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3º MÓDULO PROBLEMAS NA ALIMENTAÇÃO DOS IDOSOS

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3º MÓDULO – PROBLEMAS NA ALIMENTAÇÃO DOS IDOSOS 
 
Desnutrição silenciosa no idoso: conheça as causas e saiba como identificar 
 
 
 
 
funcional. 
No envelhecimento o organismo sofre alterações que podem afetar a ingestão 
e digestão adequada dos alimentos, bem como alterar os níveis de absorção de alguns 
nutrientes para a manutenção da saúde. A deglutição começa a se tornar lenta após os 
45 anos de idade e, por volta dos 70 anos, é ainda mais lenta, quando comparada a 
indivíduos jovens. 
 
Foto: reprodução 
 
Abaixo estão listados alguns itens descrevendo quais os motivos que a 
desnutrição pode ser desenvolvida de maneira silenciosa com o passar da idade: 
 
 
 
comprometendo a qualidade estimulante do apetite; 
 
 
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que pode comprometer a inges 
 
 
primeiras, todas as outras podem inter 
 
idoso; 
Outro grave problema que está presente em uma grande parte da população 
idosa é a depressão. Os sintomas depressivos estão relacionados com componentes 
emocionais e biológicos: aflição, apatia, baixa autoestima, perda da libido, distúrbio do 
sono, perda do apetite, entre outros. Contudo, a saúde mental é indispensável para o 
bem-estar geral do indivíduo e, portanto, o diagnóstico de depressão e a correta 
terapia se tornam de extrema importância para os idosos. Este estado emocional 
depressivo pode levar à redução da ingestão alimentar de forma insidiosa, 
contribuindo para o aparecimento da desnutrição nesta população; 
Outro 
 
 
Portanto, é fundamental uma atenção maior aos hábitos alimentares do idoso, 
a fim de evitar distúrbios futuros decorrentes desta. 
 
Sinais de desnutrição em idosos 
Fique atento aos seguintes sinais: 
Falta de apetite 
Perda de peso 
Perda de interesse em alimentos e bebidas 
Fraqueza extrema 
Cansaço extremo 
Dificuldades de concentração 
Sentir frio em boa parte do tempo 
 
 
3 
 
Feridas que demoram a cicatrizar 
Mau humor ou depressão. 
 
Consequências da desnutrição em idosos 
A desnutrição em idosos pode provocar aumento da fragilidade e da 
dependência, além de estar associada ao surgimento de comorbidades. A condição 
também está associada a uma piora do prognóstico de doenças subjacentes e aumenta 
o risco de morte. 
A nutrição adequada, por outro lado, traz mais vitalidade, energia e, portanto, 
disposição e bem-estar para o idoso, que se torna mais independente e funcional. 
Prestar atenção à sua alimentação é fundamental, assim como identificar as causas 
que podem estar provocando a má nutrição, como problemas bucais ou fatores 
emocionais. 
Se o idoso estiver desnutrido, o profissional de saúde irá tratar as causas, assim 
como montar um plano de alimentação adequado, que pode contar o uso de 
suplementos de nutrientes específico para apoiar a melhora do quadro de saúde. 
 
 REFERÊNCIAS 
1 - Mota, Sâmia Macedo Queiroz, et al. "Imunossenescência: alterações imunológicas no idoso." Rev 
Bras Med 67.6 (2009): 183-188. 
2 - Michelon L, Cordeiro Q, Vallada H. Depression. Rev Bras Med 2008 65:15-25. 
3 - Zorrilla EP, Luborksy L, McKay JR et al. The relationship of depression and stressors to immunological 
assays: ameta-analytic review. Brain Behav Immun 2001 15(3):199-226 
4 - Campos MTFS, Josefina Bressan Resende Monteiro JBR, Ornelas APRC. Factors that affect the aged 
people food intake and nutrition. Rev Nutr 2000 13(3):157-65. 
5 - Viana, AC; Fumagalli F. Desnutrição do idoso e saúde público no Brasil. 
Disponível em: 
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2012/downloads/2012/saude/DESNUTRIÇÃ
O%20DO%20IDOSO%20E%20SAÚDE%20PUBLICA%20NO%20BRASIL.pdf 
 
Fonte: 
 
 
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https://www.danonenutricia.com.br/adultos/terapias-nutricionais/desnutricao-no-
idoso.html#:~:text=Com%20exce%C3%A7%C3%A3o%20das%20duas%20primeiras,popula%C3%A7%C3%
A3o%20idosa%20%C3%A9%20a%20depress%C3%A3o. 
 
