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Doença Renal Crônica Tratamento Conservador Prof. Andréa Filgueiras Prof. Camila Macarrão Prof. Gardênia Pinheiro By Mariana Leister Rocha Innecchi Objetivos Nutricionais • Prevenir/tratar a desnutrição energético-protéica • Reduzir o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos • Retardar o ritmo de progressão da DRC • Prevenir/tratar a obesidade • Prevenir ou minimizar edema e controle da PA • Prevenir ou minimizar distúrbios metabólicos hiperpotassemia, acidose metabólica Desnutrição Energético-protéica Desnutrição energético-protéica Redução da ingestão alimentar Aumento do catabolismo protéico Redução da ingestão alimentar Aumento do catabolismo protéico Redução da acuidade do paladar Resistência à ação da insulina Inflamação crônica Acidose metabólica Restrição alimentar excessiva Presença de outras comorbidades Grande número de medicamentos Hiperparatiroidismo Aspectos emocionais e psicológicos Inflamação crônica : Clearence reduzido de citocinas pró inflamatórias Uremia Anemia • Prevalência - Tratamento Conservador: 45 a 55 % • Redução da ingestão alimentar Uremia ou Síndrome Urêmica Principais Sintomas Gastrintestinais DEP Parâmetro Limites de Normalidade Valores Desejáveis na DRC Limitações Uréia (mg/dL) 10 a 45 Não determinado Aumenta em estado hipercatabólico Hálito Urêmico Anorexia Náuseas Vômito Diarreias Restrição protéica Como detectar? - 1 item de pelo menos 3 dos 4 critérios abaixo. Desnutrição energético-protéica PARÂMETROS LABORATORIAIS Albumina sérica < 3,8 g/dL (método: verde de bromocresol) Colesterol total < 100 mg/dL PESO E GORDURA CORPÓREA IMC < 23 kg/m2 Percentual de gordura corpórea < 10% Perda de peso não intencional: 5% em 3 m ou 10% em 6m Desnutrição energético-protéica Como detectar? - 1 item de pelo menos 3 dos 4 critérios abaixo. MASSA MUSCULAR Depleção muscular : redução de 5% da massa muscular em 3m ou 10% em 6m Circunferência muscular do braço: redução > 10% em relação ao percentil 50 do padrão de referência CONSUMO ALIMENTAR Redução não intencional da ingestão protéica: < 0,6g/Kg/dia para pacientes nos estágios 2 a 5 da DRC Redução não intencional da ingestão energética: < 25 Kcal/dia por 2 m - Estimular ingestão de alimentos ricos em energia e com pouca proteína (mandioca, mandioquinha, farinha de mandioca, cará, inhame, batata doce, tapioca e biscoito de polvilho); - Orientar que coloque um pouco a mais de óleo no preparo dos alimentos ou até mesmo na comida pronta; - Dar opções de preparações respeitando as restrições impostas pela própria doença; - Estimular o consumo de 5 a 6 refeições diárias; - Conscientizar os familiares sobre as mudanças. Desnutrição energético-protéica Como tratar? http://www.canstockphoto.com.br/file_view.php?id=4659560 Objetivos Nutricionais • Prevenir/tratar a desnutrição energético-protéica • Reduzir o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos • Retardar o ritmo de progressão da DRC • Prevenir/tratar a obesidade • Prevenir ou minimizar edema e controle da PA • Prevenir ou minimizar distúrbios metabólicos hiperpotassemia acidose metabólica Restrição Protéica Efeito da proteína sobre a progressão Hipótese de Brenner néfrons remanescentes hiperfluxo sanguíneo pressão hidrostática glomerular dano vascular glomerular e expansão mesangial esclerose glomerular hiperfiltração dieta rica em proteínas Recomendação de Proteínas Tratamento conservador Taxa de filtração glomerular Proteína > 70 mL/min 0,8 a 1,0 g/Kg/dia 70 a 30 mL/min 0,6 g/Kg/dia (50% de AVB) < 30 mL/min 0,6 g/Kg/dia (50% de AVB) ou 0,3 g/Kg/dia + suplementação de cetoanálogos de AAE Utilizar o peso desejável