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EXAMES REALIZADOS EM UTI GASOMETRIA ARTERIAL Objetivo da aula: Definir a técnica e esclarecer a quem é privativo Reconhecer os materiais necessários para a realização do procedimento Atuação do técnico na implementação prestando cuidados pós punção RESOLUÇÃO COFEN N.º 390/2011 Estabelece que a realização da punção arterial, tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva, é privativa do Enfermeiro, considerando que esse profissional é responsável pela realização de cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam a tomada de decisão pautada em conhecimentos científicos. ARTÉRIAS Artérias são os vasos que saem do coração em direção ao pulmão ou aos outros tecidos do corpo. As paredes da artéria são bastantes resistentes, pois tem que aguentar altas pressões devido ao bombeamento do sangue pelo coração. Essas paredes são formadas por tecido muscular e tecido elástico em sua maior parte, mas também possuem tecido conjuntivo. O sangue arterial é rico em oxigênio e tem baixas concentrações de gás carbônico, com exceção na pequena circulação, onde esse fato se inverte. DEFINIÇÃO: GASOMETRIA ARTERIAL A gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de gases sanguíneos , a ventilação e o estado acido básico. A amostra é coletada na artéria radial no punho mas também pode ser coletada pela artéria braquial ou femoral. E enviada ao laboratório para análise gasométrica. INDICAÇÃO Pressão parcial de Oxigênio Pressão parcial de dióxido de carbono 15 - 22 mmHg pH arterial pH: 7.35 - 7.45 Bicarbonato: 22 - 26 mEq/L SaO2 maior que 95% Essas informações são necessárias para intervir com condutas terapêuticas para pacientes hemodinamicamente instáveis. Ex. Desconforto respiratório agudo grave É NECESSÁRIA ALGUMA PREPARAÇÃO? Em geral, nenhuma preparação é necessária. Entretanto, se a pessoa estiver recebendo oxigenioterapia, ela pode ser suspensa, a critério médico e se tolerado, 20 a 30 minutos antes do exame. TESTE DE ALLEN: Realizar o Teste de Allen: consiste em comprimir simultaneamente as duas artérias (radial e ulnar) pedindo ao paciente que feche e abra várias vezes a mão; esta ficará esquemiada e pálida. Em seguida com a mão do paciente aberta, retira-se os dedos da artéria ulnar. A coloração rósea deve voltar, indicando boa circulação colateral. GASOMETRIA PRIVATIVO DO ENFERMEIRO A punção arterial é indicada quando há necessidade de monitorização contínua da pressão arterial em pacientes com instabilidade hemodinâmica, para coleta frequente de amostras sanguíneas em pacientes em uso de ventilação mecânica e, também, para administração de drogas intra-arteriais. Por isso, o cateterismo arterial é considerado um procedimento complexo e invasivo, que exige competência técnica e científica em sua execução. o Enfermeiro possui conhecimentos, competências e habilidades que garantem rigor técnico-científico para a realização do procedimento, atentando para a capacitação contínua relacionada à realização da punção arterial. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM FRENTE GASOMETRIA COM ISSO TEMOS A PLENA CERTEZA QUE O PROFISSIONAL TÉCNICO OU AUXILIAR DE ENFERMAGEM NÃO DEVERÁ REALIZAR ESTE PROCEDIMENTO GASOMETRIA VENOSA Sangue Venoso O sangue venoso é mais rico em gás carbônico (CO2) e pobre em oxigênio. Circula pela árvore arterial pulmonar e veias sistêmicas. Ele recebe oxigênio à medida que passa pelos pulmões, se tornando arterial e voltando ao ciclo natural. A gasometria venosa é muitas vezes o procedimento escolhido devido ao menor risco envolvido com a obtenção da amostra. GASOMETRIA VENOSA A gasometria arterial geralmente é escolhida por apresentar um resultado mais completo, possibilitando uma análise mais complexa. A gasometria venosa é bastante utilizada em casos mais emergenciais, provavelmente devido ao fato da punção facilitada. No entanto, a escolha da gasometria arterial ou venosa