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RESUMO BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA – Gabriela Carli (MED 112) CAPÍTULO 1 – DIGESTÃO (42 páginas) INTRODUÇÃO Nutrição – aproveitar substâncias (nutrientes = água, oxigênio, vitaminas, sais minerais, alimentos) para manutenção da vida. Alimentos – fonte de energia e construção de tecidos. o Autótrofos x heterótrofos (necessitam de alimento) o Tecidos de outros seres vivos o Aproveitamento -> absorção Evolução – unicelular: absorção direta/ pluri: células especializadas o Digestão – quebrar para absorver Cozimento: facilita a digestão + odores estimulam absorção + destrói invasores e enzimas prejudiciais ESTUDOS GERAIS DAS SECREÇÕES Digestão o Mecânica: deglutição, peristaltismo e defecação o Química – secreções (saliva, suco gástrico, pancreático, entérico e bile) Composição Vol diário – 7,5 a 10 L (reabsorvido ao longo do trato - maioria) 1% sólidos – orgânico (enzima, muco, outros) / inorgânico (Na+, K+, Mg2+, Cl-, bicarbonato, fosfato, etc) pH varia de acordo com a sua localização Mecanismo e controle Envolve metabolismo – biossíntese Secreções vem de glândulas serosas e mucosas Controle – psíquico, nervoso, mecânico e endócrino Ação digestiva Sucos digestivos – fornecem agentes hidrolíticos e o meio ótimo para a enzima e para a absorção. Analise Colheita por sondas – intubação (análise química e micro) SALIVA INTRODUÇÃO o Incolor, viscosa (mucina), opaca (leucócitos, descamação epitélio, céls glandulares) o Feita por glândulas parótidas (caxumba), submandibulares e sublinguais o Vol: 1L – 1,5L / dia Composição o Depende idade, dieta, momento, colheita o Densidade: 1,002 – 1,008 o pH – 6,4/7 (levemente ácido) o parte orgânica – hidrolases (amilase salivar/lípase lingual), mucina, IgA secretora, PTN/enzima antibacteriana, uréia (3º), AA, Glc, vitaminas, ácido úrico e lático o proteínas antibacterianas Gabriela Carli – MED 112 lactoferrina – alto PM (80000), rica em AA aromáticos (com anel porfirinico – fixa 2 Fe: impede que bactérias usem o metal) aglutininas salivares – GlicoPTN com alto PM, ácidas (-). Por pontes de Ca2+ neutralizam (-) das MP de bactérias (hidrofóbicas – AGLUTINAM (foca no nome) e precipitam) o enzimas antibacterianas lisozima: hidrólise beta (1-4) entre dissacárides de peptideoglicanos da parede celular de bactérias - lise lactoperoxidade: alto PM (80000) com porfirina-ferro, HIPOTIOCIANATO (oxida tiois PTN bactérias) H2O2+TIOCIANATO (SCN-)(LACTOPEROXIDASE) HIPOTIOCIANATO (OSCN-) IgA secretora: anticorpo (defesa antígenos) com 4 cadeias polipeptidicas + secretor (glicoPTN) o parte inorgânica: Na+, K+, Cl-, bicarbonato, Ca2+, fosfatos e tiocinatos (eliminação dos cianetos do fumo e dos vegetais) o osmolaridade – hipotônica em relação aos líquidos celulares/plasma (tendência do fluxo aquoso fora dentro: saliva protege mucosa e dente de bactérias) cárie – causada pela hipertonia da saliva (dissolução alimentos) o íons: K+ (13/16 mEq/L), Ca++ 6 a 20 mEq/L muito Ca++: pedras de cálcio nas glândulas salivares + tártaro dentes o local de produção altera a saliva (glândulas parótidas e serosas da mucosa oral – mais fluida/pouca mucina, sublinguais/submandibulares – viscosa/mucina Controle de secreção – SNA parassimpático estimula o Secreção contínua – reflexos – núcleos salivatórios do SNC (excitados por alimentos na boca) parassimpático boca (reflexo incondicionado) vasodilatação capilares g. salivar (parassimpático) – muita saliva. Simpático (boca seca – vasoconstricção, pouca saliva) o Odor, visão, audição, mente saliva por reflexo condicionado Amilase salivar (ptialina) o Hidrolisa amido (inibe pepsina, importante transformá-lo antes de chegar ao estômago) – alfa amilase (animais, endoamilase – hidrolisa alfa 1,4)/beta (vegetais, exoamilase – libera maltase da extremidade na hidrólise, maltogênica) o pH – 6,6, exige Cl- (ativador). Perde ação pH < 4 o Ação digestiva curta duração (dissolve resíduos que ficaram na boca) o NÃO HIDROLISA CELULOSE – cozimento: retira camada de celulose dos grãos. Lipase lingual o Secretada pelas glândulas de Ebner (debaixo da língua). o Hidrolise parcial de TAG (quebra ligação alfa), mais ativa em AG de cadeia curta (ex. leite) – forma AG e DAG o pH ativo – 2 a 7,5 (consegue atuar no estômago) Funções o Digestão (lipase lingual e ptialina) o Umedecer e lubrificar alimentos (mucina) o Solubizar sólidos estimula paladar o Limpeza oral e dentes o Lubrifica boca e lábios Gabriela Carli – MED 112 o Excreção – desintoxicação (elimina drogas, mercúrio e chumbo em parte) o Ação antibacteriana e imunológica. Obs – saliva tem potencial biológico para diagnóstico de doenças sistêmicas e de boca (novas tecnologias). Interesse – facilidade de coleta. SUCO GÁSTRICO INTRODUÇÃO: líquido esbranquiçado, ácido, secretado pela mucosa estômago COMPOSIÇÃO o Vol – 2 a 3L/dia, d=1,002/1,003, pH entre 1 e 2 o Parte inorgânica: HCl, KCl, NaCl, fosfato o Parte orgânica: pepsina, mucina, fator intrínseco de B12 (FATI B12), enzimas intracelulares (catepsina, anidrase carbônica, uréase) Animais jovens – lípase e rennina (coagulação leite) SECREÇÃO o Destaque: glândula oxíntica (75%) – produção maior parte do HCl, FATI B12 e pepsinogênio Céls mucosas (mucina), principais (pepsinogênio), parietais (HCl e FATI B12) o G. cárdicas – próxima ao esôfago: produz muco o G. pilóricas – no piloro: produz muco + secreção endócrina (gastrina) o Descrição secreções: o Mucina = mucoPTN + moléculas quebradas por HCl – forma o muco (viscoso) o HCl – secretado pelas céls. parietais, que tem vesículas com (H+, K+, ATPase e mitocôndrias – fornece ATP para secreção de H+). Secreção mediada por bomba de prótons (enzima H+,K+, ATPase) Omeprazol – inibe H+, K+, ATPase: impede produção HCl Estímulo da cél. parietal – túbulo vesículas se fundem ao canalículo e aumento da permeabilidade iônica da MP (difusão K+ e Cl- da cél p/ canalículos) Enzima H+, K+, ATPase – hidrolisa ATP (ENERGIA p/ transportar – H+: citoplasma canalículos secretores / K+: canalículos citoplasma) H+ se liga ao Cl- que estava nos canalículos HCl (vai p estômago) Fonte H+: vem da água do citoplasma da parietal combina com o CO2 (anidrase carbônica) H2CO3 H+ + HCO3- HCO3-: permuta com o Cl- do sangue (fonte do Cl-) Onda alcalina pós-prandial – ocorre após refeição: aumenta pH de sangue e urina (+ básico) REGULAÇÃO – se refere às mudanças na secreção gástrica basal o Fase cefálica: ocorre antes de comer (estímulos sensoriais), 500 mL/hora o Fase gástrica: alimento no estômago – estímulos químicos, mecânicos e nervosos. Aumento da secreção devido à: Produção de gastrina: hormônio com 17AA, secretada pelas céls. G nas