ou ajustado para cálculo das recomendações Acrescentar 1g de proteína/g proteinúria em pacientes ADERENTES a restrição protéica Recomendação de Proteínas Tratamento conservador Condições específicas Proteína Síndrome Nefrótica 0,8 g/Kg/dia DRC + Diabetes 0,7 a 0,8 g/Kg/dia Utilizar o peso desejável ou ajustado para cálculo das recomendações Acrescentar 1g de proteína/g proteinúria em pacientes ADERENTES a restrição protéica Cetoácidos Indicações Função renal reduzida (Clear. Creat <25 ml/min) Uremia Sem evidência de desnutrição grave Aderentes a dieta Prescrição Dieta • Proteína - 0,3 g/kg/dia (Origem vegetal) • Energia - 35 kcal/kg/dia Cetoácidos • 1 comprimido para cada 5 kg de peso corporal Qual seria e recomendação energética e proteica para um paciente com peso ideal de 74 kg? Quantos comprimidos ele teria que utilizar? Vantagens Redução dos produtos nitrogenados tóxicos Melhora do metabolismo cálcio e fósforo Retardo no tempo de entrada em diálise Desvantagens Alto custo Monotonia alimentar Dificuldade de adesão Risco de desnutrição Cetoácidos 1 caixa – 20 comp – R$ 80,00 15 comp dia = R$ 60,00 Mês = 1,800,00 A restrição protéica desde que bem conduzida promove melhora da sintomatologia urêmica, dos distúrbios metabólicos e possivelmente promove retardo no ritmo de progressão da doença renal; Mais estudos são necessários para demonstrar se as proteínas de origem vegetal (soja) apresentam vantagens sobre as proteínas animais sobre a progressão da doença renal; A oferta de energia deve ser suficiente para o aproveitamento adequado da pequena quantidade de proteína oferecida. Recomendação de Energia Tratamento conservador Energia Total Idade < 60 anos 35 Kcal/Kg/dia Idade > 60 anos 30 Kcal/Kg/dia Carboidrato 50 a 60% do VET Lipídeos 25 a 35% do VET < 7% gordura saturada Até 10% de gordura poliinsaturada Até 20% de gordura moniinsaturada Utilizar o peso desejável ou ajustado para cálculo das recomendações Objetivos Nutricionais • Prevenir/tratar a desnutrição energético-protéica • Reduzir o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos • Retardar o ritmo de progressão da DRC • Prevenir/tratar a obesidade • Prevenir ou minimizar edema e controle da PA • Prevenir ou minimizar distúrbios metabólicos hiperpotassemia acidose metabólica Obesidade na DRC Tratamento conservador Obesidade – Aspecto negativo Obesidade DRC Doença cardiovascular Principal causa de morte em pacientes com DRC Educação nutricional (vínculo, confiança e motivação) Dieta equilibrada - carboidratos: 55 a 60 % - lipídios: 35 % - proteínas: A depender da condição específica (50% AVB) - energia: 25 a 30 kcal/kg/d Acompanhamento frequente (~ 2 meses) Obesidade na DRC Tratamento conservador Intervenção Nutricional Objetivos Nutricionais • Prevenir/tratar a desnutrição energético-protéica • Reduzir o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos • Retardar o ritmo de progressão da DRC • Prevenir/tratar a obesidade • Prevenir ou minimizar edema e controla da PA • Prevenir ou minimizar distúrbios metabólicos hiperpotassemia acidose metabólica Sódio Restrição de sal/sódio: - ajuda no controle da hipertensão - melhora a eficiência dos antihipertensivos Recomendação Sódio – 2.000 – 2.300 mg/dia - Sal - 5 a 6 g/dia Não usar sal dietético ou light Controle necessário em todos os estágios da DRC. Recomendações Nutricionais Objetivos Nutricionais • Prevenir/tratar a desnutrição energético-protéica • Reduzir o acúmulo de compostos nitrogenados tóxicos • Retardar o ritmo de progressão da DRC • Prevenir/tratar a obesidade • Prevenir ou minimizar edema • Prevenir ou minimizar distúrbios metabólicos hiperpotassemia acidose metabólica