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FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 Farmacologia adrenérgica Objetivos: - Revisar o SNA parassimpático - Compreender a síntese de noradrenalina e a sinapse adrenérgica - Identificar os tipos de receptores adrenérgicos - Compreender os mecanismos de ação dos fármacos adrenérgicos: Agonistas adrenérgicos Antagonistas adrenérgicos Agonistas adrenérgicos indiretos Antagonista adrenérgicos indireto Farmacologia adrenérgica são medicamentos que vão atuar no sistema nervoso periférico, eferente autônomo e simpático. Sistema nervoso autônomo Constituído por nervos motores que conduzem impulsos do sistema nervoso central à musculatura lisa de órgãos, músculos cardíacos e glândulas. Realiza o controle da digestão, sistema cardiovascular, excretor e endócrino. Os nervos do SNP possuem dois tipos de neurônios: I. Pré-ganglionares (corpo celular encontra- se dentro do SNC) II. Pós- ganglionares (corpo celular encontra- se dentro do gânglio) O sistema nervoso simpático; Inerva a maioria dos tecidos Mantem o equilíbrio interno do corpo Estimula a musculatura lisa, cardíaca e glândulas. Para entender os onde os fármacos simpáticos vão atuar é preciso relembrar as características e órgãos inervados pelo sistema nervoso simpático. Divisão anatômica - sistema nervoso simpático: neurônio pré-ganglionar curto e o pós-ganglionar longo; - sistema nervoso parassimpático: neurônio pré- ganglionar longo e o pósganglionar curto. Aspectos funcionais - SNA simpático (defesa,luta, fuga, melhoria de desempenho) FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 O sistema nervoso simpático é chamado de adrenérgico por eu o neurotransmissor efetivo é a adrenalina ou noradrenalina. Vai ter um receptor adrenérgico (alfa ou beta) A diferença está nos mediadores químicos das fibras pós-ganglionares: Simpático: nora-adrenalina Parassimpático: acetilcolina Sinapse adrenérgica - Biossíntese da nora-adrenalina: A nora-adrenalina é produzida a partir do aminoácido de tirosina. Tem alguns transportadores de tirosina no neurônio adrenérgico que capta a tirosina e dentro do neurônio, algumas reações enzimáticas vão acontecer até que essa tirosina vire noradrenalina que, por sua vez, vai funcionar como neurotransmissor, mas ela também vai ser liberada na corrente sanguínea. Quando ela chega na medula suprarrenal a gente vai ter a enzima feniletanolamina-N-metiltransferase que vai converter a nora-adrenalina em adrenalina, com a adição de uma metila. Passo a passo e alguns dos possíveis destinos da noradrenalina pós-liberação na fenda sináptica. Principais papeis do neurotransmissor pós liberação. I. Se ligar nos receptores póssinápticos, para que seja transmitida a informação; FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 II. Ligação aos autos-receptores, estão presentes no neurônio pré-sináptico e quando ativado vai fazer o controle de liberação; III. O neurotransmissor pode ser recaptado por que eu quero que a informação apenas chegue e passe, e captado pela enzima MAO e pode ser degrada ou pode ser reevesiculada e assim vai reaproveitar o neurotransmissor (outros papeis) IV. Liberação de NA NA - ligação nos receptores pós-sinápticos - se ligando a receptores alfa2 (feedback negativo) - vai inibir a liberação de mais NA - também tem o receptor beta2 (feedback positivo) nos autos receptores. o Quando a nora-adrenalina se liga ao receptor alfa2, esse receptor é acoplado a proteína G do tipo i que faz uma sinalização do tipo inibitória, quando um agonista se liga a esse receptor, ele liberação a fração alfa que vai inibir a ação da adenilato-ciclase. Essa adenilato converte ATP em AMPc. A presença desse AMPc dentro dessa região neuronal é fundamental para ativar os canais de cálcio. o Como a adenilato-ciclase está inibida, nós vamos ter menos influxo de cálcio e vai ter menos liberação de vesículas o que resulta no feedback negativo. o O feedback positivo ocorre a partir da interação da nora-adrenalina com receptores beta2, esses receptores são acoplados na proteína G do tipo s. É a proteína que quando ativada e liberada do receptor vai estimular a atividade da adenilato- ciclase, com ela funcionando em capacidade maior irá ter mais AMPc e consequentemente mais aberturas de canais de cálcio. E assim maior liberação de nora-adrenalina Tipos de Receptores adrenérgicos (temos 5) o Todos são receptores acoplados à proteína G; receptores adrenérgicos α1 são receptores acoplados à proteína G do tipo q (Gq). Proteína G do tipo q é uma proteína que vai ativar fosfolipase C e, essa ativação dentro da maioria das células e doas neurônios, leva a um aumento de inositoltrifosfato (IP3) e de diacilglicerol (DAG), resultam em efeitos excitatórios. o Receptores adrenérgicos α2 são receptores acoplados à proteína Gi, que inibe a Adenil ciclase, isso resulta em menos AMPc, menos canais de cálcio abertos e uma maior condutância de K+ (que são efeitos inibitórios). o Os receptores adrenérgicos β1, β2 e β3 são receptores acoplados à proteína G do tipo S (Gs). A proteína do tipo S estimula a adenil ciclase e a consequência imediata é o aumento da produção de AMPc. (efeito excitatório). Na tabela, os subtipos de receptores com seus respectivos efeitos. o Um fármaco que é agonista α1 tem potencial para ser um fármaco usado numa hipotensão pois quando se ativa o receptor α1, receptores α1 são ativados no músculo liso vascular provocando contração, ou seja, aumento de pressão. Quando FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 se ativa α1 no coração, ocasiona no aumento do inotropismo aumento de excitabilidade e aumento da pressão. Ex: a adrenalina pode ser utilizada para tratar o choque. o O antagonista β1 pode ser usado para hipertensão uma vez que o agonista β1 aumenta inotropismo excitabilidade e pressão. Se eu uso o antagonista β1 eu bloqueio a ação do agonista. o O β2 é muito presente na musculatura lisa bronquiolar, promove relaxamento dessa. O agonista β2 seria um bom fármaco para o tratamento da asma. o O receptor α1 de uma célula lisa, quando ativado, é acoplado à proteína Gq que ativa a fosfolipase C, que por sua vez vai aumentar os níveis de inusotoltrifofasto, trifosfato e de diacilglicerol dentro da célula muscular. O aumento da quantidade de inusotoltrifosfato e diacilglicerol ocasionou algumas mudanças celulares como a ativação da PKc e também o estimulo para a liberação de cálcio que está armazenado no retículo sarcoplasmático. A PKc auxiliará na abertura de canais de cálcio e o inusitoltrifosfato na liberação de cálcio do reticulo sarcoplasmático para o citoplasma. Com a grande liberação de cálcio a consequência disso é contração. o Todos os receptores β (β1,2,3) estão acoplados à proteína Gs, onde ocorrerá liberação da subunidade alfa e ativação da Adenil ciclase gerando maior presença de AMPc, ativação de outras moléculas, fosforilação de enzimas e efeito biológico. o Ligação de um agonista ao receptor α2 libera uma sinalização inibitória, por mais que a ligação seja de um agonista, a resposta celular é inibitória. Um antagonista é uma molécula que quando se liga ao receptor não provoca sinalização nenhuma, vai apenas ocupar ou atrapalhar a ligação do agonista. o O agonista pode ter o efeito inibitório, por que quando se liga no receptor α2 provoca alteração conformacional e libera proteína G do tipo i, que vai se ligar a adenilciclase e reduzir a formação de NP5. Captura das catecolaminas Ocorre devido a necessidade de inativar esses neurotransmissores, quando o sinal já foi transmitido, é precisoretira-los (capta-los) da fenda sináptica para depois degradar. o Captação 1 - ocorre no neurônio pré-sináptico, onde a noradrenalina pode ser novamente colocada em vesícula ou ser degradada. - NET e DAT/ Na+ - neuronal/alta afinidade DA>NE>Epi o Captação 2 - ocorre pelo OCT3 que é um tipo de transportador específico do neurônio pós- sináptico. Quando o neurônio pós sináptico capta a noraepinefrina, ela não tem a possibilidade de reivesicular. O único destino para um neurotransmissor capturado pelo transportador pós-sinápticos é a degradação. - OCT3 - extraneuronal/baixa afinidade Epi>>NE>DA -inibidores FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 Introdução à farmacologia adrenérgica o 1886 – Oliver e Shafer – extratos da glândula supra renal promoviam aumento da pressão arterial o 1899 – Abel – identificação e isolamento o 1913 – Barger e Dale – a adrenalina promove dois efeitos: vasoconstrição (desaparecida com derivados do ergot) vasodilatação (inversão vasomotora). o 1948 - Alquimist - Langley e Ehrlich – as drogas atuavam por interação com substancias receptoras especificas - ordem de importância das potencias das várias catecolaminas recaía em dois padrões Dois tipos de receptores – alfa e beta Potencia dos agonistas: o Receptores alfa tem uma afinidade maior por adrenalina, depois noradrenalina e isoprenalina. Os beta, uma afinidade maior por isoprenalina, depois adrenalina e por último noradrenalina. Receptores adrenérgicos e seus subtipos. o Alfa 1: Provoca contração muscular nos vasos, brônquios, útero, bexiga e íris. o Alfa 2: Tem papel présináptico, papel de feedback negativo, informa ao neurônio pós-ganglionar que aquela quantidade liberada já foi suficiente. o O beta 1: estão a maioria presentes no coração, quando se ativa provoca aumento