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• A queda representa um grande problema para as pessoas idosas dadas as suas consequências, como trauma grave, incapacidade e até mesmo a morte. • São resultado da combinação de alta incidência com alta suscetibilidade à lesões cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano, e essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos e 50% entre os que residem em ILPI (Instituição de longa permanência para idosos). • As mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as frequências se igualam dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização e desses, apenas metade sobreviverá após um ano. • As causas mais comuns relacionadas às quedas de pessoas idosas na comunidade são relacionadas ao ambiente; fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha; tontura/vertigem; alteração postural/hipotensão ortostática; lesão no SNC; síncope (desmaio ou perda temporária e súbita da consciência); redução da visão. • • FATORES INTRÍNSECOS: Decorrem das alterações fisiológicas relacionadas ao avançar da idade, da presença de doenças, de fatores psicológicos e de reações adversas de medicações em uso idosos com mais de 80 anos; sexo feminino; imobilidade; quedas precedentes; equilíbrio diminuído; marcha lenta e com passos curtos; baixa aptidão física; fraqueza muscular membros inferiores e superiores; alterações cognitivas; doença de Parkinson; polifarmácia; uso de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos. • FATORES EXTRÍNSECOS: Estão relacionados aos comportamentos e atividades das pessoas idosas e ao meio ambiente. • Ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados e mal construídos, com barreiras arquitetônicas representam os principais fatores de risco para quedas. • A maioria das quedas acidentais ocorre dentro de casa ou em seus arredores, geralmente durante o desempenho de atividades cotidianas como caminhar, mudar de posição, ir ao banheiro. • Cerca de 10% das quedas ocorrem em escadas sendo que descê-las apresenta maior risco que subi-las. • A influência dos fatores ambientais no risco de quedas associa-se ao estado funcional e mobilidade da pessoa idosa quanto mais frágil, mais suscetível. • Manobras posturais e obstáculos ambientais que não são problemas para pessoas idosas mais saudáveis podem transforma-se em séria ameaça à segurança e mobilidade daquelas com alterações em equilíbrio e marcha. • OS RISCOS DOMÉSTICOS MAIS COMUNS: • FATORES QUE AGRAVAM A OCORRÊNCIA DE LESÃO NA QUEDA: Ausência de reflexos de proteção; densidade mineral óssea reduzida – osteoporose; desnutrição; idade avançada; resistência e rigidez da superfície sobre a qual se cai; dificuldade para levantar após a queda. • Quedas com impacto direto sobre quadril e punho têm maior probabilidade de resultar em fraturas quando há uma superfície intermediária, por exemplo, uma cadeira, a probabilidade de ocorrer fratura diminui, bem como com aqueles que conseguem reduzir a energia da queda, segurando-se. • AVALIAÇÃO DAS QUEDAS: • Instabilidade postural e quedas são importantes marcadores de diminuição de capacidade funcional e fragilidade em pessoas idosas assim, a referência da ocorrência de queda sempre deve ser valorizada identificar a causa que levou a queda e tratá-la reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, implementando intervenções adequadas. • A AVALIAÇÃO DA QUEDA ENVOLVE ASPECTOS BIOLÓGICOS, FÍSICO-FUNCIONAIS, COGNITIVOS E PSICOSSOCIAIS: Ao contexto e mecanismo das quedas; às condições clínicas da pessoa idosa, considerando as doenças crônicas e agudas presentes; a medicação em uso (prescritas ou automedicadas). • PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES: Lesões de partes moles, restrição prolongada ao leito, hospitalização, institucionalização, risco de doenças iatrogênicas (por tratamento médico), fraturas, hematoma subdural, incapacidade e morte. • MEDIDAS PRÁTICAS PARA MINIMIZAR AS QUEDAS: • Educação para o autocuidado. • Utilização de dispositivos de auxílio à marcha (quando necessário) como bengalas, andadores e cadeiras de rodas. • Utilização criteriosa de medicamentos evitando-se, em especial, as que podem causar hipotensão postural. • Adaptação do meio ambiente (residência e locais públicos): Acomodação de gêneros alimentícios e de outros objetos de uso cotidiano em locais de fácil acesso, evitando-se a necessidade de uso de escadas e banquinhos orientação para a reorganização do ambiente interno à residência, com o consentimento da pessoa idosa e da família sugerir a colocação de um diferenciador de degraus nas escadas bem como iluminação adequada da mesma, corrimãos bilaterais para apoio e retirada de tapetes no início e fim da escada colocação de pisos antiderrapantes e barras de apoio nos banheiros, evitar o uso de banheiras, orientar o banho sentado quando da instabilidade postural e orientar a não trancar o banheiro. • • Osteoporose é um distúrbio esquelético crônico e progressivo, de origem multifatorial, que acomete principalmente pessoas idosas, tanto homens quanto mulheres, geralmente após a menopausa. • Caracteriza-se por resistência óssea comprometida, predispondo ao aumento do risco de fratura, à dor, à deformidade e à incapacidade física. • A resistência óssea reflete a integração entre densidade e qualidade óssea, que é determinada por vários fatores microarquitetura trabecular interna, taxa de remodelamento ósseo, macroarquitetura, acúmulo de microdanos, grau de mineralização e qualidade da matriz. • É comum conceituar OP como sendo sempre o resultado de perda óssea, entretanto, uma pessoa que não alcançou seu pico máximo durante a infância e a adolescência, por desnutrição, doenças disabsortivas ou anorexia nervosa, por exemplo, pode desenvolver OP sem ocorrência da perda óssea acelerada por isso, otimizar o pico de massa óssea na infância e na adolescência é tão importante quanto a perda óssea no adulto. • O aumento da morbidade e da mortalidade pela OP está associado a custos econômicos significativos relacionados com a hospitalização, cuidados ambulatoriais, institucionalização, incapacidades e mortes prematuras. • O conhecimento dos diversos fatores de risco possibilita a fazer prevenção da OP desde a infância e ter um tratamento mais eficaz. • CLASSIFICAÇÃO: É classificada como primária, subdividida em tipos I e II, ou secundária. • EPIDEMIOLOGIA: O Brasil é um país com grande mistura étnica com distribuição regional heterogênea, por isso, a prevalência da OP nos estudos brasileiros realizados, variar de 6 a 33% dependendo da população e de outras variáveis avaliadas. • A prevalência varia segundo a influência de vários fatores sobre a massa óssea e a facilidade de se realizar o diagnóstico, entretanto, atualmente, a literatura registra incidência de 50% para as mulheres na 8ª década e 20% para os homens da mesma idade. • As fraturas de punho ocorrem com mais frequência por volta da 5ª década, as vertebrais aumentam depois dos 60 anos, enquanto as fraturas de fêmur têm sua maior incidência a partir da 7ª década. • FISIOPATOLOGIA: O osso é uma forma rígida de tecido conjuntivo, formado por células, osteócitos, osteoblastos (Ob) e osteoclastos (Oc). • Os osteócitos encontram-se cravado em uma matriz proteica de fibras colágenas impregnadas de sais minerais, especialmente de fosfato de cálcio a matriz apresenta-se, na fase orgânica, constituída de colágeno, proteínas e glicosaminoglicanos; na fase inorgânica, encontram-se, principalmente, hidroxiapatita (fosfato de cálcio) e menores quantidades de outros minerais. • Os Osteoblastos e os Osteoclastos estão no periósteo (membrana de tecido conectivo que reveste