Potássio Potássio Parâmetro Limite de Normalidade Valores desejáveis na DRC – Conservador Potássio sérico 5,0 mEq/L 5,0 mEq/L • A restrição de potássio deve ser feita a pacientes com: TFG < 30 mL/min Potássio sérico > 5,0 mEq/L •Hiperpotassemia (Potássio sérico > 5,0 mEq/L) Arritmia cardíaca Recomendações Nutricionais Fatores que contribuem para hiperpotassemia: utilização de inibidores da ECA acidose metabólica obstipação intestinal alimentação Recomendação 40 - 70 mEq/dia Controle necessário nos estágios avançados do tratamento conservador e na hemodiálise. Recomendações Nutricionais Laranja lima Maçã Pêra Banana-maçã Acerola Jabuticaba Abacaxi Caqui Morango Melancia Ameixa fresca Frutas POBRES em potássio (<5,0 mEq/100g) Pacientes com Hiperpotassemia: 3 porções dia no máximo! http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-frutas-do-caqui-image17932519 Recomendações Nutricionais Laranja pera Mamão Mexerica Abacate Maracujá Banana nanica e prata Uva Melão Kiwi Água de coco Frutas Alimentos RICOS em potássio (>5,0 mEq/100g) Couve Tomate Berinjela Beterraba Acelga Batata Brócolis Almeirão Hortaliças e tubérculos Feijão Lentilha Ervilha Grão de bico Soja Amendoim Castanhas Leguminosas e oleaginosas Recomendações Nutricionais Alimentos RICOS em potássio (>5,0 mEq/100g) Cocção das hortaliças e frutas em água Reduz em média 60% a concentração de potássio POTÁSSIO Recomendações Nutricionais Cuppari et al, Nutrire, 1989 POTÁSSIO Recomendações Nutricionais Alimento Cru (mEqK/100g) Cozido (mEqK/100g) Beterraba 10,8 ± 1,1 4,1 ± 1,1 Cenoura 9,5 ±2,1 4,6 ± 1,9 Couve 9,5 ± 2,1 2,4 ± 0,6 Banana 7,7 ± 0,2 2,9 ± 1,0 Feijão 21,6 ± 5,3 6,9 ± 1,9 Restrição de Potássio Como orientar o paciente? 1 – Descascar Verduras, legumes ou frutas 2- Picar bem 3- Colocar em uma panela com bastante água e ferver. 4- Escorrer a água e prepara como desejar Recomendações Nutricionais Posso orientar o consumo de verduras e legumes crus? SIM!!! Você pode orientar o consumo de 2 porções ao dia. Alimento 1 Porção Alface 5 folhas médias Agrião 2 pires de chá Pepino 8 rodelas Repolho 2 pires de chá Rabanete 3 unidade Alimento 1 Porção Pimentão 1 unidade média Escarola 1 pires de chá Almeirão 1 pires de chá Cenoura ½ unidade média Tomate ½ unidade média Outros alimentos que contêm MUITO Potássio: - Leguminosas: feijão, ervilha, grão de bico, lentilha, soja e amendoim - Frutas secas: uva-passa, ameixa seca e damasco seco - Oleaginosas: nozes, avelã, castanhas e pinhão - Sal dietético: “Sal Light”, “Sal Diet” e “Slim Sal” - Outros: caldo de cana, calda de compota de frutas, sucos naturais e concentrados de fruta, massa/extrato de tomate e café solúvel A carambola é tóxica para os pacientes portadores de Doença Renal Crônica • Explicar a razão das modificações alimentares; • Sempre que possível, envolver no tratamento a pessoa responsável pela compra e preparo dos alimentos; • Respeitar as preferências e os hábitos alimentares do paciente; • Não fazer restrições alimentares desnecessárias; • Em alguns casos, priorizar o aspecto mais importante do tratamento dietético e orientar as novas modificações aos poucos; • Fornecer listas de substituições de alimentos com equivalentes protéicos e energéticos; Atendimento Nutricional Resumo • Fornecer receitas de fácil preparo e custo acessível; • Utilizar modelos de alimentos e de medidas caseiras para a orientação dietética e averiguar a adesão ao plano alimentar; • Fazer consultas regulares para acompanhamento nutricional e avaliação a adesão às orientações dietéticas; • Trabalhar com programas de educação nutricional como complemento das orientações individuais. Atendimento Nutricional Resumo