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Amphibia-JB


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA 
ZOOLOGIA DE CORDADOS 
 Bacharelado em Ciências Biológicas
 
 
 
Relatório de Campo 
Jardim Botânico 
 
 
 
 
Clara Macedo Jacinto da Costa 
Matrícula: 20161110028 
 
Sabrina Behar Jorge 
Matrícula: 20161110006 
 
Relatório de Campo 
Rio de Janeiro, 30 de Setembro de 2018 
Amphibia 
Introdução
Atividades de campo são conhecidas como recurso fundamental para que alunos estabeleçam relações entre conhecimentos adquiridos em sala com a “realidade envolvente” (Dourado, 2006). Funcionam, destarte, como estratégia para o ensino de Ciências, ao passo que permitem a exploração de conteúdos diversos e transdisciplinares. Isso é ainda consolidado com contato direto com o ambiente, ocasionando em uma melhor e mais abrangente compreensão dos fenômenos (Viveiro & Diniz, 2009). Uma aula de campo significa, de acordo com Viveiro & Diniz (2009), a substituição da sala de aula por outro ambiente (natural ou não) em que existam “condições para estudar as relações entre os seres vivos ali presentes, incluindo a interação do homem nesse espaço, explorando aspectos naturais, sociais, históricos, culturais”. 
Um trabalho de campo nos permite, nesse sentido, coletar diversos tipos de dados a partir de formas institucionalizadas para essa coleta. A observação pode ser usada de maneira exploratória, para obtenção de dados para interpretação de resultados obtidos por outras técnicas ou ainda como o principal método de coleta de dados. A observação pode ocorrer in situ ou ex situ, normalmente no laboratório (Castro, 2010). A observação direta in situ, por exemplo é utilizada para extrair informações em ciências naturais, principalmente que dizem respeito a registro de comportamentos de espécies silvestres ou sua ecologia. Ainda de acordo com Castro (2010), alguns dos comportamentos não são bem visualizados em ambiente natural ou ocorrem com pouca frequência. Isso faz com que a melhor maneira de análise desses seja em cativeiro, ao passo que outros fenômenos específicos só podem ser percebidos em ambiente natural. Deste modo, “pesquisas realizadas em campo e em cativeiro se complementam, bem como nos fornecem informações importantes quanto à plasticidade comportamental de diferentes espécies” (Castro,2010). Além da análise de animais vivos, Lineu (1735) tornou possível a análise de espécimes de história natural baseado em descrição e morfologia (Valente, 1995). Este fundou, com seu Systema Natural, fornecendo “os princípios da moderna classificação, trazendo ordem e entendimento ao mundo natural” (Valente, 1995). Até hoje, ao menos parte da fauna coletada é tratada e armazenada em coleções com fins didáticos e de pesquisa. 
Anfíbios vivos (6449 espécies), constituem uma subclasse de Amphibia, chamada Lissamphibia. Esse grupo inclui três ordens: salamandras (Urodela), cecílias (Gymnophiona), sapos, pererecas e rãs (Anura). O grupo é monofilético, suportado por análises filogenéticas moleculares (Wake et al, 2009). Cada uma das ordens pode ser facilmente reconhecida com base nas suas distintas características morfológicas. Anura compreende animais com grandes bocas e olhos além de colunas vertebrais curtas e sem cauda com membros posteriores extremamente musculosos, o que permite alta propulsão de pulo (Wake et al, 2009). A maioria dos representantes de Urodela são tetrápodes com cauda, havendo algumas espécies aquáticas ou fossoriais com membros e cinturas reduzidos e troncos alongados (Wake et al, 2009). Gymnophiona consiste em um grupo composto de indivíduos vivos alongados, sem membros, praticamente sem cauda, com anéis sulcados circundando todo o corpo (Wake et al, 2009). De hábitos fossoriais, este grupo possui um tentáculo distinto anterior para quimiorrecepção, com olhos normalmente recobertos por tegumento. 
