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FACULDADE UNA DE BETIM FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E ACESSO À JUSTIÇA Adriana Goulart de Sena* A autora Adriana Goulart de Sena é Juíza Federal do Trabalho, Titular da 35ª Vara de Belo Horizonte, Professora Adjunta da Faculdade de Direito da UFMG (Graduação e Pós-Graduação), Membro do Comitê Gestor da Conciliação no CNJ, Professora na ENAMAT – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho – Disciplina: Técnicas de Juízo Conciliatório, Professora Coordenadora do RECAJ UFMG – Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão “Resolução de Conflitos e Acesso à Justiça” da UFMG e do Projeto Mediação Cidadã do Programa Polos de Cidadania da UFMG, Orientadora em Pesquisas do CNPQ, Mestre e doutora pela Faculdade de Direito da UFMG, Autora de diversos livros e artigos jurídicos. O artigo analisado é composto por 7 capítulos e diversos subtópicos, com abordagens que se completam. No primeiro capítulo, como meio introdutório a autora, explica sobre o Poder Judiciário, o guardião da Constituição, que este vem acentuadamente assumindo uma função fundamental na efetivação do Estado Democrático de Direito. E que dos motivos de sua existência é a sua função de aplicar o direito com independência, impondo a sua observância indistinta e na busca da pacificação social. Adentrando no tema métodos de resolução de disputas, estes classificam-se basicamente em três grupos, a autotutela ocorre quando o próprio sujeito impõe seu interesse, permitindo o exercício da coerção por um particular, em defesa de seus interesses, como exemplo a greve no Direito do Trabalho.; na autocomposição, o conflito é solucionado pelas partes, sem a intervenção de outros agentes, suas modalidades são: renúncia (quando o titular de um direito, “abre mão”, em favor de alguém) , aceitação ( ou resignação/submissão, quando uma das partes reconhece o direito da outra, passando a agir de acordo com esse reconhecimento, podendo ocorrer extraprocessuais ou endoprocessuais.) e a transação; Por fim, a heterocomposição ocorre quando o conflito é solucionado através da intervenção de um agente exterior à relação conflituosa original, suas modalidades são: jurisdição, arbitragem, mediação (de certo modo) e a conciliação. A jurisdição é o poder-dever conferido ao Estado de revelar o direito incidente sobre determinada situação concreta trazida a seu exame, efetivando a solução jurídica encontrada a respeito, ou seja é o poder do Estado de fazer Justiça, realizando atos e manifestações externas e ordenadas que culminam com a declaração do direito e concretização do que foi consagrado no título. A arbitragem ocorre quando, a fixação da solução de certo conflito entre as partes é entregue a um terceiro (árbitro), em geral por elas próprias escolhido, e está só pode se dirigir a acertamento de direitos patrimoniais disponíveis e previsto na Lei n. 9.307/96. E tem como objetivo cumprir o papel de FACULDADE UNA DE BETIM efetivo concorrente jurisdicional. Na arbitragem, o árbitro não pode ser o juiz, no exercício de sua função judicante para não se confundir com a jurisdição, contudo fora da função judicante e autorizado por norma jurídica, o Juiz poderia exercer a função de arbitro. Ressalta-se que a lei de arbitragem não prevê a hipótese de juiz de carreira atuando como árbitro (Lei n. 9.307/96). E a Lei n. 9.099/95, em seu art. 24, § 2º, prevê que os árbitros, nos Juizados Especiais, serão escolhidos entre os juízes leigos. A mediação conduta pela qual um terceiro aproxima as partes conflituosas, auxiliando e, até mesmo, instigando sua composição, que há de ser decidida, porém, pelas próprias partes. Alguns autores entendem que o juiz não poderá ser o mediador haja vista a sua formação dogmática. No que tange ao Direito do Trabalho, algumas técnicas de mediação podem ser aplicadas, quando no conflito trazido pelas partes ao Judiciário á uma atuação apaziguadora, neste conflito trabalhista, está expresso no art. 764 da CLT que o Juiz tendo possibilidade pode realizar o juízo conciliatório, escolhendo-se das melhores técnicas como forma de conduzir a conciliação em juízo, onde todas as variáveis envolvidas possam e devam ser consideradas pelo órgão estatal respectivo. Por este motivo é desnecessário o juiz trabalhista estudar e aprimorar