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17/09/2020 1 Princípios científicos do treinamento físico Prof. Dr. Cristiano Lima Santos- SP 1 Sumário 2 PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO Os princípios científicos do treinamento compreendem um conjunto de normas que o Professor ou Treinador deve seguir para que o processo de treinamento seja bem sucedido 3 Sucesso no treinamento não se restringe apenas em alcançar o primeiro lugar, mas sim as metas estabelecidas para uma determinada etapa PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO 4 O sucesso se concretiza nas melhoras observadas no desempenho, as quais são relacionadas as várias adaptações ocorridas no organismo PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO 5 Sucesso no treinamento está intimamente ligado as possibilidades de adaptação do organismo PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO 6 17/09/2020 2 PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO Adaptação Funcional: mudança no funcionamento de um órgão ou sistema Adaptação Morfológia: modificação na forma/ estrutura de um órgão ou sistema, que afeta seu funcionamento 7 Adaptação: Mudança, ou processo de mudança, por meio do qual um organismo, ou espécie, se adéqua as condições do ambiente em que vive PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO Modificação que ocorre no organismo em resposta a um agente estressor 8 TREINAMENTO ESPORTIVO Processo de muitos fatores e não uma atividade que se possa fazer mecanicamente, e que se baseia no relacionamento humano, com pessoas de diferentes tipos e personalidades e diferentes propósitos como a prática do exercício físico e atividade física 9 EXERCÍCIO FÍSICO Pode ser definido como uma repetição sistemática de movimentos que tem como objetivo a melhora do desempenho 10 ATIVIDADE FÍSICA Atividade física algo que me possibilite gasto calórico, sem a preocupação da sistematização do treinamento 11 TREINAMENTO DESPORTIVO Os termos volume e intensidade também são frequentemente usados no mundo do treinamento 12 17/09/2020 3 TREINAMENTO DESPORTIVO Volume se refere a quantidade do que é realizado Intensidade está relacionado ao grau de esforço empenhado na ação 13 TREINAMENTO DESPORTIVO Um processo organizado de aperfeiçoamento Estimulando modificações funcionais e morfológicas no organismo influenciando significantemente na capacidade de rendimento do esportista Conduzido com base em “PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS” 14 São os conceitos ou abordagens que formam a base das idéias desta área do conhecimento, essenciais para se atingir resultados satisfatórios dentro de um trabalho PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO 15 Os princípios do treinamento são parte de um conceito “total” e não devem ser enxergados como elementos isolados PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO Estas “regras” que sistematicamente norteiam o desenvolvimento do treinamento, tentando manter em foco, de forma eficiente, o objetivo proposto 16 São baseados nas várias ciências que lhes dão sustentação teórica (fisiologia, psicologia e pedagogia etc) PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO FÍSICO (Dantas 1995) Periodização 17 Os diferentes estímulos produzem diversos desgastes que são repostos após o término do trabalho, e nisso podemos reconhecer a primeira reação de adaptação, pois o organismo é capaz de restituir sozinho as energias perdidas PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO (Tubino e Moreira 2003) 18 17/09/2020 4 PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO (Cruz 2005). Se diz da capacidade de nosso organismos de responder (SE ADAPTAR), de forma positiva ou não a um determinado estímulo 19 Conceitos importantes ligados a este princípio! Homeostase = estado de equilíbrio mantido entre os sistemas constitutivos do organismo vivo, e o existente entre este e o meio ambiente PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO 20 O organismo é estimulado disparam mecanismos de compensação para responder a um aumento das necessidades fisiológicas ou seja é a reação do organismo ao estímulos que provocam adaptações ou danos ao mesmo PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO SAG (Síndrome de adaptação geral) 21 Fases da SAG Fase de alarme = o organismo se coloca em um estado de alerta Fase da resistência = fase na qual o organismo consegue se adaptar ao estímulo aplicado Fase de exaustão = o organismo começa a entrar em fadiga não conseguindo responder mais aos estímulos podendo chegar a falência total PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO 22 Se a rotina do treinamento é planejada corretamente, o resultado dos exercícios sistemáticos é o desenvolvimento da capacidade física do indivíduo, tão logo o corpo se adapte à sobrecarga física Em um senso mais amplo a palavra adaptação significa o ajustamento do organismo ao meio ambiente, o organismo modifica-se para sobreviver (Zatseorsky 1999) PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO 23 PRINCÍPIOS DA ADAPTAÇÃO Níveis de estímulo Estímulos débeis – não provocam adaptação Estímulos médios – apenas excitam Estímulos de médio para forte – provocam adaptações Estímulos muito fortes – causam danos 24 17/09/2020 5 PRINCÍPIO DA SOBRECARGA Estipula que as mudanças funcionais No corpo ocorrem somente quando A carga é suficiente para causar uma ativação considerável de energia Mudança plástica nas células relacionada à síntese de novos tecidos 25 Uma sobrecarga de intensidade abaixo de uma certa quantidade crítica Não providenciará um efeito positivo de treinamento Levando inclusive a uma redução da capacidade funcional do organismo PRINCÍPIO DA SOBRECARGA 26 A sobrecarga deve ser aumentada sistemática e progressivamente através do volume, da intensidade e da frequência do treinamento físico PRINCÍPIO DA SOBRECARGA 27 A mudanças da atividade, por exemplo variando os exercícios, é outra forma de aumentar a sobrecarga PRINCÍPIO DA SOBRECARGA 28 Com um aumento da sobrecarga acima daquele limite crítico, segue-se uma mudança funcional positiva no organismo PRINCÍPIO DA SOBRECARGA 29 Assimilação compensatória = período de restituição + supercompensação Período de depleção = o organismo utiliza suas reservas de energia para realizar o trabalho proposto Período de supercompensação (restauração ampliada) = o organismo acumula uma maior energia para próximos estímulos Período de restituição (restauração) = o organismo após a atividade repõe suas reservas de energia até os níveis iniciais 30 17/09/2020 6 Representação gráfica do princípio da sobrecarga.