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1
Curso	Ênfase	©	2019
EXECUÇÃO	PENAL	–	FELIPE	ALMEIDA
AULA13	-	PROGRESSÃO	DE	REGIME	ESPECIAL
1.	PROGRESSÃO	DE	REGIME-REQUISITO	SUBJETIVO
Na	 aula	 anterior	 foram	 tratadas	 as	 questões	 relativas	 à	 progressão	 prisional,
tratou-se	dos	requisitos	objetivos	e	estava-se	tratando	sobre	os	requisitos	subjetivos,	foi
visto	que	o	bom	comportamento	carcerário	é	o	requisito	subjetivo	exigido	pela	LEP,	que
a	 prática	 de	 falta	 disciplinar	 de	 natureza	 grave	 traz	 consequências	 para	 o	 processo
executivo	da	pena	privativa	de	liberdade,	na	medida	em	que	foi	visto	que	o	STJ	passou
a	entender	que	a	prática	de	 falta	disciplinar	de	natureza	grave,	 conforme	a	Súmula
534,	interromperia	o	prazo	até	então	transcorrido	antes	da	falta	de	natureza	grave,	foi
visto	que	esse	procedimento	só	se	aplica	à	progressão	de	regime;	o	STJ	não	admite	que
essa	interrupção	ocorra	no	livramento	condicional,	no	indulto,	na	comutação	de	penas
como	a	súmula	441	e	a	435	determinam.
Foi	 visto	que	a	 súmula	534	 tem	sua	 constitucionalidade	questionada,	 inclusive
alguns	tribunais	se	limitam	a	não	aplicá-la,	apenas	chancelando	as	sanções	aplicadas
em	âmbito	 administrativo	 pela	 autoridade	 administrativa	 diretor	 do	 estabelecimento
prisional.	Porém,	o	entendimento	sumulado	é	o	que	prevalece	no	STJ,	superando	esses
questionamentos	como	ofensa	ao	princípio	da	legalidade,	analogia	in	malam	partem	e	o
STJ	entende	ocorrer	a	interrupção	a	partir	da	falta	grave.
Com	relação	ao	requisito	subjetivo	previsto	no	art.	112	da	Lei	7.210/84	–	LEP,	há	o
exame	 criminológico,	 um	 exame	 de	 personalidade	 que	 serve	 para	 bolar	 o	 plano
individualizador	de	cumprimento	da	pena	privativa	de	liberdade:
Art.	112.	 A	 pena	 privativa	 de	 liberdade	 será	 executada	 em	 forma	 progressiva
com	 a	 transferência	 para	 regime	menos	 rigoroso,	 a	 ser	 determinada	 pelo	 juiz,
quando	o	preso	tiver	cumprido	ao	menos	um	sexto	da	pena	no	regime	anterior	e
ostentar	 bom	 comportamento	 carcerário,	 comprovado	 pelo	 diretor	 do
estabelecimento,	respeitadas	as	normas	que	vedam	a	progressão.
O	exame	de	ingresso	é	um	exame	criminológico,	porém	realizado	com	o	escopo
de	melhor	pautar	a	individualização	da	pena,	alocando	presos	que	possuem	o	mesmo
perfil	 criminológico	 ou	 perfil	 semelhante	 em	 unidades	 próprias	 de	 cumprimento	 de
pena	privativa	de	liberdade,	e	com	isso	racionalizar	o	seu	cumprimento.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula13	-	Progressão	de	Regime	Especial
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Curso	Ênfase	©	2019
O	 exame	 criminológico	 é	 realizado	 para	 fins	 de	 individualização	 da	 pena,
distinguindo-se	do	elaborado	para	aferição	do	requisito	subjetivo.O	art.	112,	antes	da
Lei	10.792/03	possuía	na	sua	redação	a	previsão	do	exame	criminológico	para	aferição
do	requisito	subjetivo.	Com	essa	Lei,	o	art.	112	recebeu	nova	redação	e	a	LEP	passou	a
não	 ter	 a	 previsão	 expressa	 da	 exigência	 do	 exame	 criminológico	 para	 aferição	 do
requisito	 subjetivo.	 A	 partir	 da	 Lei	 10.792/03	 passou-se	 a	 ter	 um	movimento	 no	 qual
entendeu-se	 que	 não	 era	 mais	 exigível	 o	 exame	 criminológico	 para	 aferição	 do
requisito	 subjetivo,	 ou	 seja,	 que	 o	 exame	 criminológico	 teria	 sido	 abandonado	 pela
legislação	e	não	mais	poderia	ser	exigido	para	fins	de	análise	de	requisito	subjetivo.
