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Educação Nutricional - Lizelda - Web2 - Mód A

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WEBCONFERÊNCIA 2
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
Prof.ª Lizelda Araújo
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Determinantes do comportamento alimentar:
• Fatores nutricionais: peso e imagem corporal
• Fatores sociodemográficos: idade, sexo, etnia, escolaridade, renda e estado 
civil
• Fatores culturais: vegetarianismo e algumas religiões, que preconizam a 
seleção de determinados alimentos para o consumo
• Fatores ambientais: comércio de alimentos, ambiente “obesogênico”
• Fatores psicológicos: crenças sobre as características de uma alimentação 
saudável, atitude frente à dieta, barreiras encontradas para adotá-la, 
disponibilidade de um suporte social que favoreça práticas adequadas e a 
responsabilidade sobre compra e preparo das refeições.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
• Diversos estudos ressaltam que o modelo transteórico pode ser 
considerado um instrumento promissor de auxílio à compreensão da 
mudança comportamental relacionada à saúde. 
• Foi desenvolvido por dois pesquisadores norte–americanos, James O. 
Prochaska e Carlo DiClemente, na década de 80, mediante estudos com 
tabagistas.
• Na época, foi observado que muitos fumantes conseguiam abandonar o 
vício sem auxílio de psicoterapia, enquanto outros somente tinham sucesso 
com esse tipo de tratamento.
• HIPÓTESE: existiam princípios básicos que explicariam a estrutura da 
mudança de comportamento que ocorria na presença ou não de 
psicoterapia.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
• Deste então, o modelo transteórico tem sido aplicado na área da mudança 
alimentar, focalizando diferentes aspectos: consumo de gordura, frutas, 
hortaliças, fibras e cálcio, além de estratégias dietéticas para o controle do 
peso e do diabetes.
• Outro nome = Modelo de estágios de mudança de comportamento
• As alterações no comportamento relacionado à saúde ocorrem por meio de 
5 estágios distintos:
Pré-contemplação, contemplação, decisão, ação e manutenção
• Cada estágio representa a dimensão temporal da mudança do 
comportamento, ou seja, mostra quando a mudança ocorre e qual é seu 
grau de motivação para realiza-la.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
PRÉ-
CONTEMPLAÇÃO
A mudança comportamental ainda não foi considerada pelo indivíduo. 
Não há intenção de adotá-las num futuro próximo (6 meses)
Os indivíduos nesse estágio reconhecem a solução, mas não reconhecem 
o problema. 
Tendem a apresentar maior resistência, pouca motivação e são 
classificados como não prontos para os programas de promoção de saúde
Este estágio corresponde àqueles que não reconhecem suas 
práticas alimentares inadequadas ou não dispõem da 
motivação necessária para alterá-las.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
CONTEMPLAÇÃO O indivíduo começa a considerar a mudança comportamental.
Reconhece que o problema existe, está seriamente decidido a superá-
lo, mas ainda não apresenta um comprometimento decisivo.
Pretende alterar o comportamento no futuro, mas ainda não foi 
estabelecido um prazo para tanto
Refere-se, por exemplo, ao indivíduo que reconhece que tem um 
padrão alimentar pouco saudável, mas acredita que a falta de tempo, 
o preço ou o sabor desagradável de alimentos tidos como saudáveis 
não possibilitam a adoção de uma dieta adequada.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
DECISÃO ou 
PREPARAÇÃO
O indivíduo pretende alterar seu comportamento num futuro 
próximo, como no próximo mês.
Geralmente, após ter superado tentativas anteriores frustradas, 
são realizadas pequenas mudanças e um plano de ação é adotado, 
ainda sem assumir um compromisso sério com o mesmo
Considerando-se uma mudança no comportamento alimentar, sugere-
se que uma expressão característica desse estágio seja manifestar o 
seguinte desejo: "na próxima segunda-feira, começarei a dieta".
