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Layanne Vasconcelos Princípios biomecânicos em prótese parcial fixa (ppf) Introdução • Quando se fala de prótese dentária propriamente dita, se fala sobre reabilitação oral. A prótese “raiz” é o profissional realizar preparo, confeccionar coroas provisórias, reestabelecer a dimensão vertical de uma oclusão, saber fazer ajuste oclusal e saber fazer cimentação. • Dentes perdidos → O paciente possui a ausência de dentes anteriores e ele não tem mais a porção radicular; • Destruição coronária → Nesse caso é necessário colocar um pino e realizar uma coroa unitária, por ex. Então, tem a possibilidade de utilizar a porção radicular e o dente será aproveitado. Dentes naturais • Beleza → Naturalidade; • Quando vai realizar a prótese, se busca uma semelhança com dentes naturais, então se o paciente perder apenas um dente, é muito mais difícil do que se for preciso fazer vários dentes vizinhos. Em busca do natural, da beleza que se tem do dente “original” e devolvê-lo para o paciente. Classificação da prótese fixa • Coroa parcial → Quando se fala em algo parcial, vamos fazer a restauração indireta, que pode ser por meio de uma inlay, onlay e overlay, a chamada substituição parcial daquela porção coronária. Então quando observamos a imagem da esquerda, observa-se uma restauração de amálgama que está extensa, defeituosa, tem uma trinca nessa restauração, na porção mais oclusal, tem um aspecto de infiltração nas margens, uma deterioração, um aspecto mais acinzentado internamente quando se olha em volta dessa restauração; ✓ E se for tirar toda essa restauração, a porção coronária restante tem uma estrutura dental que na porção vestibular por ex. vai ficar com aspecto mais fino, vai ficar com o istmo oclusal, que é essa porção que vai sobrar correspondente a região oclusal muito extenso, isso quer dizer que a resina composta é um excelente material para restauração direta, porém, é um material que tem características de contração e se for utilizar em regiões muito amplas, por mais que se faça a técnica do incremento, vai ter a contração do material, pois ele tem um limite de resistência e é menos resistente do que a restauração indireta, onde comparando com o cimento resinoso com uma restauração de resina a porção adesiva vai ser mínima, pois vai corresponder apenas ao cimento que vai ser utilizado para cimentar a resina indireta em porcelana, por ex., cerâmica pura; • Coroa total → Quando se tem essa situação da imagem abaixo, onde a porção coronária foi muito destruída, foi colocado um pino, um núcleo metálico fundido que hoje em dia não é muito utilizado e atualmente, em mais de 90% dos casos, é usado o pino de fibra de vidro, onde há o módulo de elasticidade semelhante a um elemento dental, isso quer dizer que diante de uma carga mastigatória, o pino vai reagir de maneira semelhante, dissipando a carga com a estrutura dental, com a porção radicular; ✓ O núcleo metálico fundido é estremamente rígido, de forma que diante de um forte impacto, a carga mastigatória mais Layanne Vasconcelos excessiva tende a fraturar o dente e o pino fica intacto. É muito comum de acontecer quando se está diante do núcleo metálico fundido, que o metal por ser extremamente rígido, não fratura, e aquela fratura se estende no sentido longitudinal ao longo da porção radicular, de modo que passa a ter uma fratura extensa radicular sem chance de recuperação do dente, então, seria “melhor” se o pino soltasse (descimentação do pino). Quando acontece a soltura do pino é ótimo, pois falhou, mas essa falha é reversível, quando isso gera uma fratura radicular, é irreversível, e leva a uma extração e instalação de implante se assim for possível para essa solução protética. Então o ideal é que o pino falhe, frature ou solte, e não que essa fratura seja refletida no dente, para que se tenha chance de aproveitar o elemento dental; • Prótese parcial fixa → Na imagem abaixo se tem um