exteriormente o osso) e no endósteo (camada de tecido conectivo vascular que reveste a cavidade medular do osso), formando a matriz óssea. • As fibras colágenas dãoelasticidade, e os minerais, resistência. • Na infância, dois terços da substância óssea são formados por tecido conjuntivo na velhice, são os minerais que predominam essa transposição de conteúdo leva a menor flexibilidade e aumenta a fragilidade do osso. • Na composição do esqueleto, há aproximadamente 80% de osso cortical ou compacto, com funções mecânica e protetora, portanto mais resistente, e 20% de osso trabecular ou esponjoso, mais frágil, responsável pela função metabólica. • REMODELAÇÃO ÓSSEA: • Na infância, o esqueleto aumenta de tamanho por crescimento longitudinal, o qual cessa com o fechamento epifisário por volta dos 20 anos e por aposição de novo tecido ósseo nas superfícies externas do córtex esse processo é conhecido como modelação. • Na puberdade, aumenta a produção dos hormônios sexuais, com consequente maturação óssea, sendo alcançado o máximo de massa e densidade óssea na fase adulta jovem uma vez alcançado o pico de massa óssea, o processo de remodelação torna-se a principal atividade metabólica do esqueleto o resultado final é a reposição óssea em igual quantidade da absorvida, mantendo a massa constante. • Após os 30 anos, em vários locais do esqueleto, o processo de reabsorção e reposição não se faz na mesma proporção, predominando a fase de reabsorção, devido ao aumento da atividade osteoclasto ou por diminuição do osteoblasto, sendo mais marcante na mulher pós-menopausa. • FATORES DE RISCO: • Clinicamente, o que se observa é um somatório dos fatores de risco do passado e do presente, incluindo tanto a genética quanto o estilo de vida a ocorrência de uma fratura é um importante fator de risco para futuros episódios, por isso, o objetivo clínico é prevenir a primeira fratura. • IDADE E SEXO: A partir dos 35 anos de idade, o osso cortical apresenta perda de 0,3 a 0,5% por ano, tanto em homens quanto em mulheres, podendo ser 10 vezes maior na menopausa ao longo da vida, as mulheres perdem 35 a 50% do osso trabecular e 25 a 30% do osso cortical, enquanto os homens perdem 15 a 45% do osso trabecular e 5 a 15% do osso cortical. • A diferença sexual no esqueleto está mais relacionada com o tamanho do que com a densidade, sendo o osso masculino frequentemente maior que o feminino, o que contribui para a maior frequência de fratura osteoporótica nas mulheres além disso, a diminuição da massa esquelética é primariamente causada pela queda dos hormônios gonadais dependente da idade, ou seja, a queda dramática dos hormônios nas mulheres está relacionada com a redução de massa óssea, enquanto, nos homens, o decréscimo é gradual. • ETNIA: A prevalência de fratura é muito rara nos países africanos e na Jamaica a OP é relativamente comum na Europa e na Índia, embora, entre os indianos, a osteomalacia (enfraquecimento e desmineralização óssea por falta de cálcio e vitamina D) contribua para as fraturas as meninas negras formam, durante a adolescência, maior quantidade de massa óssea do que as brancas. • GENÉTICA: É responsável por 85% da variância interpessoal da densidade mineral óssea (DMO), por isso, a presença de OP e a história de Fratura do Fêmur Proximal (FFP) materna estão classificadas como fatores maiores de risco embora a maioria dos estudos genéticos seja realizada com mulheres, recentes trabalhos sugerem que história familiar positiva de fratura é também importante na detecção da DMO em homens. • ATIVIDADE FÍSICA E NUTRIÇÃO: A maioria dos estudos ressalta o efeito positivo do exercício físico na densidade mineral óssea, especificamente no local musculoesquelético ativado a nutrição pode ter um papel na perda óssea relacionada com a idade, sendo os principais pilares do osso, cálcio, proteína e