g. pilóricas. Aumento de PH estimula a produção. Atinge as céls oxínticas, se liga a cél parietal e estimula secreção HCl, FATI B12 e pepsinogênio. Estimulada por secretagogos (álcool, cafeína, drogas). Gabriela Carli – MED 112 Liberação de histamina: secretada por céls. Enterocromafins sob estímulo de gastrina e acetil-colina (SNA parassimpático). Estimula a secreção de HCl pela parietal pelos receptores H2 Anti-histamínico bloqueia H1 (não age no estômago) H2 – bloqueado por cimetidina e ranitidina (drogas) Estímulo nervoso: distensão estômago cheio induz estímulos nervoso p/ secreção (n. vago – estimula liberar acetil-colina – aumenta HCl) o Fase intestinal: declínio suco gástrico por controle duodenal Alimento sai do estômago acidifica o bulbo do duodeno (ainda não recebeu secreção alcalina, pH entre 4 e 5) mucosa duodenal secreta GIP (Gastro inibidor peptide, bulbo/enterogastrona) – inibe secreção e motilidade gástrica duodeno secreta SECRETINA (estimula suco pancreático – inibe gastrina) AÇÃO DIGESTIVAE FUNÇÕES o HCl: Acidez para ação da pepsina (ativa o pepsinogênio), meio acido facilita conversão Fe+++ Fe++ (absorção + rápida), hidrolisa dissacárides (provável) e PTN, no duodeno: ativa pró-secretina e determina secreção de GIP, ação germicida exceção: Helycobacter pilori – resiste acidez HCl; causa úlcera/gastrite o PEPSINA: endopeptidase! Hidrólise PTN em locais específicos (ligações peptídicas com a extremidade amínica de AA aromáticos (triptofano, fenilanina, tirosina), leucina/AC. Glutâmico/aspártico (mais lenta) gera polipeptídeos de cadeia média ou longa. pH ótimo: 1,5 a 2. Inativa em pH >4 (restringe ao estômago) digestão PTN começa no estômago (10%), mas gastrectomias não afetam muito a utilização das PTN (pequena digestão) o MUCO: proteção da mucosa (inibe atividade péptica nas paredes) ANÁLISE: uso de sondas para coleta, estimulada por histamina, pentagastrina, cafeína, álcool e insulina para ser recolhida. Medidas: o Acidez: situações anormais – acloridria (ausência acidez livre em carcinoma gástrico), hipercloridria (excesso HCl - úlcera) o Pepsina, Outros elementos no suco gástrico (ácidos orgânicos, bile, sangue), Dosagem de gastrina e de uropepsina no sangue OBS: hiperacidez gástrica o Primária/funcional: causada por stress, cigarro, idiopática (desconhecida), alimentos picantes, uso prolongados de AINES (antiinflamatórios) o Secundária/patológica: causada por doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ou úlcera péptica. SUCO PANCREÁTICO INTRODUÇÃO: claro, transparente, líquido corporal normal mais alcalino devido ao bicarbonato – secretado pelas céls. Acinosas e epiteliais dos ductos exócrinos do pâncreas COMPOSIÇÃO o Vol: 650mL/dia, d= 1,007, pH – 7 a 8,2 o Parte orgânica (1/3): PTN e 6 enzimas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase, lípase pancreática, amilase pancreática, nucleases) o Parte inorgânica (2/3): Na+, K+, Cl-, fosfato e bicarbonato SECREÇÃO (MECANISMO E CONTROLE) o Enzimas – secretadas por ácinos das glândulas pancreáticas. Gabriela Carli – MED 112 o Água e bicarbonato – secretados por céls. Epiteliais de ductos que precedem os ácinos. Mecanismo secreção: CO2 + H2O (na célula) (anidrase carbônica) H2CO3 H+ + HCO3- HCO3- sai da célula para o sangue. H+ permuta: H+ sai pro sangue, Na+ vai para o ducto da célula (transporte ativo) – Na+ neutraliza o bicarbonato e carreia água do sangue para o ducto. o Controle: neural e hormonal (foco) Neural: n. vago e n. esplâncnicos (estimulado pelo quimo no duodeno) Hormonal: SECRETINA – pró-secretina é secretada pela mucosa duodenal ativada pelo HCl que chega com o quimo vai ao pâncreas e estimula bicarbonatoaumento pH = 8 PANCREOZIMINA (colecistoquinina) – secretado pela mucosa duodenal na presença de peptídeos no duodenoVai ao pâncreas e induz produção de precursores de enzimas digestivas. AÇÃO DIGESTIVA o Enzimas proteolíticas: secretadas pelo pâncreas na forma inativa (precursores/zimogênios), protegendo as céls de ataque proteolítico. Tripsina: endopeptidase, sai do pâncreas como tripsinogênio e é ativada no duodeno pela enteroquinase (ativada por Ca++) ou por autocatálise. pH ótimo – entre 7 e 8. Hidrolisa lig. pep. do lado carboxílico de AA básicos (lisina, hidroxilina, arginina). Não atua nas extremidades (inibem) Tripsinogênio (enteroquinase) tripsina (ativa) + segmento inibidor (6 AA) Quimotripsina: endopeptidase, chega quimotripsinogênio no duodeno ativada pela tripsina remove dois dipeptideos de pontos diferentes da cadeia quimotripsina (3 cadeias peptídicas ligadas por 2 ligações dissulfeto) hidrolisa lig. pep. Do lado carboxílico de AA aromáticos (fenilalanina, tirosina e triptofano). Não atuam em extremidades (grupos carboxila livrem inibem) o pepsina – hidrolisa lado amino de AA aromáticos. Carboxipeptidase: exopeptidase, chega pro-carboxipeptidase ativada pela tripsina remove segmento inibidor carboxipeptidase. pH ótimo = 7,4. Tem zinco na estrutura. Hidrolisa lig. pep. a partir da extremidade da carboxila terminal (um AA por vez). Extremidade amino inibe. *Elastase: hidrolisa a elastina, secretada como pró-elastase ativada pela tripsina Lipase pancreática (esteapsina): lipolítica, chega como pró- lipase ativada pela colipase (pode formar complexo lipase- colipase – otimiza a função) ação aumenta em meio com Ca+ + e sais biliares (emulsificante – aumenta a superfície de contato). Hidrolisa lig alfa dos TAG converte em beta- monoglicérides alfa-monoglicérides (espontânea – suscetível a enzima). Hidrólise é incompleta e eficiencia depende da quantidade de gordura, pH e motilidade. Gabriela Carli – MED 112 Hidrólise é proporcional ao PM, grau de insaturação de AG e número de AG/glicerol Orlistate – Xenical/Lipiblok: inibidor da lipase, usado em tratamento para obesidade, impede a hidrólise (30%) das gorduras (se a gordura não é absorvida ela não engorda). leva a mais evacuações, incontinência facal, fezes gordurosas. o Recomendação: dieta hipocalórica + suplementação vit. Lipossolúveis (ADEK) *Fosfolipase-A: ativada no duodeno por Ca++ e sais biliares. Hidrolisa lecitina lisolecitina. Secreta esterases hidrolisa éster de AG (como colesterol) Amilase pancreática (diástase, amilopsina): similar a amilase salivar. Ativada por Cl-, pH = 6,9. Caxumba: pode ser usada no diagnóstico pelo aumento das taxas no início da doença. Nucleases: pH =7, hidrolisam os AC. Nucléicos em nucleótides. o Doenças: Pancreatite aguda (uma das causas é a caxumba): obstrução via pâncreas intestino. Precursores são ativados precocemente no pâncreas atacam o tecido (dor pode ser fatal). Fibrose cística: muco espesso obstrui os canais de drenagem insuficiência de produção