Buscar

Exame físico do abdome

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LACLIM – Ligante: Fernanda Pereira 
 
 
Antes do exame começar o examinador deve 
reconhecer bem as linhas e divisões do abdome. 
Na região anterior o abdome pode ser dividido em 
quatro quadrantes em nove regiões. A vantagem da 
divisão em nove regiões é a maior precisão da 
localização de um achado físico. 
Na região posterior o abdome é divido pelo plano 
mediano em regiões lombares direita e esquerda. 
A sequência do exame adotado no curso é a 
apresentada pelo livro de semiologia do Rocco, que 
segue a seguinte ordem: inspeção, ausculta, 
percussão e palpação. 
Inspeção estática 
Classificação do abdome: plano, globoso, ventre de 
batráquio, em avental, pendular ou escavado. 
Movimentos do abdome 
 - Movimentos respiratórios 
- Pulsações decorrentes de aneurismas ou massas 
próximas ao vaso arterial. 
- Movimentos peristálticos visíveis decorrentes a 
obstrução no trato gastrointestinal (sinal de luta). 
Presença de cicatrizes 
Abaulamentos na parede 
Presença de hérnias 
Alterações na pele: telangiectasias (hepatopatias), 
equimose (trauma), sinal de Cullen (pancreatite 
necrosante e gravidez ectópica rota), sinal de Grey-
Turner (pancreatite necrosante e hemorragias 
retroperitoneal), estrias (quando róseas podem 
indicar síndrome de Cushing), cicatrizes, herniações, 
abaulamentos (sinal da irmã Maria José). 
 
Figura 1: Sinal da irmã Maria José, decorrente da 
linfonodomegalia. 
Circulação colateral 
- Portal: obstrução das veias tributárias da veia 
porta, em direção ao fígado. 
Quem são as tributárias da veia porta? 
Veias esplênicas e mesentérica superior. 
- Cava inferior: obstrução da própria veia cava 
inferior, levando ao aumento do fluxo venoso dos 
vasos adjacentes em direção ascendente. 
 
- Cava superior: obstrução ou compressão da veia 
cava superior, levando ao aumento do fluxo venoso 
dos vasos adjacentes em direção descendente. 
Além da diferença do padrão visual de apresentação 
das circulações colaterais, o examinador deve fazer 
o teste de determinação da direção do fluxo 
sanguíneo. 
Depressões 
Inspeção dinâmica 
Manobra de Valsalva: avaliar herniações 
Manobra de Smith Bates: localização de massa 
(parede abdominal, ou abaixo dela) ou hérnia. 
Ausculta 
Sempre realizada antes da palpação e percussão 
abdominal!! 
Normal: 5-34 ruídos de borborigmo por minuto ou 
um ruído de borborigmo a cada 4 ou 5 incursões 
respiratórias. 
Aumentado: Acima de 34 ruídos. Atenção para 
peristalse de luta (obstrução). 
Reduzida: menos que 5 ruídos por minuto. 
Ausente: Sem ruídos (íleo paralítico). 
Deve-se auscultar por 1 minuto. Para confirmar a 
ausência de ruídos deve-se auscultar por no mínimo 
5 minutos em cada quadrante. 
Sons vasculares: 
 
Exame físico 
do abdome 
LACLIM – Ligante: Fernanda Pereira 
 
- Aorta: si divide nas ilíacas comuns na altura da 
cicatriz umbilical, logo sopros aórticos podem ser 
audíveis desde o apêndice xifoide até a cicatriz 
umbilical; 
- Renais: no caso de estenose das renais, sopros são 
audíveis sobre estas artérias. Emergem da aorta na 
altura da região mediana entre o apêndice xifoide e 
a cicatriz umbilical. 
- Femorais: aterosclerose gera sopro assimétrico. 
- Ilíacas 
Sinal de Cruveilher-Baumgarten: zumbidos venosos 
sobre a circulação portal que estão associados a 
hipertensão portal. 
Percussão 
Objetivos: distribuição de gases, identificar a 
presença de massas sólidas, líquido livre na 
cavidade, heparimetria, aumento do baço e áreas 
dolorosas. 
A percussão normalmente precede a palpação 
justamente para orientar a etapa subsequente. 
A maciez pode ser indicativa de vísceras maciças 
normais, como o fígado, esplenomegalia, tumor 
ovariano, distensão da bexiga, útero gravídico, 
ascite, fecaloma, entre outras causas. 
Como diferenciar esplenomegalia? Traçar a linha de 
Piorry no espaço de Traube e percutir no lado medial 
a esta. Caso o som for maciço indica aumento 
esplênico verdadeiro. 
A linha de Piorry é a linha traçada entre a fúrcula esternal até a 
primeira costela flutuante a esquerda. 
 
Maciez móvel de decúbito: para descobrir liquido 
livre (região maciça é repleta de líquido, região 
timpânica contém ar). 
Sinal do piparote: indica líquido em grande volume. 
Sinal da poça: sinal com maior sensibilidade na 
presença de líquido ascético, sendo positivo com 
apenas 150mL. 
Quando há líquido preso em cavidade segmentada, 
se diz maciez em tabuleiro de xadrez (áreas maciças 
entre timpânicas), sendo uma das causas da 
tuberculose em órgãos isolados (peritônio). 
Hepatimetria: delimitação do tamanho do fígado. 
Qual o tamanho normal do fígado? 
Lobo direito: 6 - 12 cm na linha hemiclavicular direita 
Lobo esquerdo: 4 - 8 cm abaixo do apêndice xifoide. 
Sinais semiológicos: sinal de Torres-Homem; sinal de 
Jobert e sinal de Chilaiditi. 
 
 
Palpação 
A palpação se divide em superficial e profunda. 
Primeiro deve-se palpar as áreas não dolorosas. 
Primeiro deve-se aquecer as mãos. A palpação 
superficial deve ser feita em todos os quadrantes 
utilizando uma das mãos. A palpação profunda deve 
ser feita com as duas mãos, uma para sentir 
enquanto a outra empurra. Sempre perguntando 
sobre pontos dolorosos, pesquisando massas 
previamente delimitadas pela percussão (tamanho, 
localização, consistência, pulsação e mobilidade com 
a respiração). 
Achados durante a palpação: diástase do reto 
abdominal e hérnias (redutível, encarcerada e 
estrangulada). 
Fígado: técnica bimanual e método em garra. 
- Hepatomegalia congestiva dolorosa e ICC: reflexo 
hepatojugular. 
Baço: palpação bimanual e método em garra. 
Sempre em sincronia respiratória. Só há necessidade 
de fazer quando a ausculta é maciça. 
Rim: método de Guyon, manobra de Israel, método 
de Goelet. 
- Sinal de Giordano.

Continue navegando