do débito cardíaco, aumento da força de contração; o Beta 2:Relaxam a musculatura dos vasos, brônquios, TGI, útero, bexiga, vias seminais e ciliar. o Beta 3: Lipólise A Noradrenalina se liga tanto a receptores alfa1 quanto a receptores beta2, mas a resposta majoritária é brocodilatação (beta2) isso se da por conta da densidade dos transportadores, ou seja, nos brônquios tem mais receptores beta2 que alfa1. Moléculas químicas que possuem afinidade por alguns tipos de receptores adrenérgicos É importante lembrarmos que a adrenalina e a noradrenalina interagem com todos os tipos de receptores, ou seja, são agonistas não seletivos. Só que, você usar um fármaco como um agonista não seletivo para aqueles inúmeros sistemas que a noradrenalina controla é muito difícil, limita muito o uso dessas moléculas como fármacos. Então, passou- se então a sintetizar moléculas químicas que tinham preferência e seletividade, por alguns tipos de receptores, assim consegue controlar a ação desses agonistas, ou antagonistas, dessa resposta simpática, em determinados órgãos. o Por exemplo: o antagonista beta propranolol é um bom fármaco usado para hipertensão por que reduz frequência e força de contração, mas não é indicado para pacientes caso eles sejam asmáticos por que o propranolol foi o primeiro beta- bloqueador a ser usado com anti-hipertensivo, mas ele não é seletivo beta-1, ele antagoniza tanto o beta 1 quanto o beta 2. Isso significa que no coração ele vai reduzir força e reduzir frequência (por que vai antagonizar a resposta beta1), e no pulmão ele vai vasocontrair. Os beta-bloqueadores mais recentes já são um pouco mais seguros para se usar em pacientes com asma, tem risco também, mas menos que antes. o Nos Agonistas beta seletivos eu vou ter o sabultamol e a isoprenalina que não são seletivos pra beta 1 ou 2, são pra beta. Ou seja, ele vai provocar broncodilatação pois vai servir de agonista beta 2, porém ele pode provocar FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 arritmias, aceleração do batimento cardíaco, aceleração da força de contração. A farmacologia adrenérgica pode ser dividida em: Fármacos que são Adrenérgicos Diretos - A modulação da resposta adrenérgica acontece por interação com o receptor adrenérgico, ou vai funcionar como um agonista ou como antagonista. Fármacos Adrenérgicos Indiretos - Os adrenérgicos de ação indireta são fármacos que também modulam a resposta simpática, mas sem se ligar a receptores adrenérgicos. Por exemplo: É possível afetar a via de produção da noradrenalina, se eu reduzo a noradrenalina produzida eu levo a uma baixa da sinalização simpática; a alfa-metil-tirosina é um anti-adrenégico indireto. Ele reduz a ação da noradrenalina sem se ligar ao receptor, ele bloqueia a enzima tirosina- hidroxilase, inibindo a produção de produção de noradrenalina. Um agonista adrenérgico, independente de ser direto ou indireto, ele aumenta a resposta adrenérgica. Um agonista indireto como a cocaína: Ela bloqueia a recaptação de noradrenalina, aumentando a sinalização na fenda. Exemplo de fármacos que não são necessariamente seletivos 100% mas que tem uma preferência por um tipo de receptor (importante para a prova) 1. Qual o medicamento recomendado para o tratamento da asma? Salbultamol, por que promove a vasodilatação. O isoproterenol também já foi utilizado para tratamento de asma, porém causava um efeito cardíaco gigantesco, o paciente ficava sob o risco de desenvolver um infarto, então deixou de ser utilizado. 2. Qual o medicamento de escolha para o tratamento da insuficiência cardíaca? Dobutamina, tem maior seletividade pra beta 1. Aumenta a frequência e a força de contração. 3. Qual o medicamento de escolha como descongestionante nasal? Fenilefrina, pois ele provoca contração muscular lisa. Quando o paciente está com congestão nasal é um sinal de que as células epiteliais do vaso estão espaçadas, por isso está tendo extravasamento de líquidos e proteínas. O edema extracelular provocado por esse extravasamento. Quando se administra o fármaco fenilefrina que provoca contratura da musculatura lisa, este vai reduzir o edema, por reduzir os espaços vasculares. Fármacos que agem sobre a transmissão adrenérgica Através deste mecanismo de ação, existem, fármacos que são utilizados no tratamento de: o Doenças cardiovasculares, respiratórias e psiquiátricas Os principais alvos farmacológicos são: o Receptores adrenérgicos (alfa 1, beta 1,2 = adrenérgicos diretos) o Transportadores de monominas (adrenérgicos indiretos) FARMACOLOGIA Thaís Silva – 3º SEMESTRE MEDICINA 2020.2 o Enzimas que metabolizam catecolaminas (adrenérgicos indiretos)
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