de enzimas pancreáticas suco pancreático ácido, viscoso e sem zimogênios. Prejuízo digestão e absorção, fezes com gordura e PTN. ANÁLISE: necessita drenagem duodenal ou coleta pela fístula pancreática externa. SUCO ENTÉRICO INTRODUÇÃO: Viscoso e turvo (muco, leucócitos, descamações mucosa). Glândulas da mucosa do intestino delgado secretam sucos suco entérico (mistura). COMPOSIÇÃO: varia de acordo com o local. o 3L/dia. pH varia: duodeno – 5,5 a 6/ íleo – 6 a 6,5. o Orgânico: mucina, lipídeos, uréia, enzimas (enteroquinase, aminopeptidase, dipeptidases, dissacaridases, oliga 1,6-glicosidase, fosfatase, nucleotidades, lecitinase e lípase. o Inorgânico: Na+, K+, Cl-, bicarbonato. SECREÇÃO: feita pelo quimo ao passar pela mucosa intestinal (excitação local) AÇÃO DIGESTIVA: mucosa lança as enzimas no suco de acordo com a demanda. o Enteroquinase/peptidase: tripsinogênio (..enteroquinase..) tripsina o Aminopeptidase: exopeptidase, hidrolisam lig. pep. da extremidade amino terminal (inibidas pela carboxílica terminal). o Dipeptidase: hidrólise de dipeptídeos 2 AA (última hidrólise de PTN mistura de AA livres absorvidos pela mucosa intestinal fígado. Nem toda PTN sofre hidrólise completa (ex: origem vegetal, queratina) Doença celíaca: enzimas não digerem algumas PTN insolúveis do trigo, centeio, aveia e cevada. Gliadina (no glúten) lesa a mucosa intestinal – leva a má absorção. Evitar glúten. o Dissacaridases: hidrolisam dissacárides monossacarídeos. Tem uma para cada tipo. Gabriela Carli – MED 112 Deficiência dissacaridases – causada por genética, lesão na mucosa (as enzimas estão na borda em escova) e patologias. Destaque: intolerância a lactose. Congênita: rara, de causa congênita, ausência ou deficiência intensa da lactase. Pode desenvolver pequena tolerância. Primária: deficiência de lactase aparece tardiamente, como tendência à redução delactase com o crescimento (maior em adultos com ascendência africana ou asiática – 90%). Secundária: relacionada a patologias (gastroenterite aguda) Lactose não hidrolisada: no intestino delgado atrai água para a luz intestinal no grosso é fermentada por bactérias (ácidos e monoses produzidos atraem água para a luz intestinal) ácidos irritam parede do colo e aumentam peristaltismo diarréia explosiva: fezes líquidas, ácidas (pH <6), altamente redutor, pode provocar dermatite perianal. ACARBOSE: inibidor competitivo reversível da sacarase, da amilase e da maltase (maior afinidade com elas) retarda e reduz hiperglicemia na luz intestinal após refeições. Mais eficaz se consumida com carboidratos. Usada em DM. o Oligo-1,6-glicosidase: hidrolisa ligação alfa 1-6 de amilases e da amilopectina. o Fosfatase: quebra ligações éster-fosfato de substâncias orgânicas, libera Pi o Nucleotidase: nucleótide nucleóside + ácido fosfórico o Nucleosidase: nucleóside base nitrogenada + pentose ANÁLISE: só é feita em pesquisas, não é adotada na clínica. BILE INTRODUÇÃO o Viscosa, amarga e corada (única secreção digestiva corada – amarelo esverdeado – marrom escuro). Produzida nas céls poligonais do fígado. Sem hidrolases – presença de sais biliares (importantes na digestão). o Via de secreção de sais biliares. o Via de excreção para o que o rim não excreta (ou excreta pouco) Endógenos: bilirrubina, tiroxina, metabólitos de esteróides e enzimas fofatase alcalina – catalisa hidrolise do fosfato a partir de ésteres fosfóricos, pH entre 8 e 9, presente em fígado, ossos e vias biliares. diagnóstico de disfunção hepática: 2,5x menor que o valor máximo de referência. o Elevada em metástases ósseas e no crescimento, doenças hepatocelulares, colestase. Exógenos: drogas como penicilina COMPOSIÇÃO o Vol diário – 1L a 1,5L o parte orgânica: bilirrubina, sais biliares, lipídeos (colesterol, fosfolipídeos – lecitina), mucina, enzimas, PTN, AA lipídeos – se mantém em solução aquosa na bile por formarem MISCELAS ESTÁVEIS com os sais biliares. Gabriela Carli – MED 112 Litíase biliar – precipitação do colesterol das miscelas forma cálculos biliares (+ comum em mulheres > 40 anos, obesas) o parte inorgânica: Na+, K+, Cl-, Mg++, sulfatos, fosfatos, bicarbonato. Concentrações similares às do plasma sanguíneo. Concentração de bicarbonato aumenta som estimulo da secretina. o Sofre transformações sucessivas (cor muda pela oxidação da bilirrubina): bile hepática: nos canalículos biliares do fígado – mais líquida, amarelo-ouro (por conta da bilirrubina), d= 1,01, pH = 7 a 8,5 (alcalina) bile hepática pode ir: Vesícula biliar (reabsorção água e eletrólitos) – bile vesicular (+ concentrada, marrom escura, d=1,026 – 1,032, pH < 6, mais viscosa. Colédoco: amarelo-esverdeado, para ser lançada no intestino. CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA: reabsorção da maior parte da água, pigmentos e sais biliares e lipídeos pela mucosa intestinal e trazidos pela circulação porta ao fígado (reexcretados pela bile). – 95% da secreção biliar faz esse trajeto. SECREÇÃO: depende do fluxo sanguíneo hepático, n. vago, secretina (estimulam). Fluxo é estimulado pela presença de sais biliares no sangue (no venoso portal, a taxa de sais biliares no sangue é inversamente proporcional a sua biossíntese – pois a reabsorção torna-a desnecessária). o Vesícula biliar – armazena, concentra e acidifica a bile e secreta muco. o Esfíncter de Oddi fechado abre com aumento da pressão hidrostática libera bile para intestino secretina, colecistoquinina e n.vago estimulam contração da vesícula esvaziamento: relaxamento esfíncter + contração parede. PIGMENTOS BILIARES INTRODUÇÃO: tetrapirrois de cadeia aberta, vêm do catabolismo da hemoglobina (85%) nas céls do S. reticuloendotelial. o Hemácea velha retirada de circulação hemoglobina heme + globina o Globina AA síntese protéica o Heme ferro reaproveitado Porfirina não reaproveitável tóxica pigmento biliar (menos tóxico) bile fezes BIOSSÍNTESE PORFIRINAS: glicina + succinil-COA derivado monopirrólico porfobilinogênio união de 4 porfirina grupo heme o Porfirias: defeitos na biossíntese em alguma das etapas – acúmulo de precursores no organismo. Ex: vampiros da idade média (origem do mito), acúmulo no fígado – comportamentos intermitentes e mudanças neurológicas. FORMAÇÃO BILIRRUBINA: no SRE, hidrólise da hemoglobina ocorre pela heme-oxigenase com quebra da ligação alfa entre dois anéis pirrólicos com vinil verdohemina desprende ferro biliverdina (pigmento biliar) sofre redução bilirrubina (amarela, lipossolúvel) enviada ao sangue albulina leva ao fígado transporte PTN Y microssomos conjugação. o Conjugação: bilirrubina (radical propionico) + AC. Glicurônico (OH 1’) glicuronil-transferase glicurônide de bilirrubina (mono ou di) Gabriela Carli – MED 