fósforo. • EXPOSIÇÃO SOLAR: A adequada exposição solar é necessária para a produção de vitamina D na pele, substância fundamental para a absorção de cálcio pelo tubo digestivo no Brasil, as fontes alimentares de vitamina D são escassas e não fazem parte do nosso hábito alimentar. • IDOSO x JOVENS: Nos idosos, a síntese cutânea da vitamina D é bem menor quando comparada com os jovens devido ao envelhecimento da pele soma-se o fato de permanecerem mais em casa e, quando saem, cobrirem mais seus corpos com roupas, constituindo-se em um grupo de risco para deficiência de vitamina D. • TABAGISMO: O tabagismo é outro fator de risco para OP os fumantes têm de 10 a 30% menos conteúdo mineral ósseo do que os não fumantes o mecanismo não está claro, mas admite-se que seja multifatorial além disso, as mulheres fumantes entram na menopausa precocemente e, quando submetidas à terapia hormonal, apresentam menor ganho da massa óssea comparadas às não fumantes. • MEDICAMENTOS: Vários medicamentos afetam a massa esquelética, podendo acelerar a perda óssea, assim como alterar o cálcio sérico os principais são os corticosteroides, além dos anticonvulsivantes, os imunossupressores e os antirretrovirais, por isso, devem ter indicação precisa e serem utilizados na menor dose efetiva, durante o menor tempo necessário. • INSTRUMENTO PARA AVALIAR O RISCO DE FRATURA: • A OMS desenvolveu em 2008 o FRAX (ferramenta de avaliação do risco de fratura), o qual estima a probabilidade de fratura de quadril ou fratura osteoporótica combinada em 10 anos (quadril, vértebra, úmero ou punho) para uma pessoa não tratada, através dos fatores e risco, usando ou não a densidade mineral óssea (DMO). • Pessoas de baixo e médio risco para fratura, avaliados pelo FRAX, é necessária a medida de DMO, enquanto naqueles de alto risco a intervenção está justificada sem essa medida. • SINAIS E SINTOMAS: • Geralmente, a OP é assintomática. • Os pacientes tomam conhecimento da doença quando ocorre uma fratura ou o médico observa aumento da radiotransparência em exame radiológico ou quando é realizada a avaliação da composição corporal (DXA). • Os locais de maior ocorrência de fraturas de baixo impacto são vértebras, punho e região proximal do fêmur. • Geralmente após os 70 anos, as fraturas femorais são mais recorrentes, quando o indivíduo já não apresenta reflexos posturais adequados, caindo sentado. • A maioria das fraturas vertebrais ocorre nas vértebras torácicas inferiores ou lombares superiores, provocadas por mínimos traumas, como ao inclinar-se para frente para pegar um objeto, levantar um peso maior, tossir, sentar-se abruptamente ou até pequenas quedas. • DIAGNÓSTICO: Não há clínica significativa para o diagnóstico da OP em suas fases iniciais, porém exame físico e anamnese completos deverão ser realizados no indivíduo sob suspeita da doença, na tentativa de buscar uma classificação etiológica, e é fundamental para identificar possíveis fatores de risco. • EXAME FÍSICO: Estatura, peso corporal, hipercifose dorsal (desvio da coluna – corcunda), abdômen protuso, outras deformidades esqueléticas, sinais físicos de doenças associadas à osteoporose como hipertireoidismo, deformidades e edema articular (artrite reumatóide) e etc. • EXAMES LABORATORIAS: Os exames laboratoriais são geralmente normais na OP primária, do tipo I ou II. • A solicitação visa estabelecer a presença de fatores secundários determinantes da perda de massa óssea, mesmo na ausência de sinais e sintomas clínicos devem ser solicitados em todos os pacientes que apresentem OP. • A seleção de exames foi atualizada depois do Consenso Osteoporose da Sociedade Americana de Endocrinologia: Hemograma, velocidade de hemossedimentação (VHS), cálcio sérico, fósforo sérico, proteína total, albumina, enzimas hepáticas, creatinina, eletrólitos, glicemia de jejum, dosagem