A	partir	da	Lei	10.792/03	várias	 foram	as	questões	que	chegaram	tanto	ao	STJ,
como	ao	STF,	questionando	se	a	exigibilidade	do	exame	criminológico	para	aferição
do	 requisito	 subjetivo	 realmente	 foi	 afastado	 da	 nossa	 legislação	 ou	 se	 o	 juiz	 da
execução	poderia	continuar	a	exigir	para	fins	de	análise	do	requisito	subjetivo	o	exame
criminológico.
Em	que	pese	os	entendimentos	pela	 inexigibilidade	do	exame	criminológico	a
partir	 da	 nova	 redação	 conferida	 ao	 art.	 112	 da	 LEP,	 o	 entendimento	 dos	 Tribunais
Superiores	é	no	sentido	diametralmente	oposto,	entendendo	que	não	houve	a	retirada
do	exame	criminológico	no	ordenamento	jurídico.	Na	verdade,	o	juiz	da	execução,	de
acordo	com	o	STJ	e	STF,	continuavam	podendo	requisitar	o	exame	criminológico	para
fins	 de	 aferição	 do	 requisito	 subjetivo,	 desde	 que	 o	 façam	 de	 forma	 fundamentada
com	base	em	elementos	concretos.
Com	 base	 nisso,	 tanto	 o	 STJ	 como	 o	 STF	 criaram	 súmulas	 admitindo	 a
possibilidade	 da	 elaboração	 do	 exame	 criminológico	 para	 aferição	 do	 requisito
subjetivo:
STJ,	Súmula	439	 -	 Admite-se	 o	 exame	 criminológico	 pelas	 peculiaridades	 do
caso,	desde	que	em	decisão	motivada.	
O	STJ	pela	Súmula	439	passou	a	entender	que	não	obstante	a	Lei	10.792,	que
deu	nova	redação	ao	artigo	112,	o	juiz	da	execução	pode	exigir	o	exame	criminológico
considerando	as	particularidades	do	caso	concreto.
O	 STF,	 instado	 a	 se	 manifestar	 sobre	 a	 elaboração	 ou	 não	 do	 exame
criminológico,	em	especial	no	 tocante	aos	crimes	hediondos,	o	STF	editou	a	Súmula
Vinculante	número	26.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula13	-	Progressão	de	Regime	Especial
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Curso	Ênfase	©	2019
SÚMULA	VINCULANTE	26			
Para	efeito	de	progressão	de	regime	no	cumprimento	de	pena	por	crime	hediondo,
ou	equiparado,	o	juízo	da	execução	observará	a	inconstitucionalidade	do	art.	2º	da
Lei	 n.	 8.072,	 de	 25	 de	 julho	 de	 1990,	 sem	 prejuízo	 de	 avaliar	 se	 o	 condenado
preenche,	 ou	 não,	 os	 requisitos	 objetivos	 e	 subjetivos	 do	 benefício,	 podendo
determinar,	 para	 tal	 fim,	 de	 modo	 fundamentado,	 a	 realização	 de	 exame
criminológico.
Para	 a	 súmula	 vinculante,	 de	 acordo	 com	 a	 própria	 declaração	 de
inconstitucionalidade	 do	 STF,	 o	 crime	 hediondo	 ou	 equiparado	 a	 hediondo	 pode
progredir.	A	progressão	observará	os	requisitos	objetivos	(previstos	no	art.	2,	§2º	da	Lei
8.072/90)	e	subjetivo	(bom	comportamento	carcerário).