deve acontecer também de acordo com o objetivo do exame. Quando é necessária uma avaliação do funcionamento pulmonar, o modo arterial é o mais indicado, pois, esta permitirá diversas informações, inclusive acerca da disponibilidade e oferta de oxigênio aos tecidos. Se a intenção for analisar apenas a parte metabólica do organismo, pode-se optar pela gasometria venosa. Isso se explica pelo tipo de sangue circulante em cada vaso, como descrito anteriormente. GASOMETRIA ARTERIAL X VENOSA A gasometria arterial determina os valores exatos da quantidade de oxigênio e se os rins e pulmões estão funcionando corretamente, o que ajuda no diagnóstico de doenças pulmonares, renais e infecções. x A gasometria venosa, por outro lado, é realizada como segunda opção quando a coleta na artéria não é possível, sendo feita a coleta na veia, e tem como principal objetivo auxiliar o diagnóstico de doenças arteriais periféricas ou problemas de coagulação do sangue. HEPARINA A heparina lítica, necessária para a análise de eletrólitos, é precisamente jateada na concentração de 50 UI/ml na parede interna da seringa. Característica que garante a proporção ideal em relação ao sangue coletado e evita a formação de microcoágulos que seriam capazes de comprometer o resultado do exame. É um anticoagulantes que ativam as enzimas antiplaquetárias, bloqueando assim, a cascata de coagulação dos elementos do sangue. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Informar o procedimento ao paciente: a coleta de sangue arterial em geral é mais dolorosa que a de sangue venoso. Informar que pode causar dor: a pessoa sente um desconforto moderado. Comprimir: há necessidade de compressão do local para evitar sangramento, principalmente para paciente em terapia anticoagulante (heparinizados) Atenção com as recoletas: algumas vezes, é colhido sangue misto de um acesso central, em situações especiais, como laboratórios de cateterismo cardíaco e serviços de transplante. Nesses casos, a interpretação dos resultados deve ser feita por um especialista. Sangue venoso não pode ser usado para avaliação do oxigênio. Equipe de Técnicos : devem observar o local puncionado, comunicar e anotar se houver a presença de hematomas. CUIDADOS COM GASOMETRIA VENOSA » Sempre lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente; » Somente a equipe médica e de enfermagem pode manipular o acesso e fazer a medicação; » Verificar se está bem fixado na pele; » No momento do banho, proteger o acesso e evitar com que caia água no local - isso pode ser feito com plástico; » Sempre que for mexer no local do acesso, garantir a lavagem de mãos para evitar possíveis infecções; » Verificar sempre se há sinais de sujidade e sangramentos e caso tenha, trocar fixação » Se houver hiperemia, edema e a pele na região do acesso estiver quente, solicite avaliação da enfermeira(o) » Caso o paciente diga que tem dor durante a infusão de alguma medicação ou mesmo em repouso, feche a torneirinha do equipo imediatamente e solicite imediatamente avaliação da enfermeira(o). MATERIAIS NECESSÁRIOS ► Seringa de 1 a 5 mL e agulha 13x4,5, 25x7, 25x8 ou scalpe nº 21, 23, 25 conforme a artéria a ser puncionada. (existem seringas com agulhas acopladas exclusivas para coletas de sangue arterial preparadas com anticoagulante) ► Heparina sódica 5.000 UI/ml (ideal seringa heparinizada) ► Clorexidine alcóolico ► Gaze ► Micropore ► Bandeja ENTÃO REPASSANDO: A quem é privativo a gasometria por punção arterial? A quem compete a gasometria venosa ? REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Ministério da Saúde - Manual de apoio aos gestores do SUS. Organização da rede de laboratórios clínicos, Brasília –DF: 2001. F.Fischbach,R.N, B.S.N, M.S.M- Manual de enfermagem- Exames Laboratoriais &. Diagnosticos, 6ª edição, Editora Guanabara, 2000. Barbosa PMK, de andrade VB, Biscaro VR. O ENFERMEIRO E EO CONHECIMENTO SOBRE A PUNÇÃO ARTERIAL. Nursinf 2000;3(26):24-27