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ANA FLÁVIA DE JESUS ALVES - @_ALEMDAMED Os níveis de evidência e a força de recomendação são utilizados para auxiliar a tomada de decisão na prática clínica (ex: escolha de um medicamento). Medicina baseada em evidência (MBE) Utiliza os níveis de evidência mais rigorosos (randomizados e controlados), para: • Identificar o método mais seguro e mais efetivo • Identificar os procedimentos danosos, que devem ser abolidos. • Identificar o que não sabemos e as prioridades de pesquisa. A Medicina baseada em evidências... • Prioriza os direitos do paciente (ao acesso, à escolha informada e à segurança). • Integra a experiência clínica individual com a melhor evidência externa disponível → pesquisa sistemática. • Reconhece que a literatura de pesquisa está constantemente mudando. • Está constantemente atualizada → incorporando a ferramenta da MBE, por meio da avaliação crítica das evidências, aplicando-as à sua prática diária. Dessa forma.. • Melhora a qualidade da assistência; • Promove o pensamento crítico; • Novos métodos → comprovados cientificamente como eficazes e descartar os ineficazes ou nocivos. Para responder as questões clínicas sobre eficácia, efetividade, eficiência e segurança, são utilizados métodos, como: • Tratamento e prevenção: sensibilidade e especificidade. • Aspectos prognósticos de determinada doença na área da saúde. Sensibilidade- proporção de indivíduos doentes que tem o teste positivo. Especificidade- proporção de sadios que apresentam teste negativo. Acurácia- proporção de testes verdadeiramente positivos ou verdadeiramente negativos em relação a totalidade dos resultados. Quanto maior a acurácia, maior o teste é indicado. Eficácia - A eficácia mede a relação entre o efeito da ação, e os objetivos pretendidos. Exemplo: Se a administração oral de 10 ml de rizatriptano reduz a enxaqueca em 30 minutos 1° passo- verificar o melhor desenho de estudo para responder essa questão sem erros sistemáticos. Revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. Mapeiam todos os estudos publicados e não publicados realizados no mundo: a) Explicam resultados contraditórios sobre a mesma questão clínica. b) Plotam estudos com diferentes tamanhos amostrais para detectar diferenças estatísticas. c) Utiliza metodologia reprodutível e científica. d) Evita duplicação desnecessária de esforços. 5 passos da Medicina Baseada em Evidência 1- Formular a pergunta clínica. A pergunta deve maximizar a recuperação de evidências na base de dados, focar no escopo da pesquisa, evitar buscas desnecessárias e diminuir a ocorrência de erros sistemáticos. Para formular uma boa pergunta clínica, deve-se levar em conta 4 componentes: Paciente, Intervenção, Comparação e Outcomes (desfecho). 2- Buscar informações relevantes ✓ Utilizar palavras-chaves ✓ Escolher a base de dados bibliográficos ✓ Conduzir a busca. 3- Avaliar criticamente a informação ✓ Sintetizar a evidência. ✓ Definir a força de evidência. 4- Adaptar a informação para o caso em questão. ✓ Integrar a evidência com a experiência clínica e aplicar os resultados na prática clínica. 5- Avaliar o desemprenho ✓ Avaliar a própria performance como um médico que pratica MBE. Os melhores estudos são os randomizados (previne o viés e duplo-cego (previne vieses de performance e de detecção). ANA FLÁVIA DE JESUS ALVES - @_ALEMDAMED Exemplos de aplicações das perguntas Cenário 1 Paciente de 72 anos, sexo feminino, histórico de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) após vários infartos do miocárdio, com duas internações nos últimos seis meses. Atualmente encontra-se bem e sem queixas. Utiliza diversos medicamentos (enalapril, aspirina, sinvastatina). Você imagina que a paciente poderia receber também digoxina, mas tem dúvidas se diminuiria o risco de hospitalização e morte. Você decide estudar um pouco melhor antes da próxima consulta. Pergunta clínica: A digoxina é mais efetiva quando comparada a nenhuma intervenção em pacientes idosos com ICC na redução do tempo de internação e mortalidade? • Paciente → Idoso com ICC • Intervenção → Digoxina • Comparação → Nenhuma • Outcomes → Diminuição do número de internações e diminuição da mortalidade. Cenário 2 Criança de cinco meses de idade com sinais e sintomas respiratórios agudos. Após anamneses e exame físico você conclui tratar-se de um caso de bronquiolite viral aguda (BVA) que pode ser manejado fora do hospital. Um colega de plantão lhe informa que a eficácia de drogas broncodilatadoras para o manejo ambulatorial de pacientes com BVA tem sido questionada. Pergunta clínica: O uso de drogas brocodilatadoras é mais efetivo quando comparado a nenhuma intervenção em crianças com BV na redução do tempo de internação? • Paciente → Crianças com bronquiolite viral • Intervenção → drogas broncodilatadoras • Comparação → nenhuma • Outcomes → redução do tempo de intervenção Operadores lógicos booleanos (para pesquisar) OR AND NEAR NOT ( ) * ANA FLÁVIA DE JESUS ALVES - @_ALEMDAMED Epidemiologia clínica Ciência que faz predições sobre pacientes individuais a partir de eventos clínicos em pacientes similares através do estudo de grupos populacionais usando métodos científicos sólidos. Objetivo: responder questões clínicas, guiando as decisões, com base nas melhores evidências disponíveis Níveis de evidência ✓ Existem vários níveis , como um selo. Classificações diferentes para cada tipo de problema (pergunta): • Tratamento, prevenção, etiologia, dano • Prognóstico • Diagnóstico • Análises de decisão e análises econômicas Onde obter respostas? Fluxograma prático de busca: 1- Protocolos /Diretrizes baseados em evidências 2- Livros Texto com Base em Evidências 3- Sites, textos e informes online baseados em evidências 4- Revisões sistemáticas (meta-análises) 5- Resumos estruturados de documentos filtrados 6- Artigos originais (ECR). Estratégia de busca Uma atenção especial deve ser provida com as referências originadas pelo complexo industrial da saúde ou que contenham conflitos de interesse. Sites, textos e informes online • Cadernos AB-MS • Saúde Baseada em Evidencias – MS/CAPES • DynaMed • BestPractice • Livros.... • INCA • UpToDate • NICE (CKS...) • US Preventive Task Force • Outros (Clinical Evidence, TripDataBase, Cochrane, PubMed, ...) ANA FLÁVIA DE JESUS ALVES - @_ALEMDAMED Protocolos clínicos • Documentos sistematizados onde se organizam, para perguntas específicas, as melhores evidências científicas disponíveis para que, em forma de recomendações flexíveis, sejam utilizadas na tomada de decisões clínicas. Onde obter protocolos? • National Guideline Clearinghouse (USA) • Site: www.guidelines.gov • NICE– National Institute for Health and care excellence • http://www.nice.org.uk/ • CFM / AMB • http://www.projetodiretrizes.org.br/ • Nível local Como avaliar protocolos clínico? • Presença de graus de recomendação. • Definição clara dos graus de recomendação. • Explicitação dos níveis de evidência. • Contextualização local. Avaliação crítica do protocolo A avaliação visa identificar: • abordagem dos potenciais vieses • validade interna • validade externa • potencialidade de execução Como? • Avaliando benefícios, riscos, custos e questões práticas relacionadas às recomendações. • Útil na avaliação da aplicabilidade prática de 1 protocolo clínico. Instrumento formado por 23 itens-chave organizados em seis domínios. Cada domínio pretende abordar uma dimensão individual da qualidade dos protocolos clínicos Cada item é classificado em uma escala de 1-4: •4 Concordo plenamente • 3 Concordo • 2 Discordo • 1 Discordo plenamente 6 Domínios Independentes • Âmbito e finalidade • Envolvimento dos atores (stakeholders) • Rigor de desenvolvimento • Clareza e apresentação • Aplicabilidade • Independência editorial Níveis de evidência A evidência de estudos observacionais pode ser elevada, considerando: • Grande magnitude de efeito; • Gradiente dose-resposta; • Fatores de confusão residuais (influencia tanto a variável dependente, quanto a independente), os quais aumentam a confiança na estimativa. Força de recomendação http://www.guidelines.gov/ http://www.projetodiretrizes.org.br/
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