112 hidrossolúvel vai para canalículos biliares intra-hepáticos excreção bile TIPOS DE BILIRRUBINA o não conjugada / livre: é lipossolúvel, vai do SRE ao fígado, bilirrubina indireta. o conjugada: está na bile, hidrossolúvel,bilirrubina direta/colebilirrubina. REAÇÃO DE VAN DEN BERGH o Dosagem de bilirrubina no plasma. Bilirrubina conjugada: dissolve no meio aquoso de diazo- reagente de Erlih e reage formando azobilirrubina (Vermelha). Bilirrubina não conjugada: só dissolve no reagente após adição de metanol (solvente orgânico). TRANSFORMAÇÕES PIGMENTOS NO INTESTINO o Bilirrubina conjugada eliminada pelas fezes ou sofre ataque enzimático pela beta-glicuronidase desconjugação bilirrubina livre o Bilirrubina livre pode ser: (1) eliminada com as fezes, (2) reabsorvida pelo intestino e depois para o fígado, (3) ser atacada por bactérias intestinais conversão nos subprodutos da bilirrubina mesobilirrubinogênio estercobilinogênio estercobilina eliminados ou reabsorvidos. CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA: movimentação em parte cíclica, pigmentos só podem ser reabsorvidos em sua forma LIVRE. BILIRRUBINA NO RN: nasce com o intestino ESTÉRIL (sem microbiota), bactérias colonizam o intestino ao longo dos dias. o MECÔNIO: matéria fecal do RN - contém muita bilirrubina LIVRE, passível de reabsorção pela circulação entero-hepática. Sem bactérias – bilirrubina livre não pode ser convertida a pigmentos biliares (quadro normal) o Hiperbilirrubinemia indireta fisiológica: excesso de reabsorção de bilirrubina livre causada pela não eliminação/ eliminação retardada do mecônio no período fecal (ex: obstrução intestinal). Neonatal todo RN nasce com taxas elevadas de bilirrubina no sangue 50% dos RN desenvolvem icterícia (pele/mucosa amarela) alimentação precoce no RN aumenta peristaltismo eliminação rápida no mecônio causada por: taxas altas de bilirrubina no RN (dobro do adulto) tempo de vida menor dos eritrócitos (90 dias) imaturidade hepática – menos PTN Y (capta menos bilirrubina), menos glicuronil-glicosidase (menos conjugação), excesso céls. Sanguíneas. excesso de absorção da bilirrubina pela circulação entero-hepática. SAIS BILIARES INTRODUÇÃO: principais metabólitos do colesterol no organismo, síntese no fígado! QUÍMICA (PROVA!): são sais sódicos ou potássicos dos AC. Glicólico e taurocólico (derivados do AC. Cólico – 3 AG x 1 AT). Bile é alcalina ácidos biliares estão na forma salina (sais biliares). o ÁCIDO CÓLICO: colano (AC. Colânico) 4 ácidos hidroxicolânicos (cólicos) Gabriela Carli – MED 112 o Esteróides, 24C, diferem pelo numero de OH ligadas 3C, 7C e 12C e pela posição delas (orientação alfa – abaixo do plano HORIZONTAL do anel). ÁCIDO CÓLICO (PRIMÁRIO): AC. 3,7,12 tri hidroxi colânico(maior quantidade) ÁCIDO DESOXICÓLICO (SECUNDÁRIO): AC. 3,12 di hidroxi colânico (principal AC. Biliar das fezes) ÁCIDO CHENODESOXICÓLICO (PRIMÁRIO): AC 3,7 di hidroxi colânico ÁCIDO LITOCÓLICO (SECUNDÁRIO): AC. 3 hidroxi colânico o ÁCIDO GLICOCÓLICO – conjugação (Lig. amida- pseudopeptídica, pois não liga dois AA) ÁCIDO CÓLICO (COOH-) + GLICINA (NH3+) o ÁCIDO TAUROCÓLICO – conjugação pseudopeptídica ÁC. CÓLICO (COOH-) + TAURINA (Derivado da cisteína (NH3+) BIOSSÍNTESE DOS ÁC BILIARES PRIMÁRIOS: AC. Cólico e chenodesoxicólico, síntese nas céls. Poligonais no fígado. Podem sofrer desconjugação e desidroxilação (bactérias) e originar AC. Biliares secundários (desoxicólico, litocólico). o Colesterol (OH 3’) R.E.L. colesterol-7-alfa-hidroxilase (ADIÇÃO OH- 7’) Adição OH 12’ Isomerização OH 3’ para alfa redução e desaparecimento da dupla ligação entre 5C e 6C. diminuição e oxidação cadeia lateral (mitocôndria) formação carboxilas e AC. Propiônico. o REGULAÇÃO (PROVA): regulação depende da (1) reabsorção de AC. Biliares pela circulação enterohepática (maior reabsorção, menor biossíntese). (2) maior a quantidade de colesterol reabsorvido (fígado sangue), maior a velocidade de biossíntese. Interrupção circulação enterohepática/ excreção excessiva da bile aumenta biossíntese dos ácidos biliares. CONJUGAÇÃO: ocorre nos microssomos dos hepatócitos Coenzima A + ácido cólico (+ ATP) COLIL-s-COENZIMA A + AA (taurina ou glicina) ácido cólico BIOSSÍNTESE DOS ÁC BILIARES SECUNDÁRIOS: desconjugação AC. Primários (não ocorre com todos) hidrólise lig. amida do c24 remoxão OH 7’ (desidroxilases bacterianas) o AC. Cólico (3, 7, 12) AC. Desoxicólico (3,12) o AC. Chenodesoxicólico (3,7) AC. Litocólico (3) CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA: Reciclagem dos AC. Biliares entre intestino e fígado (ocorre pela bile nas vias biliares) no intestino: desconjugada e reabsorvida para fígado, no íleo, por transporte ativo) no sangue porta: albumina transporta para fígado fígado: reconjuga com glicina ou taurina secretada pela bile 30g voltam para intestino 300mg são excretados nas fezes (dia) o Mantém as reservas de sais biliares (eliminação = produção) FUNÇÕES: (1) emulsifica lipídeos (ÁCIDO BILIAR na forma salina e conjugada) – aumenta superfície de contato para digestão, solubiliza parcialmente gorduras, ação de sabão (2) mantém gordura/colesterois em meio aquoso da bile (3) ativam e otimizam ação da lípase em pH menos alcalino (4) aumenta peristaltismo intestinal (5) eliminação de colesterol - única forma de excretar colesterol é convertê-lo em bile ou sais biliares – evita sobrecarga de colesterol no organismo. ABSORÇÃO INTESTINAL Gabriela Carli – MED 112 INTRODUÇÃO: Absorção = passagem substâncias da luz do tubo digestivo circulação. Quantidade de líquido absorvida/dia = 10L (9,5L reabsorvido no i. delgado e 0,5 excretado nas fezes). o Diarréia – não ocorre absorção efetiva da água no i. delgado. ORGÃOS EM QUE OCORRE ABSORÇÃO: intestino delgado (principal), boca e esôfago (remédios na via sublingual), estômago (só álcool e algumas drogas – solúveis em lípides). o Intestino delgado: 5 a 9 m – alimento permanece em contato com a mucosa (com vilosidades – aumentam superfície de contato) durante 3 a 8h garante EFETIVA ABSORÇÃO (maior absorção ocorre nos 50% distais). VIAS: as substâncias podem ir para os vasos o Quilíferos (linfa) veia subclávia esquerda veia cava superior (mediastino) o Capilares sanguíneos vasos do s. porta (mais importante – fluxo 500 a 1000x maior. MECANISMOS: (1) pinocitose – absorção de proteínas: células intestinais englobam as PTN do meio, que se ligam a membrana e invaginam formando vacúolos. (2) transporte ativo – não segue gradiente de concentração, usa ATP, principal mecanismo. Estruturas semelhantes são absorvidas em tempos diferentes, sendo as de maior PM abosrvidas mais rápido (hexoses são absorvidas mais rápido que glúcides). (3) absorção