(Zatsiorsky 1999) 31 “Os estímulos de treinamento devem ter uma seqüência continuada e estudada de aplicação, para obter progressos no treinamento e se encaminhar aos objetivos propostos” PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE (Tubino 2003) 32 PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE Mudanças corporais conseguidas pelo processo de treinamento físico são de natureza transitória Mudanças funcionais e morfológicas adquiridas pelo treinamento físico retornam aos estados iniciais após a paralisação do treinamento Este retorno aos níveis iniciais se faz na mesma proporção da velocidade de aquisição 33 “O que se adquire rápido se perde rápido, enquanto as modificações que são mais demoradas para se conseguir também demoram mais para serem perdidas quando o treinamento é interrompido” PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE 34 PRINCÍPIO DA INTERDEPENDÊNCIA VOLUME INTENSIDADE Fase do treinamento em que o atleta se encontra, considerando o volume como a quantidade de treino e a intensidade como a qualidade (ritmo de execução) (Tubino 2003) A relação das duas variáveis normalmente será inversamente proporcional sempre que uma aumentar a outra diminui 35 PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE As adaptações ocorridas no organismo em resposta ao programa de treinamento continuado são relacionadas ao tipo de atividade realizada, a sua intensidade, e a seu volume (Tubino 2003). 36 17/09/2020 7 • Baseado no fato de que as maiores mudanças funcionais e morfológicas, durante o treinamento, aconteceram somente nos órgãos, células e estruturas intracelularesque são responsáveis pelo movimento. PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE 37 Um treinamento específico tem efeitos específicos sobre o organismo, ou seja, o organismo sempre se adapta de modo específico ao que lhe for oferecido PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE 38 Adaptação específica e o aumento do rendimento específico são perturbados se o treinamento for realizado com excesso de outras orientações PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE 39 “Se um jogador nadar muito, seu organismo terá efeitos de treinamento adicional, no caso, de natação, e a adaptação específica (o jogo) será perturbada e o rendimento no jogo, consequentemente, diminuído” PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE 40 Por isso, estas formas de movimentos adicionais deverão sempre ser sublimiares, com objetivos apenas de auxiliar a recuperação PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE 41 PRINCÍPIO DA TREINABILIDADE “Um indivíduo ao participar continuamente de um treinamento gradativamente vai se aproximando do seu limite pessoal para performance, suas respostas adaptativas são influenciadas por peculiaridades genéticas” (Tubino, 2003) 42 17/09/2020 8 PRINCÍPIO DA TREINABILIDADE “Mesmo possuindo idênticas condições de treinamento pessoas podem responder de maneira diferente ao mesmo” (Tubino, 2003) 43 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA Esse princípio explica porque dois indivíduos, submetidos ao mesmo programa de treinamento, podem apresentar diferentes níveis de melhora e obter essas melhoras em diferentes prazos 44 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA “O indivíduo deverá ser sempre considerado como a junção do genótipo e do fenótipo, dando origem ao somatório das especificidades que o caracterizam”. Genótipo + Fenótipo = indivíduo (Dantas, 1995) 45 “Por exemplo, se você e um amigo começassem a praticar musculação e realizarem exatamente os mesmos exercícios, no prazo de três meses você poderia ter um aumento de 15% em sua força, enquanto seu amigo poderia ter melhorado 25%” PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA 46 Cada indivíduo carrega uma carga genética, a qual determina sua responsividade aos estímulos de treinamento Essa resposta é variada conforme a idade e o gênero do indivíduo PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA 47 Cada indivíduo tem seu ritmo e seu potencial para adaptação PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA De alguma forma a idéia da influência do ambiente está implícita no conceito de fenótipo, mas é importante ressaltar que a individualidade não é só biológica: 48 17/09/2020 9 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA Social econômica Cultural Geográfica Política Psicológica (motivação, prazer, capacidade mental, percepção do esforço) Maturidade motora Bompa 2002. 49 “É imperativo que o professor resista a tentação de desenvolver um treinamento especializado prematuramente. Uma base ampla e multilateral de desenvolvimento físico, especialmente em relação à preparação física geral é uma condição básica para se obter um alto grau de especialização e maestria técnica” PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO MULTILATERAL Bompa 2002. 50 O atleta deve ser esclarecido e informado continuamente dos elementos constitutivos do seu treinamento para que este se sintam igualmente responsável pelos resultados que ele pode vir alcançar ou não” Bompa 2002. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO ATIVA (Bompa, 2002) 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Profissional de Educação Física deve sempre respeitar os princípios científicos do treinamento cientifico no treinamento esportivo, além de conhecer os sistemas energéticos predominantes na modalidade a ser treinada, aprofundar os conhecimentos sobre a síndrome da geral, supercompensação e não ignorar a Pedagogia do Esporte 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBANTI, V.J. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. Editora Edgard Blucher, 1997. - BARBANTI, V.J. Treinamento Físico. Bases Científicas. Editora Balieiro, 1996. Weineck, J. Treinamento Ideal. Manole. 1992. 53
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