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Prática Jurídica em Direito Criminal IV

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PRÁTICA JURÍDICA EM DIREITO 
CRIMINAL
UNIDADE 4 – EXECUÇÃO DA PENA
Ana Paula de Pétta
- -2
Introdução
Nesta quarta e última unidade do curso de Prática Penal, estudaremos a fase de execução da sentença. Após o
trânsito em julgado da sentença condenatória ou absolutória imprópria, tem início a execução da sentença.
Trataremos de aspectos gerais da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84) e dos principais requerimentos a
serem feitos nesta etapa.
Como de costume, vale ressaltar que o texto é um resumo. É sempre indicada a leitura da doutrina, bem como a
atualização jurisprudencial sobre o tema.
4.1 Execução penal
Com a prática da infração penal surge para o Estado o ou direito de punir. Esse direito abrange ajus puniendi
persecução penal (que tem início com a investigação e termina com o trânsito em julgado da sentença) e a
execução de eventual sentença condenatória ou absolutória imprópria (imposição de medida de segurança).
Logo, verifica-se que não basta ao Estado, para satisfazer seu direito de punir, a imposição de uma pena ou
medida de segurança. A satisfação será integralizada com a integral execução da sanção penal imposta.
Para a execução da sentença, deve ser instaurado o processo de execução e, de acordo com o art. 1º da LEP
caberá ao Estado, durante a execução, proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado
e do internado.
4.2 Princípios aplicáveis à fase de execução
Tratemos agora dos principais princípios que regem a execução penal.
Humanidade das penas
O condenado é sujeito de direitos e isso deve ser respeitado pelo Estado. Merece tratamento adequado à condição
humana.
Legalidade
Previsto nos arts. 3º e 45 da LEP. O juiz das execuções deve observar o disposto na sentença e suas decisões não
devem atingir direitos não atingidos pelo decreto condenatório ou absolutório impróprio. Também não haverá
falta ou sanção disciplinar não expressa na Lei e anteriormente à prática da conduta.
Contraditório e ampla defesa
Antes de qualquer decisão judicial, acusação e defesa devem sempre ser ouvidas.
Individualização das penas
O juiz da execução deve respeitar o que está determinado na sentença que executa.
4.3 Execução definitiva x Execução provisória
Existem duas espécies de execução: definitiva e provisória.
A é aquela que toma por base uma sentença condenatória ou absolutória imprópria comexecução definitiva
trânsito em julgado.
A , por sua vez, ocorre antes do trânsito em julgado.execução provisória
Doutrina e jurisprudência criaram a execução provisória para garantir ao réu que aguarda preso o processo, bem
como o recurso após a sentença de 1ª instância, os direitos previstos na LEP.
O STF tratou do tema na Súmula 716: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
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O STF tratou do tema na Súmula 716: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória”.
Assim, o réu que esteja preso provisoriamente (prisão preventiva) está com sua liberdade restrita e já faz jus à
aplicação dos dispositivos da LEP. Sabe-se que existe uma demora até que ocorra o trânsito em julgado,
especialmente na fase recursal. Assim, para que o condenado não seja punido pela demora do Estado em
processar e julgar os recursos, pode ir fazendo os requerimentos da fase de execução e progredindo de regime,
por exemplo. Essa execução provisória já é pacificada e aplicada amplamente na prática.
Outra espécie de execução provisória gera discussões. É aquela que tenha por base uma sentença de condenação
confirmada em segunda instância, mas da qual tenham sido interpostos recursos ao STJ e/ou ao STF.
Em 2016, no julgamento do HC 126.292/SP, a Suprema Corte entendeu pela possibilidade do início da execução
da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau, sob o argumento de que essa decisão
não ofende o princípio da presunção de inocência, já que a confirmação da sentença em segunda instância
encerra a análise de mérito. Mas não se trata de entendimento pacificado, pois desde que a Corte proferiu tal
decisão, várias ações foram propostas para discutir o assunto.