passiva – água e íons, a favor do gradiente. ABSORÇÃO GLÚCIDES: a absorção é exclusiva para monossacarídeos pelos vasos sanguíneos de duodeno e jejuno (2/3 proximais) – maioria é GLICOSE. o Hexoses (galactose, glc, fru, manose) >>> pentoses (xilose, arabinose) o Frutose e pentoses -> transporte passivo o Alguns monossacarídeos dissacaridases que agem como enzimas carreadoras dos produtos da hidrólise do substrato. o Glicose e galactose: refeição muita glc e Gal na luz do intestino transporte passivo para a célula acumulam-se no interior da célula transporte para a célula começa a ser contra gradiente de concentração absorção ativa de Glc/Gal transportador se liga a hexose e a Na+ (cotransporte – Na+ entra passivamente na célula e libera sua energia para transporte ativo da hexose) leva ambos para dentro da célula. membrana basolateral do enterócito: bomba de Na+, K+ ATPase (3 Na+ sangue, 2K+ célula) cessa cotransporte de hexose/Na+ trnasporte passivo Gal e Glc para sangue (60% por carreador, 25% por difusão simples e 15% retornam a luz intestinal por transporte reverso) Gal e Glc na luz: aumenta absorção de Na+ (cotransporte) aumenta absorção de água retorna ciclo. GALACTOSE > GLICOSE > FRUTOSE > MANOSE > XILOSE > ARABINOSE Gabriela Carli – MED 112 HIDRATANTES ORAIS: soro caseiro = água + açúcar (Glc) + sal (Na+) repõe a perda de água e íons em caso de doenças do s. digestório como vômitos e diarréia, sobretudo do íon Na+ Glc é colocada para que o cotransporte de Na+ possa ocorrer. o OMS- Rehidrat: NaCl 3,5g/L, Bicarbonato de Sódio 2,5g/L, KCl 1,5g/L, Glc 2g/L (não precisa decorar). o Dosagem Na+: diarréia normal (60 mMol/L), diarréia da cólera (90 mMol/L) Teste de absorção de carboidratos: D-xilose, é absorvida, mas não é metabolizada, sendo excretada na urina. Administra-se 25g, em jejum, e colhe-se a urina durante 5H. normal: 4,5 g recuperadas na urina. ABSORÇÃO DOS LÍPIDES (prova!!!): o 1ª fase – DIGESTIVA: 40% dos TAG sofre hidrólise completa no Trato digestivo glicerol + AG + monoglicérides + diglicérides (incompleta). Fosfolipídeos (lecitina) lisolecitina(perdeu 1 AG) + AG. Ésteres de colesterol (colesterol esterase) colesterol + AG. o 2ª FASE – CELULAR: no enterócito ressíntese TAG, fosfolipideos e ésteres de colesterol. Não participam glicerol da hidrolise (não tem glicerol fosfato no enterócito), nem AG de cadeia média. o 3ª FASE – TRANFERÊNCIA PARA LÍQUIDO EXTRACELULAR: glicerol e AG de cadeia média entram no s. porta fígado. Demais componentes formam o quilomicra linfa ducto torácico sangue (transporte exógeno de colesterol). Colesterol é melhor absorvido que os seus similares (alguns de origem vegetal nem são absorvidos). beta-sitosterol: esteróide vegetal absorvido em pequenas quantidades que compete com o colesterol na absorção. o Fatores de absorção: sais biliares, lípase pancreática, mucosa intestinal íntegra. Esteatorreia (excesso lipídeos nas fezes): icterícia obstrutiva (sais biliares não chegam ao duodeno para serem reabsorvidos), fibrose cística pancreática (compromete lípase), doença celíaca (lesa mucosa). o Teste de trioleína: testa absorção lipídica – administração oral trioleína marcada com iodo 131 após 72h medir radiotividade das fezes. Normal<2%. ABSORÇÃO PROTEINAS: AA absorvida rapidamente (a favor do gradiente). Mecanismo favorece absorção dos L-AA (maior quantidade mais rápido) pelos vasos do sistema porta. AA acumula no enterócito cotransporte com Na+ do lúmen para enterócito com transportadores específicos para cada grupo de AA. o Importante! (1) AA ácidos transaminação no enterócito piridoxina (B6) é cofator. (2) absorção de di/tripeptídeos: pouco conhecida – ocorre mais rápido que ade AA (na doença celíaca essa não é comprometida – ingestão de produtos que a contenham) o Absorção de proteínas (não hidrolisadas): pode ocorrer em qualquer idade, mas predomina nos RN e lactentes – poucas enzimas proteolítinas no intestino, menos acidez gástrica, colostro inibe tripsina. Permite transmissão anticorpos da mãe filho na amamentação Predispõe alergia alimentar – ocorre pela absorção de macromolécula protéica estranha age como antígeno (ex. PTN leite de vaca). TRANSFORMAÇÕES NO INTESTINO Gabriela Carli – MED 112 AÇÃO DAS BACTÉRIAS: estômago/duodeno e jejuno – pouca quantidade (no estômago – Helycobacter pilori é patológica). Porção terminal do íleo/metade direita do intestino grosso MICROBIOTA INTESTINAL (bactérias não sofrem ação corrosiva do HCl, nem de enzimas digestivas). Flora intestinal aparece com o desenvolvimento do RN. o No lactente – Lactobacillus bifidus. No adulto – Escherichia coli (coliformes fecais), entre outras (entender que a microbiota se altera com o desenvolvimento) o Funções da microbiota: (1) digestiva celulase em herbívoros / (2) produz substâncias prejudiciais como amônia, aminas tóxicas e fenóis / (3) produção vit K e complexo B / (4) fisiologia: redução e oxidação dos pigmentos biliares, desidroxilação e desconjugação dos sais biliares e converão de colesterol coprosterol. o Ação bacteriana nos alimentos: (1) CARBOIDRATOS fermentação / (2) LIPIDEOS hidrólise em AG e glicerol / (3) PTN Putrefação – proteólise de resíduos protéicos AA não é absorvido no intestino grosso novo ataque produtos: amônia, etc. Exemplos (PROVA!): (1) alanina desaminação ac. Propiônico/amônia OU alanina descarboxilação etil amina + CO2 Ex 2: triptofano indol e escatol odor normal das fezes. São tóxicas em grande quantidade. podem ser absorvidos pelo s. porta no fígado: desintoxicação a indoxil e escatoxil conjugação com H2SO4 AC. Indoxil sulfúrico e escatoxil sulfúrico sais dos ácidos: indican encontrada pouco na urina Excesso de indican na urina: pode haver constipação intestinal ou obstrução intestinal baixa. o PROBIÓTICOS: microorganismos vivos que conferem saúde, suplementação para conferir equilíbrio à microbiota. ex: floratil (Saccharomyces bouratti) e Provance (lactobacilos). o PREBIÓTICOS: carboidratos não-digeríveis – estimulam proliferação seletiva da microbiota. PRODUTO SIMBIÓTICO = prebiótico + probiótico (combinados. ESTUDO DAS FEZES: produto da excreção – resíduo da digestão. o Quilo da porção terminal do íleo: semilíquido (restos de alimentos, bile e sucos digestivos, descamações intestino, microorganismos) colo absorve água e secreta mucina bolo fecal semi-sólido e viscoso bactérias: 25 a 50% da matéria seca das fezes. o RN – mecônio: secreções biliares e intestinais (acumuladas durante a gestação), sem bactérias. Eliminada até o 4º dia de vida. o Composição das fezes: (1) resíduos de alimentos (fibras musculares, de celulose, grãos de amido, fosfatos e oxalatos de cálcio, lipídeos). (2) enzimas, pigmentos