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
AÇÃO O indivíduo alterou, de fato, seu comportamento, suas 
experiências ou seu ambiente, e conseguiu superar as barreiras 
antes percebidas. 
Tais mudanças são visíveis e ocorreram recentemente, como nos 
últimos 6 meses. Trata-se de um estágio que exige grande 
dedicação e disposição para evitar recaídas
Por exemplo, um indivíduo que reduziu seu consumo de alimentos 
gordurosos, visando à melhora do perfil lipídico, e passa a reconhecer 
os primeiros benefícios da modificação de suas práticas anteriores 
poderia ser classificado em ação.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
MANUTENÇÃO O indivíduo já modificou seu comportamento e o manteve por 
mais de 6 meses. O foco daqueles assim classificados é prevenir 
recaídas e consolidar os ganhos obtidos durante a ação. 
Cabe ressaltar que não se trata de um estágio estático, tendo em 
vista que há uma continuação da mudança de comportamento 
iniciada no estágio anterior.
Em relação à alimentação, poderia corresponder a um adulto que 
passou por uma reeducação alimentar e adotou uma dieta 
saudável há mais de um ano.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
• O Modelo Transteórico é um instrumento de apoio na mudança do 
comportamento alimentar do indivíduo!
• Quando o objetivo é a mudança comportamental, é preciso haver uma 
avaliação da disponibilidade do cliente para mudar... Porém, muitas vezes 
isso é esquecido e o cliente fica frustrado e o nutricionista sente-se ineficaz.
• É necessário que o nutricionista considere o contexto individual  diálogo!
• Para que as dificuldades e inseguranças sejam superadas e as intervenções 
sejam efetivas e os resultados alcancem seu objeto e as metas 
conquistadas.
Toral & Slater, 2007. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar
AGORA, VAMOS ESTUDAR UM POUCO 
SOBRE DIDÁTICA!
• Grego = arte de ensinar;
• Estudo planejado de ações de como deverão ocorrer os processos de 
ensino e de aprendizagem, bem como de seus resultados;
• Temática “Alimentação e Nutrição”, a didática é empregada diariamente, 
muitas vezes sem a percepção dos profissionais. Exemplo:
Nutricionistas utilizam a didática no planejamento de refeições ou no 
preparo de questionários para entrevista (anamnese), utilizando-a em várias 
áreas: clínica, esportiva, alimentação coletiva, entre outras.
DIDÁTICA
Dimensões ou funções da didática:
H
u
m
an
a •Auxilia o homem 
no dia a dia
•Conduz o educando 
para a 
aprendizagem, indo 
além da mera 
aquisição de 
conhecimentos
Té
cn
ic
a •Instrumento 
objetivo e racional
•Focos: 
planejamento, 
despertar o 
interesse dos 
educandos, facilitar 
a participação dos 
alunos e o processo 
avaliativo
Po
lít
ic
o
-s
o
ci
al •Processo que não é 
neutro
•Determinado local 
e contexto histórico
•Engajada com a 
política: legislação, 
diretrizes, das áreas 
da saúde educação
Processo ensino-aprendizagem em EAN
• Nome dado para um complexo sistema de interações 
comportamentais entre professores e alunos
• “Quem ensina aprende ao ensinar; e quem aprende ensina ao 
aprender”
Freire (1977)
Processo ensino-aprendizagem em EAN
• Ensinar não é transferir conhecimentos;
• Formar é muito mais que puramente treinar o educando  é criar 
consciência crítica, estimular tomada de decisão e escolhas;
• Proporcionar a autonomia de ser e de saber do educando, valorizando e 
respeitando o seu conhecimento prévio, sua curiosidade, inquietude e 
linguagem, visto ser o aluno um sujeito social e histórico em construção;
• O professor, com humildade e dignidade tem que reconhecer que não é o 
dono do saber. Aprender a escutar, para abrir diálogo e motivar. 
(FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberesnecessários à prática educativa-21ª Edição- São Paulo. Editora Paz e Terra, 2002.)