Assim,	observa-se	que	tanto	o	STF,	como	o	STJ	admitem	o	exame	criminológico
para	aferição	do	requisito	subjetivo	para	os	direitos	da	execução.
A	Súmula	Vinculante	26	trata	da	progressão	de	regime,	permitindo	que	o	juiz	da
execução,	desde	que	por	decisão	fundamentada,	baseando-se	nas	peculiaridades	do
caso	 concreto,	 possa	 exigir	 a	 elaboração	 do	 exame	 criminológico	 para	 aferição	 do
requisito	subjetivo.A	única	exigência	é	que	a	fundamentação	seja	concreta,	motivada,
como	todas	as	decisões	judiciais	já	o	são	por	força	da	CF/88.
1.1	REQUISITOS	PARA	PROGRESSÃO	DE	REGIME	NOS	CRIMES	CONTRA	A
ADMINISTRAÇÃO	PÚBLICA
Os	 requisitos	 específicos	 para	 os	 crimes	 praticados	 contra	 a	 administração
pública	 possuem	 a	 previsão	 de	 um	 requisito	 específico	 previsto	 no	 art.	 33,	 §4º	 do
Código	Penal:
Art.	 33,	 §	 4º	O	 condenado	 por	 crime	 contra	 a	 administração	 pública	 terá	 a
progressão	de	regime	do	cumprimento	da	pena	condicionada	à	reparação	do	dano
que	causou,	ou	à	devolução	do	produto	do	 ilícito	praticado,	 com	os	acréscimos
legais.(Incluído	pela	Lei	nº	10.763,	de	12.11.2003)
Essa	inserção	pela	Lei	10,763/2003	foi	criada	em	virtude	das	fraudes	ocorridas	no
INSS,	no	ano	de	2003,	passando-se	a	exigir	 esse	 requisito	específico,	que	não	possui
natureza	 subjetiva,	 sendo	 de	 natureza	 objetiva,	 mas	 é	 um	 requisito	 específico	 dos
delitos	contra	a	Administração	Pública.
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
Aula13	-	Progressão	de	Regime	Especial
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Então,	quando	o	crime	for	praticado	contra	a	administração	pública,	acrescenta-
se,	além	dos	requisitos	previstos	no	art.	112	da	LEP,	o	requisito	específico	do	art.	33,	§4º
do	Código	Penal,	ou	seja,	a	reparação	do	dano	que	causou	ou	então	a	devolução	do
ilícito	praticado	com	os	acréscimos	legais.
O	 art.	 112	 da	 LEP	 trata	 da	 modalidade	 ordinária	 da	 progressão	 de	 regime,
existindo	requisitos	diferenciados	para	os	crimes	hediondos	e	equiparados,	que	estão
do	Artigo	2º§2º	da	Lei	8072/90.	No	final	do	ano	de	2018	a	Lei	13.769/18	criou	uma	nova
modalidade	de	progressão,	a	chamada	progressão	especial,	que	tem	como	escopo	as
mulheres	gestantes,	mães	ou	responsáveis	por	crianças	ou	pessoascom	deficiência:
Art.	112,
§	1o	A	decisão	será	sempre	motivada	e	precedida	de	manifestação	do	Ministério
Público	e	do	defensor.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	10.792,	de	2003)
§	2o	Idêntico	procedimento	será	adotado	na	concessão	de	livramento	condicional,
indulto	 e	 comutação	 de	 penas,	 respeitados	 os	 prazos	 previstos	 nas	 normas
vigentes.	(Incluído	pela	Lei	nº	10.792,	de	2003)
§	 3º	 No	 caso	 de	 mulher	 gestante	 ou	 que	 for	 mãe	 ou	 responsável	 por
crianças	ou	pessoas	com	deficiência,	os	requisitos	para	progressão	de	regime
são,	cumulativamente:													(Incluído	pela	Lei	nº	13.769,	de	2018)
I	 -	 não	 ter	 cometido	 crime	 com	 violência	 ou	 grave	 ameaça	 a
pessoa;									(Incluído	pela	Lei	nº	13.769,	de	2018)
Os	delitos	que	forem	cometidos	com	violência	ou	grave	ameaça	a	pessoa	estão
impedidos	 de	 obter	 essa	 progressão	 especial,	 O	 primeiro	 requisito,	 de	 natureza
objetiva,	 afasta	 a	 sua	 aplicação	 nos	 delitos	 dessa	 natureza,	 como	 homicídio,	 lesão
corporal,	roubo,	todos	os	delitos	que	possuam	violência	ou	grave	ameaça	à	pessoa.