de cálcio na urina de 24 h. • Atualmente, a dosagem de vitamina D sérica tem sido incorporada a esse arsenal diagnóstico devido à grande prevalência de deficiência na nossa população. • Existindo história clínica ou achados de examefísico sugestivos de outras causas secundárias, testes laboratoriais adicionais podem ser necessários hormônio tireoestimulante (TSH) e paratormônio (PTH) intacto sérico, cortisol urinário livre, marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo, aspiração de medula óssea, etc. • A biopsia de crista ilíaca com tetraciclina marcada (histomorfometria óssea) deverá ser considerada quando nenhuma outra causa subjacente para a OP puder ser diagnosticada, quando a terapêutica não for efetiva ou quando houver suspeita de mastocitose (inflamação dos mastócitos) ou osteomalacia. • BIOMARCADORES ÓSSEOS: Os biomarcadores ósseos são produtos da degradação do osso, liberados para a circulação ou urina, derivados de atividade osteoblástica e/ou osteoclástica, durante as fases de formação e reabsorção óssea, traduzindo, em última análise, a remodelação (turnover) óssea. • Nenhum desses marcadores é específico da OP, podendo ser influenciados por outros fatores, como, por exemplo: clearance metabólico, seus próprios ritmos circadianos e precisão dos testes. • Os biomarcadores são de grande interesse em pesquisa e parecem correlacionar-se bem com as fases do metabolismo ósseo nos estudos populacionais. • No uso clínico em pacientes individuais, ainda existem dúvidas quanto à relação custo/benefício no entanto, podem ser úteis em algumas situações como, determinação do risco de fratura, determinação da resposta terapêutica a alguns agentes antirreabsortivos, identificação dos indivíduos com alto turnover ósseo, para predizer perda óssea rápida. • O melhor uso dos biomarcadores é ainda no monitoramento terapêutico, embora isso não seja consensual. • RADIOGRAFIAS CONVENCIONAIS: A sensibilidade e a precisão das radiografias simples para determinar baixa massa óssea são fracas, e na ausência da fratura vertebral, essa técnica não pode ser utilizada para diagnosticar a OP precocemente. • No entanto, na presença de fratura por baixo impacto, independente da DMO, o paciente deverá ser considerado como osteoporótico. • As radiografias devem ser solicitadas como mais um exame complementar, visando estabelecer a presença de fraturas vertebrais. • TÉCNICAS QUE MEDEM A DENSIDADE ÓSSEA: Com elas, podemos diagnosticar as perdas ósseas, avaliar o risco de fratura e monitorar o tratamento. • ULTRASSONOMETRIA ÓSSEA: Seus parâmetros físicos ainda não estão bem estabelecidos, a exatidão permanece desconhecida, assim como suas limitações, artefatos e problemas técnicos. • O equipamento mais comumente utilizado é o que mede a velocidade de propagação (SOS) e a atenuação do som em calcâneo e tíbia (BUA) pela combinação desses dois parâmetros, é estabelecido um índice que se expressa como a resistência óssea ou stiffness, que se relaciona ao risco de fraturas do colo femoral em mulheres acima dos 65 anos esse método não apresenta boa correlação com os resultados obtidos pela DXA, e ainda não existem critérios diagnósticos que se apliquem à ultrassonometria. • DENSITOMETRIA ÓSSEA: A DXA é um termo aplicado a métodos capazes de medir a quantidade de osso (conteúdo mineral) em uma área ou volume definido, calculando, como resultado desses dois parâmetros, a DMO. • Mede a densidade óssea, em valores absolutos (g/cm2), em todo o esqueleto ou em regiões específicas, comparando-os às curvas de normalidade, estabelecendo o diagnóstico precoce da doença, o nível de gravidade e o risco de fratura óssea amostras são obtidas durante a evolução da aquisição absorciométrica, por meio delas, a imagem vai sendo processada pelo computador. • A DXA permite estabelecer o diagnóstico da OP; determinar