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Princípios básicos para a pesquisa científica

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1 Diretoria de Pesquisa da Liga Acadêmica de Propedêutica e Semiologia Médicas da UNEB – LAPSU 2021 
Princípios básicos para a pesquisa científica 
 Formato-padrão de um artigo 
1. Introdução: 
- Por que os autores decidiram fazer esta pesquisa 
específica? 
- Conceitos básicos sobre o tema abordado, p.ex., 
definir o que é a doença, como ocorre, porque ocorre. 
- Aspectos epidemiológicos, p.ex, dados de 
prevalência, o que tem sido estudado. 
- Achados clínicos relevantes. 
- Impactos socioeconômicos. 
- Qual é a importância/relevância do seu estudo? 
2. Objetivo(s): 
- Descrever de forma sucinta o(s) objetivo(s) do seu 
estudo, respondendo ao título do trabalho. P.ex., 
avaliar, analisar, descrever... 
3. Método/Metodologia: 
- Como a fizeram e como escolheram analisar os 
resultados? 
- Descrever qual é o tipo de método utilizado, como seu 
estudo foi realizado. 
- É importante descrever o máximo possível todas as 
etapas. 
4. Resultados: 
- O que descobriram com o trabalho em questão? 
- Números, porcentagens. 
5. Discussão: 
- O que os autores acham que os resultados significam? 
- Procurar embasamento por meio de estudos já 
realizados. 
- Procurar estudos que corroborem com os achados da 
pesquisa. 
6. Conclusão: 
- O que se concluiu com o trabalho em questão? 
- Importante apontar possível intervenção, seja na 
esfera política, econômica ou social. 
 
 Pesquisando na literatura existente 
Importante definir que temos dois tipos de estudos 
quando partimos para fazer uma pesquisa para um 
projeto de pesquisa. 
Os estudos primários descrevem pesquisas em 
primeira mão e representam a essência da maioria das 
pesquisas publicadas em periódicos médicos e, em 
geral, são divididos em: 
a) Experimentos laboratoriais → 
procedimentos em animais ou voluntários em 
ambientes controlados; 
b) Ensaios clínicos → uma intervenção é 
oferecida a um grupo que é acompanhado pra 
ver o que acontece; 
c) Levantamentos → mensuração de opiniões, 
atitudes e comportamentos; 
Os estudos secundários tentam resumir e tirar 
conclusões de estudos primários. São compostos por: 
a) Revisões → podem ser divididas em: 
Não sistemáticas: resumem estudos 
primários; 
Sistemáticas: fazem isso de acordo 
com metodologia rigorosa; 
Metanálises: integram dados 
numéricos de vários estudos. 
b) Diretrizes → tiram conclusões de estudos 
primários sobre como os médicos devem 
comportar-se. 
c) Análises de decisão → utilizam os resultados 
de estudos primários para gerar árvores de 
probabilidade para serem utilizadas por 
profissionais de saúde e pacientes nas tomadas 
de decisão sobre manejo clínico. 
d) Análises econômicas → usam os resultados 
de estudos primários para indicar se um curso 
específico de ação é um bom uso dos recursos. 
Níveis de evidências 
Refere-se ao grau de confiança na informação. 
 
 
2 Diretoria de Pesquisa da Liga Acadêmica de Propedêutica e Semiologia Médicas da UNEB – LAPSU 2021 
 
 
O ápice da hierarquia é reservado para artigos de 
pesquisa secundários, em que todos os estudos 
primários sobre um assunto específico foram buscados 
e analisados criticamente, de acordo com critérios 
rigorosos. Mesmo assim, muitos estudos importantes 
e válidos no campo da pesquisa qualitativa não se 
enquadram nesta hierarquia particular de evidências. 
No entanto, sugere-se que devemos graduar os 
estudos conforme quatro dimensões: Risco de viés, 
consistência, diretividade e precisão. 
 