as técnicas de juízo conciliatório, pois a conciliação já será feita pelo magistrado. Conciliação é o método de solução de conflitos em que as partes agem na composição, mas dirigidas por um terceiro, que se mantém com os próprios sujeitos originais da relação jurídica conflituosa. Ressalta-se que a conciliação judicial trabalhista é um tipo de conciliação endoprocessual muito importante no Direito do Trabalho, ela acontece nas Varas do Trabalho, sob a direção do juiz do trabalho, nos processos judiciais postos a seu exame. A conciliação distingue-se das demais heterocomposição, à transação e da mediação, por três aspectos, a primeira na interveniência de um terceiro e diferenciado sujeito que é a autoridade judicial. A segunda a conciliação judicial se realiza no iter de um processo judicial, podendo extingui-lo parcial ou integralmente. E em relação ao conteúdo se difere pois pode abarcar parcelas trabalhistas não transacionáveis na esfera estritamente privada. É inevitável os conflitos, pois o convívio em sociedade e o exercício da liberdade individual perante uma coletividade de iguais acaba gerando naturais conflitos e litígios entre os seus membros. Destarte, como forma de evitar a autotutela e as violências que isto ocasiona, o Estado trouxe para si o poder-dever de entregar a tutela jurisdicional, dizendo o direito e empregando os meios necessários para que ele seja aplicado. E a aplicação do direto ao caso concreto, os escopos, possuem três categorias iniciais: sociais, políticos e jurídicos. Os chamados escopos sociais se dirigem, primordialmente, a eliminar conflitos mediante critérios justos, e possui a educação como missão. Os escopos políticos dizem respeito à função do ordenamento jurídico-processual de influenciar politicamente as relações do FACULDADE UNA DE BETIM Estado com o cidadão. Alguns autores tratam dos chamados novos escopos do sistema processual: a capacitação (ou empoderamento) e a validação que se traduz na compreensão recíproca das partes. Sendo uma das finalidades do Poder Judiciário, a pacificação social. E para aprimoramento dos sistemas jurídicos em geral, e dos mecanismos de resolução de litígios, ressalta-se a conciliação judicial e extrajudicial tem constituído uma das principais vertentes estudadas, por significar entendimento, recomposição de relações desarmônicas, empoderamento, capacitação, desarme de espírito, trazendo assim um ajustamento de interesses e a solução conciliada dos conflitos entre as partes e todas as eventuais dimensões. Uma das garantias fundamentais dos cidadãos é o princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, segundo o qual todos têm direito de ver apreciada pelo Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito seu, não pode mais ser entendido pelo simples acesso ao processo e ao direito a uma sentença de mérito transitada em julgado, resumindo, todos têm o direito a uma tutela efetiva e eficaz. Porém não é o retrato que se percebe-se hoje, muitos falam da crise da justiça, com a sobrecarga de processos, a morosidade, a complicação procedimental, dentre outros. Não podendo a justiça aceitar esta denegação, sendo possíveis mudanças e aprimoramentos em institutos. E a Justiça do Trabalho é um exemplo de Justiça que tem aptidão para a solução barata e rápida das causas consoante seu arcabouço processual e os dispositivos legais e princípio lógicos incidentes. A celeridade e a resolução do conflito são“valores” para o Judiciário e magistrado trabalhista consoante se pode extrair de suas estatísticas e, também e principalmente, da atuação de seus magistrados. A vertente de composição extrajudicial trabalhista - no que tange ao conflito individual - encontra residência legal nos arts. 625-A até H da CLT, onde estão previstas as chamadas Comissões de Conciliação Prévia e com a possível extensão de regras aos chamados Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista. E essas Comissões de Conciliação segundo o Ministro Vieira de Mello, foram “criadas para facilitar a conciliação extrajudicial dos conflitos e para aliviar a sobrecarga do Judiciário trabalhista, tem gerado impactos positivos, mas decretar a extinção de um processo nas circunstâncias propostas pelo recurso em análise contraria os princípios da economia e da celeridade processuais”. Mas este é um tema complexo e a