Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pesquisa Fermentos Lácteos O leite é o meio de cultura ideal para o crescimento de diversos tipos de microrganismos. Dentre os mais importantes, destacamos as bactérias. Elas representam uma relação de amor e ódio entre as Indústrias, uma vez que podem ser tanto desejáveis (produção de derivados lácteos), como indesejáveis (patógenos). As bactérias lácteas possuem a capacidade de fermentar a lactose, principal carboidrato do leite, originando quantidades consideráveis de ácido lático e ácido pirúvico (REIS, 2013). A pasteurização do leite garantiu a inocuidade dos derivados lácteos, mas ao mesmo tempo “esterilizou” a flora natural dele. Com isso, surgiu a necessidade da utilização de culturas lácteas liofilizadas para a produção dos derivados lácteos, no qual grupo de microrganismos são identificados, selecionados, quantificados, liofilizados e comercializados (CUNHA, 2008). Segudo Dutra (2002), na liofilização, após o produto estar congelado a temperaturas inferiores a 30ºC, ele é submetido a uma pressão negativa (vácuo), fazendo com que a água do produto seja retirada por sublimação, ou seja, passe diretamente do estado sólido para o gasoso. Isso preserva as características físico- químicas e microbiológicas do produto. Fermentos lácticos são culturas puras em proporções definidas de diferentes bactérias lácticas que se multiplicam no leite e no queijo assegurando as funções essenciais. É um ingrediente indispensável na fabricação de produtos fermentados lácteos e possui três funções básicas: Desenvolvimento de acidez – indispensável na fabricação da grande maioria dos queijos fabricados, onde as bactérias metabolizam a lactose formando moléculas de ácido lático e normalmente ocorre uma parte no tanque de fabricação e outra parte já no queijo enformado (durante a prensagem, salga e no início da maturação). Formação de olhaduras – bactérias consomem o lactato de sódio (sal do ácido lático) produzindo ácido propiônico, ácido acético e CO2. A presença de olhaduras na massa do queijo é uma característica típica de alguns queijos tais como: Reino, Estepe, Suíço, Gouda, etc. Formação de sabor e aroma – é um complexo bioquímico que ocorre durante a maturação do queijo. A caseína, principal proteína do leite é degradada (proteólise) em compostos menores que modificam a estrutura do queijo tornando-a mais macia, solúvel e alterando o sabor do queijo. A gordura também por ação de enzimas lipolíticas (lipólise) vai sendo degradada e conferindo sabor e aroma aos queijos. As enzimas que catalisam estas reações são liberadas pelos microrganismos do fermento lático. Os Lactobacilos e Bifidobactérias têm sido os probióticos mais utilizados em alimentos com alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde. Nesse contexto, a indústria de laticínios se posiciona como a que apresenta maior número de lançamentos de produtos funcionais, contendo culturas probióticas, em especial nos segmentos de iogurtes e leites fermentados. As espécies mais frequentemente utilizadas para a obtenção de produtos probióticos são de origem humana, como por exemplo: Bifidobacterium adolescentis, B. bifidum, B. breve, B. infantis, B. longum, Lactobacillus acidophilus, L. casei e L. rhamnosus. No Brasil, os produtos lácteos funcionais contendo probióticos vêm sendo produzidos com Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium e Lactobacillus casei. (LIMA 2009). Também conhecidos como fermentos, algumas bactérias lácticas termófilas como as Lactobacilllus agem em uma faixa temperatura de 42°C a 43°C, a fermentação dura em torno de quatro horas e, ao final, o produto apresenta um pH entre 4,2 e 4,6. Este fermento é o mais utilizado para produção de iogurte, tem ação simbiótica em que favorece o crescimento de outra por meio da produção de aminoácidos, peptídeos e folato (SACCARO, 2008). Comercialmente, eles são classificados em: Tipo O (Lactococcus lactis subsp lactis e Lactococcus lactis subsp cremori) , tipo D (Lactococcus lactis subsp lactis, Lactococcus lactis subsp cremoris e Lactococcus lactis biovar diacetylactis.) e tipo L (Lactococcus lactis subsp lactis, Lactococcus lactis subsp cremoris e Leuconostoc cremoris) (PINTO, 2013) . Segundo Serrano 2008, alguns tipos de fermento lácteo são: Fermento mesofílico acidificante: Indicado para queijos de massa macia/semidura e fechada (sem aberturas internas), como o Minas Padrão, Meia cura e outros, no caso se trata do Ricaferm MT3; Fermento mesofilico aromatizante: Indicado para queijos de massa aberta e com aroma mais pronunciado, como a linha Prato, Gouda, Reino, Edam, Cottage entre outros, no caso se trata do Ricaferm MT5; Fermento protetivo: Indicado para queijos mais frescos, de consumo rápido, porém este fermento não altera sabor ou características de odor e textura e sim atua na conservação do queijo, indicado mais para Minas Frescal ele também pode ser utilizado em conjunto com outros fermentos para queijos que não passam pelo processo de maturação (pois a maturação já é um processo de conservação), neste caso se trata do BioProtetor; Fermento termofílico: Indicado para queijos de massa cozida/filada, como o queijo Muçarela, no caso se trata do TL3 para fermentação lenta e TL5 para fermentação rápida; Fermento termofílico: Indicado para queijos de massa semidura/dura e de massa fechada, como Provolone e Parmesão, no caso se trata do TL4; Fermento probiótico: Indicado para bebidas lácteas fermentadas e iogurtes, no caso se trata do YR02 para fermentação lenta e YR03 para fermentação rápida. Referencias CUNHA, T.M.; CASTRO,F.P.; BARRETO,L.M.; BENEDET,H.D.; PRUDENCIO, E.S. Avaliação físico-quimica, microbiológica e reológica de bebida láctea e leite fermentado adicionados de probioticos. Semina: Ciências Agrárias, v.29, n.1, p. 103- 116, Londrina, jan/mar. 2008. DUTRA, Eduardo Reis Péres. Produção higiênica do leite. Tratamento do leite. Analises do leite. Queijos e fermentos lático. Coalho e coagulação. Apostila de fabricação de queijos: Cursos de queijos convencionais I. Juiz de Fora: EPAMIG- Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 2002. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). 39p. LIMA, S.C.G. Processamento de leite e derivados. Disponível em: Acesso em: 04 jul. 2009. PINTO, Cláudia Lúcia de Oliveira, et al.. Qualidade microbiológica do leite cru. Viçosa, MG: EPAMIG Zona da Mata, p. 157- 171, 2013). REIS, Diana Lima dos. Qualidade e Inocuidade microbiológica dos derivados lácteos fermentados produzidos no Distrito Federal, Brasil / Diana Lima dos Reis Orientação de Márcia de Aguiar Ferreira – Brasília, 2013. 76 p. Dissertação de Mestrado (M) - Universidade de Brasília / Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2013. SACCARO, D. M. Efeito da associação de culturas iniciadoras e probióticas na acidificação textura e viabilidade em leite fermentado. São Paulo, 2008. 119f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. SERRANO, L. E. F. - Utilização de diferentes culturas lácteas na fabricação da mussarela de leite de búfala. / Luis Eduardo Fagian Serrano. – Araraquara, 2008.
Compartilhar