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Psicologia Organizacional e do Trabalho II Unidade 1 – Perspectivas e dimensões de análise das organizações Seção 1.3 – Diagnóstico e mudança da cultura organizacional: algumas possibilidades ppSilva, Zanelli e Tolfo (2013) propõem que a análise de uma cultura organizacional seja realizada a partir dos componentes da cultura e nos oferecem uma interessante metáfora: imaginar a cultura como uma cebola, que tem diversas camadas, sendo que a parte mais superficial é de fácil identificação (políticas e práticas de gestão de pessoas) e à cada camada a profundidade e complexidade de análise aumentam. Os Os instrumentos de análise da cultura organizacional constituem apenas uma amostra dos instrumentos mais conhecidos e referenciados na literatura nacional, sendo que cada um deles foi desenvolvido a partir de uma fundamentação teórica específica. Assim, para aplicá-los de forma correta e responsável, é importante conhecer cada instrumento em profundidade. O IBACO (Instrumento Brasileiro para a Avaliação da Cultura Organizacional). De acordo com Ferreira et al. (2002), esse instrumento tem como objetivo avaliar a cultura organizacional, através dos valores e práticas que a tipificam, de acordo com a percepção dos colaboradores da organização. A escala possui sete fatores de avaliação: IBACO (Instrumento Brasileiro para a Avaliação da Cultura Organizacional) Valores de profissionalismo cooperativo com 23 itens relacionados à valorização dos empregados que executam suas tarefas com eficácia e competência, demonstrando espírito de colaboração, habilidade, dedicação, profissionalismo e capacidade de iniciativa, contribuindo, desse modo, para o alcance das metas comuns da organização. Valores de rigidez na estrutura hierárquica de poder com 13 itens referentes a valores presentes em organizações definidas por um sistema de autoridade centralizado e autoritário, que dificulta o crescimento profissional e o reconhecimento do elemento humano. Valores de profissionalismo competitivo e individualista possui 8 itens que denotam a valorização prioritária da competência, do desempenho e da eficácia individual na execução das tarefas para a obtenção dos objetivos desejados, ainda que isso implique a necessidade de prejudicar os colegas que almejam objetivos semelhantes. Valores associados à com 11 itens concernentes à valorização do bem-estar, da satisfação e bem-estar dos empregados satisfação e da motivação dos empregados, isto é, a humanização do local de trabalho, de modo a torná-lo agradável e prazeroso. Práticas de integração externa com 17 itens associados a práticas voltadas para o planejamento estratégico, a tomada de decisão e o atendimento ao cliente externo, com foco, portanto, nos escalões superiores da organização. Práticas de recompensa e treinamento com 14 itens relacionados a práticas vinculadas aos clientes internos e aos sistemas de recompensa e treinamento adotados pela empresa. Práticas de promoção do relacionamento interpessoal com 8 itens referentes a práticas orientadas para a promoção das relações interpessoais e satisfação dos empregados, favorecendo, assim, a coesão interna. Muitos autores recomendam a aplicação de métodos complementares, como entrevistas, observação e análise documental, de forma que aspectos não cobertos pelos instrumentos formais (questionários) possam ser identificados, ou mesmo para validar os resultados obtidos através destes (SILVA; ZANELLI; TOLFO, 2013). É necessário compreender que as mudanças organizacionais podem ocorrer em função de diversos fatores, assumir diferentes características e exigir um esforço direto ou indireto de todos os envolvidos. No contexto atual, as organizações sofrem pressão para a mudança advinda de diversos fatores, sendo que uma sistematização possível e adotada por diversos autores inclui as mudanças contextuais, ou seja, aquelas que ocorrem mesmo sem que a organização tenha controle sobre elas; e internas, aquelas provocadas por questões internas à própria organização. Esses fatores podem exigir mudanças nas organizações com relação às práticas de gestão de pessoas, desde as formas de recrutamento e seleção até a necessidade de formação mais especializada. Também podem impactar as estratégias de remuneração e regimes de trabalho diferenciados, bem como a exigência de respostas mais rápidas ao mercado e às necessidades dos clientes. Todos esses fatores acabam por gerar a necessidade de a organização realizar sua missão com mais qualidade e menor custo de produtividade. Para fazer frente a essa pressão, as organizações precisam estar atentas e tomar decisões quanto a reagir ou se antecipar às mudanças. Nesse sentido, é possível identificar diferentes abordagens e, na tentativa de compilação, Bressan (2004) destaca alguns autores e suas propostas, dentre eles: Robins e Nadler, Shaw, Walton e cols. A mudança planejada foi definida por Kurt Lewin como um processo de transição composto por três etapas: 1) descongelamento – quando as pessoas percebem a necessidade de mudança, então práticas antigas são abandonadas, desaprendidas; 2) Mudança – quando novas ideias e novas práticas são aprendidas e praticadas, através de identificação e internalização; 3) recongelamento, quando as novas práticas são incorporadas definitivamente ao comportamento, então devem ser acompanhadas para garantir a mudança permanente, através de ações de suporte e reforço (GRIFFIN; MOORHEAD, 2015). Essa proposta teórica se baseia na compreensão de que a mudança é um processo. A literatura oferece certa abundância de práticas e recomendações sobre a condução de processos de mudança. ● Diagnóstico e alinhamento organizacional é a identificação da necessidade ou a preparação para a mudança, também denominada de diagnóstico e análise; ● Liderança, por sua vez, aborda a compreensão e a atuação do líder na necessidade de transformar, para que seus subordinados também se comprometam com a mudança ; ● A comunicação é a terceira prática, pois permite entender o quê, quando e por que a organização está mudando, o que facilita a aceitação e a adaptação das novas circunstâncias, desde o nível estratégico até o operacional; ● As duas últimas práticas de gestão da mudança são compensação/incentivo, cujo objetivo é reforçar os comportamentos desejados pelo processo de mudança por meio de remuneração ou benefícios e treinamento, que prepara os empregados para a mudança Não é possível elaborar receituários de como lidar com a reação dos empregados às mudanças. O que de fato interessa é alertar os gestores sobre a necessidade de conhecer os indivíduos e a cultura da organização, a fim de planejar as mudanças e saber lidar com as mais diferentes reações apresentadas.
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