 
FATORES QUE AFETAM A ALIMENTAÇÃO DOS IDOSOS 
 
Quando as pessoas chegam à terceira idade começam a notar muitas 
diferenças no funcionamento do seu organismo. Algumas delas são uma série de 
fatores que afetam a alimentação dos idosos. 
A qualidade de vida está intimamente ligada à alimentação das pessoas, 
portanto qualquer mudança relacionada a isso prejudica bastante a saúde de todos, 
inclusive idosos. 
Vale lembrar, que estes fatores que afetam a alimentação dos idosos, na sua 
maioria, são decorrentes do envelhecimento, um processo natural pelo qual todas as 
pessoas irão passar na vida. 
 
A importância de entender os fatores que afetam a alimentação dos idosos 
Os idosos necessitam de cuidados especiais e isso somente pode ser feito 
quando há uma compreensão do funcionamento do organismo deles. Que possui 
características totalmente diferentes das apresentadas por um adulto de 30 anos, por 
exemplo. 
Dentre as mudanças que ocorrem no organismo do idoso a alimentação 
merece um destaque. São diversos os fatores que afetam a alimentação dos idosos e 
que podem prejudicar seriamente a sua saúde. 
Por isso é preciso identificar estes fatores o quanto antes para procurar 
minimizá-los ou evitá-los. 
Os fatores principais que afetam a alimentação dos idosos são as alterações 
fisiológicas, as doenças que ele possui e a situação econômica, familiar e financeira e 
que o idoso vive. 
 
 
 
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Alterações fisiológicas 
A origem deste fator que afeta a alimentação do idoso é o envelhecimento. 
Que causa diversas alterações no organismo que prejudicam o processo de 
alimentação de pessoas desta idade. 
Os fatores de origem fisiológica podem ser divididos em três. 
 
FATORES FISIOLÓGICOS QUE PODEM OCORRER EM DECORRÊNCIA DE PROBLEMAS 
NA DIGESTÃO 
alguns são referentes ao processo de mastigação, outros ao processo de 
digestão dos alimentos. 
 
Fatores referentes à mastigação: 
Aparecimento de cáries; 
Doença periodontal; 
Perda de dentes; 
Dentadura má conservada. 
 
Fatores referentes à digestão: 
Diminuição da produção de ácido gástrico, responsável pelo processamento 
dos alimentos. 
Diminuição dos movimentos do intestino grosso; 
Maior probabilidade de apresentar o intestino preso. 
 
FATORES FISIOLÓGICOS QUE PODEM OCORRER EM DECORRÊNCIA DE MODIFICAÇÕES 
SENSORIAIS 
São decorrentes de modificações que prejudicam a percepção a dos sentidos e 
consequentemente a alimentação. 
 
 
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Idosos têm o olfato e o paladar menos apurado o que interfere no gosto dos 
alimentos. Isso faz com que adicionem uma quantidade exagerada de açúcar ou sal 
nos alimentos, o que pode causar ou agravar problemas como diabetes e hipertensão. 
A dificuldade em sentir sabor pode levar a casos de anorexia. já que nessas 
situações o idoso não sente vontade de comer. 
 
FATORES FISIOLÓGICOS QUE PODEMOCORRER EM DECORRÊNCIA DA SEDE 
Idosos sentem menos sede por causa de disfunções e estruturas cerebrais. 
A falta de sede, leva ao menor consumo diário de água. Situação que quando 
combinada com o uso de diuréticos, medicamentos comuns no dia a dia do idoso, 
causam a desidratação do idoso. 
A falta de água também leva à debilidade do organismo das pessoas na terceira 
idade. 
 