Revisões sistemáticas 
Constituem a mais bem conhecida das fontes 
sintetizadas. 
Vantagens das revisões sistemáticas: são fáceis de 
interpretar, o viés é minimizado por análise e seleção 
sistemáticas de estudos primários, de acordo com 
protocolo estabelecido. Elas podem ajudar a resolver 
achados contraditórios entre estudos diferentes sobre 
a mesma questão. 
Desvantagens das revisões sistemáticas: podem 
produzir e ampliar falhas nos estudos originais, quando 
se faz escolha de estudos primários que possuem 
conclusão enganosa. 
Recursos especializados 
Fontes de informação especializada, organizadas 
(como sugere o nome) para auxiliar o médico 
especialista em determinado campo. Ex: Global 
Infectious Diseases and Epidemiology Network 
(GIDEON), Psychiatry Online e CardioSource. 
Independentemente da especialidade, geralmente 
haverá um recurso similar mantido por uma sociedade 
profissional. 
Ensaios clínicos randomizados (ECRs) 
Os participantes do estudo são aleatoriamente 
alocados por um processo equivalente a jogar uma 
moeda para o alto e definir uma intervenção (p.ex., 
tratamento medicamentoso) ou outra (p.ex., 
tratamento com placebo ou a melhor terapia atual). 
Ambos os grupos são acompanhados por um período 
de tempo pré-especificado e analisados em termos de 
desfechos específicos, definidos no início do estudo (p. 
ex., morte, IAM e nível sérico de colesterol). Como, em 
média, os grupos são idênticos, exceto pela 
intervenção, quaisquer diferenças no desfecho são, em 
teoria, atribuíveis à intervenção. 
Vantagens do delineamento como ECR: avaliação 
rigorosa de variável única (p.ex., efeito do tratamento 
medicamentoso vs placebo); delineamento 
prospectivo (dados são coletados depois que você 
decidiu fazer o estudo); compara dois grupos de modo 
idêntico, de forma a erradicar vieses; permite a 
realização de metanálise. 
Desvantagens do delineamento como ECR: são caros 
e despendem muito tempo; a maioria é financiada por 
grandes instituições de pesquisa, que detêm a última 
palavra em relação à agenda de pesquisa; podem 
produzir “viés oculto”, quando se tem uma 
randomização imperfeita; viés de publicação, quando 
se tem publicação seletiva de resultados positivos. 
Embora todos esses problemas também possam 
ocorrer com outros delineamentos, são 
particularmente pertinentes quando um ECR é vendido 
a você como, metodologicamente falando, “o melhor 
dos melhores”. 
Viés, é definido como qualquer processo, em 
qualquer etapa da pesquisa, em que metodologia 
incorreta durante o curso da investigação distorce o 
resultado. 
http://www.capcs.uerj.br/vieses-em-estudos-
epidemiologicos/#:~:text=Pode%20ser%20devido
%20%C3%A0%20exist%C3%AAncia,uma%20peque
na%20amostra%20da%20popula%C3%A7%C3%A3
o 
 
 
 
 
 