exemplo onde temos em amarelo 2 elementos dentais que estão simulando um preparo dental (preparo de coroa total), e entre eles existe um espaço, que é chamado de espaço edêntulo (ausente), que é preciso substituir esse dente, e para isso, é feita a prótese parcial fixa, na ausência de 1 elemento, estará repondo 3 elementos; ✓ Imagine que esses 2 elementos estão hígidos, e se tem esse espaço do meio, é elemento ausente. A solução protética mais viável para essa situação e em termos de benefício para o paciente seria o implante, pois irá manter a saúde pulpar, periodontal e gengival desses dentes vizinhos, vai possibilitar a confecção de uma coroa unitária e isso favorece também a higienização, por meio do uso do fio dental, e se fosse prótese parcial fixa, teria que realizar o preparo dos dentes vizinhos e vir com uma estrutura unida de 3 elementos para substituir esse espaço ausente. ✓ Para realizar a higienização de uma prótese parcial fixa, é utilizado o “passa fio” que é semelhante a uma agulha e uma linha. Para pacientes que tem mais dificuldade de higienização, existe algo mais fácil que são os jatos irrigadores (whaterpik), que é um dispositivo portátil e é bem forte, ele ajudaria a higienizar essa região onde não se consegue utilizar o fio dental; ✓ Se esses dentes vizinhos fossem por ex. com canal tratado, restauração extensa, restauração extensa defeituosa, a prótese parcial fixa poderia ser uma indicação bem viável. Não quer dizer que a partir do momento que houver essas situações, seja descartada a indicação de um implante, pois uma grande vantagem dele é o fato de facilitar a higienização por fazer coroas unitárias e conseguir passar o fio e conseguir fazer adequadamente a higienização; ✓ Na imagem tem 3 elementos unidos e cada um deles recebe uma nomenclatura própria que pode estar relacionada ao elemento que faz parte da prótese parcial fixa ou a nomenclatura dos dentes que estão recebendo essa prótese parcial fixa. Componentes da prótese fixa • Na foto abaixo tem uma simulação dos dentes que estão mais escuros, que seriam dentes presentes, e os mais clarinhos seriam dentes ausentes que serão substituidos; • Se esse caso for realizado com a prótese parcial fixa, então ela vai ser uma prótese parcial fixa de 5 elementos, pois os dentes vizinhos precisarão de desgaste, independente da quantidade de dentes que estão faltando; • Obs: Os dentes suportes e dentes pilares, como o próprio nome já diz, são dentes, e em alguns livros eles podem ser sinônimos Layanne Vasconcelos e em outra literatura encontra-se que existe uma pequena diferença a depender da localização desses dentes. Quando se fala em retentores, pônticos e conectores, são elementos que fazem parte da prótese parcial fixa; • Dentes suportes → Na imagem, observa-se uma ponte, que é suportada por estruturas que estão embaixo, uma do lado esquerdo e outra do lado direito, e isso faz uma analogia aos dentes suportes, isso quer dizer que tem dentes que estão suportando a prótese situados na posição das extremidades; ✓ Quando se olha essa imagem, o dente 33 e o 37 equivalem a estrutura que está mais externamente a ponte, por isso são chamados de dentes suportes. Ao observar a ponte, não tem estrutura intermediária; • Dentes pilares → Já nessa ponte, a diferença é que possui vários pilares que estão situados em posição intermediária, então o que mudou é queantes tinha dente só nas extremidades e agora tem dente em situação intermediária. Esse dente que está funcionando como um pilar, está funcionando como um elemento auxiliar para sustentar aquela prótese; ✓ Nessa situação, tem uma seta que corresponde ao dente pilar que é um dente que está suportando a prótese, mas está situado em uma posição intermediária; • Retentores → Elementos de uma prótese parcial fixa que unem os dentes suportes e parte suspensa da prótese (pôntico) e a retém no lugar; ✓ Na foto abaixo tem uma prótese parcial fixa, (onde está circulado e tem outros