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Osteoartrose: Características e Sintomas

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 É uma síndrome caracterizada por perda 
quantitativa e qualitativa da cartilagem articular, 
determinando intensa remodelação óssea local, 
aliada a uma discreta inflamação secundária. 
Ao contrário do que se pensava, a osteoartrose não é 
uma consequência normal do envelhecimento, e sim 
uma doença que depende da interação de fatores 
genéticos, biomecânicos e metabólicos. 
 Possui uma prevalência de 3,5% na população 
mundial. É a “campeã” das doenças articulares em 
termos de frequência na população – é a mais 
prevalente das reumatopatias. 
 Acomete mais pacientes > 50 anos, mas essa 
prevalência aumenta com a idade (10% aos 65 anos 
e 100% aos 85 anos). 
 Há uma igualdade entre os sexos até os 50 anos e 
aumenta a prevalência no sexo feminino após os 50 
anos. 
 Localização (ordem decrescente de 
acometimento): joelho, mãos, quadril e coluna 
vertebral. 
 Na parte interna da cápsula articular encontramos a 
sinóvia, que é formada por sinoviócitos tipo A 
(macrófagos) e sinoviócitos tipo B (fibroblastos). 
Essa cápsula também é formada por colágeno e 
proteínas. 
 A cartilagem, por sua vez, é composta por 95% de 
matriz extracelular (60% colágeno – 90% de 
colágeno tipo II – e 40% proteoglicanos) e 5% por 
células (condrócitos e condroblastos). 
Condrócitos 
o Os condrócitos, apesar de viverem em um tecido 
avascular (a cartilagem), são células ativas, que 
numa situação normal possuem metabolismo 
extremamente lento. 
o Eles são os responsáveis pela síntese da matriz 
cartilaginosa, composta por fibras de colágeno tipo 
II, ácido hialurônico e proteoglicanas. 
o Os próprios condrócitos também produzem 
enzimas capazes de degradar as macromoléculas 
dessa matriz – as metaloproteinases. 
 
 O osso subcondral está em íntimo contato com a 
cartilagem e é formado pela cartilagem calcificado e 
osso lamelar cortical e trabelular. 
 Algumas articulações possuem estruturas de 
fibrocartilagens – meniscos – que possuem 
inervação. 
 O líquido sinovial é o ultrafiltrado do plasma 
enriquecido com ácido hialurônico. 
 Há uma falha na reparação do dano a cartilagem 
por alterações biomecânicas e bioquímicas na 
articulação. 
 Com isso, há substituição do colágeno tipo II por I, 
III e V, que possuem menor resistência, e produção 
de IL-1, TNF-a, IL-6 e IL-8 pelos condrócitos e 
sinoviócitos, o que estimula a matriz 
metaloproteases degradadoras de colágeno II. 
 Assim, surgem fibrilações (irregularidade da 
superfície cartilaginosa), erosões e diminuição da 
espessura da cartilagem, com exposição do osso 
subcondral e hipertrofia óssea. 
 