Em 07 de novembro de 2019, o plenário do STF finalizou o polêmico julgamento da possibilidade de prisão após
condenação em 2ª instância. Por seis votos a cinco, os ministros decidiram que não é possível a execução da pena
depois de decisão condenatória confirmada em 2ª instância, devendo-se aguardar o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
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4.4 Estrutura da LEP
Muito comum ouvirmos severas críticas ao sistema penitenciário e 
a afirmação de que não temos leis nesse sentido.
O sistema penitenciário, sim, possui problemas e merece algumas 
críticas. No entanto, é falacioso dizer que não temos leis. A nossa Lei 
de Execução Penal é muito bem elaborada.
No título II, a LEP trata do condenado e do internado, estabelecendo 
regras de classificação dos presos; de assistência material jurídica, 
educacional, social, religiosa e à saúde aos presos e internados; 
trata também da assistência aos egressos.
No mesmo título, a partir do Capítulo III, a LEP trata do trabalho do 
preso, delimitando as regras para trabalho interno e externo. Já no 
capítulo IV, trata dos deveres, direitos e da disciplina dos presos, 
bem como trata das faltas disciplinares, sanções e recompensas e 
aplicação dessas sanções. Trata ainda do procedimento disciplinar.
No título III, a LEP trata dos órgãos da execução penal: Conselho 
Nacional de Política Criminal e Penitenciária; Juízo da Execução; 
Ministério Público; Conselho Penitenciário; Departamentos 
Penitenciários; Patronato; Conselho da Comunidade e Defensoria 
Pública. Trata da atuação desses órgãos e estabelece regras e 
limites para essa atuação.
No título IV, trata dos estabelecimentos penais. Estabelece tudo o 
que deve ser aplicado a cada estabelecimento como instalação, 
funcionamento, requisitos da unidade celular, enfim. Regras acerca 
do encarceramento dos presos. Leia com atenção esse título e 
verifique que a nossa legislação prevê a aplicação dos princípios de 
humanidade e ressocialização que, infelizmente, não são tão bem 
aplicados.
O título V trata da execução das penas em espécie, abrangendo, 
inclusive, regramentos referentes às autorizações de saída e saída 
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temporária do preso, bem como do livramento condicional. Trata 
também da monitoração eletrônica, inserida na lei em 2010.
O título VI trata da execução das medidas de segurança. Já o título 
VII trata dos incidentes da execução, como conversões de penas, 
excesso na execução da sentença, anistia e indulto. Trata também 
do procedimento judicial referente a tais incidentes.
Veja, portanto, que temos uma lei muito completa e bem elaborada. 
Infelizmente, por desconhecimento desse conteúdo, ouvimos as 
afirmações ditas anteriormente.
Leia a LEP! É uma legislação bastante cobrada em provas de 
concurso e exame da OAB.
4.5 O juízo da execução
De acordo com a doutrina, a execução penal tem natureza administrativa e jurisdicional. A parte jurisdicional
cabe ao juiz da execução. O processo de execução é dinâmico e trata de progressões e regressões, bem como
premiações e sanções. Quem cuida de tudo isso é o juiz.
Cada Estado deve definir a competência do juízo da execução de seu território, conforme previsão do art. 65 da
LEP. Caso não existam leis prevendo tais definições, o juiz da condenação será competente para acompanhar a
execução.
O processo de execução ficará sempre aos cuidados do juiz do local em que estiver recolhido,
independentemente do local em que tenha sido processado.
O art. 66 da LEP trata das competências do juiz da execução e elenca as principais decisões que o juiz toma no
decorrer do processo de execução:
Art. 66. Compete ao Juiz da execução
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b)progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
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f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
i) (VETADO);
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (BRASIL, 1984).
Do ponto de vista da prática, os requerimentos a serem feitos ao juiz da execução encontram-se no artigo
mencionado. Assim, vale a leitura e conhecimento do conteúdo do artigo.
4.6 Impugnação das decisões do juiz da execução
O recurso previsto para impugnar as decisões do juiz nessa fase de execução é o agravo. Está previsto no art. 197
da LEP. Tratamos do tema na unidade 3.