o risco de fraturas; auxiliar na identificação de candidatos para intervenção terapêutica; avaliar as mudanças na massa óssea, com o tempo, em pacientes tratados ou na evolução natural da doença; e aumentar a aceitação e a adesão aos diferentes tratamentos. • A DXA avaliada pela técnica DEXA é ainda hoje o padrão-ouro no diagnóstico da OP. • BIOPSIA ÓSSEA: Sua indicação principal é a realização do diagnóstico diferencial das doenças osteometabólicas o fragmento ósseo é retirado 2 cm abaixo da crista ilíaca anterossuperior. • TRATAMENTOS: • MEDIDAS PREVENTIVAS NÃO FARMACOLÓGICAS: A prevenção da OP e das fraturas consequentes apoia-se em um tripé: Adequada nutrição, bons hábitos de vida, incluindo exercícios físicos, evitando alcoolismo e tabagismo, controle do ambiente para prevenção das quedas. • CÁLCIO: Todas as pessoas se beneficiarão de uma dieta rica em cálcio ou da sua suplementação para manutenção da saúde em geral, e, em particular do tecido ósseo. • Crianças de 3/4 a 8 anos necessitam, respectivamente, de 500mg e 800mg de cálcio por dia. • A necessidade diária de cálcio dos adolescentes de ambos os sexos é de 1300mg. • Os adultos de 19 a 50 anos devem consumir de 800 mg a 1000mg de cálcio ao dia enquanto os maiores que 50 anos e os idosos, 1200 mg de cálcio por dia. • Para mulheres com osteoporose é preconizado o consumo de 1500mg ao dia, associados a 400-800 mg de vitamina D. • O cálcio pode ser pouco absorvido na presença de alimentos ricos em oxalato, como o espinafre, a batata-doce e o aspargo; ou ricos em fitato, como o farelo de trigo a presença de magnésio, além de outros minerais, é fundamental para absorção do cálcio. • Nos casos de suplementação medicamentosa, deve-se dar preferência ao Cálcio quelato e ao Carbonato de cálcio, devido a sua maior absorção, em relação ao Gluconato e ao lactato. • Nas mulheres propensas à litíase renal, o Citrato de cálcio deve ser preferido. • VITAMINA D: A vitamina D pode ser adquirida por meio da alimentação, medicação e exposição ao sol, no mínimo 15 minutos, em horários e durante períodos adequados (início da manhã e final da tarde) pode ser administrada na dose de 400 a 800 UI/dia, especialmente em mulheres acima de 65 anos, em idoso institucionalizados ou com osteoporose estabelecida. • Entretanto, uma revisão sistemática demonstrou que ainda permanecem incertezas no uso de vitamina D e derivados isoladamente para prevenção de fraturas. • ATIVIDADE FÍSICA: A prática regular prática corporal/atividade física, é importante para a manutenção da densidade mineral óssea e para o tratamento da osteoporose. • Principalmente os exercícios aeróbicos e com peso (musculação), pois, tem sido associado com manutenção e ganho da massa óssea em mulheres na pós-menopausa, tanto na coluna vertebral, como no quadril - observando sempre as possibilidades de cada uma. • Em pacientes com osteoporose estabelecida, deve-se evitar exercícios de alto impacto pelos ricos de fraturas que podem acarretar. • Além dos efeitos benéficos sobre o tecido ósseo, uma regular prática corporal/ atividade física melhora o equilíbrio, a elasticidade e a força muscular que, em conjunto, diminuem os riscos de quedas e, consequentemente, de fraturas. • Recomenda-se caminhadas de 30 a 45 minutos, no mínimo, três a quatro vezes por semana, preferentemente, à luz do dia. • MEDIDAS FARMACOLÓGICAS: O objetivo do tratamento medicamentoso na OP é a diminuição do risco de fratura e aumento da massa óssea. • Segundo o Consenso Brasileiro de Osteoporose em 2002 devem ser tratados: • Mulheres com OP pós-menopáusica; • Mulheres com fraturas atraumáticas e baixa DMO; • Mulheres com T-score de DMO < – 2,5 DP sem fatores de risco; • Mulheres com baixa DMO limítrofe (T-score < –1,5 DP) se fatores de risco estiverem presentes; • Mulheres nas quais medidas não farmacológicas não