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MEU LIVRO DE PENAL

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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (artigos 213/234-c) do 
código penal. 
 Sumário 
 1.Título VI – CAPÍTULO 1 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ........................................................... 1 
1.1 Estupro (artigo 213) .................................................................................................................................. 2 
1.2 Violência sexual mediante fraude (artigo 215) ......................................................................................................... 3 
 1.3 Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 215-A................................................................. 
1.4 Assédio Sexual (artigo 216-A)............................................................................................................................................. 
 
 2 CAPÍTULO I-A (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018) DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL ........... 4 
 2.1 CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL ............................................................................... 5 
Digite o título do capítulo (nível 3) ..................................................................................................................................................... 6 
 
 
Dos crimes contra a liberdade sexual (213/216-A) 
 
 
1.1 Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar 
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou 
maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
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 Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
 
 O delito de estupro previsto no artigo 213, ante a incidência da lei 12.015/2009, como desdobramento 
da ‘’CPI da pedofilia’’ introduziu este capítulo ao código penal, em virtude da presença do dissenso, sendo a 
violência real – vis absoluta ou corporalis- e o constragimento ilegal meios de execução do crime de Estupro,, 
tendo em vista o principio da especialidade, pela exigência de um fim especial de agir, práticar o núcleo do 
tipo penal, que é cumulativo, ensejando em crime único. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ademais, outras alteraçãoes advindas da lei 12.015/2009, e curiosidades, pois anteriomente a esta lei, 
o título VI, do código penal, era denominado crimes contra os costumes, a mulher era revestida de 
conotações e preconceitos ligados a sociedade patriarcal. 
O Homem, era o provedor e a mulher recebia tratamento repulsivos, não podendo adotar nenhuma 
linha de pensamento ligado a sua liberdade sexual, que eram consideradas promíscuas e não seriam 
merecedoras de tutela estatual diante de tal violação sexual, inclusive se discutia a possibilidade de uma mulher 
casada, ser vítima de estupro por seu companheiro, pela posição hiérarquicamente superior deste, sob 
alegações de que este útlimo, estaria em cumprimento de um dever legalmente imposto, proveniente do 
casamento tutelado pelo direito civil, o denominado ‘’débito conjugal’’ além, do fato que se espanta 
atualmente é que há alguns anos, e até no direito alienigena, considerava lícito menores de idade contrairem 
casamentos arranjados, ou seja, não se havia respeito nem pela liberdade de escolha de seus próprios parceiros, 
tampouco o seu direito de dispor do próprio corpo, aqui se defendia interesses familiares e patrimoniais; 
 Atualmente a constituição federal de 1988, consagrou o principio da isonomia, tratando de forma igual 
homens e mulheres. E também o delineado como um supraprincipio da dignidade da pessoa humana previsto 
no artigo 1°, III da CF/88, visto assim como um valor fundamental inerente a qualquer pessoa, não só as 
mulheres. 
Fato é que é cognocível que a mulher foi vítima durante séculos deste crime, e somente há alguns anos, 
que foi ratificado, no ano de 1995, pelo Brasil, a convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher, ensejando na criação de mecanismos pertinentes á esta coibição, por exemplo a 
criação em 2006, da lei Maria da Penha, é por isto que a antiga redação do artigo 213, era exatamente nestes 
termos: 
 ‘’Constranger MULHER a conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça” 
 
Com as alterações posteriores, passamos a ter outro sujeito passivo, o homem, para que se alargue o 
campo ligado a relação homosexual, no entanto, quando nos referimos a conjunção carnal, estamos falando 
Antigo 
artigo 213 
Antigo 
artigo 214 
 
Atual Artigo 213 CP 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
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do coito vagínico, a introdução do pênis na vagina da mulher, exatamente a intromissão do órgão genital 
masculino, completamente ou parcialmente, no interior da cavidade vaginal, ou seja, no órgão genital feminino, 
aqui somente podemos associar a uma relação heterosexual. Portanto, temos um crime especial, exigi-se uma 
qualidade do sujeito ativo, que necessariamente deve ser homem, e o sujeito passivo uma mulher, ademais, 
temos os atos libidonos não exigem esta qualidade dos sujeitos, são considerados atos libidinosos, a prática 
de sexo oral ou anal, masturbação e lesbianismos, que eram trazidos no próximo artigo, qual seja, 214 – que 
foi formalmente revogado; conforme se verifica no próprio código: 
 
 Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
 
Ocorre que: não aconteceu o que chamamos de aboliticio criminis, pois a conduta continuou sendo 
delimitada como crime, houve apenas a sua supressão, ou seja, a sua junção para determinar um crime único, 
assim o artigo 214, passou a integrar o artigo 213, reuniu assim, um só tipo penal. 
 
Acerca dessas modificações temos consubstanciados várias espécies de estupro, mas em sua própria 
redação do artigo 213, vemos algumas qualificadoras sendo considerado estupro simples, o delineado no 
Caput do artigo. 
Se verifica também a ocorrência do preterdolo: o crime preterdoloso é uma espécie de crime agravado 
pelo resultado, no qual o agente pratica uma conduta anterior dolosa (Estupro), e desta decorre um resultado 
posterior culposo (lesão corporal grave/morte). Há dolo no fato antecedente e culpa no consequente: assim 
não se admite a modalidade culposo atinente ao crime de estupro, e sim a culpa proveniente da qualificadora, 
não podendo ser imputado ao agente a título de dolo, por exemplo o resultado morte ou lesão corporal; pois 
se houvesse dolo nesse sentido, haveria imputação de Homícidio (121) em concurso material com o crime aqui 
elencado! 
 
Estupro qualificado 
 
 
 
1. Qualificado pelo resultado lesão corporal de natureza grave (213, §1° primeira parte); 
OU 
2. Aqui temos um critério etário, diferente do previsto no artigo 217-A, que trata dos 
considerados vulneráveispara fins penais de incidência dos crimes de liberdade sexual; o 
critério supramencionado é de que se a vítima for menor de 18 anos ou maior de 14 anos 
a pena será elevada em ambos os casos para o patamar entre 8 anos a 12 anos de reclusão 
(213, §1°) 
3. e o resultado morte (213, §2°) – reclusão de 12/30 anos. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art7

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