PRESENÇA DE DOENÇAS 
Outro fator que afeta a alimentação dos idosos é a presença de doenças no 
organismo. As pessoas acima de 60 anos são mais sensíveis aos sintomas das doenças. 
As doenças, na sua maioria, naturalmente diminuem o apetite. O uso dos 
medicamentos para combatê-las também causa diversas alterações no organismo que 
comprometem o processo de alimentação. 
Confiram os efeitos colaterais dos medicamentos no processo de alimentação 
do idoso. 
Tranquilizantes: diminuem a capacidade de absorção de nutrientes do 
intestino. 
Laxantes e diuréticos: desidratam o organismo e diminuem a quantidade de 
nutrientes necessários para o funcionamento do organismo. 
Antibióticos: destroem a flora intestinal. 
Analgésicos: contribuem para o aparecimento de úlcera e gastrite. 
Esses são os principais fatores que afetam a alimentação dos idosos 
relacionados à presença de doenças. 
 
 
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SITUAÇÕES SOCIAIS 
São os fatores que afetam a alimentação dos idosos relativos às condições 
sociais do indivíduo. 
Idosos em situação social mais frágil não conseguem consumir alimentos com a 
quantidade de nutrientes necessários para a manutenção da saúde. Socialmente, 
possuem menor poder aquisitivo do que pessoas mais novas. 
 
Foto: reprodução 
 
Idosos têm menos preocupação com o seu próprio bem-estar. Muitos, por 
causa da solidão e da falta de importância que dão as suas vidas, consomem menos 
alimentos do que o necessário. 
Esses sentimentos negativos estão ligados à presença de depressão, que deve 
ser tratada assim que aparecerem os seus primeiros sinais. Para evitar estes e outros 
diversos problemas. 
A alimentação do idoso também sofre alterações decorrentes da dificuldade 
que ele apresenta em produzir sua própria comida, o que faz que ele busque alimentos 
fáceis, que por sua vez, não possuem valores nutritivos. 
 
COMO LIDAR COM OS FATORES QUE AFETA A ALIMENTAÇÃO DO IDOSO 
Separamos algumas dicas que podem ajudar a aliviar os fatores que afetam a 
alimentação dos idosos, confira: 
 
 
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Incentive o idoso a comer na mesa com a presença da família; 
Invista em refeições que seja saborosas e nutritivas; 
Corte alimentos pobres em nutrientes 
Ofereça para o idoso água e suco com frequência; 
Faça visitas regulares ao dentista. 
Estes são os principais fatores que afetam a alimentação dos idosos. Agora que 
você os conhece é mais fácil evitá-los e contribuir para a saúde das pessoas na terceira 
idade. 
 
Fonte: https://residencialserenidade.com.br/dicas/fatores-que-afetam-alimentacao-dos-idosos/ 
 
 
CAUSAS POSSÍVEIS PARA A MÁ ALIMENTAÇÃO DE UM IDOSO 
 
Ter uma alimentação saudável é importante em qualquer idade, mas os 
problemas de saúde e as limitações físicas e psicológicas de um idoso podem dificultar 
o cumprimento de uma dieta equilibrada e rica em nutrientes. Conheça as causas da 
má nutrição dos idosos e saiba o que pode fazer para que estes se alimentem 
corretamente. 
A má nutrição e a desnutrição ocorrem entre 15 a 50 % da população idosa. 
Existem sintomas específicos de desnutrição que são observáveis, como a perda de 
peso, desorientação, vertigens, letargia e perda de apetite. Estes são aspetos evidentes 
que mostram que um idoso não se está a alimentar corretamente, contudo, podem ser 
facilmente confundidos com alguma doença ou uma recaída. 
Existem casos concretos de idosos que saltam pelo menos uma refeição por dia 
e outros que numa refeição não chegam a ingerir 1.000 calorias, o que é insuficiente 
para manter uma nutrição adequada. 
Se é uma daquelas pessoas que está a cuidar de um idoso, deve conhecer as 
causas existentes para a má nutrição, assim estará a ajudá-lo a manter uma boa 
alimentação à medida que este vai envelhecendo. 
 