na mesma condição que são retentores) e existem 4 retentores que serão as estruturas que vão ser apoiadas sobre os elementos dentais; ✓ Nessa imagem, já foi visto que tem 2 elementos dentais, e essa região da prótese que será cimentada sobre esses 2 elementos dentais são chamados retentores; • Pônticos → O espaço edêntulo vai ser substituído por um elemento suspenso, um elemento que vai substituir o espaço do dente ausente; ✓ O pôntico pode ter 2 elementos unidos entre si, pode ter um pôntico entre 2 retentores, não importa onde ele está situado, e sim que será um elemento suspenso numa posição onde substitui um elemento ausente; • Conectores → São áreas de ligação, ou seja, os pônticos estão unidos entre si através de conectores. É uma estrutura da prótese, na imagem abaixo é uma Layanne Vasconcelos infraestrutura em zircônia que é um tipo de cerâmica pura, poderia ser um tipo de estrutura em metal também; ✓ Nos retângulos, observa-se o elemento de ligação do retentor com o pôntico no 1º retângulo da esquerda, no do meio, um elemento de ligação entre 2 pônticos, e no 3º um elemento de ligação entre um pôntico e um retentor também. Sucesso do tratamento protético • Longevidade do trabalho → Algumas vezes o profissional acha que teve sucesso quando cimenta uma coroa, por ex., mas é muito cedo para dizer que nesse dia teve um sucesso no tratamento de prótese, mas sim, que cumpriu todas as etapas adequadamente do processo de confecção de uma prótese e aí sim a chance de sucesso é grande, pois foi realizado um preparo adequado considerando a inclinação, a altura, não invadiu o espaço biológico, a gengiva não estava sangrante, tinha saúde gengival, se o dente tinha um tratamento endodôntico e estava satisfatório ou foi indicado um retratamento antes de prosseguir o caso, em cada etapa foi realizada de maneira muito criteriosa o tratamento, porém, o sucesso quando se fala em prótese, é dado a longo prazo e é preciso ter longevidade do caso, pois se daqui a 1 ano a coroa quebrar, significa que não obteve sucesso, e cada caso vai merecer uma investigação para saber qual a causa de ter quebrado para confirmar se foi uma falha técnica, onde grande parte pode ter sido, ou se foi uma negligência do paciente; ✓ Alguns exemplos que podem ser uma falha técnica onde não se obteve sucesso no tratamento: Imagina-se que o preparo da parede axial foi feito adequadamente, mas quando a oclusal foi reduzida, ou seja, quando se pede para o paciente morder para ver se tem espaço em relação à arcada oposta, ou seja, em relação ao dente antagonista, e observa que não tinha espaço, e foi esquecido de realizar o desgaste oclusal suficiente, e quando vai diagnosticar isso já está com a coroa pronta, depois desgasta, deixa a coroa muito fina, se não ela vai ficar alta, e irá comprometer a espessura dessa coroa, que ficando fina vai fraturar; • Saúde pulpar e gengival → Não adianta colocar uma coroa e depois a gengiva ficar sangrando, acumulando alimento, ela inflama... Ou ser um dente vital e em pouco tempo se tornar um processo que estava revertendo para uma situação de necessidade para tratamento endodôntico, e depois da coroa pronta o paciente precisar realizar esse tratamento endodôntico, e nesse caso, ou se faz uma apicectomia, que poucos profissionais realizam, mas é um procedimento que poderia ser evitado diante de algumas técnicas mais adequadas; • Satisfação do paciente → Ao atingir de maneira adequada todas as etapas, se tem a satisfação do paciente, e um paciente satisfeito associado à uma saúde e a longevidade, terá o sucesso do tratamento protético. Etapas do tratamento protético • Exame; • Diagnóstico; • Planejamento; • Execução; • Cimentação; Princípios fundamentais • Preparo dental: • A técnica de preparo vai seguir um princípio, ou seja, nessa região, nesse terço, reproduzindo uma inclinação de 45º com o desgaste no volume certo, com Layanne Vasconcelos determinada ponta diamantada porque está respeitando