II	-	não	ter	cometido	o	crime	contra	seu	filho	ou	dependente;									(Incluído
pela	Lei	nº	13.769,	de	2018)
As	 mulheres	 que	 tenham	 cometido	 os	 delitos	 de	 maus	 tratos,	 lesão,	 tortura
contra	seu	filho	ou	dependente,	se	já	não	tiver	sua	aplicação	afastada	pelo	inciso	I,	o
terá	pelo	II,	o	crime	jamais	poderá	ter	sido	praticado	contra	seu	filho	ou	dependente.
III	 -	 ter	 cumprido	 ao	 menos	 1/8	 (um	 oitavo)	 da	 pena	 no	 regime
anterior;									(Incluído	pela	Lei	nº	13.769,	de	2018)
Execução	Penal	–	Felipe	Almeida
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Agora	 tem-se	 o	 requisito	 específico,	 cumprimento	 de	 ao	 menos	 1/8	 da	 pena,
sendo	o	menor	prazo	para	o	direito	de	execução	penal.
IV	-	ser	primária	e	ter	bom	comportamento	carcerário,	comprovado	pelo
diretor	do	estabelecimento;									(Incluído	pela	Lei	nº	13.769,	de	2018)
Para	a	progressão	ordinária,	não	há	distinção	entre	primariedade	e	reincidência,
ocorre	tao	somente	quanto	aos	crimes	hediondos	e	equiparados,	onde	tem-se	2/5	para
os	 primários,	 e	 3/5	 para	 os	 reincidentes.	 Essa	 progressão	 especial	 inovou	 e	 trouxe	 a
exigência	da	primariedade,	caso	a	ré	seja	reincidente	 lhe	será	aplicada	a	regra	geral
do	art.	112	da	LEP	ou	a	regra	do	crime	hediondo	ou	equiparado.
Em	razão	do	§2º	ter	previsto	que	igual	procedimento	seria	adotado	na	concessão
de	 livramento	 condicional,	 indulto	 e	 comutação	 de	 penas,	 a	 doutrina	 passou	 a
entender	pela	desnecessidade	do	exame	criminológico	para	a	progressão	para	essas
três	 situações.	Como	 foi	 visto,	 os	 tribunais	 superiores	passaram	a	entender	de	 forma
diferente,	conforme	Súmula	439	do	STJ	e	Súmula	Vinculante	26	do	Supremo.
A	lei	13.739/18	incluiu	os	§§	3º	e	4º	no	Artigo	112,	nota-se	que	são	destinatárias	da
progressão	especial:
a)	mulher	gestante;
b)	mãe	ou	responsável	por	criança	ou	pessoa	com	deficiência;
Deve-se,	para	tanto,	obedecer	aos	requisitos	cumulativos	previstos	nos	incisos	do
mencionado	artigo.	Por	exemplo	a	mulher	condenada	pelo	cometimento	de	tráfico	e
associação,	 5	 e	 3	 anos,	 respectivamente,	 totalizando	 uma	 condenação	 em	 8	 anos.
Nesse	 caso,	 não	 precisará	 cumprir	 2	 anos	 e	 6	 meses	 para	 alcançar	 o	 regime	 mais
brando,	basta	que	ela	preencha	os	requisitos	objetivos	de	cumprir	1/8	dessa	pena,	que
não	tenha	sido	praticado	com	violência	ou	grave	ameaça	e	não	tenha	sido	cometido
contra	 criança	 ou	 adolescente,	 além	 dos	 requisitos	 subjetivos	 de	 que	 seja	 ré
primária,	tenha	bom	comportamento	carcerário	e	não	integre	organização	criminosa.