própria estruturação e realidade das referidas comissões estão a merecer o contínuo e aprofundado debate. Pois a possibilidade de quitação ampla de direito trabalhista por meio de tais comissões é inadmissível, e alguns consideram inconstitucionais tais comissões. Todavia, inequívoco que uma das condições necessárias mínimas para o funcionamento adequado das Comissões de Conciliação Prévia será a efetivação da promessa constitucional de proteção ao trabalhador quanto à sua dispensa arbitrária. FACULDADE UNA DE BETIM Desde sua criação, a Justiça do Trabalho está estruturada em três graus de jurisdição, sendo integrada atualmente e segundo previsão legal pelos seguintes órgãos: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho (art. 111 da CF/1988). Atualmente todo o iter procedimental trabalhista é realizado pelo juiz togado, inclusive, e principalmente, todas as tentativas de conciliação previstas em lei. Juiz este, um profissional preparado e vocacionado, que possuí segurança e certeza para tão importante miste que é tratar o tema conciliação. O acesso à Justiça, na acepção jurídica formal, é a mera garantia formal de postulação jurisdicional, de acesso ao Poder Judiciário, no ponto de vista do cidadão o acesso à Justiça é direito de falar e ser ouvido; é direito de acesso a um serviço público; é exercício de cidadania. Para a sociedade, “acesso à Justiça” é uma tutela jurisdicional que seja efetiva e eficaz. Não apenas do ponto de vista do cidadão ou do direito ao ajuizamento da ação, mas também no sentido amplo que o termo tem, encerrando verdadeira pacificação social. Tratando todos os sujeitos iguais economicamente e socialmente, fazendo jus, a confiança que os cidadãos possuem nos órgãos jurisdicionais, sendo imprescindível que o cidadão acione o Poder Judiciário seja ouvido, tenha seu problema solucionado em tempo hábil, para que não venham desacreditar ou desestimular da utilização da Justiça. Mediante o tema “acesso” pode convergir também para a análise da postura processual. O juiz trabalha com as normas processuais postas, assim deve extrair delas tudo o que puder assegurar em termos de concretização do justo. É sua tarefa constante no exercício jurisdicional. Pois ele quem conduz o processo, então a ele incumbe tramitar de maneira regular e célere. Usando de iniciativas instrutórias de ofício, empenhando-se na conciliação, tendo conhecimento total da controvérsia, além da clara noção que processo é instrumento e não razão de ser. Hoje em dia sendo necessário que o Juiz tenha uma postura “pró-ativa”, não sendo mais um espectador inerte ou passivo. Como no Processo do Trabalho, a pró-atividade do Juiz é irrepreensível, ele não é apenas um “homologador passivo”, nem um espectador do que as partes querem ou pretendem no processo. Tendo que ser eficiente em sua atuação em Juízo para que solucione conflitos que são profundamente desiguais no ponto de vista econômico, social e cultural. Tendo que se compensar juridicamente tais desigualdades. Apreciação crítica do Artigo O artigo possui 22 páginas, divido em 7 capítulos, não possui conclusão e tem como uma abordagem introdutória o tema Poder Judiciário, bem dividido e estruturado com capítulos e subtópicos, fornece uma explanação completa sobre o tema abordado, com sólido conhecimento, a autora empenhou-se em apresentar de forma clara e detalhadamente sobre o tema abordado, levando-nos a compreender as formas de resolução de conflitos e acesso à justiça. FACULDADE UNA DE BETIM É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, por conter uma linguagem mais técnica, e utiliza-se de diversos esclarecimento e posições de variegados autores e estudiosos jurídicos e suas aplicações e posturas quanto á resolução de conflitos, o que nos auxiliam na compreensão mais detalhada do tema abordado. Por fim, com o estudo deste artigo podemos desentenebrecer sobre vários temas, tanto os métodos de resolução de disputas, jurisdição, o princípio da inafastabilidade, bem como, entender o que é e compreender a importância dos meios heterocompositivos, como a conciliação e mediação de conflitos, não restando dúvida de que dentro da nova visão processual e de seus escopos, é necessário a busca de instrumentos e medidas para sanar a crise da Justiça que muitos falam, trazendo a confiança dos cidadãos. A CONCILIAÇÃO JUDICIAL