um princípio; ✓ Mecânicos; ✓ Biológicos; ✓ Estéticos; Princípios mecânicos • Quando se consegue para um preparo de um único dente obter os princípios mecânicos a chance de sucesso da coroa provisória não ficar caindo (mesmo em algumas situações que são mais limitantes, sendo provável que caia, mas em outras situações que tem um caso mais favorável, é menos provável que a coroa caia). Se o profissional está diante de um caso muito favorável em termos de altura, de largura do dente, de paralelismo e essa coroa provisória não para por nada, alguma coisa de errado está acontecendo, e isso é um ponto de alerta, é bom sempre estar atento aos sinais que são dados ao longo das etapas desse processo, para que se consiga corrigir em tempo antes de realizar a moldagem para o envio para o laboratório; • Retenção → Na imagem está sendo representada uma retenção, onde observa- se um imã, e fazendo uma analogia para uma prótese e para dente, o “poder da atração”, esse imã vai deixar aquela região grudada, fixa, então, isso quer dizer que uma vez que seja instalada uma ppf, ela fique retida em posição; ✓ Existem algumas forças que tendem a tirar essa prótese de posição, que é a chamada tração. Imagine a bala mais grudenta que já tenha chupado, na hora que abre a boca, se não fossem os dentes mesmo da pessoa, ela estaria fazendo uma força no sentido vertical (força de tração) na tentativa de soltar a coroa, então quando o princípio mecânico da retenção é seguido adequadamente, essa força que tende a deslocar o dente não tem o sucesso do deslocamento, porque foram utilizados parâmetros para impedir que isso ocorresse; ✓ Contato entre as superfícies internas da coroa e externas do dente preparado: Retenção friccional; ✓ Na imagem, em amarelo está correspondendo a um dente preparado, então esse dente que possui o desgaste vai receber uma coroa (porção coronária), então, sobre a estrutura em amarelo, tem uma porção em cinza e uma porção branca, que isso corresponde a uma coroa metalocerâmica, isso quer dizer que internamente (em cinza), se tem um metal, e externamente (em branco), a cerâmica, que é a porção que corresponde ao complemento desse metal. Quando se observa internamente, tem um espaço em preto entre o cinza e o amarelo, então quando o técnico no laboratório executa uma prótese, ele pode realizar em algumas etapas o alívio, que é um processo laboratorial para a confecção dessa coroa, que corresponde a esse espaço interno, ou seja, quanto maior esse espaço interno tiver, menos retenção vai ter para essa coroa, ou seja, se ao provar a coroa ela estiver muito folgada, houve algo de errado e provavelmente o técnico realizou o alívio muito grande de forma que deixou um espaço interno grande.Esse espaço representa uma ausência de contato entre a superfície interna da coroa e a superfície externa do dente preparado, e é preciso ter esse contato porque o contato entre superfícies representa uma fricção, ao realizar fricção entre estruturas, é favorecida a retenção da estrutura; Layanne Vasconcelos ✓ O que determina a retenção friccional do preparo? ➢ Àrea do preparo → A imagem esquerda é diferente da direita, se direcionarmos ao fator de retenção e um dos fatores importantes é a área do preparo, a imagem da esquerda favorece uma melhor retenção do dente preparado e tem uma diferença visível de altura, isso quer dizer que quanto maior a àrea de preparo, quanto mais alta estiver essa coroa, dependendo do espaço interoclusal disponível em relação a arcada antagonista, se tiver estrutura para deixar o dente alto, é mais favorável, e se não tiver, terá uma limitação onde será obrigada a reduzir a altura do dente do preparo; ➢ Inclinação do dente no arco → A imagem mais favorável quanto á inclinação seria a da esquerda. Se fizer uma inclinação exagerada estará transformando o dente em um formato mais cônico, isso quer dizer que dentes mais cônicos tem uma maior facilidade de soltura, porque se está diante