Sendo	primária	e	possuindo	bom	comportamento	carcerário,	aplica-se,	mesmo
em	se	tratando	de	crime	hediondo	ou	equiparado,	a	regra	de	1/8	da	pena,	porque	a
própria	LEP	já	excepciona	esse	§3º,	art.	112	da	Lei	7.210.	Se	cometer	crime	hediondo	ou
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equiparado	 mas	 for	 não	 reincidente,	 aplica-se	 o	 percentual	 de	 1/8,	 mas	 se	 for
reincidente,	será	submetida	ao	regime	de	progressão	comum,	seja	do	Artigo	112	seja
do	Artigo	2,	§2º	da	Lei	de	Crimes	Hediondos.
Quanto	ao	bom	comportamento	 carcerário	 seguem-se	as	 regras	 referentes	ao
requisito	subjetivo	da	progressão	ordinária.
V	 -	não	 ter	 integrado	organização	criminosa.	 	 	 	 	 	 	 	 	 (Incluído	 pela	 Lei	 nº
13.769,	de	2018)
Por	 fim,	o	requisito	de	não	ter	 integrado	organização	criminosa	provavelmente
gerará	discussão	no	âmbito	doutrinário	e	jurisprudencial,	pois	há	legislação	específica
sobre	 organização	 criminosa	 que	 é	 Lei	 12.850/	 que	 estabelece	 o	 que	 seria	 a
organização	 criminosa.	 Não	 se	 verifica	 a	 precisão	 do	 legislador	 no	 sentido	 de
estabelecer	qual	organização	criminosa	que	inviabilizará	a	concessão	especial:	se	é	a
organização	 criminosa	 que	 inviabiliza	 a	 concessão	 de	 progressão	 especial,	 se	 é	 a
organização	criminosa	nos	termos	do	art.	2º	da	Lei	12.850,	se	é	o	crime	de	associação
criminosa	do	art.	288-A	do	CP	ou	se	é	o	crime	de	associação	para	fins	de	tráfico.
Por	 se	 tratar	 de	uma	norma	de	natureza	penal,	 discutirá	 sobre	a	aplicação	do
princípio	 da	 legalidade	 e	 a	 discussão	 da	 anaogia	 in	 mallam	 partem	 e	 da	 violação	 do
princípio	da	legalidade,	uma	vez	que	organização	criminosa	é	a	expressão	que	temos
na	Lei	das	Organizações	Criminosas.
Ao	 tratar	 das	 crianças,	 o	 ECA	 subsidiará	 essa	 interpretação,	 admitindo	 como
crianças	 os	 menores	 de	 12	 anos.	 Já	 os	 Estatuto	 da	 Pessoa	 com	 Deficiência	 subsidia
quem	são	as	pessoas	com	deficiência.
§	4º	O	cometimento	de	novo	crime	doloso	ou	falta	grave	implicará	a	revogação
do	benefício	previsto	no	§	3º	deste	artigo.		 	 	 	 	 	 	 	(Incluído	pela	Lei	nº	13.769,	de
2018)
Por	fim,	o	§4º	trata	da	revogação	da	progressão	especial,	que	de	plano	percebe-
se	 que	 o	 legislador	 não	 utilizou	 a	 mesma	 lógica	 da	 progressão	 geral	 que	 utiliza	 o
expressão	 regressão.Visto	 isso,pode-se	entender	que	diante	da	 revogação	a	 ré	presa
poderia	postular	novamente	a	progressão	como	não	teve	interrupção	no	cumprimento
da	pena.	Provavelmente	esse	é	um	provável	tema	a	ser	discutido	pelos	Tribunais	para
definir	quais	os	efeitos	da	revogação,	se	são	os	mesmos	da	regressão	ou	não.

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