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PDT Exame da cabeça e pescoço Cabeça - A cabeça do recém-nascido representa 25% do comprimento do corpo e um terço de seu peso. No entanto essas proporções podem mudar, de modo que ao atingir a idade adulta a cabeça representa 1/8 do comprimento do corpo e 1/10 do peso corporal - Constituição da cabeça = crânio (compartimento ósseo revestido pelo couro cabeludo e que envolve SNC) e face (contém o nariz, a boca, orelhas, olhos, as pálpebras, os cílios e supercílios) - Suturas = espaços de tecido membranáceo, denominados suturas, separam os ossos do crânio uns dos outros - Fontanelas = áreas onde as principais suturas fazem intersecção nas porções anterior e posterior do crânio Crânio 1. Inspeção • Circunferência craniana/Perímetro cefálico - Observa-se a forma e dimensão do crânio - É uma medida obrigatória até os 24 meses de vida - Nos lactentes reflete a velocidade do crescimento do crânio e do cérebro - Pode ser útil em qualquer faixa etária, para avaliar o crescimento da cabeça Procedimento 1- Ajusta-se uma fita métrica em torno da cabeça, em seu maior diâmetro, acima da sobrancelha, passando sobre a linha supra- auricular até o osso occipital 2- A leitura da medida encontrada é obtida no ponto de encontro da fita métrica Classificação Forma do crânio - Dolicocéfalo = predomínio do diâmetro ântero-posterior - Mesocéfalo = equilíbrio entre os diâmetros - Braquicéfalo = predomínio do diâmetro transversal (cabeça chata) - Turricéfalo = crânio pontiagudo PDT Dimensão do crânio - Macrocéfalo . É o aumento da circunferência cefálica . Define-se macrocefalia quando: PC > score z +2 para idade e sexo (macrocefalia grave PC > score z +3 para idade e sexo) . Causas: macrocefalia constitucional (familiar), síndrome genética (acondroplasia, neurofibromatose, esclerose tuberosa), secundária a processos expansivos (ex: tumores, hidrocefalia) - Microcéfalo . É a diminuição da circunferência cefálica com . Define-se microcefalia quando: PC < score z -2 para idade e sexo (microcefalia grave PC < score z -3 para idade e sexo) . Causas: congênitas (consumo de álcool na gestação, hipotireoidismo materno, insuficiência placentária, radiação, trissomia 13, 18 e 21), infecções congênitas (rubéola, CMV, toxoplasmose, zika), pós-natais (hipotireoidismo infantil, desnutrição crônica, encefalite e meningite) Particularidades em recém nascidos - Deformidades pós nascimento por parto vaginal: . Presença de bossa serosanguinolenta (acúmulo de líquido restrito ao subcutâneo, edema em toda área do couro cabeludo) . Presença de céfalo-hematoma (fratura no crânio por trauma, normalmente durante o parto, que gera um sangramento restrito a topografia do osso fraturado e que reabsorve sozinho) . Presença de fronte olímpica/protusão frontal (comum na sífilis congênita) 2. Palpação - Detecta a mobilidade/firmeza dos ossos, tamanho das suturas e fontanelas e defeitos dos ossos ou da derme • Fontanelas - São áreas onde as principais suturas fazem intersecção nas porções anterior e posterior do crânio - São elas: Fontanela bregmática/anterior - Se localiza entre as suturas sagital, metópica e coronária - Tem formato de losango, com 4 cm de comprimento e 3 cm de largura - Em condições normais, fecha-se entre 9-18 meses de idade PDT Fontanela lambdóide/posterior - Se localiza na junção entre as suturas sagital e lambdoide - Tem formato triangular - Costuma fechar-se aos 2 meses de idade (também pode se fechar ao nascimento) - Seu aumento é característico no hipotireoidismo congênito Classificação - Deve-se determinar a tensão da fontanela e classifica-la como: . Planas = normal . Abauladas = comum na HIC, meningite e hidrocefalia . Retraídas = comum em casos de desidratação e com choro • Suturas - São espaços de tecido membranáceo que separam os ossos do crânio uns dos outros - Seu fechamento precoce (cranioestenose/ craniosintose) pode ocasionar danos cerebrais (ex: massas tumorais, bossa serosanguinolenta e cefalohematoma) Classificação - Deve-se determinar a tensão da fontanela e classifica-la como: . Planas = normal . Abauladas = comum na HIC, meningite e hidrocefalia . Retraídas = comum em casos de desidratação e com choro Cabelos 1. Inspeção - Avalia-se a implantação, distribuição, a quantidade e as características (cor, textura) - Em estados carenciais, podem ocorrer alterações na cor ou na textura (ex: sinal da bandeira) Face - Contém o nariz, a boca, orelhas, olhos, as pálpebras, os cílios e supercílios • Olhos 1. Inspeção - Observa-se o tamanho, forma e posição dos olhos e a demonstração de que a criança parece ter visão pela reação á luz - A ênfase