de preparos mais expulsivos, e diante de um dente mais reto, estará diante de um paralelismo, então o ideal é que se tenham dentes mais paralelos com um leve grau de conicidade, e essa conicidade vai facilitar o escoamento do cimento, porém, ela vai aguentar a retenção dessa coroa; ▪ Aumento exagerado do paralelismo → dificulta a cimentação → desajuste cervical e oclusal da coroa; ▪ Muitas vezes, apenas a cimentação leva uma aula inteira, por ter que fazer ajuste proximal, oclusal, verificar como está essa adaptação marginal, realizar uma boa espatulação do cimento, deixar o cimento fluído no caso de uma cimentação mecânica com o uso de um fosfato para que se consiga ao final ter uma coroa bem adaptada em termo cervical e oclusal; ▪ Essa imagem acima retrata situações inversamente proporcionais, ou seja, a medida que se aumente a conicidade, estará aumentando a inclinação do dente, está reduzindo a retenção da coroa, o mesmo também se aplica, ou seja, para aumentar a retenção, tem que reduzir a conicidade; ▪ Retenção X Conicidade → Esse gráfico representa muito bem a analogia do preparo logo acima. Observando de baixo para cima, onde tem uma figura que lembra um abajur, bem cônico, imagina-se que é um preparo dental, acompanha-se no gráfico o tanto de retenção que tem, em média de 20º que é muito baixa para a inclinação, para o grau de conicidade. Quando vai diminuindo a inclinação e subindo a curva, está aumentando muito a retenção, de forma que quando está no topo, tem uma retenção máxima, próximo dos 100 tem uma conicidade média de 6º, ou seja, a mínima conicidade favorece a máxima retenção; ▪ Preparos excessivamente cônicos → Ao acontecer isso, é preciso lancar meios de favorecer a retenção, pois já se sabe que o dente está desfavorável. Dependendo do dente, poderia se acrescentar resina nas paredes axiais para diminuir o grau de inclinação (conicidade). Se for um volume exagerado de resina, isso não é recomendado, porque se tem a chance da resina se soltar nas etapas subsequentes. Uma outra condição seria confeccionar canaletas no sentido longitudinal desse Layanne Vasconcelos dente para que seja impedido esse movimento em torno de um cubo, essa soltura da coroa com mais facilidade; Retenção adcional → Caixas – sulcos – canaletas; ▪ Ao imaginar que no laboratório, estando diante do manequim e foi realizado o preparo de coroa total, para imaginar se o preparo está adequado não deve se visualizar em uma vista com os dois olhos, pois isso vai mascarar regiões onde não realizou desgaste adequadamente, então, é preciso olhar numa só visão que vai conseguir enxergar uma área que tenha um maior volume que ainda precisa ser desgastada, uma inclinação que precisa ser mais acentuada... Esses aspectos de maior refinamento precisa-se de um olhar mais crítico; ➢ Textura superficial ▪ Retenção friccional – Textura superficial → Micro retenções – Acabamento superficial – Polimento; ▪ Por muito tempo foi sugerido que os dentes ficassem mais rugosos e ásperos, onde essa aspereza aumentaria a retenção friccional, e seriam feitas ranhuras que funcionariam como micro retençoes, e o acabamento e o polimento iriam reduzir essa retenção friccional. De fato, quanto mais liso o dente tiver, menor a retenção friccional desse preparo, porém, atualmente se pensa muito além, tem etapas subsequentes, uma das etapas é a moldagem do dente preparado que pode ser realizada pela técnica convencional, onde se utiliza o material de moldagem ou na moldagem digital, onde se faz o escaneameto do dente preparado. Quando se realiza a moldagem convencional, o material pode penetrar nas reentrâncias, retenções, rugosidades deixadas no preparo e leva a um rasgamento e um molde que não tem a fidelidade do dente original, porque foi danificado. Algumas vezes não é percebido dessa região que acaba grudando e rasgando o molde, então, quando é realizado hoje em dia um preparo, deve realizar no final um bom acabamento e um bom