 Fatores predisponentes 
 Uso excessivo da articulação. 
 Obesidade: obesidade grau I tem risco 4-4,8 
vezes maior (principalmente no joelho). 
 História de trauma 
 Deformidades ou desalinhamentos: valgismo, 
varismo, luxação congênita do quadril, etc. 
 Fraqueza muscular, perda da propriocepção. 
 Genética: OA de mãos e OA generalizada, 
presença de HLA-B8, 50-60% de determinismo. 
 Idade: envelhecimento da cartilagem, perda da 
propriocepção, insuficiência musculo-tendínea. 
Vitamina D: parece ter efeito protetor. 
 Idiopática/primária: sem causa. 
 Localizada 
 Generalizada: 3 ou mais seguimentos. 
 Secundária 
 Pós traumática. 
 Congênitas ou por deformidade. 
 Por depósito de cálcio. 
A intensidade dos sintomas não possui relação direta 
com o grau de OA na radiografia! 
 Dor articular 
 Intensidade gradativa. 
 Protocinética: pior no inicio do movimento e 
melhor com repouso. 
 Pode mudar com o tempo: ficar mais intensa, ser 
noturna, dor em repouso e difusa. 
Mecanismos de dor articular 
(1) instabilidade articular, levando ao estiramento de 
ligamentos e da cápsula articular, ambas estruturas 
muito sensíveis à dor; 
(2) pressão intraóssea elevada, principalmente na placa 
subcondral, secundária à inflamação (vista na RNM 
como edema de medula óssea); 
(3) sinovite; 
(4) dor muscular; 
(5) síndromes periarticulares secundárias – bursite, 
tenossinovite. 
 Rigidez matinal: menos que 30 minutos. 
 Instabilidade articular 
 Fraqueza muscular 
Queixas de “insegurança” e instabilidade articular 
também são frequentes (ex.: joelho). Muitos 
pacientes passam a, literalmente, ter medo de 
deambular. Outros referem perda da amplitude de 
movimento da articulação acometida, sendo 
impedidos de realizar determinadas tarefas (ex.: 
amarrar o sapato, no caso da OA de quadril). 
 Deformidade 
 Derrame articular: não é tão frequente. 
Observação 
Origens da dor (Localizações possíveis): osso 
subcondral, periósteo, ligamentos, menisco, cápsula 
articular, sinóvia e musculatura. 
Tipos de dor: citocinas (por nocicepção), neuropática e 
sensibilização local e central. 
 Inspeção: deformidades ou desvios, marcha, subir 
na maca, aumento do volume articular. 
 Movimentação ativa: ver limitação da amplitude de 
movimento. 
 Movimentação passiva: checar a amplitude de 
movimento, instabilidade articular, fraqueza 
muscular, presença de crepitações articulares. 
 Palpação: dor, temperatura, edemas, creptos, 
verificar volume articular (aumento ósseo pelos 
osteófito ou derrame?). 
Crepitação ≠ Estalido 
 Raio x simples: na maioria das vezes não é 
diagnóstico, é para verificar a extensão da doença. 
 Redução do espaço articular; 
 Esclerose óssea subcondral; 
 Formação de osteófitos; 
 Cistos condrais e erosões ósseas. 
 
A gravidade da OA também pode ser estimada pelos 
sinais radiológicos. Uma redução muito acentuada ou 
perda do espaço articular e a presença de cistos 
subcondrais (decorrentes de necrose focal do osso) 
são sinais de OA grave. O colapso do osso subcondral 
é um evento terminal. 
 Laboratório: em geral, normal. Caso faça 
artrocentese, haverá um líquido amarelo-citrino, 
com poucas células inflamatórias. 
 
 
 É a forma mais comum de OA primária ou 
idiopática, sendo bem mais frequente no sexo 
feminino, comprometendo inicialmente as 
mulheres de meia-idade. 
 Possui nítida predisposição familiar. 
 Pode se apresentar de forma insidiosa com dor e 
rigidez nas mãos, ou como um quadro articular 
agudo e recorrente, com sinais de sinovite. 
 Eventualmente, podemos encontrar pequenos 
cistos gelatinosos, contendo ácido hialurônico, no 
dorso dos dígitos, especialmente na inserção do 
tendão do extensor dos dedos na base da falange 
distal. 
 O prognóstico desse tipo de OA costuma ser bom. 
 Nódulos de Herberden (mais comuns): expansão 
firme de osso recoberto de cartilagem, que se torna 
proeminente sobre o dorso das articulações 
interfalangeanas distais. 
 Nódulos de Bouchard: são aumentos semelhantes 
aos de Heberden, porém localizados sobre as 
articulações interfalangeanas proximais. 
Esses nódulos são, na verdade, osteófitos palpáveis, 
quase patognomônicos de OA (especialmente os de 
Heberden). 
 
 
 Rizartrose: OA da articulação carpometacarpiana 
do polegar, pode ocorrer de forma isolada ou em 
associação com a OA das interfalangeanas. 
 O paciente apresenta dor ao movimento de 
pinçar e pode desenvolver uma deformidade 
quadrangular na base do polegar. 
 Os achados ao exame físico incluem dor e 
crepitação à rotação e compressão passiva da 
articulação (“teste do rangido”, “grind test”). 
 As radiografias 
revelam alterações 
degenerativas na 
articulação CMC do 
polegar: 
estreitamento 
irregular do espaço 
articular, esclerose 
óssea e osteófitos. 
 À medida que a 
destruição da 
cartilagem e da 
articulação 
progride, dor e rigidez podem vir a necessitar de 
intervenção cirúrgica. 
 