DIDÁTICA
Educando 
Paciente 
Cliente
Motivador e 
facilitador do 
processo
Contextualizar a prática, promover reflexão, experimentação, 
participação, independência e transformação social.
Problemas
Objetivos 
Processo ensino-aprendizagem em EAN
Conteúdos
Métodos
Avaliação
Recursos
Elementos didáticos: 
Componentes do processo de ensino:
• 1. Aluno, educando, paciente 
• 2. Professor, educador, nutricionista 
• 3. Disciplina, conteúdo programático 
• 4. Motivação, sensibilização da aprendizagem 
• 5. Objetivos educacionais (geral e específicos) 
• 6. Meios (espaço) 
• 7. Métodos e técnicas 
• 8. Recursos, materiais didáticos (financeiros, humanos e infraestrutura) 
• 9. Avaliação 
http://www.cinemaecomensalidade.com.br/images/2018/07/02/garfo5.png
Momentos didáticos
• A realização e ações em EAN deve seguir algumas etapas, que são 
importantes para o funcionamento dos elementos didáticos. 
• 1. Planejamento
• 2. Motivação/sensibilização
• 3. Ação/execução
• 4. Determinação da metodologia
• 5. Avaliação
Planejamento 
É antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o 
previsto.
• O quê, por quê, a quem e como ensinar.
• Onde estamos (realidade), para onde queremos ir (finalidade), o que fazemos para 
chegar lá (mediação).
• Diagnóstico
• Definição de objetivos 
• Elaboração do projeto de 
ação/plano de mediação
Motivação/sensibilização
• Motivação é primordial no sucesso das ações;
• Nas ações de EAN, o nutricionista deve envolver alunos/pacientes e 
repassar, ao máximo, as responsabilidades de seus cuidados (autocuidado).
Alguns objetivos da sensibilização:
• Expor problemas-chave do grupo;
• Expor prioridades a serem desenvolvidas;
• Avaliar aceitação do grupo;
• Estipular metas para cada etapa com o grupo, etc...
Ação/execução
• É a realização de tudo o que foi planejado
Elementos fundamentais: Linguagem didática, Clareza, Comprometimento
• Concretização dos métodos e das técnicas de ensino e dos recursos
• Etapa mais dinâmica do ensino!
https://www.camporeal.edu.br/content/uploads/2015/04/IMG_6466.jpg
https://vocegastro.oimparcial.com.br/media/sites/3/2018/10/D
ramatiza%C3%A7%C3%A3o.jpg
http://www.sed.sc.gov.br/images/semaforo_IEE_EDA
_Fpolis_6.jpg Obs.: Imagens do Google
Determinação da metodologia
• Nas atividades de EAN, a determinação da metodologia é fundamental para 
que os objetivos sejam alcançados com o mínimo de esforços e o máximo 
de rendimentos.
A escolha depende:
• Dos objetivos da aula
• Dos conteúdos específicos da disciplina
• Das características dos alunos
• Nível de assimilação
• Idade
• Escolaridade
• Condições sócio-culturais
• Condições individuais
http://www.deolhonosplanos.org.br///wp-
content/uploads/2015/01/Conselho-de-Crian%C3%A7a_portal.png
http://maisbeiras.com/wp-
content/uploads/2019/04/educa%C3%A7%C3%A3o-
alimentar-crian%C3%A7as.jpg
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/05/17/lei-
inclui-tema-da-educacao-alimentar-e-nutricional-no-curriculo-
escolar/alimentacao_02.jpg/@@images/image/imagem_materia
Obs.: Imagens do Google
Avaliação 
• Serve de diagnóstico da ação realizada
• Técnicas utilizadas: avaliações objetivas e subjetivas, entrevistas, relatórios, 
questionários, etc.