 
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A melhor maneira para descobrir se um idoso se está a alimentar corretamente 
é quando se observa com a máxima atenção os seus comportamentos. Algumas das 
razões mais comuns para a má nutrição nos idosos são: 
Diminuição da sensibilidade: O processo de envelhecimento revela por si 
próprio um obstáculo à boa alimentação, uma vez que é comum assistir à diminuição 
do apetite quando uma pessoa envelhece. Com o passar dos anos, os sentidos vão 
perdendo a sua eficácia. É o caso do olfato e do paladar que perdem a capacidade que 
uma pessoa tem para saborear e apreciar os alimentos. Se a refeição não é apetitosa o 
prazer de comer esvanece-se; 
Os efeitos da medicação: Existem determinados medicamentos que conduzem 
à redução de apetite, causam náuseas e retiram o sabor dos alimentos. Se um idoso 
não tem fome devido aos efeitos da medicação que possa estar a tomar, ele sente 
menos vontade de comer, embora o seu corpo precise de alimentos e calorias para 
desempenhar as tarefas básicas do quotidiano; 
Fraca saúde oral: Os idosos são pessoas mais propensas a sofrer de problemas 
dentários. Fazer uma refeição saudável pode ser uma tarefa muito difícil para um 
idoso, pois o facto da placa dentária estar desajustada, existirem feridas na boca ou 
mesmo não terem dentes fazem com que a mastigação seja uma atividade muito 
dolorosa; 
Encargos financeiros: Os rendimentos, incentivos e apoios de um idoso podem 
ser muito limitados e ao ter preocupações financeiras, um idoso pode cortar nas 
despesas de mercearia ou comprar alimentos mais baratos e menos nutritivos para 
esticar o seu orçamento; 
 Falta de transporte: A fim de fazer compras, um idoso deve dirigir-se ao 
supermercado que se encontra mais próximo. No entanto, nem todas as pessoas têm 
um supermercado à porta de caso e são obrigadas a deslocarem-se a um 
hipermercado que geralmente está situado num centro comercial. Para um idoso ter 
de se deslocar a um shopping é muito desmotivante e arrisca-se a não comer de modo 
a evitar as confusões dos centros comerciais; 
Dificuldades físicas: Os idosos são pessoas que tendem a ficar mais frágeis à 
medida que envelhecem, especialmente se têm de lidar com doenças como a 
fibromialgia, artrite e deficiência. A dor física e a falta de forças podem fazer com que 
tarefas simples como abrir uma lata de feijões seja um enorme desafio. O melhor 
hábito que um idoso pode desenvolver é quando junta à boa alimentação o exercício 
físico regular. Assim, pode reduzir o risco do aparecimento de doenças como a 
osteoporose, diabetes, doenças cardíacas, entre outras; 
 
 
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Esquecimento: Demência, a doença de Alzheimer e a memória fraca pode 
afetar a capacidade de fazer uma refeição equilibrada e variada. Pode estar a fazer 
sempre os mesmos combinados, a comer os mesmos alimentos e até a saltar 
refeições, uma vez que já não se recorda da última vez que comeu; 
Depressão: Existem inúmeros motivos para uma pessoa entrar em depressão. 
Trata-se de uma doença que afeta homens e mulheres de todas as idades e conforme 
as pessoas vão envelhecendo, a vida pode tornar-se mais difícil. Quando um idoso se 
encontra deprimido, isso pode conduzir à diminuição do apetite ou fazê-lo sentir 
apático sobre como cuidar da sua saúde. 
 
Fonte: https://cuidamos.com/artigos/8-causas-possiveis-para-ma-alimentacao-idoso 
 
 
DISFAGIA 
 
Envelhecer com saúde é o desejo da maioria das pessoas e, graças aos avanços 
da medicina e da ciência, isso já é uma realidade. Segundo dados do IBGE, estamos 
vivendo mais: somente no Brasil, estima-se que a população idosa triplique até 2050. 
Se por um lado isso representa um avanço a ser comemorado, por outra evidencia a 
necessidade de uma abordagem mais ampla dos desafios dessa etapa da vida que, por 
natureza,inspira mais cuidados. 
Com o passar dos anos, o corpo vai dando sinais próprios do envelhecimento: 
enfraquecimento da visão e audição, movimentos mais lentos, e dificuldades na hora 
de se alimentar são consequências comuns do avanço da idade. Porém, a atenção aos 
sinais do corpo deve ser redobrada nessa fase da vida, uma vez que a sensibilidade do 
organismo e a fragilidade da saúde são maiores nessa etapa. 
Sinais que muitas vezes passam despercebidos na hora da alimentação podem 
representar muito mais do que incômodos banais. Engasgos frequentes durante a 
refeição, pigarros, tosse, dificuldade de mastigação, lentidão na hora de engolir, recusa 
do alimento e falta de apetite podem ser sinais de disfagia. 
Esse quadro não caracteriza propriamente uma doença, mas um sinal de alerta 
que algo não vai bem no organismo e, se negligenciado, pode levar à complicações que 
podem comprometer seriamente a saúde do idoso: desnutrição, desidratação e 
 