 
 
 
Raio X de uma mão 
normal. 
 
 
 
 
 
 
 
Raio X de uma mão 
com osteoartrite. 
 
 
 
 Há um subtipo com cistsos, erosões e evolução 
progressiva: osteoartrite nodal erosiva. 
Diagnóstico de OA de mãos 
Dor ou rigidez nas mãos (critério obrigatório) 
associado à pelo menos3 critérios abaixo: 
- Aumento do volume, com consistência firme, de 
pelo menos duas entre dez articulações selecionadas 
(ver abaixo*); 
- Aumento do volume, com consistência firme, de 
pelo menos duas articulações interfalangianas 
distais; 
- Menos de três articulações metacarpofalangianas 
aumentadas; 
- Deformidade em pelo menos uma das dez 
articulações selecionadas. 
 
*As dez articulações selecionadas (cinco de cada 
lado) são: 2a e 3a interfalangianas distais, 2a e 3a 
interfalangianas proximais, carpometacarpianas dos 
polegares. 
 
 Espondilose é o termo utilizado para definir a 
doença degenerativa da coluna vertebral, que 
possui, na verdade, dois componentes: (1) 
degeneração do disco intervertebral; e (2) 
osteoartrose das articulações interapofisárias 
(facetárias). 
 Do ponto de vista patológico e radiológico, a 
espondilose, em sua forma completa, reúne as 
seguintes alterações: redução do espaço discal, 
osteófitos nas bordas do corpo vertebral e os sinais 
clássicos da OA nas articulações apofisárias 
(redução ou perda do espaço articular, esclerose 
subcondral e osteofitose). 
 
 A dor da espondilose provavelmente se origina da 
tensão de estruturas ligamentares, musculares, no 
ânulo fibroso discal e na própria articulação 
apofisária. 
 Possui dor mais intensa na extensão, pela estenose 
do canal vertebral. 
 Pode levar à estenose do canal vertebral e causar 
claudicação neurogênica. 
 Há um subtipo difuso chamado de hiperosteose 
esquelética difusa idiopática. 
 
 
 
 
A: osteófito. 
B: disco 
degenerado + 
diminuição do 
espaço 
intervertebral. 
 
 
 
 
 
 
 Na maioria das vezes, o comprometimento é 
unilateral. 
 Existem três tipos anatômicos de OA de quadril – (1) 
superolateral (60% dos casos), mais comum no sexo 
masculino; (2) inferomedial (25%), mais comum no 
sexo feminino; e (3) concêntrico (15%), mais comum 
no sexo feminino. 
NORMAL 
OSTEOARTRITE 
Cerca de 20% dos casos de OA de quadril são 
secundários a patologias previamente reconhecidas 
(displasia acetabular, doença de Legg-Perthes, 
deslocamento congênito do quadril, diferença de 
comprimento entre os membros inferiores). 
 
 Paciente refere dor na virilha, podendo ser lateral 
ou posterior, e estender-se até o joelho (não 
ultrapassa o joelho). O paciente também pode ter 
apenas uma dor referida no joelho. 
 A dor normalmente piora com a rotação interna da 
coxa. A rigidez articular acaba por dificultar tarefas 
do cotidiano, como amarrar os sapatos. 
Diagnóstico de OA de quadril 
Dor no quadril (critério obrigatório) associado a pelo 
menos 2 critérios abaixo: 
- VHS < 20 mm/h; 
- Osteófitos no RX (acetabular ou femoral); 
- Redução do espaço articular no RX. 
 