do exame ocular do recém nascido é na estrutura e aparência do olho e regiões adjacentes - Analisa-se a presença de alterações, por exemplo: . Hipertelorismo (aumento da distância entre os olhos) . Ptose palpebral . Microftalmia (diminuição do volume do globo ocular) . Buftalmia (aumento do volume do globo ocular) . Estrabismo (falta de paralelismo entre os eixos visuais) . Conjuntivite viral (hiperemia da conjuntiva com secreção clara e pouco purulenta) . Conjuntivite bacteriana (reação inflamatória intensa, com hiperemia da conjuntiva e abundante secreção purulenta com edema de pálpebra) PDT . Hórdelo/terçol (obstrução e infecção de um folículo piloso do cílio) . Blefarite (infecção das bases dos cílios com descamação, sendo menos profundo que o terçol) . Dacriocistite (inflamação da bolsa lacrimal) . Celulite perioberitária (infecção da pele ao redor do olho) • Nariz 1. Inspeção - Avalia-se as características da mucosa nasal (cor, umidade, presença de lesões, presença de cor estranho ou pólipos) - Deve-se visualizar o septo, mucosa, concha nasal média e concha nasal inferior Procedimento - rinoscopia 1- É feita com o paciente de frente para o examinador, com o auxilio de uma fonte de luz e um espéculo nasal 2- Com o auxílio de um espéculo nasal, afastam-se as asas nasais introduzindo as valvas especulares no vestíbulo nasal (em crianças menores o exame pode ser realizado apenas elevando-se a ponta do nariz) 3- O exame deve ser realizado com a cabeça do paciente em posição reta e, em seguida, inclinada para trás • Orelha 1. Inspeção - Avalia-se a forma, tamanho, posição, presença do canal e deformidades na orelha Procedimento - otoscopia 1- O examinador deve tracionar levemente o pavilhão auricular para cima e para trás com uma de suas mãos, a fim de retificar o meato acústico externo, enquanto introduz um espéculo auricular com a outra mão e inicia a inspeção do meato acústico externo e da membrana timpânica PDT Possíveis alterações • Boca 1. Inspeção - Examina-se os lábios, mucosa oral, gengivas, dentes, língua, assoalho da boca, palato duro, palato mole, tonsilas e úvula - Deve-se avaliar a cor, integridade das mucosas/dentes, presença de sinais inflamatórios e de lesões (ulceradas e placas esbranquiçadas) - É importante lembrar-se de remover os aparelhos ortodônticos e usar de usar os equipamentos adequados para o exame Lábios - Possíveis alterações: . Quelite angular (inflamação e fissura no canto da boca) . Fissura labial (lábio leporino) . Herpes labial (micro vesículas agrupadas em bases hiperemiada) . Angioedema Língua - Possíveis alterações: . Língua careca (hipertrofia das papilas gustativas, ocorre em algumas formas de desnutrição) . Língua em framboesa (hiperemia e hipertrofia das papilas gustativas, ocorre na escarlatina e em infecções de garganta) . Língua geográfica (glossite migratória benigna) . Sapinho (monilíase oral) Gengivas - Possíveis alterações: . Aftas úlceradas . Sinal de koplik . Enantema petequial (associa-se a amigdalite viral e bacteriana) . Exsudato purulento (associa-se a amigdalite viral e bacteriana) PDT Pescoço - Constituição = estruturas ósseas/ cartilaginosas,glândulas, músculos, vasos sanguíneos e vasos linfáticos Glândulas salivares 1. Inspeção - Deve-se observar as glândulas parótida, submandibular e sublingual - Possíveis alterações: . Parotidite (caxumba) Linfonodos 1. Inspeção e palpação - Deve-se avaliar a localização, se são únicos ou múltiplos, o tamanho, formato, consistência, mobilidade e sensibilidade dos linfonodos - São eles: • Características normais . < 1 cm de diâmetro . Predomínio: cervical, submandibular, occipital . Fibroelásticos, móveis e não aderidos aos planos profundos • Características patológicas . Supraclaviculares e epitrocleares > 0,5 cm . Maiores 2-3 cm . Aderidos ou coalescentes . Crescimento rápido . Consistência endurecida . Associação com febre persistente, perda de peso, anemia, sangramento e hepatoesplenomegalia • Possíveis alterações . Adenomegalia generalizada em duas ou mais regiões não contíguas (comum em infecções virais, bacterianas, fúngicas e parasitárias; leucemias e linfomas; neuroblastoma; colagenoses; anemias hemolíticas) PDT Tireóide 1. Inspeção - A tireóide normal é de difícil visualização durante a inspeção 2. Palpação • Técnica 1- Localizar o ístimo da tireóide e solicitar ao paciente que realize movimento de deglutição enquanto o médico realiza a palpação * Cisto tireoglosso = “bolinha” que se move com a deglutição, sempre na linha média * Cisto braquial = não é na linha média, falha no fechamento muscular, pode inflamar
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