De acordo com Peixoto (2003), anfíbios brasileiros são representados por aproximadamente 750 espécies, sendo anuros quase totalidade numérica de anfíbios registrados para o Brasil. Isso pois anuros apresentam alta plasticidade ecológica quando comparados com os demais grupos de anfíbios. A diversidade de anuros parece estar associada a ambientes com alta taxa de alteração antrópica tal qual a floresta atlântica na costa leste do Brasil, rica em endemismos, e em número de espécies (Peixoto, 2003). Por ser um grupo extremamente sensível a alterações ambientais, Peixoto (2003) garante que há evidências para o empobrecimento na comunidade de anuros no Brasil causadas pela “a redução da área da Floresta Atlântica, e alterações antrópicas, de ocorrência generalizada”, levando a "extinções locais e a reduções populacionais nesse grupo de Vertebrados”. 
Segundo Peixoto (2003), as mudanças contínuas na paisagem causadas pelas atividades humanas apagam dados de distribuição de vários grupos. “Exemplares em coleções torna-se, então, o único vestígio de sua ocorrência nessas áreas” (Peixoto, 2003), necessário para o estabelecimento de diversidade e definições de limites taxonômicos locais de cada grupo. Também, conhecer a distribuição de cada grupo permite melhor planejamento para os estudos que se pretende empregar, inclusive para fins de conservação (Peixoto, 2003). Nesse sentido, dados ecológicos associados aos registros dos espécimes coletados podem fornecer indícios do sucesso ou da falência de um grupo em determinada área. Desse modo, constata-se a urgência de coleta de dados in situ tanto no sentido de observação quanto de captura para coleção de espécimes de anuros de mata atlântica, o que nos permite, a longo prazo, uma análise mais rica dos bioma brasileiro, atualmente em fragmentação.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é hoje um órgão voltado para a pesquisa, conservação da biodiversidade e divulgação de conteúdo científico. No entanto, quando foi fundado em 1808 por D. João, foi como jardim de aclimatação de espécies exóticas (JBRJ, 2014), colecionadas pela corte imperial. O jardim funciona atualmente como centro de referência em botânica e conservação da biodiversidade (JBRJ, 2014). 
Ainda, “o Jardim Botânico é contíguo ao Parque Nacional da Tijuca” (JBRJ, 2014), tendo em ambos parte de mata preservada. Essa proximidade entre ambos os parques permite o intercâmbio entre espécies entre as áreas. Mais recentemente, observando-se as demandas relacionadas a essa fauna, foi desenvolvido um Projeto de Conservação da Fauna do Jardim Botânico (PCF), atuando em “frentes de proteção, pesquisa e preservação da fauna no Jardim Botânico”. Nesse sentido, o PCF é responsável por identificação e levantamento de fauna da área, associado a pesquisas em ecologia e comportamento animal, orientando visitantes e colaboradores (JBRJ, 2014).
A riqueza brasileira de anfíbios anuros ainda possui regiões subamostradas, incluindo ecossistemas que estão degradados e ameaçados, tais quais a mata atlântica (Santos & Conte, 2013). Por conter fragmentos de mata atlântica, além da facilidade de deslocamento de alunos a noite, a região do Jardim Botânico é adequada para a compreensão didática da anurofauna de mata atlântica, servindo também como área de coleta de espécimes a serem posteriormente tombados em coleções.
Objetivo 
A saída de campo teve como objetivo a observação da diversidade de espécies pertencentes à Ordem Anura no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Mata Atlântica) e captura de indivíduos em fase larval ou adulta para posterior monitoramento do seu desenvolvimento. Também, teve como objetivo verificar a variação na riqueza de espécies ou de indivíduos em cada tipo de ambientes, identificando as principais características de habitat dos principais grupos de anuros.
 