biliares, coprosterol e mucina. (3) flora bacteriana e metabólitos. (4) descamação da mucosa do tubo digestivo. o Gás intestinal: eliminado pelo ânus de 200 a 2000 ml/dia. 99%: N, O (ar deglutido), CO2 (fermentação), H, CH3 (metabolismo bacteriano). o Propriedades das fezes: (1) COR: acastanhada (varia com o pigmento biliar). Fezes acólicas (sem pigmentos) quadros de obstrução das vias biliares. Fezes escuras: sangue (melena – hemorragia digestiva), beterraba, sulfato ferroso. Gabriela Carli – MED 112 (2) ODOR: dado pelo indol e escatol, H2SO4 e metil mercaptano. Aumenta com ingestão excessiva de PTN. Cheiro muito fétido pode ser infecção intestinal bacteriana. (3) pH: 7 a 7,5 (ácidos formados pela fermentação na microbiota reduzem o pH fecal) (4) VOLUME: varia por idade/pessoa/alimentação (rica em fibras vegetais aumenta volume) CAPÍTULO 2 – SANGUE (24 páginas) INTRODUÇÃO 5 a 7% do peso corporal (2 a 3 L/m2) Funções: (1) transporte substâncias (2) integração de tecidos transporte de hormônios (3) manutenção do equilíbrio ácido-base (4) regulação balanço hídrico entre circulação e tecidos (5) termorregulação e distribuição do calor (6) defesa contra infecções. Sistema circulatório sangue (plasma + parte corpuscular) + linfa COMPOSIÇÃO Parte corpuscular: 45% do volume eritrócitos, leucócitos e plaquetas o Eritrócitos (hemáceas): 4 a 5,5 mi/mm3 na mulher e 4,5 a 6 mi homem 65% água + 35% sólido (maior parte hemoglobina + PTN, fosfolípides, colesterol, íons, enzimas – anidrase carbônica) o Leucócitos (glóbulos brancos): 6 a 8 mil/mm3 (varia entre os autores). predomínio nucleoPTN, peroxidases, zinco, enzimas proteolíticas (lisossomos). Granulócitos neutrófilos e macrófagos (fagocitose) Linfócitos produção de anticorpos o Plaquetas (trombócitos): 250 mil/mm3, anucleadas e não pigmentadas. Cél. Primitiva da medula óssea megacarioblasto megacariócito fragmenta citoplasma plaqueta! Vive de 7 a 10 dias. Participam da hemostasia e secretam fatores plaquetários fenômeno que mantem o sangue no interior dos vasos e impede a sua saída. 4 fases: Vascular, Plaquetária, Coagulante e fibrinólise Lesão vascular vasoconstrição reflexa (reduz fluxo) plaquetas aderem a TC e colágeno exposto liberam ADP agregação de outras: tampão plaquetário (para fechar a lesão) ativa fatores de coagulação produção fibrina fibrólise reconstituição vaso circulação retorna. Plasma: 55% do sangue. Constituintes difusíveis (catabólitos, anabólicos, íons, hormônios, vitaminas) e não difusíveis (PTN, lipídeos, polipeptídeos). o Concentrações no plasma estado dinâmico: equilíbrio entre adição e remoção. Faixa de referência faixa de valores encontrada em 95% da população sadia de referencia (evitar “normal”). Md/dl (Glc/colesterol), microg/dL (vit e minerais), g/dL (PTN) PROTEÍNAS DO PLASMA Gabriela Carli – MED 112 INTRODUÇÃO: 7% das proteínas dosagem: biureto – reação com CuSO2 em meio alcalino (6 a 8 g/dL). o Funções -> coagulação, transporte, defesa, influencia na viscosidade e na pressão oncótica, regulação pH poder tampão, fontes de AA. COMPOSIÇÃO: separação genérica atual eletroforese: separa PTN em campo elétrico em função das diferenças de carga e de massa molecular, em meio alcalino (pH = 8,6) – adquirem carga negativa e migram para o pólo (+) – a diferenciação ocorre pela distancia de migração entre os grupos. Quem tem PI mais baixo, mais cargas (-), migra mais! o No soro – não há fibrinogênio (virou fibrina). ALBUMINA>ALFA-1 GLOBULINA> ALFA-2 GLOBULINA> BETAGLOBULINA>FIBRINOGÊNIO>GAMAGLOBULINA ALBUMINA: (50% da PTN do plasma). Simples, só AA e ligações dissulfeto, baixo PM, muitos grupos ionizáveis (carga -18 no pH = 7,4 do sangue). PI = 4,7. Alta solubilidade e migração mais rápida na eletroforese. Mais simétrica e provoca menos viscosidade no sangue (forma elíptica). o Principal responsável pela pressão oncótica (força que a albumina faz para atrair o líquido extracelular – pressão osmótica realizada pela albumina) regula trocas de fluidos nos capilares. Carga negativa a torna muito hidrofílica e capaz de reter muito líquido o Faz transporte no sangue de: bilirrubina, hormônios, cobre (10%), drogas (sulfas, penicilina, aspirina, benzodiazepínicos). o Reserva de PTN desnutrição abaixo albumina edema o Fração pré-albumina:migra mais que a albumina para o pólo positivo. Bons marcadores do estado nutricional desnutrição aguda altera sua concentração, que se recupera com alimentação. Pré-albumina ligante de tiroxina (TBPA): tetrâmera, pode se ligar a 4 moléculas de tiroxina e transportar uma parcela da tiroxina do sangue. PTN ligante de retinol(RBP): essencial no transporte e metabolismo da vitamina A o Alfa-fetoglobulina: principal glicoPTN do plasma do feto humano, é homólogo à albumina e reduz sua concentração a medida que a dessa aumenta. Se eleva na gravidez e em hepatoma (diagnóstico). ALFA-GLOBULINAS: dois picos distintos grupos alfa 1 e alfa 2 o Alfa-1 antitripsina (antiproteinase): principal componente da fração alfa-1, inibe enzimas proteolíticas (e de proteases dos leucócitos polimorfonucleares) e protege tecidos saudáveis da proteólise. Síntese no fígado aumenta na fase aguda de inflamações e diminui em insuficiência hepática (síntese é no fígado). forma complexo com a protease, metionina se liga as proteases. Relação com doenças pulmonares: deficiência genética leva a enfizema pulmonar em caso de infeccções, aumenta o afluxo de leucócitos para os alvéolos que liberam proteases. Sem algo para inibi-las, ocorre injuria proteolítica do parênquima e insuficiência pulmonar Fumar: oxida metionina e inativa-a, impedindo alfa 1 antitripsina de formar complexos com as proteases enfizemas. o Alfa-1 glicoPTN ácida (orosomucoide): transporta estrógeno. É uma mucoPTN (PTN de fase aguda – dosada fora da eletroforese). Gabriela Carli – MED 112 o Alfa 2 macroglobulina: alto PM, inibe proteases. Não é perdida pelo rim em síndrome nefrótica (auxilia no controle oncótico desses pacientes). o Haptoglobulina: é uma mucoPTN e uma PTN de fase aguda. Capta hemoglobina que está fora da hemácia (evita perdas). Forma complexos estáveis com hemoglobina livre, impedindo que essa atravesse os glomérulos renais. Vai para SRE heme+ globina. Desaparecimento da haptoglobulina do plasma é mais vez quando ligado a hemoglobina, pois tem que levá-la rapidamente para SRE. (5 dias 90 min). Doença hepática ou hemolítica reduzem. o Ceruloplasmina: ligada a metais, se liga ao cobre (Azul) por seis moléculas desse metal muito fortemente (péssima transportadora). Albumina doa mais dobre aos tecidos por se ligar fracamente (libera mais rápido). Transporte 90%. Cobre é cofator enzimático de várias etapas do metabolismo. Excesso: oxidação, liga-se a AN, produz radicais livres. doença de Wilson: metabolismo anormal do cobre, em que ocorre deposição dele no fígado e SNC pela redução de ceruloplasmina. Anéis de kaiser-fleischer: depósito anormal de cobre nos olhos. BETA-GLOBULINAS: o Transferrina: transporta Fe3+ medula óssea: tem precursores de eritrócitos com receptores para ela. Eleva-se em anemias ferroprivas (organismo acha que a falta de ferro vem da falta de tranportador) e reduz em distúrbios hepáticos (síntese hepática). o Componente c3 do sistema complemento: envolvimento do processo inflamatório o Beta lipoproteína o asd LIPOPTN E TRANSPORTE DE LIPÍDEOS: transporte é feito por albumina ou por lipoproteínas (é polar e transporta apolar). Todas formadas por PTN, col-oh, col-éster, TAG e fosfolipídeos (variam as proporções). o Na eletroforese, quilomicra não migra, VLDL – pré-beta, IDL – pré-beta beta, LDL – beta, HDL – alfa (movimento equivalente). o Apolipoptoteínas: solubilizam lipídeos e se ligam aos receptores da superfície celular. APO: A1 no HDL, ativa LCAT, A2 no HDL, cofator da LCAT, B b 48 no quilomicron e B 100 no LDL/VLDL/IDL o LDL e HDL levam e trazem o colesterol dos tecidos. o ESTUDAR PELOS SLIDES DE MONITORIA. GAMAGLOBULINAS: anticorpos e PTN C reativa. o IMUNOGLOBULINAS (ANTICORPOS): são produzidas em resposta a antígenos defesa imunitária. Em formato de Y, braços se combinam com antígeno, perna é constante e mantém atividade biológica da Ig. Duas cadeias pesadas (H) e duas leves (L, podem ser kappa ou lambda) se ligam por pontes dissulfeto. PI varia entre 6,3 e 7,3 Ig G: 75% das Ig, anticorpos contra antígenos RH e invasores. Único que atravessa barreira placentária. A: 15%. Anticorpos anti-insulina, IgA secretora. M: 7%, anticorpos contra antígenos do sistema ABO D: 0,2%, sem função conhecida. E: 2,8%, envolvida em alergias. PROTEÍNAS E COAGULAÇÃO: envolve fatores de coagulação (Ca++ e PTN) Gabriela Carli – MED 112 o Protrombina e trombina: protrombina é proenzima da trombina, se converte nela na coagulação pelo Ca++ e outros fatores. Síntese hepática e dependente de vitamina K (síntese na microbiota – RN sofre com doença hemorrágica do RN pela ausência). doença hepática/deficiência vitamina K – acúmulo protrombina. Trombina converte fibrinogênio em fibrina. o Fibrinogênio e fibrina: fibrinogênio é uma molécula fibrilar, sua concentração aumenta na inflamação (PTN de fase aguda) e se converte em fibrina na coagulação pela ação da trombina. Fibrinogênio -> (trombina) -> fibrina se polimerizam espontaneamente fibrila solúvel (coágulo macio) endurecimento da fibrila fibrinase (estabilizadora da fibrina) e cálcio. Cálcio ativa ambas as fases. Níveis baixos – tetania. Quelantes de cálcio e radicais que formam sais com cálcio reduzem seu podem coagulante. Heparina mucopolissacarídeo, sintetizado nos mastócitos, forma complexos irreversíveis entre trombina e antitrombina III – ação anticoagulante. OBS: PROTEÍNAS DE FASE AGUDA: aumento de concentração em resposta a estresse orgânico ou inflamação (infecção, cirurgia, necrose). Alfa 1 glicoproteína acida, alfa 1 antitripsina, haptoglobina, alfa 2 macroglobulina, fibrinogênio, proteína C reativa, ferritina, ceruloplasmina, complemento c3. Níveis aumentados: (1) inflamação provoca afluxo de leucócitos que liberam proteases, que são inibidas por proteínas (2) haptoglobulina e PTN c reativa transportam restos celulares para SRE (3) fibrina (vem do fibrinogênio), cicatriza tecidos. ERITRÓCITOS INTRODUÇÃO: Transportam O2 e CO2, solução concentrada de 32% de Hg. Permitem circulação sanguínea. Hemácias não possuem mitocôndria nem núcleo e tem baixo consumo de O2. São sintetizados sob estímulo da eritropoietina na medula óssea, regulada pela demanda de O2. Acido fólico e B12 maturação hemácias. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO o Membrana: formada por estromatina (insolúvel) e diversos lipídeos – lecitina, cefalina, cerebrósides, gangliósides e col-OH, substâncias responsáveis pelos grupos sanguíneos (mucopolissacarideos + AA = antígenos A e B) o Parte interna: hemoglobina e enzimas (anidrase carbônica, catalase, peptidase, colinesterase, enzimas da glicolise, glutationa peroxidase, etc e diversos íons. PROPRIEDADES DAS HEMÁCIAS o Variação de tamanho: isotônicos a solução de NaCl = 9 g/L. meio hipotônico – entra água, incham – hemólise (Hb é liberado no meio – hemácia vira estroma). Meio hipertônico – sai muita água – diminui e enruga. o Sedimentação: tem uma velocidade de hemossedimentação em repouso, em que as hemácias se precipitam no sangue para o fundo. VHS aumenta em doenças sistêmicas. o Aglutinação: capazes de agruparem-se em massas – intenso: hemoaglutinação (determina grupos sanguíneos). o Flexibilidade eritrocitária: hemácias conseguem se deformar para passar por calibres menores dos vasos – garante microcirculação. ATIVIDADE METABÓLICA Gabriela Carli – MED 112 o Energia consumida vem da fermentação lática e da via das pentoses (baixo consumo de O2). Pode ligar-se ao O2 sem oxidar, contudo seu átomo de ferro oxida a Fe+++ (em poucas quantidades), formando metahemoglobina não é capaz de transportar O2. Nadh2 e nadph2 e glutationa protegem o Fe++ da oxidação. Glutationa AC. Glutâmico + cisteina + glicina antioxidante, impede oxidação do Fe++ ao impedir ação do H2O2, reduz à H2O, às custas da glutationa peroxidase. METABOLISMO DO FERRO INTRODUÇÃO: ferro: no homem: 4g, na mulher: 2 a 2,5 g (70% nas hemácias) o Eliminaçãopequena bile, urina, suor, descamação pele NECESSIDADES: variam com idade e sexo. o RN: não necessita de ferro, pois já nasce com reservas hepáticas de ferro hemólise fisiológica do período neonatal do período neonatal – lisa hemácias antigas e garante ferro para as novas moléculas de hemoglobina. PREMATURO: não tem tempo para completar as reservas. o Lactente: esgotamento das reservas neonatais, necessidade de fontes de ferro (a partir de 6 meses) o Puberdade: crescimento acelerado. o Adulto: requerimento pequeno exceto em hemorragias/verminoses. o Mulher: precisa de mais ferro pela menstruação e gravidez (Feto absorve ferro da mãe no ultimo trimestre – formação das reservas) FONTES o Ferro hemínico: ferro presente no grupo heme em certos alimentos. Se liga a receptor específico de membrana do enterócito e é internalizado heme é rompido pela heme-oxigenase: ferro vai p sangue/forma ferritina. Absorvida sem interferência de fatores da luz gastrointestinal – origem animal (hemePTN: carne bovina principalmente e vísceras) o Ferro não-hemínico: ferro dos alimentos não presente na estrutura do grupo heme – absorvido pela mucosa do duodeno. Entra no enterócito por difusão simples/sistema