 Nos casos graves, ocorre colapso da cabeça femoral, 
com redução do membro inferior afetado e dor 
refratária. 
 É importante diferenciar de osteonecrose e bursite 
trocantérica. 
 A OA de joelho pode ser uni ou bilateral e é mais 
comum no sexo feminino. É a forma mais 
relacionada à obesidade. 
 O joelho possui três compartimentos: patelo-
femoral, fêmuro-tibial medial e fêmuro-tibial 
lateral. 
O compartimento medial é o mais acometido (75% 
dos casos), seguido pelo patelofemoral (50%) e pelo 
lateral (25%). 
 O paciente pode referir e/ou o examinador observar 
crepitações, deformidades e derrame articular 
frequente. 
Diagnóstico de OA de joelhos 
Dor no joelho (critério obrigatório) associado a pelo 
menos 3 critérios abaixo: 
- Idade maior que 50 anos; 
- Rigidez matinal durando menos de 30min; 
- Crepitação; 
- Aumento articular de consistência firme; 
- Dor à palpação; 
- Ausência de aumento da temperatura. 
 
Diagnóstico clínico-radiológico-laboratorial OA 
de joelhos 
Dor no joelho (critério obrigatório) + Osteófitos no 
Raio X 
OU 
Dor no joelho + Rigidez matinal < 30 minutos, + 
Crepitação com movimentação ativa + Idade > 40 
anos OU líquido sinovial típico de OA 
 
 
 
 
 
 O curso da doença geralmente é insidioso, com 
longos períodos de estabilidade e episódios de 
agudização (sinovite). 
 O diagnóstico é clínico-radiológico, porém a DOR É 
OBRIGATÓRIA. 
 Para todos os pacientes, temos que indicar as 
medidas não farmacológicas: atividade física + 
diminuição de peso + educação do paciente quanto 
a sua doença. 
 Atividade física: fisioterapia, terapia 
ocupacional, cinesioterapia, 
fortalecimento/alongamento muscular, 
hidroginástica, hidroterapia, caminhada, pilares 
e musculação. 
 
 Diminuição de peso: muito mais importante 
para a artrose do joelho. 
 Educação do paciente: explicar que a doença é 
crônica, incurável, mas com dor tratável. Além 
disso, explicar que se ele não fizer o tratamento, 
pode piorar sua clínica. 
 Após isso, temos que individualizar o tratamento 
farmacológico para cada paciente. Este pode 
conter: tratamento da dor e/ou drogas 
modificadoras da doença e/ou órteses. 
 Tratamento da dor: analgésico (paracetamol ou 
dipirona), antiinflamatórios (VO ou tópicos), 
infiltração (corticoide). Na dor crônica, podemos 
usar duloxetina, ISRS e tricíclicos. 
 
 
Conduta no tratamento da dor 
o O paracetamol ou acetaminofeno (tylenol) é a 
droga de escolha para o controle da dor na OA sem 
sinais inflamatórios, sendo a primeira droga a ser 
prescrita na grande maioria dos pacientes com 
osteoartrite. Deve ser prescrito na dose de 1 g VO 
6/6h. 
o Os AINEs estão indicados nos casos de dor refratária 
ao paracetamol ou nos casos de OA inflamatória 
(edema articular, dor noturna, rigidez matinal por 
mais de 30min). 
 Nos pacientes sem história de doença péptica, 
recomenda-se iniciar com ibuprofeno (800 mg 
8/8h), naproxeno (500 mg 12/12h) ou diclofenaco 
(75 mg 12/12h). Nos pacientes com intolerância 
gastrointestinal, a escolha é para os AINEs seletivos 
para a COX2 (celecoxib). Uma alternativa aos 
inibidores COX-2 é usar inibidores não seletivos 
com drogas gastroprotetoras (misoprostol, 
famotidina ou omeprazol). 
o Os corticoides intraarticulares podem ser utilizados 
nos casos refratários de dor monoarticular, 
trazendo alívio por 4-6 semanas. Contudo, devem 
ter no mínimo periodicidade trimestral (no 
máximo, quatro aplicações por ano). 
 
 Modificadores da doença (DMOA) 
▪ Sulfato de Glucosamina + Condroitina 
▪ Condroitina 
▪ Diacereina: reduz a síntese de IL-1 beta e 
metaloproteases, aumentando a produção 
de colágeno e proteoglicanas. 
▪ Cloroquina 
▪ Infiltração com ácido hialurônico 
(viscossuplementação) 
 Órteses: bengala, palmilhas, andajá. 
 Cirurgia: osteotomia, desbridamentos, 
artroplastias, artrodeses.

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