http://www.capcs.uerj.br/vieses-em-estudos-epidemiologicos/#:~:text=Pode%20ser%20devido%20%C3%A0%20exist%C3%AAncia,uma%20pequena%20amostra%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o
http://www.capcs.uerj.br/vieses-em-estudos-epidemiologicos/#:~:text=Pode%20ser%20devido%20%C3%A0%20exist%C3%AAncia,uma%20pequena%20amostra%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o
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3 Diretoria de Pesquisa da Liga Acadêmica de Propedêutica e Semiologia Médicas da UNEB – LAPSU 2021 
Estudos de coorte 
Dois ou mais grupos de pessoas são selecionados com 
base nas diferenças em sua exposição a um agente 
específico (p.ex., vacina, procedimento cirúrgico ou 
toxina ambiental) e acompanhados para observar 
quantos em cada grupo desenvolvem determinada 
doença, complicação ou outro desfecho. O período de 
acompanhamento geralmente é medido em anos, pois 
este é o tempo que muitas doenças, especialmente o 
câncer, levam para desenvolver-se. Observe que, em 
geral, os ECRs começaram com pessoas que já têm uma 
doença, enquanto a maioria dos estudos de coorte é 
iniciada com pessoas que podem ou não desenvolver 
uma doença. 
Estudos de caso-controle 
Os pacientes com determinada doençaou problema 
são identificados e “pareados” com controles 
(pacientes com alguma outra doença, a população 
geral, vizinhos ou parentes). Então, os dados são 
coletados (p. ex., pesquisando os prontuários médicos 
destas pessoas ou pedindo que elas relembrem sua 
própria história) com base na exposição passada a um 
possível agente causal da doença. 
Esse delineamento não permite demonstrar a 
causalidade, uma vez que a associação de A com B em 
um estudo de caso-controle não prova que A causou B. 
Estudos transversais 
Uma amostra representativa de participantes é 
recrutada e entrevistada, examinada ou estudada de 
outro modo para obter respostas a uma questão clínica 
específica. Nos estudos transversais, os dados são 
coletados em um só momento, mas podem referir-se 
retrospectivamente a experiências de saúde no 
passado, por exemplo, o estudo de prontuários 
médicos dos pacientes para saber com que frequência 
sua pressão arterial foi registrada nos últimos 5 anos. 
Relatos de caso 
Descrevem a história médica de um único paciente, de 
forma a mostrar um achado raro, uma intervenção 
bem-sucedida. Com frequência esses relatos são 
reunidos para formar uma série de casos, para ilustrar 
um aspecto do problema, do tratamento ou das 
reações adversas ao tratamento. Embora sejam 
tradicionalmente considerados uma evidência 
científica relativamente fraca, podem, se necessário, 
ser escritos e publicados dentro de dias, o que lhes dá 
uma vantagem definitiva sobre os ensaios clínicos ou 
as metanálises. 
Estudos primários: enfrentando o volume de dados 
- Onde pesquisar? 
Scielo, CAPES, Science.gov, Google acadêmico, 
biblioteca virtual em saúde, pubmed. 
- Como pesquisar? 
Descritor em saúde + operador booleano + 
descritor em saúde (se possível, utilizar em 
inglês). 
AND (para acrescentar termos), OR 
(para termos específicos) e NOT (para 
retirar alguma associação) → Ex: 
Urolitíase and hipertensão arterial 
sistêmica 
Ex: pesquisa de um estudo de tratamento para 
hipercolesterolemia, a pergunta clínica para 
tratamento/restrita e específica resultaria em: 
“(hypercholesterolemia) AND (randomised controlled 
trial [Publication Type]) OR (randomised 
[Title/Abstract]) AND (controlled [Title/Abstract] AND 
(trial [Title/Abstract])”. Neste exemplo, a busca pode 
requerer mais limites ou talvez a adição de um segundo 
termo, como um medicamento específico, pois a busca 
produz mais de 2.000 resultados. 
Um encadeamento de citações pode ser feito 
utilizando-se a bases de dados Web of Science, que 
fornece um aspecto de busca de referência citada. 
Inserindo o nome do autor (p.ex., I. Ford) e o ano de 
publicação (2007), podemos rastrear o artigo 
específico e descobrir que muitos outros artigos 
publicados desde então o citaram em suas listas de 
referências. A busca de citações pode fornecer uma 
indicação geral da importância relativa de um estudo 
com base no número de vezes que foi citado (tendo em 
mente que às vezes alguém cita um artigo enfatizando 
como era ruim!). 
Fontes: 
Aula – Introdução à pesquisa científica, Ana Flávia 
Figueiredo Nepomuceno. 
Como ler artigos científicos: Fundamentos da medicina 
baseada em evidências, 5ª ed, Trisha Greenhalgh. 
Os descritores em saúde são termos ou palavra-
chaves que a base de dados utiliza para indexar 
(publicar) o artigo. Faz-se a pesquisa dos descritores 
no site: 
https://decs.bvsalud.org/ 
 
 
 
 
https://decs.bvsalud.org/

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