 
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infecções respiratórias graves estão entre as principais consequências da falta de 
atenção à este problema. Como os idosos costumam conviver com doenças crônicas, o 
problema requer ainda mais atenção: além de aumentar a probabilidade de internação 
hospitalar, a disfagia representa um risco à própria vida do paciente. Por isso, 
identificar esses sintomas e buscar auxílio profissional quando o idoso começa a 
apresentar dificuldades na alimentação é fundamental para garantir sua saúde e 
qualidade de vida. 
 
O que causa a disfagia? 
 
Foto: reprodução 
 
O processo normal de deglutição envolve diversas etapas neuromotoras que 
visam transportar o alimento da boca até o estômago de forma segura, evitando que 
pedaços da refeição sejam aspirados e entrem nas vias respiratórias. Anormalidades 
em qualquer uma das etapas desse processo podem caracterizar a disfagia, ou seja, a 
dificuldade de engolir alimentos sólidos ou líquidos. É importante esclarecer que ela 
não é uma alteração exclusiva da terceira idade, podendo ocorrer em qualquer etapa 
da vida. Mas sua incidência é mais comum em pessoas na terceira idade. 
A perda da dentição, do tônus muscular das estruturas faciais (maxilar, 
bochechas, língua) e o uso de próteses dentárias mal adaptadas são problemas 
comuns aos idosos que podem dificultar sua alimentação e reduzir seu apetite. De 
acordo com a nutricionista da Nova Nutrii, especializada em nutrição clínica, Jéssica 
F “O risco nesses casos é a subnutrição e desnutrição comprometendo a 
saúde do idoso, especialmente se ele já convive com alguma doença crônica. Além 
 
 
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disso, a disfagia causada por esses transtornos pode levar ao isolamento, uma vez que 
a refeição também é um at ” 
Outras causas comuns e mais delicadas da disfagia envolvem processos 
automáticos, que são executados pelo organismo sem o nosso controle. A partir do 
momento em que o alimento é engolido, as etapas subsequentes que passam pela 
laringe e esôfago são comandadas pelo cérebro de maneira autônoma, sem que 
possamos interferir. Quando qualquer anormalidade ocorre a partir desse ponto, pode 
ocorrer a sensação de engasgo, de sufocamento e dor ao engolir, levando a pessoa a 
tossir e/ou regurgitar o alimento. 
Sintomas como esse estão ligados à diversos problemas, que só podem ser 
diagnosticados precisamente por um profissional especializado como um 
fonoaudiólogo. Outra razão pela qual essa anormalidade é bem comum em pacientes 
idosos é que as funções que controlam a deglutição podem ser prejudicadas por 
distrofias musculares, canceres e doenças neurológicas como derrames (AVCs), 
traumas no crânio e doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer, Mal de 
Parkinson, esclerose lateral amiotrófica e esclerose múltipla. 
 
Cuidados com a alimentação 
É comum que aos primeiros sinais de dificuldade mastigação e/ou deglutição, o 
idoso corte deliberadamente determinados alimentos da dieta. Alimentos fibrosos ou 
duros como carnes, por exemplo, são consumidos cada vez menos ou em menor 
quantidade. Isso resulta em menor oferta de proteínas, carboidratos e outras 
vitaminas essenciais para manutenção da massa corporal e para obtenção de energia. 
“U ão à disfagia é sua capacidade de 
comprometer ainda mais outros quadros clínicos do idoso, que normalmente já 
convive com doenças crônicas. A desnutrição e desidratação decorrentes desse 
problema aumentam as chances de necessidade de internação hospitalar, além de 
 ” – explica Jéssica 
Freitas. 
Outro agravante é que a ingestão de líquidos requer maiores cuidados em 
pacientes com disfagia: como esses alimentos passam mais rapidamente pela 
garganta, têm mais chances de serem broncoaspirados. A entrada de alimentos e 
líquidos no pulmão é extremamente perigosa, podendo acarretar em pneumonias, 
graves infecções no sistema respiratório ou até mesmo asfixia. Isso significa que até 
mesmo um simples copo d´água pode ser um desafio para o idoso com disfagia. 
 