Metodologia
Foi realizada uma expedição noturna entre as 18 e 21 h no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Os alunos foram separados em 2 grupos, liderados por monitores da disciplina, monitores do PCF do JBRJ e a professora da disciplina. Devido à necessidade de atenção às vocalizações e o menor distúrbio possível da fauna de anuros local, normalmente mais ativas à noite, a vozfoi mantida baixa durante o percurso. Para observação foram utilizadas luvas de látex não estéreis, redes de captura e lanternas. Os animais observados foram fotografados. Alguns foram medidos com régua. Os indivíduos que foram coletados foram em seguida armazenados em sacos para coleta. Para observação, foram analisados áreas mais úmidas, em 4 principais locais além do Bromeliário: Lago dos tigres, Lago do cactário, Fonte ao lado do Cactário e Lago da restinga.
Resultados & Discussão 
No primeiro microambiente, i.e., Lago dos tigres, foram observadas diversas Testudinidae, predadores de anuros diminutos. Nesse mesmo ambiente, foi observada um espécime de Scinax alter na folha, à margem dos bambus. Antes mesmo da observação do indivíduo, foi identificada pela vocalização se tratar do gênero Scinax, atentando-se a presença de mais de um indivíduo, já que normalmente, as fêmeas de Anura selecionam o parceiro reprodutivo pelo seu canto. A S. alter encontrada era fêmea, identificado por transparência na região abdominal com um número alto de ovócitos amadurecidos para reprodução. Sua medida(rostro anal) consistia em 26mm. Sua pele lisa e amarelada, o fato de estar associada a superfície foliar e seu tamanho diminuto são características que as define como exemplares da família Hylidae.
	No segundo ambiente, i.e., o 2º lago, antes da entrada no parque, foram identificados diversos indivíduos de grupos taxonômicos diferenciados. Destacam-se o bufonídeo Rhinella ornata, cuja família foi facilmente percebida pela presença de glândula paratoide, os hylídeos (majoritariamente arborícolas) Dendropsophus ellegans, Boana faber, e Scinax sp. 
O terceiro lago observado foi a Fonte ao lado do Cactário. Foi encontrado um cardume de girinos em estágio 23, apresentando brânquias aparentes. Foi identificado que poderia se tratar de um Rhinella sp. Além dos girinos, foi encontrado um indivíduo macho de Rhinella adulto de aproximadamente 60mm. A seguir, outro tipo de girino foi observado. Um indivíduo grande, acinzentado com manchas pretas. Este parece se tratar de um girino de Boana faber, de 52mm, também por ter sido observado um indivíduo macho B. faber de 87mm. Um indivíduo macho de Boana albomarginata, identificado prontamente pela presença das linhas brancas na margem com 42 mm. Além disso, foi possível a visualização de uma larva de odonata e uma serpente Colubridae verde Liophis miliaris, predadora natural de girinos.
	No Bromeliário, foram identificadas duas espécies de Scinax: S. alter e S. ruber.
No último e 4º ambiente, o Lago da Restinga, foi identificado um espécime de Scinax alter na árvore de pitanga.
Foram observados também indivíduos da Ordem Characiformes, representados aqui pela espécie Hoplias malabaricus. Outros peixes foram observados mas não identificados.
No esquema abaixo, estão dispostos detalhes conhecidos, extraídos do AmphibiaWeb (2018), das espécies encontradas no Jardim Botânico, listadas em ordem alfabética:
 