polimento, favorecendo uma lisura do preparo, quanto mais liso e mais polido, mais facilidade terá nas próximas etapas, na etapa de moldagem o material não vai entrar nas reentrâncias a ponto de rasgar, e no escaneamento terá uma lisura de superfície, onde aquela imagem rugosa e áspera não vai dificultar a leitura dessa imagem escaneada, de modo que a retenção friccional vai ocorrer uma vez que os outros fatores sejam respeitados, como a altura, inclinação, redução do alívio laboratorial; ▪ Acabamento do preparo → Ao observar uma microscopia eletrônica de varredura (MEV) um dente que não foi realizado um acabamento, é um dente que está muito áspero e rugoso que dificulta bastante as etapas subsequentes, o modelo fica com bolhas positivas e o preparo fica muito irregular e o técnico terá dificuldade para realizar a confecção dessa coroa; No depois tem um acabamento, um polimento, que tem uma lisura maior. • Resistência ou estabilidade → Previne a rotação da coroa quando submetida às forças de cisalhamento e compressão; ✓ Força lateral → Coroa tende a girar em torno de um fulcro; ✓ Na imagem há um esquema que diante de uma força lateral, tem uma seta vermelha e uma seta verde, a verde está subindo, na imagem da direita, a coroa tende a girar em torno dessa movimentação, observe os tracejados vermelhos; Layanne Vasconcelos ✓ E isso ocorre com as chamadas forças laterais, que no dia a dia são chamadas de parafunção, onde tem uma força de cisalhamento e a força de compressão, que comprime, aperta os dentes; ✓ Existem situações que alguns aspectos se assemelham a fatores que foram realizados no princípio da retenção e também vai utilizar na resistência para ter esse favorecimento, que são eles: ➢ Magnitude e direção da força → Forças de grande intensidade e direcionadas lateralmente deslocam a prótese. Como já foi visto, se tiver uma força de grande intensidade, ela vai tender a deslocar essa prótese,se for uma força lateral, a resistência vai tentar impedir esse deslocamento; ➢ Relação altura/largura → Para melhorar essa resistência tem a relação altura x largura, quanto maior a área do preparo, mais favorável é a condição. Então se a coroa clínica for mais alta, ela vai ser mais resistente ao deslocamento dessa prótese do que se a coroa clínica for curta, ela é mais larga do que alta; ▪ Se tiver uma condição de uma coroa clínica curta, é preciso utilizar meios adicionais, que são as canaletas, os sulcos (sinônimos) para que se consiga impedir ou reduzir essa tendência ao deslocamento; ▪ Há o comparativo, se é uma coroa clínica longa ou curta. Quando se está diante de molares inferiores, invariavelmente irá cair para a coroa clínica curta, e alguns pacientes tem a coroa clínica mais curta, que acaba limitando o processo. Algumas situações não são criadas por nós mesmos, ou seja, desgastar demais e deixar a coroa clínica curta, em determinadas situações, vai desgastar dentro da especificação mínima necessária e mesmo assim a coroa vai ficar curta, por causa de já ter esse aspecto, porém existem alguns meios para melhorar isso, como cirurgia de aumento de coroa clínica ou uma confecção de canaletas para melhorar essa condição de resistência; ➢ Integridade do dente preparado → Caso tiver essa situação limite citada acima onde a coroa clínica é curta pela própria anatomia daquele dente e daquela região. Na foto, observa-se 3 imagens diferentes com a mesma altura, mas existe uma diferença entre cada uma delas, na 1ª imagem a coroa é curta e cônica, na 2ª, uma coroa curta e paralela, e na 3ª, uma coroa curta, paralela e com retenção. Diante desses 3 aspectos, a 3ª é mais favorável, e entre a 1ª e a 2ª, a melhor é a 2ª. Ou seja, a conicidade exagerada torna o preparo mais expulsivo e consequentemente tende à um deslocamento mais fácil da prótese, é algo mais desfavorável. Se já houver a limitação Layanne Vasconcelos da coroa ser curta, é preciso fazer um preparo mais paralelo possível, e além dele, caso