TRABALHISTA EM UMA POLÍTICA PÚBLICA DE TRATAMENTO ADEQUADO E EFETIVO DE CONFLITOS DE INTERESSES Adriana Goulart de Sena A autora Adriana Goulart de Sena é Juíza Federal do Trabalho, Titular da 35ª Vara de Belo Horizonte, Professora Adjunta da Faculdade de Direito da UFMG (Graduação e Pós-Graduação), Membro do Comitê Gestor da Conciliação no CNJ, Professora na ENAMAT – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho – Disciplina: Técnicas de Juízo Conciliatório, Professora Coordenadora do RECAJ UFMG – Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão “Resolução de Conflitos e Acesso à Justiça” da UFMG e do Projeto Mediação Cidadã do Programa Polos de Cidadania da UFMG, Orientadora em Pesquisas do CNPQ, Mestre e doutora pela Faculdade de Direito da UFMG, Autora de diversos livros e artigos jurídicos. O artigo analisado é desprovido de Resumo e Abstract, é constituído em 10 capítulos com abordagens que se completam, abordando diversos temas, mas no enfoque a conciliação judicial trabalhista. Nos primeiros capítulos, há uma visão geral sobre o Poder Judiciário e que há este incumbe a aplicação do direito com independência, tratando o conflito de forma adequada, pela conciliação ou através da solução adjudicada, por fim aludiu citações de diversos autores que achou importante, para melhor compreensão do tema abordado. Bem, como o surgimento e atuação do Conselho Nacional de Justiça, órgão que passa atuar mediante ações de planejamento, coordenação e controle administrativo, visando o aperfeiçoamento no serviço público de prestação da Justiça. Adentrando no tema da atividade jurisdicional no que tange o conflito trabalhista, esta é exercida pela Justiça do Trabalho, e reconhecida por ser apta na solução rápida das causas, sendo estes valores para o Judiciário Trabalhista a celeridade e a tentativa de solução conciliada dos conflitos. No que tange, a resolução dos conflitos trabalhistas, salienta-se que existe espaço para a solução extrajudicial de conflitos trabalhistas, consoante hipóteses legalmente FACULDADE UNA DE BETIM previstas e que o espaço judicial da conciliação é exercido pelo Magistrado do Trabalho. Para a resolução desde conflitos, aquele que representa o Estado, sendo este da política judiciária (Magistrado do Trabalho), afastando qualquer, interpretação para uma justiça especializada de leigos (mediadores, conciliadores e/oujuízes leigos), pode homogeneizar as desigualdades e realizar conciliações que representem, realmente, o estabelecimento de uma cultura voltada à paz social. O método para a soluções de conflitos é a conciliação, significa entendimento, recomposição de relações desarmônicas, empoderamento, capacitação, desarme de espírito, ajustamento de interesses. Em dizer psicanalítico: a conciliação que represente efetivo apaziguamento. E segundo Maurício Godinho Delgado, a conciliação judicial trabalhista, é o “ato judicial, por meio do qual as partes litigantes, sob a interveniência da autoridade jurisdicional, ajustam solução transacionada sobre matéria objeto de processo judicial”. Esta conciliação não é feita por qualquer “preço, valor ou condições”, ela defende, a solução conciliada entre as partes. A conciliação judicial trabalhista é uma conciliação endoprocessual, que acontece nas Varas e nos Tribunais do Trabalho, sob a direção do Juiz do Trabalho, sendo consagrado como pacificador social, na tentativa de conciliação. Ademais, podem ocorrer também, em juízos de conciliação específicos (v.g. precatórios, execução) ou antes do encaminhamento dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho em sede de admissibilidade de Recurso de Revista ou remessa de Agravo de Instrumento pelos Tribunais Regionais de origem. Porém, sabe-se que é impossível que o judiciário resolva todos os dissídios através de sentenças, pois, são diversas fases processuais necessárias para realmente se efetivar a satisfação dos direitos, nunca haverá recursos públicos suficientes para montar e custear uma máquina judiciária que seja capaz de atender em tempo hábil, até razoável, todos os litígios. Por este motivo, é necessário explorar, descobrir, tentar maneiras de soluções de conflitos de interesse, para que não haja esse número excessivos de processos, com consequência uma Justiça de baixa qualidade e lenta. Por esta razão, a conciliação judicial