
Fonte: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/agosto/24/af-album-seriado-tuberculose-30jun16-WEB.pdf>. 
Acesso em: 27/4/2019.
Características da transmissão:
 » Os bacilos são expelidos através de aerossóis pelo doente (portador de 
doença ativa) quando tosse, fala, espirra ou cospe.
 » Contatos próximos (pessoas que têm contato frequente) têm alto risco de 
se infectarem. 
59
DETALHANDO OS AGENTES │ UNIDADE V
 » A transmissão depende do grau de infecção do doente, quantidade 
expelida de secreção, da forma e duração da exposição ao bacilo e da 
infectividade do agente.
 » O tratamento cessa a transmissão em torno de 15 dias.
Figura 32. Mycobacterium bovis.
Fonte: <https://en.wikipedia.org/wiki/Cheese#/media/File:Cowgirl_Creamery_Point_Reyes_-_Red_Hawk_cheese.jpg>. Acesso 
em: 27/4/2019.
 » 1% a 2% dos casos de tuberculose.
 » Ingestão de laticínios contaminados e não fervidos ou não pasteurizados. 
Comum antes da invenção da pasteurização. 
 » Diversos queijos ainda são feitos apenas com leite não pasteurizado 
e podem ser fontes de contágio (Cuidado com os leites e queijos 
“caipiras”).
 » Trabalhador rural – sangue e secreções de bovinos contaminados. 
Contato humano-humano (menos comum).
Tuberculose – A doença
A principal forma da doença é a pulmonar e:
 » em 90% das pessoas infectadas, o sistema imune contém o avanço da 
doença, formando granulomas tubérculos que são tecidos mortos com o 
bacilo dentro.
 » cerca de 10% das pessoas infectadas desenvolvem a tuberculose.
 » alguns fatores favorecem o surgimento

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