Espécies Encontradas:
Boana albomarginata (Spix, 1824) 
Classe: Amphibia > Ordem: Anura > Familia: Hylidae > Subfamilia: Cophomantinae > Gênero: Boana (AmphibiaWeb, 2018)
A espécie ocorre na mata atlânticas do leste do Brasil, desde o Estado de Pernambuco até Santa Catarina. Ocorre em até 1.100 m de altitude. Costumam habitar arbustos ou solo, próximo à corpos d’água na borda de florestas e em áreas abertas próximas à floresta, já tendo sido registrada próxima ao mar. Reproduz-se em água parada temporária ou permanente ou em água corrente. Normalmente, a deposição de ovos como o desenvolvimento larval ocorrem em águas lênticas.
É uma espécie muito comum, de população estável. Por sua adaptabilidade a habitats degradados, esta espécie não está ameaçada, ocorrendo ainda em muitas áreas protegidas.
O grupo estava anteriormente no gênero Hyla, recentemente transferida para o gênero Hypsiboas, um complexo de várias espécies (AmphibiaWeb, 2018).
 
Boana faber (Wied-Neuwied, 1821) (Frost, 2018) 
Classe: Amphibia > Ordem: Anura > Familia: Hylidae > Subfamilia: Cophomantinae > Gênero: Boana (AmphibiaWeb, 2018)
A espécie ocorre na província na Argentina, Paraguai e Brasil, tendo sido registrada nos estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Bahia. Costuma habitar entre 150 a 800m de altitude.
Habita florestas tropicais úmidas e suas bordas. Reproduz-se com ninhos em piscinas e poças (temporárias, permanentes e artificiais) e próximo a riachos lentos. No sudeste do Brasil, a atividade reprodutiva foi reportada para o mês de dezembro e potencialmente também em janeiro.
O desmatamento por corte raso ameaça a espécie, ainda que a mesma se adapte facilmente à floresta de crescimento secundário. Sua população é abundante, ocorrendo em várias áreas protegidas, de ampla distribuição. Também, o grupo possui relativamente boa tolerância a modificação do hábitat. 
A espécie estava anteriormente no gênero Hyla, recentemente transferida para Hypsiboas (AmphibiaWeb, 2018).
Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824) 
Classe: Amphibia > Ordem: Anura > Família: Hylidae > Subfamilia: Dendropsophinae > Gênero: Dendropsophus (AmphibiaWeb, 2018)
Ocorre na mata atlântica do leste do Brasil, do Rio Grande do Norte ao sul do Paraná, em até 1.000 m de altitude. Sobrevive em floresta primária, secundária e em áreas abertas (tanto em habitats naturais quanto em artificiais), geralmente na vegetação próxima à poças pequenas e temporárias ou massas d’água permanentes, pois sua desova é realizada em ambiente aquático. Sua atividade reprodutiva é relatada entre dezembro a fevereiro. É uma espécie muito adaptável que ocorre em várias áreas protegidas.
A espécie pertencia ao gênero Hyla, recentemente transferida para o gênero Dendropsophus (AmphibiaWeb, 2018). 
 
Fritziana goeldii (Boulenger, 1895) (Apenas o canto pode ser escutado. Este se assemelhava-se a “castanholas” espanholas) 
Classe: Amphibia > Ordem: Anura > Família: Hemiphractidae > Subfamilia: Hemiphractinae > Gênero: Fritziana (AmphibiaWeb, 2018)
Este gênero foi recentemente removido da família Hylidae. Essa é uma espécie do sudeste do Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo), podendo ser encontrada do nível do mar até acima de 1.000 m de altitude. Desse modo, também ocorre na mata atlântica. Sua vegetação preferencial está entre 1 e 3 metros acima do solo, principalmente em bromélias, já que suas fêmeas carregam ovos em bolsas e liberam os girinos já formados em bromélias, necessitando destas para completar seu ciclo reprodutivo.
É uma espécie muito comum, de população estável. No entanto, é ameaçada por destruição de habitats com o desmatamento. Porém, a nível de grupo, está a salvo pois habita áreas protegidas. No caso desse grupo, são necessárias mais pesquisas sobre a ocorrência e sua extensão (AmphibiaWeb, 2018).
Rhinella ornata (Spix, 1824) 
Classe: Amphibia > Ordem: Anura > Familia: Bufonidae > Gênero: Rhinella (AmphibiaWeb, 2018)
Removido da sinonímia de Bufo/Rhinella crucifer por Baldiserri, Caramaschi e Haddad em 2004 (AmphibiaWeb, 2018), o grupo é restrito à Mata Atlântica de Várzea brasileira, se estendendo do sul do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, até o norte do Paraná. Também é possivelmente encontrado no nordeste da Argentina, do nível do mar até 1.000 m de altitude. 
Encontra-se próximos a piscinas temporárias, Sua reprodução envolve ovos e girinos exotróficos em água lêntica . Acredita-se que a espécie seja razoavelmente tolerante à modificações dos seus habitat.
Além disso, é a espécie mais abundantemente coletada da Reserva Biológica do Morro Grande (AmphibiaWeb, 2018). O desmatamento da floresta amazônica afeta diretamente o grupo já que dependem de um ambiente específico para sobrevivência.
 