trabalhista possui um papel muito importante no Direito do trabalho, por razões de funcionalidade do próprio sistema e por atender aos princípios da celeridade e efetividade, além disso, contribui para reduzir o tempo de tramitação global dos processos. é necessário eliminar o paradigma que as conciliações de conflitos são uma Justiça ”menor” e os Juízes que conciliam são Juízes “menores”. Na prática conciliatória, não se pode olvidar que o direito processual serve para materializar a justiça social. Como salientam Mauro Cappelletti e Briant Garth, que as técnicas processuais (a forma pela qual os direitos substanciais se tornam efetivos) servem a funções sociais: “... qualquer regulamentação processual, inclusive a criação ou o encorajamento de alternativas ao sistema judiciário formal, tem um efeito importante sobre a forma como opera a lei substantiva – FACULDADE UNA DE BETIM com que frequência ela é executada, em benefício de quem e com que impacto social. ”Portanto, a conciliação é um instrumento eficaz para reivindicar os direitos dos trabalhadores no processo. A autora também adentrou no tema, os requisitos jurídico-materiais da conciliação judicial trabalhista, e elucidou que são chamados de requisitos de existência, á convenção das partes, reciprocidade das concessões, incerteza (subjetiva) a quem pertence o direito (res dubia, coisa duvidosa, mas no sentido do direito o seu significado é mais amplo, é sobre cuja existência, conteúdo ou extensão o próprio titular esteja inseguro.), incerteza sobre o resultado do processo (res litigiosa) e se tratar de direitos patrimoniais de caráter privado. Por outro lado, os requisitos de validade podem ser assim enumerados: capacidade; licitude e possibilidade do objeto e que a forma seja prescrita ou não defesa em lei. Ao Juiz incumbe a verificação além da regularidade formal do ato, também o seu conteúdo, dentre outros. Bem como, deve atentar para que a conciliação celebrada, se constitua em um ato eficaz, produzindo os efeitos queridos pelas partes. E com a sua assinatura, homologando o acordo (dando seu aval), praticando assim um ato jurisdicional (“sentença de homologação”), que consequentemente finaliza o processo, extinguindo-o com resolução de mérito. Conquanto, ressalte-se a composição das partes não é um fim em si mesma, não ensejando a homologação passiva pelo Juiz. Destarte, conforme o art. 125, III e 129 do CPC, resumidamente, o Juiz deve negar homologação ao acordo que: 1) infrinja as normas de proteção e prejudique notadamente o empregado; 2) imponha ônus excessivo ao empregador, resultando em graves dificuldades para o seu cumprimento; 3) contenha prestações sucessivas de alongada extensão e/ou de difícil acompanhamento e que traga em si o germe de outras disputas; 4) valha para as partes alcançar fim defeso em lei. Ademais, percebe-se que o Juiz do Trabalho, não é um mero observador, este participar ativamente do processo, podendo intervir nos assuntos abordados da conciliação, bem como, o estrito respeito às normas de ordem pública. Apreciação crítica do Artigo O artigo fornece uma explanação completa sobre o tema abordado, com sólido conhecimento, a autora empenhou-se em apresentar de forma clara e detalhadamente sobre o tema abordado, levando-nos a compreender o procedimento da conciliação no processo do trabalho. É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, por conter uma linguagem mais técnica, e utiliza-se de diversos esclarecimento e posições de variegados autores e estudiosos jurídicos e suas aplicações e posturas quanto á conciliação, o que nos auxiliam na compreensão mais detalhada do tema abordado. Por fim, com o estudo deste artigo podemos desentenebrecer sobre vários temas, tanto o processo do trabalho, a posição pró-ativa do Juiz do Trabalho, FACULDADE UNA DE BETIM os preconceitos que há em relação aos Juízes de conciliação, bem como, compreender a importância da conciliação e mediação de conflitos, não restando dúvida de que dentro da nova visão processual e de seus escopos, é necessário estabelecer culturas voltadas a paz social, como destaque a conciliação que é a “declaração de paz no litigio”. Percebendo-se que é uma solução para resolver os conflitos, de maneira simples e mais rápida evitando assim a morosidade na Justiça, e sendo uma forma mais humanizada de se resolver.