transferrina-receptor – para transferrina presente nos alimentos. Forma ferritina e é melhor absorvido com Vit C, AC. Malico, cítrico e oxálico. Inibido por fitatos (cereais e leguminosas), tanatos (chá e café) e fosfatos (fosfoPTN do ovo). fontes: vegetais verde-escuros e frutas em geral. Fe++ mais facilmente absorvido. Fe+++ em remédios, menos efeitos colaterais. ABSORÇÃO E UTILIZAÇÃO o Biodisponibilidade vegetal (1 - 7%), animal (10 a 30%), leite humano (50%) e leite de vaca (10% de aproveitamento pelo lactente). o ABSORÇÃO: Entrou no organismo Fe++ oxida a Fe+++ Fe+++ + apoferritina ferritina sofre redução de acordo com a necessidade Fe++ + apoferritina Fe++ vai para o plasma ceruloplasmina (ferro-oxidase) oxida Fe++ Fe+++ + aprotrasferrina -> transferrina transporte do ferro no sangue nos tecidos (principais: fígado e medula óssea): desprendimento do Fe+++ céls tem receptor para transferrina (ligam-se a duas). o Uso do Fe+++ na célula síntese Hb e mioglobina, depósito de ferritina. o EXCREÇÃO quase ausente (metabolismo fechado – recicla ferro). Necessidade de equilíbrio demanda absorção de ferro. Controle de absorção: STOP! quando todas as apoferritinas estão ligadas a Fe++ formando ferritina (não é perfeito) Gabriela Carli – MED 112 Acumulo excessivo ocorre por injeções de ferro por via parenteral, tranfusões não criteriosas, ingestão excessiva via oral (excesso de tônicos e polivitamínicos) leva a HEMOCROMATOSE! Déficit: durante crescimento (lactente e puberdade), gravidez, hemorragias (em alguns casos ocultas), desnutrição (países subdesenvolvidos) ANEMIA FERROPRIVA CAPÍTULO 3 – EQUILÍBRIO HIDROSSALINO (10 PÁGINAS) INTRODUÇÃO Matéria viva surgiu no meio aquoso LEC conserva similaridades com os mares antigos (sensibilidade a variações mínimas de pressão osmótica, concentração iônica e pH). Meio interno permitiu regulação independente das condições ambientais. ESTUDO DOS LÍQUIDOS CORPORAIS CONCENTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA NO ORGANISMO o Água = 60% peso corporal inversamente proporcional à taxa de gordura magro > 60%, mais vulnerável a doenças crônicas debilitantes por ter menos reservas calóricas / gordo < 60%, mais vulnerável à desidratação o Massa magra (mm, parenquima visceral e ossos) -> 22% (constante). o Gordura: normal 18% / obeso 35% / magro 8% o Água tissular: dentina (3%), gordura (10 a 30%), osso (20 a 25%), TC (60%), fígado (70 a 75%), músculo (75 a 80%), SN (70 a 85%), sangue (90%), líquido cerebro-espinhal (99%) DIVISÃO FUNCIONAL DOS LÍQUIDOS CORPORAIS o Líquido extracelular (LEC) + líquido intracelular (LIC) = água total (AT) o Liquidos transcelulares suor, secreções gastrointestinais, liquor, líquido sinovial. o LEC se divide, no endotélio, em intersticial (LI) e plasma (P). o AT: RN > CRIANÇA > HOMEM > MULHER Mulher: AT (54%), LEC (LI – 10%, P – 4,5%), LIC (40%) Homem: AT (60%), LEC (LI – 11%, P – 4%), LIC (45%) RN: AT (77,5%), LEC (LI – 24%, P – 5,5%), LIC (48%) Crianças tem mais água extracelular mais suscetíveis à desidratação (LEC perde água mais fácil). Gabriela Carli – MED 112 RN nasce com edema difuso – regride (perda fisiológica de 10% do peso corporal nos primeiros 10 dias de vida). DETERMINAÇÃO DO VOLUME o Volemia: vol total de sangue = plasma (determinado pelo princípio da diluição – azul de Evans e RISA) + hematócrito o Medida: princípio da diluição adição de substância solúvel (com volume conhecido e concentração, após a adição, conhecida) permite calcular volume do meio. 100 g de Glc, concentração = 2g/dL. Se 1 g ocupa 100 mL, 100 g ocupa 10000 mL. Não há substância ideal (distribuição uniforme e que se limite a tal compartimento) para medir os líquidos do corpo volume ocupado é impreciso. Melhor usar espaço (%) do que volume. BALANÇO HÍDRICO: Equilíbrio depende da entrada (água de alimentos, água ingerida e de oxidação - metabólica) e da saída (suor, pulmões, fezes, urina) o Redução da água aumenta pressão osmótica LEC estimula a vasopressina (antidiurético) e sensação de sede. o Avaliação pesar o paciente de 12 a 24h gordura não deixa ocorrer alterações rápidas. ELETRÓLITOS DO ORGANISMO INTRODUÇÃO: líquidos corporais = água + substâncias (ionizáveis – eletrólitos ou não ionizáveis – Glc e creatinina). UNIDADES DE MEDIDA: principais (além do mg/dL): miliMol (eletrócitos são medidos em íon-grama), mili Osmol (metade do valor de mol para eletrólitos, mesmo valor para quem não se dissocia), miliEquivalente (mEq – para medir concentração de íons concentração de cátions deve ser igual à de ânions). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Na+, K+, Ca++, Mg ++, bicarbonato, cloreto, fosfato, proteinatos, ânions de ácidos orgânicos, H+. varia nos compartimentos devido à metabolismo celular e propriedades das membranas. COMPOSIÇÃO ELETROLÍTICA DO PLASMA NORMAL o LEC: Na+(mais abundante), Cl-, bicarbonato o LIC: K+ (principal), Mg ++, fosfatos, sulfatos, proteinatos (PTN do plasma que circulam como ânions Pi < pH). o Cálcio: atua na neurotransmissão, coagulação e ossificação. ALTERAÇÕES FUNDAMENTAIS Em condições ANORMAIS, líquidos corporais sofrem variação de volume e concentração grave risco. De volume: expansão (hiperhidratação) e contração (desidratação). De concentração: hiper, iso ou hipotônicas. Plasma: determina alteração pela concentração de hematócrito (é inversamente proporcional ao volume do plasma: aumentado reduz volume de plasma e LEC, reduzido aumenta volume de plasma e LEC) e dosagem de Na+ (natremia aumentada alteração hipertônica, natremia diminuida (alteração hipotônica). HEMATÓCRITO E LEC RESPONDEM ANTAGONICAMENTE. Alterações: o Expansão hipotônica: ingestão excessiva de água aumenta LEC, reduz pressão osmótica água vai p/ dentro da célula (aumenta LIC) o Expansão hipertônica: ingestão soluções salinas hipertônicas pressão osmótica e volume da LEC aumenta (sai água da célula) reduz LIC. Gabriela Carli – MED 112 o Expansão isotônica: ingestão soro fisiológico (parece com LEC) sem variação da pressão osmótica (água não sai do sangue) LIC permanece normal. o Contração hipotônica: diarréias e vômitos LEC perde volume e pressão osmótica diminui devido à perda de líquidos salinos entrada de água na célula (aumenta LIC) desidratação (não tem mais água extra para perder). o Contração hipertônica: desidratação (febre, hiperventilação pulmonar) Pressão osmótica de LEC aumenta (mais água para sangue, que é perdida na desidratação) água fluipara fora da célula, reduz volume de LIC. o Contração isotônica: queimadura 3º grau (perde plasma) perda de líquido semelhante à LECreduz volume da LEC sem mudar o da LIC. Gabriela Carli – MED 112
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