não consiga ser resolvido pela limitação do caso, faz canaletas adicionais, que vão favorecer a retenção desse dente preparado; • Rigidez estrutural → Na foto abaixo estão 3 materiais, na esquerda tem uma coroa total metálica, no meio uma coroa metalocerâmica, e na direita uma coroa de cerâmica pura; ✓ “O preparo deve permitir espaço suficiente para quantidade adequada do material restaurador” ✓ Metal X metal + cerâmica X cerâmica; ✓ Existem especificações para cada material, para que a espessura seja adequada, não é preciso um volume de desgaste igual à uma coroa que é toda de cerâmica, que é um material mais friável e necessita de uma espessura maior para que tenha a rigidez necessária, ou seja, se ao desgastar o dente, realizou o preparo, onde o recomendado seria receber um metal, e depois de moldado quis trocar por cerâmica, pode acontecer algo errado. O metal precisa de 05 de volume de desgaste, enquanto que a cerâmica pode precisar de 1,5 à 2,0mm de desgaste, se desgastou 05 e diz para o técnico confeccionar uma cerâmica, pode acontecer da cerâmica fraturar, porque de acordo com as recomendações do material, ela precisa ter uma espessura média de 2,0mm para que não frature (não se aplica à coroas de lentes de contato que são microlâminas e pode fazer de 03 à 5,0mm), é preciso ter uma cerâmica indicada para dentes posteriores para poder suportar a carga mastigatória. Se o técnico quiser realizar dentro dessa especificação, vai fazer muito fino e vai fraturar, mas se ele falar que o desgaste está pequeno e vai fazer uma cerâmica de 2,0mm apesar de só ter um preparo de 0,5mm, pois sabe que o material precisa de 2,0mm e não vai fraturar, pois tem a rigidez estrutural do material. Outro problema será criado, imagina-se que o material está passando o término do dente, está mais espesso do que a terminação cervical desse preparo, e isso vai gerar um volume a mais que vai levar à um sobrecontorno que vai levar à um processo de inflamação gengival, problema periodontal e toda a evolução que ocorre na periodontia; • Integridade marginal → Objetivos básicos: ✓ Boa adaptação marginal: Onde vai realizar um preparo adequado, uma moldagem, e essa coroa vai terminar bem rente com o término do preparo, e quando isso acontece, praticamente não tem linha de cimentação e só consegue ser visto microscopicamente; ✓ Mínima linha de crescimento; ✓ Possui a região crítica da coroa com a gengiva, o limite de terminação cervical com porção gengival, a prótese precisa estar bem adaptada para que não interfira na saúde gengival, e se os 2 aspectos fundamentais forem seguidos, esse princípio será bem realizado; ➢ Espaço entre dente e coroa → Retenção de biofilme – presença de cárie → perda do trabalho; ➢ Dente de prótese pode sim ter cárie, pois enquanto for elemento dental, terá a presença de biofilme, presença de cárie, e precisa fazer a remoção da prótese pelo grau de infiltração; Princípios biológicos • Preservação do órgão pulpar → Ao realizar o desgaste do dente os túbulos dentinários Layanne Vasconcelos estão expostos, fazendo com que esse dente fique mais suscetível à agresões, e o que causam as agressões são: ✓ Profundidade do preparo → Cada material que for usado para confeccionar uma coroa exige um volume de desgaste adequado, então, se for realizar uma coroa total metálica que só precisa de 0,5mm, não precisa desgastar 01mm porque vai aprofundar sem necessidade; ✓ Calor gerado durante o preparo → Quando se utiliza a caneta de alta rotação com a ponta diamantada, é preciso realizar o desgaste intermitente com constante refrigeração; ✓ Qualidade da ponta diamantada e da turbina → Depois de fazer muitos preparos e utilizar a ponta diamantada não terá a mesma qualidade de desgaste; ✓ Agressões químicas... ✓ Nessa imagem é representada o comparativo de uma ponta diamantada nova e uma desgastada, e os grânulos apresentam o poder de corte dessa ponta diamantada, na direita já está bem mais desgastada e