Scinax alter (Lutz, 1973) 
Classe: Amphibia > Ordem Anura > Família Hylidae > Subfamília Scinaxinae > Gênero Scinax (AmphibiaWeb, 2018)
O gênero Scinax possui inúmeras confusões taxonômicas. Espécimes de S. alter, habitam mata atlânticas, na região lestedo Brasil, se estendendo entre o Rio Grande do Norte até o sul do Paraná. Foi registrada ocorrência em até 1.000 m de altitude. Parece estar adaptada a florestas primárias e secundárias e áreas abertas (naturais ou artificiais), havendo exemplares em diversas áreas protegidas. Fica geralmente sob a vegetação, próxima à poças temporárias e permanentes. Sua desova é realizada na água. Sua atividade reprodutiva parece ser sazonal, tendo sido relatada para os meses de dezembro a fevereiro (Abrunhosa et al., 2006). 
É uma espécie extremamente comum com população estável. Devido a sua alta plasticidade ecológica, não há preocupação quanto ao risco de extinção. 
Scinax cuspidatus (Lutz, 1925) 
Classe: Amphibia > Ordem: Anura > Familia: Hylidae > Subfamilia: Scinaxinae > Gênero: Scinax (AmphibiaWeb, 2018)
Esta espécie é provavelmente um complexo de várias espécies. Sua distribuição se estende da costa leste e sudeste do Brasil, principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Seus registros de altitude estão em até 1.000m de altitude, mas seus limites naturais não são claros porque em bromélias hortícolas, pode ultrapassar essa faixa (AmphibiaWeb, 2018).
Vive em habitats abertos costeiros, "Restingas" ou bordas das florestas, sendo muitas vezes encontrada em vegetação rasteira, próxima a corpos d’água. 
É uma espécie comum, de tendência populacional estável, ocorrendo em várias áreas protegidas. As principais ameaças provavelmente estão relacionadas à perda de habitat devido à degradação ambiental e coleta de bromélias.
 
Scinax similis (Cochran, 1952) 
Classe: Amphibia > Ordem Anura : Família Hylidae > Subfamília Scinaxinae > Gênero Scinax (AmphibiaWeb, 2018)
Esta espécie é conhecida por habitar a costa de Caraguatatuba (Estado de São Paulo) até o estado do Rio de Janeiro, ocorrendo em até 1.100m de altitude. Normalmente vive em áreas abertas, em habitats naturais e artificiais. É mais comum habitar ambientes úmidos tais quais poças de chuva, temporárias ou pântanos, sendo também encontrada em habitações rurais.
Por ser uma espécie muito comum, incluindo diversas áreas protegidas, não há alto risco de extinção. No entanto, a perturbação do seu habitat natural pode ameaçá-la. 
 
Scinax x-signatus (Spix, 1824) 
Classe: Amphibia > Ordem Anura > Família Hylidae > Subfamília Scinaxinae > Gênero Scinax (AmphibiaWeb, 2018).
Esse grupo é principalmente um complexo de subespécies. Ocorrem na Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname além de leste, sul e sudeste do Brasil, do nível do mar até 900m de altitude.Foram descritos em diversas áreas protegidas, habitando principalmente savanas tropicais (cerrado), bordas de florestas e áreas abertas. Já foi registrado seu canto em folhas de Heliconia em cerca de 1,5m acima do solo e 2m da beira d'água. Na venezuela, os machos costumam se concentrar em arbustos baixos ao redor de lagoas durante a estação chuvosa. Se reproduz em água parada (permanente e sazonal) já que sua desova é realizada na água. É um táxon comum e abundante, principalmente em torno de corpos d’água temporários, na estação chuvosa, o que mantém a população estável.
Conclusão 
	No pouco tempo de campo, pudemos encontrar e conhecer algumas espécies nativas de mata atlântica. Mais tempo de campo nos permitiria observar ainda mais espécimes, compreendendo ainda mais a ecologia de cada grupo e a diversidade de um fragmento de mata atlântica na cidade do Rio de Janeiro.
 
Referências Bibliográficas
 
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