foram eficazes (persistência da perda óssea ou ocorrência de fraturas atraumáticas). • Devemos tratar os indivíduos que tiverem risco de fratura baseado na conjunção de: Fatores maiores de risco clínico, baixa massa óssea, marcadores ósseos elevados. • A suplementação de cálcio e vitamina D faz partede praticamente todos os esquemas terapêuticos. • BIFOSFONADOS: São a classe de drogas de primeira escolha no manejo da osteoporose, devendo ser utilizados com suplementação de cálcio e de vitamina D conforme acima definido. • Estas drogas já demonstraram serem capazes de melhorar a densidade mineral óssea e reduzir a incidência de fraturas em prevenção secundária. • Entre os bifosfonados, o alendronato e o risendronato são preferíveis devido à maior documen-tação de benefício em prevenção de fraturas e à maior comodidade posológica os estudos com pamidronato são limitados, mas, esta droga pode ser usada ciclicamente por via intravenosa, o que não afeta o trato gastro-esofágico. • Contraindicações: Nos pacientes que apresentem hipersensibilidade ao produto, hipocalcemia, osso adinâmico (radioterapia), incapacidade de permanecer sentado ou de pé após a ingestão do medicamento, alterações esofágicas que lentifiquem o trânsito, refluxo gastresofágico, úlceras gástricas em atividade ou insuficiência renal grave (usar com cautela) hipocalcemia (baixo cálcio no sangue) e hipersensibilidade ao risedronato - (OBS: A hipocalcemia deve ser corrigida antes do início da terapia com qualquer bisfosfonato). • TERAPIA HORMONAL: A Terapia Hormonal não deve ser considerada de primeira escolha isoladamente no tratamento da osteoporose estabelecida, mas poderá ser útil quando associada a um bisfosfonado. • A avaliação das indicações, contra-indicações, dos riscos e benefícios da utilização desse tratamento necessita de análise individualizada. • Contraindicações: Indivíduos com câncer de mama (presente ou suspeito), neoplasia estrógeno-dependente, sangramento vaginal anormal, sem diagnóstico etiológico, tromboflebite aguda (inflamação de uma ou mais veias causadas por um coagulo sanguíneo) ou história de doenças tromboembólicas e/ou hipersensibilidade aos hormônios. • SERM - moduladores seletivos dos receptores de estrogênio: Têm como representante o raloxifeno, ele age como agonista estrogênico no perfil lipídico e na massa óssea, não interferindo na mama e no endométrio. • O raloxifeno é administrado por via oral na dose de 60 mg/dia. • Estudos prospectivos randomizados contra placebo mostraram que o raloxifeno é capaz de aumentar discretamente a massa óssea e diminuir a incidência de 30 a 50% das fraturas vertebrais nas mulheres os estudos não tiveram sucesso em demonstrar a diminuição de incidência das fraturas não vertebrais. • Os efeitos colaterais mais frequentes são fogachos e cãibras nos membros inferiores, e os mais graves são os eventos tromboembólicos venosos. • Contraindicações: História de doença tromboembólica venosa e mulheres no climatério com sintomas vasomotores importantes (SERM piora os fogachos). • CALCITONINA: Já demonstrou ser capaz de melhorar densidade mineral óssea e de reduzir fraturas vertebrais em pacientes com osteoporose estabelecida, embora seu benefício seja inferior aos bifosfonados, especialmente, em relação às demais fraturas osteoporóticas a calcitonina pode ser uma alternativa para casos de doença péptica (úlcera gástrica) ou insuficiência renal. • Contraindicações: Hipersensibilidade ao fármaco. • EFETIVIDADE DO TRATAMENTO: O tratamento da osteoporose é essencialmente de longa duração pessoas com massa óssea estável ou com ganhos devem ser encorajadas a continuar o tratamento. • A decisão final sobre a duração e o tipo da terapia deve basear-se no julgamento clínico e individualizado de cada caso, considerando suas características, necessidades e possibilidades.