lisa • Preservação da saúde periodontal → A saúde periodontal está relacionada ao princípio da integridade marginal; ✓ Ao realizar preparo dental, a terminação daquela área onde fica o dente fica próximo à margem gengival, tem a região acima da gengiva, que é a terminação supragengival, terminação mais dentro da gengiva, subgengival, à nível que é pouco ulizado, e pode ter uma iatrogênia que isso leve á uma invasão do espaço biológico, e ao invadir ele, estará levando a um processo evolutivo de perda da saúde periodontal e será preciso fazer cirurgia de reestabelecimento do espaço biológico para dar continuidade à prótese; ✓ Quando vai realizar um término subgengival, tem que realizá-lo dentro da região de sulco sem que isso interfira um aspecto de invasão; ✓ O espaço biológico é mantido de acordo com a literatura podendo ter uma variação de 0,5 à 1,0mm. Na prótese é estabelecido que uma terminação subgengival fique 0,5mm, porque é a certeza de que está no sulco gengival e que não irá invadir o espaço biológico, só é preciso esconder essa terminação porque por exemplo em área estética, se deixar supragengival, o encontro da prótese com o dente por mais natural que seja a prótese, precisa ter um material que cause o mínimo de aparência, que fique mais escondidodentro do sorriso na visão estética. Outra situação também é do aumento da coroa clínica que é curta e faz subgengivalmente; ✓ Preparo excessivo → Invasão do espaço biológico; ✓ Preparo insuficiente → Erro no perfil de emergência sobrecontorno; ✓ Na imagem, uma situação de saúde, onde observa-se todo o término do preparo visível, espessura uniforme; Layanne Vasconcelos ✓ E na 2ª foto, uma situação onde teve uma agressão ao periodonto; ✓ Tem situações onde no momento do preparo, pode pegar um pouco a gengiva e ela sangrar, mas é diferente de aprofundar exageradamente a margem do preparo; ✓ E a região conhecida como zona crítica que é o encontro da prótese com a gengiva, essa integridade marginal é fundamental para a saúde; ✓ Quando se observa um aspecto de desadaptação, de um favorecimento de biofilme, essa gengiva começa a ficar mais inflamada, mais vermelha, tudo isso leva à uma doença periodontal que vai gerar uma apicalização dessa gengiva, uma perda óssea evoluindo para uma mobilidade e perda de dente de médio para longo prazo. Para que o paciente tenha a responsabilidade da prótese na manutenção é preciso que o profissional tenha executado uma prótese de maneira adequada que favoreça a higienização para o paciente; ✓ Quanto mais precisa a adaptação marginal... ➢ Menor a espessura do cimento → Se a linha de cimentação for espessa, o contato constante dela com a saliva acaba acontecendo a solubilização do cimento; ➢ Menor possibilidade de sua solubilização → A solubilização pode levar à uma infiltração bacteriana, soltura da coroa; ➢ Maior facilidade de higienização; ➢ Menor retenção de biofilme desde que a higienização do paciente seja realizada adequadamente, mas não terá o meio favorável à essa retenção; ➢ Menor índice de recidiva de cárie e problemas gengivais; ➢ Maior longevidade da prótese; Princípios estéticos • Muitos fatores estão relacionados, não existe um princípio exclusivamente estético, estão interrelacionados com diferentes conotações; • Saúde periodontal → Também está dentro dos princípios biológico e mecânico ✓ Quando se fala em princípio estético, tem um preparo sendo realizado de maneira que preserve a saúde daquela região periodontal por meio da inserção de fio para retrair a gengiva no momento do desgaste da terminação cervical, um instrumento que afaste a gengiva em relação à ponta do preparo, existem dispositivos, instrumentos também chamado contra-ângulo multiplicador onde se controla a rotação e quando está trabalhando bem próximo da gengiva sem que traumatize a região; • Forma, contorno e cor da prótese → Que isso tenha um aspecto de saúde da gengiva.
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