 
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O ? “P 
reduzir tanto o desconforto ao deglutir, quanto os riscos de broncoaspiração. A 
alteração da textura dos alimentos é um dos principais passos. A adoção de uma dieta 
 “ ” 
líquidos são medidas que podem ajudar a de deixar a água e outras bebidas mais 
espessas, facilitando a ingestão e minimizando o risco ” – explica a 
nutricionista. 
Porém, isso não significa que o idoso passará a ter uma alimentação monótona, 
 : “J 
alterar a textura do alimento, sem modificar sua cor ou sabor, facilitando a introdução 
 ” 
necessidade de amassar ou processar os alimentos, isso não significa que a dieta do 
 : “P limentos liquidificados podem facilitar a 
aceitação, mas para que fiquem mais atrativos e saborosos, é recomendado que se 
amasse e sirva os alimentos separadamente. 
Dessa forma preserva-se o sabor, cor e odor do alimento, estimulando o 
paladar e permitind ” – aconselha 
Jéssica. Da mesma forma, a interação social é muito importante: sempre que possível, 
o idoso deve fazer as refeições à mesa, juntamente com a família, para tornar essa 
hora mais agradável. 
Cuidados durante a refeição também devem fazer parte da rotina do idoso: 
comer e engolir vagarosamente, manter a postura durante a alimentação e atentar-se 
a higiene bucal são medidas que devem ser feitas diariamente. É importante que 
cuidadores e familiares supervisionem a alimentação de idosos, mesmo que eles 
tenham independência para se alimentar sozinhos, afim de auxiliar em qualquer 
dificuldade. 
Quando a situação é mais delicada e o paciente encontra-se acamado, o 
cuidador / familiar deve ter sempre o cuidado de deixar o idoso em posição reclinada 
durante as refeições afim de evitar complicações. Além disso, a dificuldade de 
adaptação à dieta e problemas na absorção dos nutrientes podem levar à necessidade 
da suplementação nutricional, afim de tratar ou pre : “O 
suplementos alimentares podem enriquecer a dieta em termos calóricos e vitamínicos, 
suprindo a carência de micronutrientes. Eles podem combater a perda muscular, 
enfraquecimento ósseo e comprometimento do sistema imunológico causados pela 
 ” – explica. 
 
 
 
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Tratamento 
O tratamento da disfagia depende muito das suas causas, por isso, mesmo 
diante dos sinais mais brandos, é fundamental recorrer à um profissional de saúde 
para investigar a origem do problema. Normalmente,esse processo envolve uma 
equipe multidisciplinar que, em conjunto, vai indicar a forma mais adequada de 
reverter o problema ou amenizar os transtornos e prover mais qualidade de vida 
quando a situação é permanente. 
Otorrinos, fonoaudiólogos e geriatras compõem o quadro de profissionais que 
podem estar envolvidos no diagnóstico. Porém, no geral, o acompanhamento de um 
nutricionista é indispensável no tratamento, uma vez que a dieta deve ser revista e 
adaptada. Por isso, a especialista Jéssica Freitas reforça as orientações que podem 
ajudar a facilitar a convivência com a disfagia: 
- A alimentação deve ser feita sem pressa, os alimentos devem ser bem 
mastigados e engolidos vagarosamente; 
- Mesmo com a dificuldade, o idoso não deve se isolar. A alimentação deve ser 
uma hora prazerosa, de interação com familiares e amigos; 
- A postura durante a refeição é fundamental para o conforto e segurança: o 
idoso deve permanecer sentado ou levemente reclinado afim de reduzir a chance de 
engasgo; 
- Os cuidados com a saúde e higiene bucal são indispensáveis, próteses mal 
adaptadas e problemas de dentição podem agravar a perda do apetite; 
- Alimentos pastosos e bebidas espessas reduzem a chances de engasgo, porém 
alterações drásticas dieta devem ser orientadas por um nutricionista; 
- Adequar a consistência da dieta de acordo com a aceitação do paciente e 
orientação de um profissional da saúde. 
Ao notar perda do apetite e/ou perda excessiva de peso, procure 
imediatamente um médico. 
 
Fonte: https://www.nutrii.com.br/blog/envelhecimento-e-dificuldades-alimentares-como-lidar-com-
disfagia/

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