Ocorre que o processamento de um recurso é demorado. Muitas vezes, os pleitos na fase de execução pedem
uma certa urgência nas decisões.
Por esse motivo, utiliza-se bastante, na fase de execução, dois remédios constitucionais: o e ohabeas corpus
mandado de segurança.
O deve ser utilizado sempre que alguém sofrer ou estiver na iminência de sofrer violência ouhabeas corpus
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Está previsto no art. 5º, LXVIII da CF e
nos arts. 647 a 667 do CPP.
Deve-se ter parcimônia na utilização do , pois os Tribunais não o têm aceitado como substituiçãohabeas corpus
ao agravo. Assim, para impetrar o remédio, você deve argumentar de forma convincente os requisitos: direito à
liberdade de ir e vir atingido por ato ilegal e urgência na reforma da decisão sob pena de causas danos
irreparáveis ao condenado.
O mandado de segurança é o remédio utilizado para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas
. Está previsto no art. 5º, LXIX da CF e na Lei n. 12.016/09.corpus
VOCÊ SABIA?
Estude esses remédios, pois na vida prática, são bastante utilizados. O exame da OAB, o habeas
 há muito tempo não é cobrado, por ser uma peça considerada comum na área penal.corpus
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4.7 Requerimentos mais comuns
Dentre os requerimentos que geralmente são feitos ao juiz das execuções, alguns são mais corriqueiros e
consequentemente caem com mais frequência em provas.
São eles:
Requerimento de progressão de regime – art. 112 da LEP;
Requerimento de remição de pena – art. 126 da LEP;
Requerimento de livramento condicional – art. 131 da LEP e 83 do CP;
Requerimento de unificação de penas – art. 111 da LEP.
4.8 Estrutura dos requerimentos
Como já dito, na fase de execução, a atuação do advogado se concentra nos requerimentos ao juiz das execuções.
A estrutura é aquela trabalhada na unidade 1 – de petição simples, com endereçamento ao juiz das execuções,
preâmbulo apresentando, o requerente e o nome, fundamentação do requerimento, narrativa dos fatos,
argumentação do direito, pedido e parte final.
Não tem muito segredo e, partindo do pressuposto que você já fez muitas peças no decorrer do curso, nessa
unidade não terá muita dificuldade.
Apresentaremos, a seguir, um modelo básico, que poderá ser utilizado para elaboração dos requerimentos. Basta
adaptar com o fundamento jurídico e os argumentos pertinentes a cada um.
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Figura 1 - Modelo de requerimento
Tratamos, nesta unidade, dos principais requerimentos da fase de execução da pena. Ressaltamos a importância
de que você estude e conheça todos, além de revisar todo o conteúdo pertinente ao tema.
Quanto à prática, deve elaborar ao menos uma peça de cada requerimento tratado nesta unidade.
Mãos à obra, bons estudos e bom treino!
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Conclusão
Concluímos a quarta unidade do curso de Prática Penal. Além de revisarmos o conteúdo sobre execução penal,
agora você já tem noção de como atuar nessa fase.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a execução penal;
• entender os princípios da execução;
• estabelecer a diferença entre execução definitiva e provisória;
• estudar a estrutura da LEP;
• compreender o juízo da execução;
• analisar os meios de impugnação;
• conhecer os requerimentos mais comuns.
Bibliografia
BRASIL. Presidência da República. , de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília: CasaDecreto-lei n. 2.848
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei
. Acesso em: 21 fev. 2020./del2848compilado.htm
BRASIL. Presidência da República. 0, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal.Lei n. 7.21
Disponível em: . Acesso em: 21 fev. 2020.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
BRASIL. Presidência da República. . Brasília: CasaConstituição da República Federativa do Brasil de 1988
Civil / Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
. Acesso em: 21 fev. 2020./constituicao/constituicao.htm
BRASIL. Presidência da República. , de 7 de agosto de 2009. Disciplina o mandado de segurançaLei n. 12.016
individual e coletivo e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
. Acesso em: 21 fev. 2020.2010/2009/Lei/L12016.htm
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