Métodos e técnicas de ensino
Escolha do método e técnica:
• Público-alvo e suas necessidades
• Tempo
• Recursos e condições físicas
• Objetivos
• Conhecimento e didática do educador
• Conteúdo
Método 
expositivo
Método 
laboratorial
Método 
•Caminho que 
conduz à 
aprendizagem
Técnica
•Como 
fazer/proceder 
esse caminho, 
seus 
procedimentos 
e passos
• PRELEÇÃO (aula expositiva / verbalizada): nutricionista expõe o tema 
oralmente para uma plateia. Apresentação seguida de tema, síntese e 
conclusão. 
• PAINEL: 3 a 5 especialistas discutem um assunto diante do público. Um 
moderador, analisa e encaminha questionamentos ( dúvidas/perguntas) e 
no final resume o tema. 
• PALESTRA: Comunicação verbal entre palestrante e um grupo com 
objetivos comuns. Somente interrompida no final para perguntas. 
• Vantagens: leva um conhecimento novo, pode público com maior número de 
pessoas, valor mais acessível. 
• Desvantagens: Baixa retenção de informação (5 a15%), exige local adequado, pode 
ser monótono se feita como única técnica. 
• OBS: Evitar palestras longas sem intervalos ou mesclar com técnicas laboratoriais
Exemplos de técnicas que usam o método expositivo
• DRAMATIZAÇÃO: papeis, teatro e atores apresentam o tema dramatizando 
e orientados pelo nutricionista. Bastante dinâmico, mas pode exigir um 
pouco mais de recursos. Muito usado com crianças.
• DEBATE:
• Bom para grupos
• Ajuda a apresentar ideias, reflexões, vivências e experiências.
• Público precisa ouvir, dialogar e respeitar opiniões diferentes.
• Nutricionista é um moderador ( expor tema, fixar tempo, evitar 
monopolização, evitar fulga ao tema e fazer as conclusões finais)
• Participativo, mas às vezes difícil de conduzir. Pode se tornar pouco 
produtivo se as pessoas nãosabem trabalhar em grupo. 
Exemplos de técnicas que usam o método laboratorial
Exemplos de técnicas que usam o método laboratorial
• BRAINSTORMING (tempestade cerebral): grupos pequenos – cada um 
manifesta-se sobre o tema e o nutricionista registra num quadro as 
opiniões apresentadas, concluindo através da seleção das mais adequadas 
à situação. 
• DEMONSTRAÇÃO: Bom para grupos, apresentação de um objeto ou 
processo que o educando conheça suas características.
Ex: pirâmide, oficinas culinárias, apresentar frutas e seus benefícios etc.
Muito usado no público infanto-juvenil, mas pode ser aplicado em qualquer 
idade. 
• ESTUDO DE CASO: Análise de uma situação problema / traz para o 
ambiente real/ aprender com semelhanças e diferenças. O educando 
participa e o nutricionista levanta questões relevantes 
Considerações acerca dos métodos e 
técnicas de ensino aplicados à EAN
• A EAN é mais efetiva quando integrada aos programas de saúde da 
comunidade e quando o educado faz parte da comunidade dos educandos;
• Há mais sucesso quando os educandos buscam voluntariamente as ações 
(há motivação);
• Para a mudança do comportamento, a participação ativa e efetiva dos 
educandos é essencial;
• Discussões em pequenos grupos e troca de opiniões experiências são boas 
estratégias;
• Atividades devem durar o menor tempo possível.
Considerações acerca dos métodos e 
técnicas de ensino aplicados à EAN
Aulas expositivas: 
• Adultos de baixa escolaridade e crianças: 
• duração máxima de 30 minutos 
• Jovens e adultos:
• duração máxima de 50-60 minutos 
Se usar estratégias ativas (discussão, estudo dirigido, 
demonstrações...), o tempo pode ser maior.
https://salto.sp.gov.br/wp-
content/uploads/2017/08/2017_08_15_porjeto_educacao_nutricional_01.jpg
Obs.: Imagens do Google imagens

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