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Branding e Pesquisa de Mercado W BA 00 75 _v 1. 3 2/149 Branding e Pesquisa de Mercado Autora: Luciana Guimarães Como citar este documento: GUIMARÃES, Luciana. Branding e Pesquisa de Mercado. Valinhos, 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Branding e Identidade Corporativa 04 Unidade 2: Gestão Estratégica de Marcas 47 Unidade 3: Planejamento de Pesquisa de Mercado 81 Unidade 4: Técnica de Análise de Dados de Pesquisa de Mercado 113 2/149 3/149 Apresentação da Disciplina Nesta disciplina, você será apresentado aos diversos conceitos relacionados a marcas, gestão de marcas, valor de marcas e pesquisa de mercado. Estes conceitos irão facilitar as ações de criação e gestão de uma marca, bem como a identificação da percepção do mercado em relação ao bem, serviço e empresa. Ao fim desta disciplina você será capaz de desenvolver um planejamento de marcas e avaliar o mercado a partir de dados coletados do próprio mercado. Na primeira unidade serão abordados os conceitos de marca, como criar marcas, identidade de marcas e licenciamento e registro de marcas. Na segunda unidade, veremos as estratégias de gestão de marcas, posicionamento de marcas e Brand Equity. Na terceira unidade, trabalharemos conceitos de pesquisa de mercado, etapas do processo de pesquisa de mercado e técnicas amostrais, cálculo amostral, erro amostral a auditoria de marketing. Na quarta e última unidade, veremos como se elabora questionários eficientes, medições e escalonamento e pré-teste. A disciplina é um direcionador para gestão de marcas e informações de mercado. 4/149 Unidade 1 Branding e Identidade Corporativa Objetivos 1. Entender os conceitos relacionados a marcas. 2. Identificar o processo de construção de identidade de marcas. 3. Entender os procedimentos de registro e licenciamento de marcas. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa5/149 Introdução A marca é um dos ativos mais valiosos das organizações. Principalmente no mercado sem fronteira em que atuamos hoje, seu reconhecimento faz com que as organizações consigam atuar de forma inteligente em diversos mercados. A marca aproxima o consumidor de bens, serviços e empresas. Por meio dela o consumidor tem a percepção do que é e pode ser oferecido. Por isto ela deve acompanhar o movimento do mercado, atualizando seus aspectos estéticos, simbólicos e estratégicos. Para tanto, todo processo de desenvolvimento e gestão de marcas deve ser planejado e implementado de forma inteligente. 1.1 Marca e branding A palavra brand tem origem escandinava e está relacionada à identificação de algo que se tem a posse. O conceito de marca vai além de um nome ou símbolo. Ela representa um resumo de estratégias de mercado implementadas a partir das necessidades e desejos do consumidor. É uma forma de comunicação entre a empresa e o mercado. Bedbury (2002, p. 37) define marca como sendo “o somatório do bom, do ruim, do feio e do que não faz parte da estratégia. As marcas absorvem conteúdo, imagens e sensações efêmeras”. O autor comenta que ela se torna um conceito emocional na cabeça do público que tende a se enraizar. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa6/149 Em função disso é difícil a manutenção do seu total controle. O que se indica é o desenvolvimento de ações de orientação e influência. A marca é um sinal que diferencia bens e serviços e as organizações a que pertencem. As marcas: • Permitem que as empresas destaquem seus produtos. • Desenvolvem a imagem e reputação de uma linha de produtos. • Seu licenciamento produz royalties. • É um elemento fundamental nos acordos de franquia. • Podem ser um ativo comercial de valor. • Motivam a melhoria da qualidade de bens e serviços. Tomyia (2010, p. 25) afirma que existem seis afirmações que ajudam a definir marca: • Marcas fazem a diferença no processo de decisão de compra. Para a American Marketing Association, “marca é um nome, símbolo, termo ou design, ou ainda a combinação deles com o objetivo de identificar bens e serviços”. Analisando o processo de decisão do consumidor, verifica-se que a marca é fator de diferenciação. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa7/149 • Marcas não são apenas nome, logotipo, embalagem e design. A experiência da marca, seu histórico e estratégias compõem sua imagem e identidade. • Mais do que entregar o que prometeram, marcas fortes superam suas promessas, criando imagens de que, naquela empresa, alguém pensa no consumidor e já pensou nos seus problemas. Pensar antecipadamente nas expectativas e surpreender os consumidores faz parte do planejamento de marca. É o exemplo da Apple, em que o consumidor sempre se surpreende com o que ainda pode fazer ao utilizar produtos comprados tempos antes. Nesse caso, as empresas inteligentes levam em consideração o que enxergam nas redes sociais, elas são uma excelente ferramenta de antevisão. • Marcas fortes são respeitadas pelos concorrentes. A concorrência pode influenciar o mercado consumidor com sua percepção das marcas que são fortes. • A marca trabalha sob a forma de linha de produção. Entregar sempre e repetidamente atributos auxilia na percepção do consumidor em relação à marca. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa8/149 • A marca é um dos ativos mais valiosos da empresa. Cria-se valor ao desenvolver ações e diferenciais que são percebidos pelo mercado consumidor, o que gera benefícios financeiros para a organização. Pensando nestes seis itens, alguns estudiosos, inclusive especialistas da ANA (Associação Norte-americana de Anunciantes), entendem que a marca é um negócio e não só consequência da explicitação por meio da propaganda, logotipo ou nome. Hoje, inclusive, o conceito de marcas vai além do cliente, e representa algo construído ao longo do tempo. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa9/149 Evolução de Marcas No Passado Foco do branding no consumidor final Foco em marcas de produtos (Omo, Skol, Louis Vuitton) Hoje Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa10/149 Foco do branding nos produtos estratégicos Figura 1.1: Foco em marcas de produtos e marcas corporativas (Unilever, Ambev). Fonte: Adaptado de TOMIYA, E. Gestão do Valor da Marca. 2ºed. Rio de Janeiro: Senac, 2010. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa11/149 Hoje em dia, empresas que desenvolveram no passado marcas fortes focadas em produtos, hoje se voltam para o foco mais corporativo, desenvolvendo estratégias de marcas corporativas. Isto é pensado não só sob o ponto de vista do consumidor, mas também dos investidores, ou seja, cada dia mais, as ações relacionadas a marcas estão pensando nos futuros investidores, aqueles que irão escolher uma maca para investir. Esse pensamento se aproxima do chamado de branding nos dias de hoje. Para Tomiya (2010), “branding é o processo estruturado, consistente e integrado, que garante a melhoria contínua da entrega da promessa da marca, desde sua definição até a implementação em todos os seus pontos de contato com públicos estratégicos”. Isto faz entender que branding é o processo de gestão de uma marca, no entanto muitas empresas insistem em focar no símbolo (logotipo) e na propaganda e não desenvolvem ações de integração com a entrega da marca. Esse processo envolve todas as áreas de uma organização e seus esforços para construir o valor da marca, ou seja, é o processo de gestão de uma marca. A gestão só é factível a partir do planejamento e manutenção dos pontos de contatos, acima citados, e comportamentos corporativos. São as ações desenvolvidas no cotidiano da organização que auxiliam na construção da percepção e valor de uma marca. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa12/149 Branding pode ser considerado uma filosofia profissional que trabalha com ações de marketing, design, gestão, psicologia propaganda para criar uma relaçãode intimidade entre o cliente e o bem, organização e/ou serviço. Esta relação baseia-se na segurança que a marca passa ao mercado (KOTLER & ARMSTRONG, 2008). A organização e a marca – Brand antes e hoje ANTES ÁREA DA EMPRESA HOJE EMPRESAS ORIENTADAS À MARCA. • Supérfluo • Problema pouco importante Diretoria • Driver importante do valor do acionista • Decisões de nível de diretoria • Despesa de propaganda Financeiro • Ativo mais importante • Atrai interesse de candidatos RH • Motivação e retenção de colaboradores • Produzir Operações • Foco nos fatores de aceitação e diferenciação do produto • Foco em campanhas Marketing • Organização do princípio de entrega ao consumidor • Awareness ajuda a vencer Comercial e vendas • Diferenciais de marcas geram vendas e preços maiores e estáveis. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa13/149 O nível de interesse e conscientização em relação à marca tem aumentado nos últimos anos. O caminho para isto não se sabe ao certo se foi pelo crescente interesse do consumidor por marcas, ou se esse interesse veio a partir da valorização das marcas por parte das próprias empresas. No entanto, é certo que o olhar das áreas organizacionais para marcas está diferente, direcionado para aspectos mais estratégicos. Kotler & Armstrong (2008) citam que antes a diretoria entendia o tema marcas como arroubos criativos do marketing e hoje enxerga como um direcionador dos acionistas. A área financeira passou a entender as marcas como uma das estratégias de maior retorno, pois seu valor tem servido de base para decisões quanto a fusões, aquisições, securitizações. O RH tem trabalhado com o employee branding que busca construir uma reputação, pois assim fica mais fácil atrair e manter bons colaboradores. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa14/149 Figura 1.2: Visão geral do employee branding. Fonte: http://www.marketingdigitalblog.com/employee-branding-estrategia-realidade http://www.marketingdigitalblog.com/employee-branding-estrategia-realidade Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa15/149 A área de operações trabalha no sentido de harmonizar a cadeia. Trabalha a partir do posicionamento da marca. Marketing, comercial e vendas hoje em dia trabalham os pontos de contatos e desenvolvem ações de gestão dos mesmos, utilizando também a marca como argumento de negociação. Para a American Marketing Association, branding não está relacionado ao fato de estabelecer diferenciais que façam o consumidor optar por uma marca ou outra, mas sim ao modo de fazer a marca ser percebida como uma solução. A marca tem que ser relevante para atrair e aumentar as chances de retorno de investimento. Por isso, cada vez mais existe a preocupação com o processo de criação de marcas e de construção de identidade das mesmas. 1.2 Criação da marca e cons- trução da identidade da marca Quando uma empresa é criada, uma das maiores preocupações é o desenvolvimento de estratégias de vendas, que darão o direcionamento comercial necessário. Esse direcionamento comercial fica mais claro e efetivo quando a empresa cria ou escolhe sua marca. 1.1.1 Criação da marca Existe uma indagação permanente sobre o tipo de marca mais adequada para Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa16/149 determinado produto, no entanto, é importante ressaltar que as regras para isto são flexíveis, mas devem levar em consideração alguns pontos específicos (AAKER, 2001): • Identifique se a marca possui todos os requisitos legais necessários para registro. • Pesquise muito a base de marcas para identificação de possíveis marcas iguais. • Analise a facilidade de leitura da marca, escrita, memorização e seu nível de adaptabilidade nos veículos de comunicação. • Identifique possíveis conotações inconvenientes nos idiomas dos mercados em que irá atuar. • Identifique se o nome está disponível para registro de endereço na internet. Aaker (2001) completa que ao escolher as palavras que irão compor a marca, devem- se tomar alguns cuidados. O autor coloca algumas situações: • Palavras inventadas ou fantasiosas: são as palavras que não tem significado real. São mais fáceis de proteger, porém podem ser mais difíceis de assimilar. Exemplo: Kodak. • Marcas arbitrárias: são as palavras que não estão ligadas literalmente aos produtos que representam. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa17/149 Também são fáceis de proteger, porém há a necessidade de um empenho maior para estreitar a relação com o mercado. • Marcas sugestivas: são marcas, cujas palavras têm relação com algum atributo do bem ou serviço. Esse tipo de marca faz automaticamente a propaganda do produto. 1.1.1.1 Criação de marca O processo de criação de marcas é a base para o desenvolvimento da identidade da mesma. A criação de uma marca deve estar respaldada pela missão, visão e valores de uma empresa, como você verá na unidade dois. Portanto, a criação parte do ponto de vista estratégico, analisando questões internas e externas. Os passos estão dentro do briefing de criação (HOOLEY, 2005): • Briefing de Criação Vem antes do próprio processo de criação. O briefing é necessário, pois orienta o planejamento, comunicação e criação da marca. O briefing deve seguir algumas etapas importantes: • Fato principal: apresentação do fato mais relevante que deve estar relacionado à qualidade ou melhoria no bem ou serviço, hábitos de Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa18/149 consumo do público-alvo, formas de uso, economia, cultura. • Problema na cabeça do consumidor: é um comportamento negativo em relação à marca produto. É a resistência ou motivo de não compra. • Objetivo de propaganda: identificar o que espera que o público-alvo sinta. • O que não é objetivo: não repetir objetivos nas diversas etapas. • Perfil do mercado-alvo: dados demográficos, geográficos, psicográficos e comportamentais. • Concorrência principal: descrever as ações estratégicas da concorrência. • Benefício ao público-alvo: Identificar de forma objetiva a promessa que poderá ser feita ao mercado consumidor. • Justificativa: explicação e apoio á promessa feita. • Polices: restrições, limitações, obrigatoriedades. • Observações finais: dados gerais e complementares. É importante que o processo de criação da marca seja organizado e planejado. 1.1.2 Identidade da marca O conceito de identidade de marca está relacionado aos modelos mentais Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa19/149 de marca. Esse estudo é recente e causa grandes discussões entre os autores. Muitas empresas, grandes empresas, inclusive, que estão no mercado há muito tempo, passam por crises perigosas muitas vezes em função de uma crise de identidade de marca. A IBM e a Apple são exemplos de empresas que tiveram que repensar suas identidades de marca para se reposicionar no mercado. São casos de empresas, que em algum momento esqueceram que a marca representa para o mercado a cultura da organização. A identidade de marca representa, assim como o seu documento de identidade, o que é a marca, um mapa que reflete seu caráter individual e seus diferentes atributos (TOMIYA, 2010). Aaker (2001) diz que identidade de marca “é um conjunto exclusivo de associações com a marca que o estrategista de marcas ambiciona criar ou manter”. Ela auxilia no desenvolvimento de uma relação mais estreita entre o mercado e a marca, por isto é utilizada pelas várias áreas de uma organização para tomada de decisões diferentes entre si. A área de recursos humanos utiliza para reter e conquistar talentos; o marketing utiliza de forma estratégica, nas decisões de comunicação e posicionamento estratégico; decisões de produtos quanto a categorias, oportunidades de parcerias. A identidade trabalha em quatro dimensões organizadas em 12 perspectivas (AAKER, 2001, p.80): Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa20/149• Marca como produto dividido em seis dimensões que são âmbito, atributos, qualidade/valor, usos, usuários e país de origem do produto. • Marca como organização que é trabalhada sob os aspectos de atributos organizacionais, local versus global. • Marca como pessoa que estabelece a personalidade da marca e relacionamento da marca com o cliente. • Marca como símbolo estabelecendo imagens visuais ou metáforas e tradição da marca. Estes pontos sendo trabalhados auxiliam no desenvolvimento de marcas sólidas, com identidade ampla e irrestrita, além de estratégicas. Link Para se diferenciar dos concorrentes, conquistar clientes e aumentar as vendas é preciso ter uma identidade e posicionamento, além disso, definir a imagem de um negócio exige coerência e planejamento. Para entender melhor tais conceitos, aplicados, busque referências sobre o case da marca Havaianas. Exercite a sua autonomia na prática da pesquisa! 1.1.2.1 Estrutura da identidade A estruturação e organização de identidade de uma marca estabelecem, Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa21/149 para facilitar, uma identidade essencial e outra expandida. Dentro desse contexto se estabelece padrões de organização dos elementos que compõem essa identidade. Estes elementos possuem significado duradouro e normalmente gravitando em torno dos elementos de identidade essencial ou nuclear. Figura 1.3: Estrutura de identidade. Fonte: AAKER. A. David. Criando e Administrando Marcas de Sucesso. Futura: Rio de Janeiro, 2001. A identidade essencial caracteriza a essência da marca. É o foco principal, que se refere ao objetivo de sua criação. Normalmente, permanece constante ao longo do tempo, mesmo com modificações de mercado e estratégias. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa22/149 Os elementos que formam a identidade expandida não conseguem “corrompe-la”. Aaker (2001, p.100) ainda lembra que é importante que a identidade essencial ou nuclear responda às seguintes perguntas: • Qual é a alma da marca? • Quais são as crenças e os valores básicos que impulsionam a marca? • Como é a organização que está atrás da marca em termos de capacidade? • O que a empresa da marca representa? Alguns exemplos de identidade essencial são: - Michelin: pneus de tecnologia avançada para motoristas que conhecem pneus. - Johnson & Johnson: confiança e qualidade em medicamentos sem prescrição médica. Deve existir uma relação estreita entre os valores e cultura da empresa e a identidade essencial. É o que a transformará em algo especial e exclusivo. Isto tudo valoriza a marca e aumenta sua credibilidade no mercado. Quando se fale em identidade expandida, direcionam-se os esforços para dar integridade à marca, além de estabelecer seus diferenciais. Sua maior característica é o detalhe ou nível de detalhamento, e pode-se arriscar dizer que é o que solidifica uma marca e dá sua personalidade. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa23/149 Essa divisão entre identidade essencial e expandida auxilia na organização dos componentes de uma marca. Aaker (2001) chama isto de redes mentais. As marcas fortes normalmente possuem um maior número de elementos coerentes e os mais fracos elementos em menor número e mais desconexos. Por isto é importante o modo como os elementos de uma marca são integrados e se relacionam. Isto dá a característica de coerência que aumenta o entendimento. São as associações significativas, que formam o conceito de um todo ou o que se chama gestalt. Este conceito entende que o ser humano não consegue perceber as coisas dissociadas e sempre busca um padrão geral. Figura 1.4: Busca de Padrões. Fonte: http://www.dca.fee.unicamp.br/courses/IA369C/2s2008/slides/padroes.pdf http://www.dca.fee.unicamp.br/courses/IA369C/2s2008/slides/padroes.pdf Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa24/149 Essa busca de padrões é o que usualmente se chama de sinergia, em que o todo é maior que a soma de suas partes. Com isso, verifica-se que a identidade de uma marca tem que oferecer uma proposta de valor ao cliente. A proposta de valor é a junção de benefícios emocionais, funcionais e de autoexpressão que a marca oferece. Figura 1.5: Proposta de valor. Estes benefícios oferecidos fazem a diferença no momento de decisão de compra. • Benefícios funcionais: são a base do produto. É o benefício relacionado à utilidade Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa25/149 funcional, para uso. É interessante buscar benefícios que direcionem o cliente a fazer associações. Isso estabelece um diferencial, porém deve-se tomar cuidado, pois como são básicos fica mais fácil a cópia, além de que se presume que a decisão do consumidor na hora da compra é sempre racional. • Benefícios emocionais: estão relacionados às sensações. • Normalmente, eles aumentam as sensações positivas de ter um produto da marca. • Benefícios de autoexpressão: as marcas podem seu uma forma de comunicação de uma autoimagem (AAKER, 2001). Esta autoimagem pode estar relacionada a vários papéis e a expressão dos mesmos. A pessoa se caracteriza a partir da marca que usa. Alguns exemplos: - Bem sucedida e com poder porque dirige uma BMW. - Antenado e moderno porque usa Apple. Todos estes benefícios podem ser cruzados entre si e isto faz com que as marcas tenham identidades cada vez mais próprias e singulares. As marcas também são avaliadas a partir do seu preço. Este está relacionado aos benefícios oferecidos por elas. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa26/149 O preço superestimado de uma marca não terá retorno, mesmo com benefícios bem claros, no entanto, em alguns casos, o preço alto pode dar a impressão de qualidade. O contrário também ocorre: uma marca trabalhando a preços baixos pode passar a imagem de baixa qualidade. O preço auxilia na definição do posicionamento de marca. A mesma pode se enquadrar em um posicionamento sofisticado, intermediário ou popular (HAIGH, 2003). É preciso entender se a proposta de valor está baseada no preço ou nos benefícios. A identidade de marca trabalha com os benefícios, no entanto deve-se pensar no nível de importância do preço na avaliação da marca pelo mercado consumidor. A proposta de valor também está diretamente ligada à credibilidade. A marca poderá atuar como endossante. Schultz (2001) diz que existem duas dimensões da empresa no que se refere à proposta de valor: interna e externa. A interna são os atributos de geração de valor e a dimensão externa são os atributos de extração de valor. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa27/149 Dimensões da Empresa para Proposta de Valor Geração de Valor Extração de Valor P&D Percepção de melhores produtos Fábrica e sistema de produção Percepção de melhor acessibilidade Patentes e formas de proteção de ativos Percepção de melhor atendimento Pessoas Percepção de melhor tecnologia Sistemas de distribuição Percepção de inovação Cultura organizacional Atributos de natureza emocional: Identificação com ideologia da marca Fonte: TOMIYA, E. Gestão do Valor da Marca. 2ºed. Rio de Janeiro: Senac, 2010. Pode-se dizer que as dimensões referem-se ao ambiente externo e interno da organização. Elas acabam estabelecendo as diferenças entre as marcas e, assim, as vantagens competitivas de cada uma. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa28/149 1.2 Patentes e Licenciamento Como você viu anteriormente, a marca é mais que um símbolo, um logotipo ou um nome, é algo que dá identidade a uma organização. Devido a sua importância para uma organização e seus produtos, há a necessidade de protegê-la e garantir o direito exclusivo de utilização. Antes de se iniciar o estudo de proteção de marcas, é importante identificar que marcas e patentes são coisas distintas. Para o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), “marcas são, sinais visualmente perceptíveis”. Para o Instituto, elas devemser de fácil percepção para facilitar a identificação de um bem ou serviço. Já as patentes (INPI) “são títulos que são dados pelo Estado, em conformidade com a lei de patente, a um autor ou inventor para que estes excluam terceiros da utilização (venda, fabricação) se sua obra ou invenção”. Com a patente a pessoa que inventou um bem ou serviço está seguro que o mesmo só será utilizado e comercializado com sua autorização. Para saber mais As redes mentais são os elementos de marca organizados em agrupamentos coerentes e/ou significativos. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa29/149 Definido isto, será tratado aqui o registro e licenciamento de marcas. principalmente em um mercado de concorrência acirrada em que pode ocorrer algum tipo de conflito com marcas semelhantes ou idênticas. O nome comercial devidamente registrado não garante a propriedade da marca, pois ele nomeia o negócio e não a marca. Ele normalmente termina com uma abreviação da constituição jurídica da empresa. O registro pode ser efetuado por qualquer pessoa, física ou jurídica, que tenha o objetivo de utilizar a marca ou licenciá-la para outros. No entanto, é importante ter cuidado ao desenvolver ou escolher uma marca. Existem alguns símbolos e sinais que não são permitidos o registro. Link A essa altura, vale a pena pesquisar mais sobre patente e entender as etapas envolvidas no processo de registro de marca na internet 1.2.1 Registro de marcas O registro é a melhor forma de proteger uma marca. Alguns países determinam que o uso faça com que uma empresa se torne proprietária da marca. No entanto, uma marca devidamente registrada estará mais protegida, Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa30/149 A Organização Mundial da Propriedade Intelectual estabelece que os pedidos de registros de marcas podem ser negados por causa das razões absolutas e relativas. As razões absolutas estão relacionadas a: • Termos genéricos: quando a marca a ser registrada é igual a uma palavra que nomeia um objeto a ser vendido. Exemplo: se uma empresa quiser registrar uma marca chamada “cama”, para vender camas, o registro será negado. • Termos descritivos: quando a marca a ser registrada é igual um nome utilizado cotidianamente no comércio para denominar uma categoria, ou então para qualificar um produto. Exemplo: Marca “Móveis” para uma empresa que fabrica armários de cozinha. Não justifica dar a exclusividade do nome a uma empresa que fabrica um tipo do produto em questão. Além disso, registro de nomes como “Melhor”, “Inovador”, também são negados. • Marcas falaciosas: nomes que irão enganar o consumidor no que se refere à qualidade, origem territorial ou natureza do produto. • Marcas consideradas contrárias à ordem pública ou à moral: palavras ou símbolos que ferem preceitos morais e religiosos. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa31/149 • Bandeiras, escudos de armas, carimbos oficiais e emblemas de Estados e de organizações internacionais que tenham sido comunicados à Secretaria Internacional da OMPI. As razões relativas de rejeição do registro de uma marca ocorrem quando a marca entra em conflito com os direitos de marcas já existentes. Isto pode ocorrer em razão de semelhança de marca para mesmo tipo de produtos. Mesmo que a marca não seja registrada, embora seja muito conhecida. O motivo é porque pode causar confusão para o consumidor. As etapas para registro de uma marca são: • Envio do formulário de pedido de registro de marca à administração nacional de marcas da área de interesse. É importante enviar a reprodução gráfica da marca e descrição do produto relacionado à marca. • Administração nacional inicia o processo de análise a seguir: - Exame quanto a Forma. - Exame quanto ao Mérito. - Publicação e Oposição. - Registro. - Renovação. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa32/149 1.2.2 Licenciamento O licenciamento ocorre quando há a cessão de direitos de uso de uma propriedade para terceiros. Revoyr (1995) entende que o objetivo maior é a pulverização da marca, de forma estratégica, agregando valor ao bem, ao serviço ou à comunicação que será licenciada. Podem ser licenciados não só marcas relacionadas a nomes e palavras, mas também imagens, obras artísticas, marcas corporativas, de moda, ONGs. Existem vantagens e desvantagens no processo de licenciamento. As vantagens estão relacionadas ao reconhecimento e valorização, economia em desenvolvimento de marca e o aumento das vendas. As desvantagens referem-se ao modo como a marca será trabalhada, há a necessidade de um controle rigoroso, e também é preciso que haja os defensores da marca, dos quais a mesma acaba ficando refém de certa forma. Para saber mais Registro de marca: Tanto a razão social quanto o nome fantasia são registrados em órgãos estaduais. Portanto, posso ter uma XPTO SOFTWARE LTDA no Rio, outra em São Paulo e uma terceira no Acre. E todas serão válidas. O pior é que, até o momento, não existe restrição de nomes fantasias coincidentes nas juntas comerciais. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa33/149 O licenciamento permite que haja a administração estratégica de um portfólio de marcas, próprias ou licenciadas. Para essa gestão, facilita o desenvolvimento das seguintes etapas: • Segmentação: análise do público da organização sob o aspecto de comportamento de compra. • Escolha do público: definição de grupos a serem trabalhados. • Posicionamento: identificação das linhas a serem trabalhadas e suas características, qualidade, associações simbólicas. São três os tipos de licenciamento (McCARTHY, 2007): • Licenciamento de marca: nome, logotipos ou marcas da empresa, instituição ou serviço. Esse é o licenciamento, que em função da associação com os processos e operações é conhecido como franquia. • Licenciamento de patentes: relaciona-se à proteção da patente e sua exploração comercial e de produção. • Licenciamento de direito autoral: dá proteção a obras literárias, científicas e artísticas, além de softwares. O licenciamento é uma boa opção para gestão de marcas. Ele pode auxiliar no reconhecimento de uma marca ou de várias marcas e fortalecer marcas que já são fortes. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa34/149 Link O licenciamento pode ser um bom negócio. A turma da Mônica ganhou muito dinheiro dessa forma. Busque maiores informações deste case, na internet Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa35/149 Glossário Brand: 1. Marca, qualidade. all of the best brands / todos da melhor qualidade. a product of good brand / um produto de boa qualidade. 2. marca de fábrica, marca registrada. Awareness: Reconhecimento e percepção da sociedade quanto a determinado assunto. Employee branding: “é a imagem da organização como ‘um ótimo lugar para se trabalhar’ na mente dos atuais empregados e os principais stakeholders no mercado externo (candidatos ativos e passivos, clientes e outras partes)”. Questão reflexão ? para 36/149 Para fixar a marca na mente do cliente, vários desafios devem ser enfrentados. Para melhor conceber este processo, desenvolva um dossiê com as melhoras práticas, testadas e publicadas em forma de cases. 37/149 Considerações Finais (1/2) A marca é um dos ativos mais valiosos das organizações. A marca é um sinal que diferencia bens e serviços e as organizações a que pertencem. Hoje em dia, empresas que desenvolveram no passado marcas fortes focadas em produtos, hoje se voltam para o foco mais corporativo, desenvolvendo estratégias de marcas corporativas. Branding pode ser considerado uma filosofia profissional que trabalha com ações de marketing, design, gestão, psicologia propaganda para criar uma relação de intimidade entre o cliente e o bem, organização e/ou serviço. A criação de uma marca deve estar respaldada pela missão, visão e valores de uma empresa.Identidade de marca é um conjunto exclusivo de associações com a marca que o estrategista de marcas ambiciona criar ou manter. 38/149 O registro é a maior forma de proteger uma marca. O licenciamento ocorre quando há a cessão de direitos de uso de uma propriedade para terceiros. Considerações Finais (2/2) Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa39/149 Referências AAKER David. Marcas. Brand Equity, gerenciando o valor da marca. São Paulo: Elsevier, 1998. BEDBURY, Scott. O novo mundo das marcas: 8 princípios para sua marca conquistar liderança. Rio de Janeiro: Campus, 2002. HAIGH, David. Marca: valor Intangível, medindo e gerenciando seu valor econômico. São Paulo: Atlas, 2003. HOOLEY, Graham J., SAUNDERS, John A .; PIERCY, Nigel F. Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo – tradução Robert Brian Taylor. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. KELLER, K. L.; MACHADO, M. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P. & ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 9. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2008. McCARTHY, E. Jerome & PERREAULT Jr. Marketing Essencial: “Uma Abordagem Gerencial e Global”. São Paulo: Atlas, 2007. REVOYR, Jack, A Primer on Licensing, Kent Press, Stamford, CT, 1995. Unidade 1 • Branding e Identidade Corporativa40/149 SCHULTZ, D. E. & BARNES, B. E. Campanhas estratégicas de comunicação de marca. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. TOMIYA, Eduardo. Gestão do Valor da marca. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2010. 41/149 1. Quanto a marcas pode-se afirmar: I. A marca é um sinal que diferencia bens e serviços e as organizações a que pertencem. II. A marca é representada sempre por uma figura. III. As marcas permitem que as empresas destaquem seus produtos. IV. As marcas dão identidade somente a bens tangíveis. a) I e III corretas. b) I, II e III corretas. c) II e III corretas. d) I e IV corretas. e) II e IV corretas. Questão 1 42/149 2. A Identidade de marca tem por objetivo: a) Estabelecer relações genéricas entre o produto e o mercado. b) Desenvolver relações mais estreitas entre o mercado e a marca. c) Estabelecer os parâmetros de atuação em curto prazo para a empresa. d) Direcionar somente os esforços de comunicação. e) Direcionar somente as estratégias de preço. Questão 2 43/149 3. O licenciamento é vantajoso para algumas marcas, por quê? a) Repassa a responsabilidade da marca para o licenciado. b) O licenciador passa a administrar somente os ganhos financeiros. c) Auxilia na pulverização e reconhecimento da marca. d) Centraliza os esforços de pulverização. e) Permite o uso apenas de parte da imagem da marca. Questão 3 44/149 4. Quanto ao registro de marcas, é incorreto afirmar: a) O registro é a forma de proteger parcialmente uma marca. b) O registro deve seguir as normas da administração nacional de marcas. c) A marca devidamente registrada estará mais protegida, principalmente em um mercado de concorrência acirrada. d) As etapas do processo de análise para registro de marcas são: exame quanto à forma, exame quanto ao mérito, publicação e oposição, registro, renovação. e) É importante enviar a reprodução gráfica da marca e descrição do produto relacionado à marca. Questão 4 45/149 5. Quanto à percepção e extração de valor é incorreto afirmar: a) P&D melhor percepção dos produtos. b) Patentes – Percepção de melhor atendimento. c) Distribuição – Percepção de inovação. d) Financeiro – Percepção de descontos da marca. e) Cultura organizacional – Atributos emocionais. Questão 5 46/149 Gabarito 1. Resposta: A. A marca pode ser representada por palavras e dão identidade a bens, serviços e organizações. 2. Resposta: B. A identidade de marca objetiva estreitar as relações entre marca e mercado e pode direcionar seus esforços para desenvolvimento de estratégias de comunicação, preço, público-alvo etc. 3. Resposta: C. O licenciamento auxilia na pulverização e reconhecimento da marca, porém o licenciador deve administrar a marca, tendo o cuidado com o desenvolvimento da imagem da mesma. 4. Resposta: A. O registro é a forma mais segura de proteger uma marca. 5. Resposta: D. Percepção de descontos da marca não é extração de valor. 47/149 Unidade 2 Gestão Estratégica de Marcas Objetivos 1. Identificar a importâncias das ações de posicionamento de marca. 2. Desenvolver modelos de valoração da marca. 3. Definir ações de gestão de marcas. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas48/149 Introdução As marcas, como instrumento de valor, mudaram o ambiente organizacional e os paradigmas das empresas. Estas mesmas empresas, ao avaliarem sua performance no mercado, obrigatoriamente tem que analisar o valor de sua marca, como o consumidor a percebe, o que entregam e como são identificadas. A marca pode ser incorporada ao ativo da empresa e isto define, hoje em dia, o modo como as empresas a trabalham. Para que o sucesso seja iminente há a necessidade da definição de estratégias de posicionamento no mercado. O posicionamento irá definir o modo como a marca irá atuar junto ao público-alvo. A gestão e o direcionamento da marca farão a diferença no momento de sua identificação e associação. 2.1 Posicionamento, Missão, Visão e Valores de Marcas. Como você viu na unidade 1, o mercado é formado por um grande número de empresas que tem formas de gestão particulares e individuais. Estas formas estão relacionadas com sua área de atuação, tamanho e sua situação no mercado. Após elaborar um planejamento, a organização deve ter em mãos quais estratégias irá utilizar para divulgar a sua marca e a marca dos produtos. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas49/149 Muitas vezes o que ocorre é a criação de um marca muito forte na mente do consumidor diante dos produtos ofertados pela empresa, e que em muitos casos a marca ou o nome da empresa em si não é conhecido. Quando uma empresa for colocar no mercado um produto novo, poderá optar por usar (Aaker, 2001): • Marca guarda-chuva: ainda pouco usada no Brasil, a Marca guarda- chuva tem como característica colocar sob um mesmo nome vários produtos, é uma forma de fixar na mente do consumidor a Marca, todos os produtos da empresa possuem o mesmo nome, o que facilita a introdução de novos produtos no mercado aproveitando-se do sucesso da Marca já estabelecida, diminui os custos de Desenvolvimento e criação de nova Marca, mas também pode ocorrer o oposto, quando um produto dá errado e interfere diretamente nos demais produtos da empresa, pois na mente do consumidor a Marca é tão presente que um pequeno deslize é fatal para toda a gama de produtos ofertados; • Marca individual: esta estratégia é usada para dar maior poder ao produto, cada um deles possui o seu nome e traz consigo as características do produto, sendo altamente competitiva e exigindo Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas50/149 um investimento considerável em Pesquisa e Desenvolvimento, mas também deixa claramente visível que caso um produto da empresa não seja bem aceito, não afetará os demais, pois não há conexão entre ambos na mente do consumidor, também conquista muito mais espaço nas prateleiras dos pontos de venda; • Marca mista: uma empresa pode usar as duas estratégias anteriores dentro do seu portfólio de produtos e serviços, unindo a vantagem de aproveitar-se do nome já reconhecido no mercado com a possibilidade de criar Marcas “independentes”, o que diminuirá os custos de lançamento, como também poderá afetar os demais produtos ou a imagem da organização caso um produto não seja bem aceito no mercado. • Link Sobre marcas próprias, leia o artigo abaixo indicado: YOKOYAMA, Marcos Hideyuki; SILVA, Andrea Lago da; PIATO, Éderson Luiz. O desenvolvimento de marcas próprias: estudo comparativo entre o varejo e fornecedores da indústria alimentícia. Gest. Prod., São Carlos, v. 19, n. 3, p. 543-556, 2012. Muitomais do que conhecer bem o produto, o profissional de Marketing deve analisar muito bem qual é a melhor estratégia de marca a ser utilizada. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas51/149 As possibilidades de sucesso dependem dos estudos de mercado, do público-alvo desejado, dos investimentos disponíveis para a criação de novos produtos ou comunicação, como também da concorrência, além do lugar que esta pode ocupar, ou seja, uma posição confortável no mercado e usar das estratégias para não permitir que os demais conquistem espaço e presença na mente do consumidor. As estratégias de posicionamento de marca e atribuição e gestão do valor da mesma auxiliam uma marca a criar laços com o mercado. 2.2 Posicionamento de marca. Já foi constatada a importância do posicionamento de uma marca, porém a definição e a forma de utilização são amplamente discutidas por vários autores e profissionais de mercado. Com exceção do momento em que está em um mesmo quadro de referência que a concorrência, o posicionamento é intimamente ligado ao conceito de imagem e associação em um contexto de atributo. O bom posicionamento de uma marca pode ser, na maioria das vezes, decorrente de fortes associações, o que a levará a ocupar uma posição competitiva interessante. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas52/149 Para Aaker (2001), a posição de uma marca reflete a percepção do público em relação a ela. Arnold (2002) define posicionamento como sendo “um processo pelo qual a empresa oferece a marca ao consumidor”. Esta definição é consequência da constatação que a marca é, em sua essência, uma percepção do consumidor. Parece genérico e simples, no entanto, todo o processo de oferta da marca ao mercado envolve atendimento, canais, serviços oferecidos, comunicação, pós venda, canais de disseminação. Tomiya (2010) ainda finaliza dizendo que esse processo, sendo bem estruturado, pode gerar uma percepção similar ao que se define como branding (percepção de consumidores). Para desenvolver e estabelecer o posicionamento de uma marca, devem ser apresentados a descrição dos consumidores, os objetivos e os diferenciais estratégicos da empresa. Todo o trabalho ligado à utilização da marca e sua entrega aos pontos de contato deve estar respaldado pelo posicionamento. A proposta de valor e identidade de uma marca tem como parte do seu composto o posicionamento de marca, e este deve ter estar ligado a estes questionamentos abaixo (TOMIYA, 2010, p. 60): • O posicionamento da marca deve incorporar quais elementos de identidade da mesma e de sua proposta de valor? • Quais seriam as audiências primárias e secundárias? Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas53/149 • Quais os objetivos de comunicação? • Há necessidade de ajuste na imagem atual? • Quais são as lacunas em relação a posicionamento? • Quais os pontos que diferenciam a marca? O modo de apresentação do posicionamento de marca pode adotar vários formatos, variando de acordo com a empresa, no entanto, alguns itens são obrigatórios: - Descrição dos consumidores-alvo. - Características de identificação desses consumidores, trabalhando variáveis demográficas e psicográficas relacionadas ao setor da empresa e utilização da marca. - Identificação dos objetivos oferecidos ao público-alvo da marca. - Definição dos motivos pelos quais a marca é superior aos concorrentes no que se refere à referência. - Definição das crenças. Posicionar uma marca é dar ênfase às ca- racterísticas que a distingue de outras junto ao público-alvo, além disso, é importante se atentar ao ciclo de vida da marca. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas54/149 Figura 2.1: Ciclo de vida da marca. Fonte: TOMIYA, Eduardo. Gestão do Valor da Marca. 2ªed. São Paulo: SENAC, 2010. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas55/149 A marca não surge à toa, muitas vezes, ela é consequência de atributos de produtos fortes (KAPFERER, 2008). No ciclo de vida acima, você pode ver a etapa 1 (T1), que é a fase de entrega de produtos. A próxima fase está ligada ao convencimento das pessoas (T2 e T3). São as fases em que o produto dá origem à marca. Na fase T4, ela passa a ter personalidade junto aos consumidores, instituindo atributos e associações. No momento T5, a marca cria percepção de identificação, em que tudo que produz tem os atributos da marca. É o posicionamento efetivo. O ciclo de vida é essencial na evolução da marca, uma vez que há um efeito cumulativo em cada fase. Nele deverão ser articulados elementos emocionais, físicos, de relacionamento e tangíveis. A definição do posicionamento de uma marca irá descrever a audiência, o negócio, a entrega, os diferenciais e as principais lacunas de posicionamento. Este posicionamento deve ser confiável, relevante, único e perene. Articular o posicionamento é crucial para o sucesso da marca. Para isto é importante identificar as oportunidades de posicionamento. Uma abordagem muito utilizada é a avaliação de três dimensões (TOMIYA, 2010): Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas56/149 • Estratégia de negócio: é o momento do questionamento da visão a longo prazo da empresa, o caminho a seguir, suas pretensões. • Marcas fortes têm estratégias de negócios bem definidas, com missão, visão e políticas claras. • Diferenciais competitivos: estudiosos dizem que a marca é desenvolvida de dentro para fora. Para isto é necessário análise dos diferenciais competitivos internos e externos. É a definição do que a empresa pode oferecer e é competente para entregar ao mercado. • Necessidades dos públicos estratégicos: ao se definir atributos para uma marca pode-se identificar as pessoas que estão sendo buscadas pela concorrência e aqueles que ainda não foram identificados pela mesma. As necessidades desses públicos são inequívocas e nenhuma empresa pode se apropriar (TOMYIA, 2010). Para finalizar, indica-se utilizar a matriz de atributos como ferramenta para implementar a estratégia de marcas. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas57/149 Para saber mais Crença é uma convicção profunda e sem justificativas racionais. É uma disposição meramente subjetiva para considerar algo certo ou verdadeiro por razões meramente subjetivas. Uma crença não é (não precisa ser) racionalmente comprovada. Logo, pode não ser fidedigna à realidade e representa o elemento subjetivo do conhecimento. 2.3 Brand Equity. Valor da marca. A marca, hoje em dia, é fator condicionante de compra de grande parte de bens e serviços. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas58/149 As atenções cada dia mais se voltam para detalhes relacionados à marca. Isso ocorre porque houve um aumento no nível de exigência do consumidor, reflexo da sociedade do conhecimento. 2.3.1 Brand Equity Os chamados ativos intangíveis, hoje, são uma das maiores fontes de criação de valor para as organizações. Aaker (2001) comenta que em 1997, a Microsoft ultrapassou a GE em valor de mercado. Então, pode-se ver uma empresa de serviços, tecnologia, conhecimento, ultrapassando uma empresa forte, que produz bens tangíveis. Hoje, estima-se que a Microsoft seja a segunda marca que mais tem valor no mundo, sendo o primeiro lugar ocupado pela Coca-Cola. Em termos financeiros, houve uma valorização das marcas fortes no mercado, sendo a marca um dos parâmetros de análise para investimento. Há uma relação comprovada entre o fortalecimento de uma marca e sua performance no mercado. As marcas criam valor econômico para as empresas, porque influenciam a oferta e a demanda. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas59/149 Figura 2.2: Lacunas entre valor econômico e de mercado. Fonte: TOMIYA, Eduardo. Gestão do Valor da Marca. 2ªed. São Paulo: SENAC, 2010. Em mercados de alta concorrência, quem estabelece o preço é o mercado, o que tem como consequência preços mais altos e pouca procura. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas60/149 A marcapossui a capacidade de valorizar um produto e, assim alterar seu preço de mercado. Além disso, influencia diretamente no ciclo de vida de produto e na retenção de mercados. Tudo isto se dá por meio da relação funcional, emocional e filosófica com consumidores e stakeholders (AAKER, 2001). A marca garante a qualidade, satisfaz necessidades e desenvolve identidade. Pensando nisto, entende-se porque hoje as empresas monitoram o modo como a marca é percebida pelo mercado e desenvolvem modelos de gestão de valor de marca. O brand equity, para Aaker (2001, p. 16), “é um conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem do valor proporcionado por um bem ou serviço para uma empresa e seus consumidores”. Para determinar o brand equity, os ativos e passivos tem que estar relacionados ao símbolo ou nome da marca. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas61/149 Figura 2.3: Brand equity. Fonte: Aaker, David. Marcas. Brand Equity. Gerenciando o valor da marca. 2001. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas62/149 O brand equity cria então valor para a empresa e consumidor. A base do conceito está relacionada aos seus ativos, que estão agrupados em cinco categorias: • Lealdade à marca: uma empresa, para se manter no mercado, tem que conquistar consumidores, uma das atividades mais caras para a mesma e manter aqueles que já existem, o que tende a ter um custo menor, principalmente quando estes estão satisfeitos. Com o lançamento de novos produtos e novas marcas em menores espaços de tempo, há uma corrida para estabelecer diferenciais. A lealdade dos consumidores diminui o grau de vulnerabilidade da marca a essa competição. Consumidores satisfeitos intimidam os concorrentes e os desencorajam a investir na atração dos mesmos, além disso a lealdade faz com que haja uma pressão pela disponibilidade do produto no comércio. • Conhecimento do nome: o conhecimento da marca leva a uma sensação de familiaridade, intimidade, gerando um conforto maior na hora da decisão. Essa familiaridade liga a marca à qualidade, portanto uma marca conhecida tem vantagens sobre outras marcas. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas63/149 • Qualidade percebida: a percepção do consumidor em relação à qualidade da marca influencia sua decisão de compra e também a lealdade, principalmente quando o mesmo não quer ou não sabe fazer uma análise detalhada. A qualidade pode ser a base de uma extensão de marca (AAKER, 2001). • Conjunto de associações: o valor atribuído a uma marca está muito relacionado às associações feitas a ela. Estas associações podem ser de um contexto de uso, um personagem, estilo de vida, personalidade etc. Ter um atributo-chave que dá suporte a essa marca amedronta os concorrentes. • Outros ativos: patentes, relações com canais de distribuição, patentes etc. 2.3.2 Valor da marca Valor de uma marca é mensurar a força e o poder da mesma, quanto ela vale para o mercado, ou ainda quanto pagam pelos seus ativos. O processo se inicia com o valor da marca na cabeça do consumidor, a partir disso a marca recebe por esse valor na forma de lucros. Quanto maior o valor da marca, maior os dividendos para os acionistas. É importante identificar e desenvolver os enfoques estratégicos para dar valor a uma marca. Estes enfoques tornam-se mais Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas64/149 importantes ainda a partir do momento que se analisa algumas possibilidades: a) Ela pode ser comprada ou vendida e seu valor deve estar bem estabelecido. b) Necessidade de justificar os investimentos na marca, por exemplo, ressaltando que este investimento aumentará o valor da marca. c) A avaliação enfatiza e aprofunda o conceito de brand equity. Existem cinco enfoques para calcular o valor do brand equity (KELLER, 2006): • Premium Price: é a receita extra, proporcionada pelo conhecimento do nome, qualidade percebida, associações e lealdade. Ela pode ser reinvestida para criar mais valor ou para aumentar os lucros. Pode-se analisar o premium price observando os níveis de preços e suas oscilações no mercado, fazendo pesquisa com consumidor, análise de trocas, e disposição de pagamento. A partir da análise do sobrepreço, o brand equity em determinado período seria o diferencial resultante, multiplicado pelo volume vendido. • Nome da marca e preferência do consumidor: para produtos com preços muito similares, pincipalmente, um caminho é analisar a influência e o impacto da marca no momento de avaliação Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas65/149 da mesma pelo consumidor. Aqui, o valor da marca é medido pela atitude, preferência e intenção de aquisição ou compra. É fundamental entender qual a contribuição do nome da marca para a lealdade do consumidor. Nesse caso, o brand equity seria demonstrado como sendo o valor marginal de vendas extras (participação no mercado), proporcionado pelo nome da marca. Na prática é como se você analisasse qual seria a redução de vendas sem a utilização do nome da marca em um determinado período. O brand equity seria representado pelo lucro sobre as vendas marginais perdidas (KELLER, 2006). É importante ressaltar que essa é uma forma de avaliação que não contempla o impacto no futuro das mudanças que podem ocorrer n marca (qualidade, preço). • Custos de substituição: é uma comparação entre o nome da marca comparável e o negócio. Nesse caso, o lançamento de um novo produto deve ser analisado em termos de retorno e comparado a um produto com marca estabelecida. • Movimento de preços das ações: é o brand equity ser calculado a partir do valor das ações de mercado da marca. Aqui leva-se em consideração o preço na bolsa de valores e o número de ações. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas66/149 Aaker (2001) diz que os custos de substituições de ativos tangíveis (fábrica, equipamentos, dinheiro e estoques) são subtraídos. A diferença, os ativos intangíveis, é atribuída a três valores: brand equity, fatores independentes à marca, como patentes, por exemplo, e fatores industriais (regulamentação e concentração). Essa forma de avaliação, normalmente serve para empresas que trabalham com marcas fortes, e que assim possuem ações na bolsa. • Brand equity com base em lucros futuros: é o valor presente descontado de lucros futuros que são atribuídos aos ativos do brand equity. Existe certa dificuldade em calcular estimativas, no entanto uma das formas é utilizar o plano de longo prazo da marca (AAKER, 2001). Em linhas gerais significa descontar os lucros projetados. O que se considera nesta projeção é a força da marca e suas consequências entre os concorrentes. Caso o plano não exista ou não seja disponibilizado, outra forma de análise é estimar lucros correntes e usar um multiplicador sobre o mesmo. Para estimar lucros, utilizam- se os lucros atuais e retiram-se valores extraordinários. Nesse caso, é importante estimar a vantagem competitiva da marca para determinar o valor do multiplicador real. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas67/149 Vale ressaltar que para avaliar uma marca quanto às suas cinco dimensões, já vistas nesta unidade, é necessário obter algumas respostas, tais como: • Níveis de lealdade à marca por segmento? • Consumidores estão satisfeitos? • Quais as sugestões obtidas nas entrevistas de saída? • Por que consumidores deixam a marca? • Quais os problemas com a compra e uso da marca? • Qual o valor como ativo da marca e o conhecimento da mesma? • Nível de conhecimento da marca em relação aos concorrentes. • Qual o nível de consideração da marca? • Quais são as tendências em relação ao conhecimento da marca? • O problema está no conhecimento da marca? • O que pode ser desenvolvido para melhorar o conhecimento da marca? • Qual é o fator determinante da qualidade percebida? • O que é considerado importantepara o consumidor? • O que indica qualidade? Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas68/149 • Há a valorização da qualidade percebida? • Como estão os preços e as margens? • Como os concorrentes agem em relação à qualidade percebida? • Quanto vale o nome da marca? (conseguido nos chamados ‘). • Qual a imagem mental estimulada pela marca? • A imagem pode ser considerada uma vantagem competitiva? • Existe algo que marque a marca, como um slogan ou um símbolo? • Qual o posicionamento da marca e da concorrência? • Quais as associações fortes e o que significa a marca? • Existem vantagens competitivas consideradas sustentáveis? • Há uma patente ou marca registrada importante? As respostas a essas questões facilitam um diagnóstico quanto à posição e ao valor de uma marca. Para saber mais Testes cegos São aqueles testes em que as pessoas vão experimentando alguns produtos, um de cada vez, num espaço de tempo o suficiente para o testado sentir a diferença entre eles. Muito usados nos testes de cervejas. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas69/149 Glossário Stakeholders: É qualquer pessoa ou organização que tenha interesse ou seja afetado pelo projeto. A palavra vem de: Stake – interesse, participação, risco; Holder – aquele que possui. Sobrepreço: Ocorre quando uma cotação de um bem ou serviço é superior ao valor praticado pelo mercado. Gestão do valor: É um estilo de gestão que se tem desenvolvido a partir de métodos baseados no conceito de valor e na abordagem funcional. Conceitualmente, a gestão pelo valor considera como principal objetivo a obtenção de mais valor para todas as partes interessadas. http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Estilo_de_gest%C3%A3o&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor Questão reflexão ? para 70/149 Pegue uma marca não muito conhecida e desenvolva um projeto de posicionamento de marca. Pense na marca como um instrumento estratégico para a venda dom produto. 71/149 Considerações Finais (1/2) As marcas, como instrumento de valor, mudaram o ambiente organizacional e os paradigmas das empresas. Após elaborar um planejamento, a organização deve ter em mãos quais estratégias irá utilizar para divulgar a sua marca e a marca dos produtos. O bom posicionamento de uma marca pode ser, na maioria das vezes, decorrente de fortes associações. Posicionar uma marca é dar ênfase às características que a distingue de outras junto ao público-alvo. Brand equity é um conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem do valor proporcionado por um bem ou serviço para uma empresa e seus consumidores. 72/149 Valor de uma marca é mensurar a força e o poder da mesma, quanto ela vale para o mercado, ou ainda quanto pagam pelos seus ativos. Considerações Finais (2/2) Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas73/149 Referências ARNOLD, David. Handbook of brand management. Hertfordshire: Ashridge Business School. 2002. AAKER, David. Marcas. Brand Equity, gerenciando o valor da marca. São Paulo: Elsevier, 1998. BEDBURY, Scott. O novo mundo das marcas: 8 princípios para sua marca conquistar liderança. Rio de Janeiro: Campus, 2002. HAIGH, David. Marca: valor Intangível, medindo e gerenciando seu valor econômico. São Paulo: Atlas, 2003. HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John A .; PIERCY, Nigel F. Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo – tradução Robert Brian Taylor. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. KAPFERER, Jean-Noel. Que vai mudar as marcas. Rio de Janeiro: Bookman Companhia Ed., 2006. KELLER, K. L.; MACHADO, M. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P. & ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 9. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2008. McCARTHY, E. Jerome; PERREAULT Jr. Marketing Essencial: “Uma Abordagem Gerencial e Global”. São Paulo: Atlas, 2007. Unidade 2 • Gestão Estratégica de Marcas74/149 REVOYR, Jack. A Primer on Licensing, Kent Press, Stamford, CT, 1995. SCHULTZ, D. E.; BARNES, B. E. Campanhas estratégicas de comunicação de marca. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. TOMIYA, Eduardo. Gestão do Valor da marca. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2010. 75/149 1. Quando uma empresa for colocar uma marca no mercado, ela pode op- tar por: a) Marca Guarda-chuva. Marca personalizada. Marca diversificada. b) Marca Guarda-chuva. Marca Individual. Marca Mista. c) Marca simples. Marca Individual. d) Marca Guarda-chuva. Marca Mista e Marca tratada. e) Marca diversificada e Marca personalizada. Questão 1 76/149 2. A respeito de Brand Equity, é correto afirmar: a) É o conceito de identidade e construção de marca. b) Estabelece o ponto central da marca. c) É o que determina o valor total da marca d) Está relacionado ao conjunto de ativos e passivos e sua relação com uma empresa e seus consumidores. e) É o conceito do design da marca. Questão 2 77/149 3. Quanto ao premium price, pode-se afirmar: I. É a receita extra, proporcionada pelo conhecimento do nome, qualidade percebida, associações e lealdade. II. Ela pode ser reinvestida para criar mais valor ou para aumentar os lucros. III. É o que se dá de desconto ao consumidor a partir do valor da marca. IV. Estabelece as bases de desenvolvimento de uma marca. a) I e II estão corretas. b) II e III estão corretas. c) II e IV estão corretas. d) I e IV estão corretas. e) III e IV estão corretas. Questão 3 78/149 4. A afirmativa correta quanto aos custos de substituição é: a) É uma comparação entre o nome da marca comparável e o negócio. b) O lançamento de um novo produto deve ser analisado em termos de investimento, sem olhar uma marca estabelecida. c) É a análise de tempo de mercado entre dois produtos. d) Identifica o volume de compra de cada marca para calcular seu valor. e) Não é um dado que merece atenção no momento de atribuir valor à marca. Questão 4 79/149 5. Quanto à associação de marcas não se pode afirmar: a) O valor atribuído a uma marca está muito relacionado às associações feitas a ela. b) As associações podem ser de um contexto de uso, um personagem, estilo de vida, personalidade. c) A associação acaba sendo um atributo-chave que dá suporte a essa marca amedronta os concorrentes. d) A associação de marcas só é feita entre marcas concorrentes. e) A associação auxilia no desenvolvimento de uma identidade de marca. Questão 5 80/149 Gabarito 1. Resposta: B. Quando uma empresa vai colocar sua marca no mercado, ela poderá optar por Marca Guarda-chuva, individual ou mista. 2. Resposta: D. Está relacionado ao conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem do valor proporcionado por um bem ou serviço para uma empresa e seus consumidores. 3. Resposta: A. Premium price é receita extra, proporcionada pelo conhecimento do nome, qualidade percebida, associações e lealdade e ela pode ser reinvestida para criar mais valor ou para aumentar os lucros. 4. Resposta: A. É uma comparação entre o nome da marca comparável e o negócio. Nesse caso o lançamento de um novo produto deve ser analisado em termos de retorno e comparado a um produto com marca estabelecida. 5. Resposta: D. As associações podem ser de um contexto de uso, um personagem, estilo de vida, personalidade. 81/149 Unidade 3 Planejamento de Pesquisa de Mercado Objetivos 1. Identificar a importâncias da realização de uma pesquisa de mercado. 2. Entender como os resultados auxiliam na tomada de decisões estratégicas. 3. Desenvolver um projeto de pesquisa. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado82/149 Introdução Há muitos questionamentos sobre a necessidade e validade de uma pesquisa de mercado. No entanto, é importante fazer a relação da informação com a pesquisa. Qual empresa se desenvolve sem informações? Não há como sobreviver no mercado sem informações atuais, relevantes e confiáveis.As empresas inovadoras e que tem sucesso utilizam a informação como ferramenta de trabalho. A captação dessas informações é que é algo difícil no âmbito informal, uma vez que não há como atestar a veracidade das mesmas. Nesse momento, surge a pesquisa de mercado como um instrumento de captação de dados e informações de mercado que auxiliarão na tomada de decisões estratégicas das organizações. 3.1Conceitos de Pesquisa de Mercado Pesquisa de mercado “é a função que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de marketing por meio de informações. Informações estas usadas para identificar e definir oportunidades e problemas de mercado; gerar, aperfeiçoar e avaliar ações de marketing; monitorar desempenhos” (McDaniel, 2006). Sintetizando, a pesquisa de mercado trabalha com planejamento, coleta e análise de dados específicos e importantes Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado83/149 que auxiliam a tomada de decisões mais seguras. É uma ferramenta utilizada para tomar decisões. seus diferenciais de forma coerente e estratégica. Obter dados corretos do setor de atuação não garante, mas auxilia o posicionamento mais coerente de marcas, produtos e organizações. Para isso, estas organizações devem decidir se querem buscas dados novos ou se irá utilizar os que já foram coletados e estão disponíveis. É importante diferenciar os conceitos de dados e informações. Isto faz com que não haja dúvidas do que se tem em mãos no momento da decisão. Dados são os itens que se busca junto ao mercado, ou que alguém já buscou e não foram trabalhados ainda com foco no setor O entendimento do mercado, suas preferências, concorrência, motivos de compra e não compra são fundamentais para que as empresas estabeleçam Link Agora faça um link. Busque artigos e capítulos de livro sobre o assunto e faça uma imersão conceitual, ampliando o seu repertório na hora de tratar estrategicamente os negócios Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado84/149 ou no interesse específico da empresa. Ele é bruto. A informação, por sua vez, tem como matéria-prima o dado, ou seja, a informação é o dado trabalhado, analisado com foco no setor ou interesse específico da empresa. A pesquisa exerce três funções específicas: • Função descritiva: apresenta fatos através da inclusão de dados • Função diagnóstica: explica dados e ações. • Função prognóstica: identifica vantagens que podem ser tiradas de oportunidades que irão surgir. A pesquisa de mercado auxilia os gestores no entendimento do mercado e em como aproveitar as oportunidades que existem e que podem vir a existir. Não deve ser desenvolvida como última saída ou a mais imediata. Deve-se considerar alguns fatores, no momento de decidir a execução de uma pesquisa: • Relevância: é a base da pesquisa, que não dever ser realizada apenas por curiosidade ou para respaldar decisões já tomadas. É o fator que ajuda a antecipação de dados que serão necessários. • Tipo e natureza da informação: a decisão de se fazer uma pesquisa depende do tipo de informação que se procura e onde lá se encontra. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado85/149 • Momento: as decisões que dependem de informações tem um cronograma a seguir, uma data limite para serem tomadas. Isto determina o momento da pesquisa. • Disponibilidade de recursos: a ausência de recursos básicos para se realizar uma pesquisa pode levar a erros graves e distorções que podem levar a uma decisão equivocada. • Análise custo benefício: determinar o valor da informação que se busca. 3.1.1 Sistemas de Informação de Marketing Para Aaker (2010), o SIM “é uma estrutura interativa e contínua de pessoas, equipamentos e procedimentos, projetada para coletar, classificar, analisar, avaliar e distribuir informações corretas em tempo hábil”. O que ocorre é que a pesquisa de marketing busca informações e o SIM gerencia as informações coletadas no ambiente de marketing. O ambiente está dividido em dois outros tipos: • Microambiente: fornecedores, parceiros, intermediários, empresa, concorrentes e público-alvo. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado86/149 • Macroambiente: ambientes físico, tecnológico, demográfico, sociocultural, econômico, político e legal. O objetivo de um SI é ser fornecedor de informações relevantes e direcionadas para determinado setor ou tema. Ele é formado por: • Dados: entradas que podem ser coletadas de várias fontes. Os dados brutos, não trabalhados não tem muito sentido. Eles passam pelo processo de coleta, classificação, armazenagem e emissão de relatórios. • Processador: quem faz o processo acima citado acontecer. • Informação: dado trabalhado. • Controle: organização e direcionamento das informações. Um SIM eficiente auxilia gestores a tomar decisões estratégicas para o negócio. Segundo Conrad Berenson (2006), as maiores vantagens de se usar um SIM são: • Mais informação dentro de um cronograma determinado pela organização. • Com essas informações, a empresa pode melhorar seu desempenho no mercado. • Descentraliza informações dispersas. • Selecionar informações e utilizá-las de forma adequada. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado87/149 • Reconhecimento rápido de tendências. • Melhor utilização do material trabalhado pela empresa. Direciona para região, perfil. • Controle do plano de marketing. • Identificação de informações importantes que levem a decisões radicais, como tirar um produto do mercado. Existem diversas outras vantagens, sendo que citamos aqui algumas para serem pensadas. O SIM é formado por alguns subsistemas (SAMARA, 1997): • Sistema de relatórios internos: fornece dados de vendas, fluxo de caixa, produção, despesas. • Inteligência de marketing: informações cotidianas fornecidas por vendedores, distribuidores, publicações, relatórios etc. • Pesquisa de marketing: identificação de problemas e oportunidades de mercado. • Analítico de marketing: processos analíticos que dão apoio aos gestores. Análise de regressão, análise fatorial, modelos matemáticos e gráficos. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado88/149 3.2 Etapas do Processo de Pes- quisa de Mercado. Para desenvolver uma pesquisa de mercado, há a necessidade de um planejamento prévio. Este planejamento estabelece a ordem de acontecimentos e o grau de interdependência nas suas definições para que os dados coletados sejam úteis (SAMARA, 1997). Vale ressaltar que o projeto pode ser alterado enquanto está sendo desenvolvido, porém, a cada alteração, o mesmo deve ser todo reavaliado. Para saber mais S.I.M.: para as organizações atuais terem vantagem competitiva no mercado e estarem à frente de seus concorrentes, elas precisam monitorar a todo o momento os acontecimentos que ocorrem no ambiente interno e no externo. O Sistema de Informação de Marketing (SIM) é essencial para apoiar o processo de decisão de marketing, fornecendo informações importantes para o gestor, pois contribui com a melhoria do processo de tomada de decisão em marketing, reduzindo o grau de incerteza e o risco de erros nas escolhas dos gestores. Fonte: VASCONCELLOS, Camila Leoni Nascimento Smith de. A importância do SIM como apoio às decisões de marketing. Portal Adnews, 2 mai. 2016”. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado89/149 As etapas de um projeto de pesquisa são: • Definição do problema: é a primeira ação do projeto e pode ser considerada a mais importante. Ele refere-se a uma necessidade real de informações em relação a um acontecimento ou situação que esteja causando dúvidas, questionamentos que precisam ser respondidos. Todo o restante do projeto é desenvolvido em função do problema de pesquisa. Nele, relata-se alguns problemas e oportunidades de mercado que derivam a necessidade de informações para tomada de decisões mais seguras. É uma constatação. Samara (1997)afirma que para que um problema seja bem explicitado e claro, deve-se fazer algumas perguntas, tais como: - Por que devo realizar esta pesquisa? - Com os resultados obtidos poderão ser tomadas quais decisões? - Os problemas e oportunidades identificados podem ter quais respostas? Durante o desenvolvimento do problema de pesquisa devem ser realizados estudos exploratórios de forma informal e flexível, para colocar o pesquisador em contato com a situação. Isto auxilia na identificação do problema. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado90/149 • Definir objetivos de pesquisa: sua identificação e descrição estão relacionadas com a busca de informações que solucionem o problema de pesquisa. Exige coerência com a etapa anterior. Um questionamento que ajuda na definição desses objetivos é: - Quais são as informações necessárias para resolver o problema de pesquisa. Estabelecer os objetivos de pesquisa pode originar do desenvolvimento de hipóteses, que são suposições passíveis de confirmação. As principais características dos objetivos de pesquisa são o nível de detalhamento alto e sua especificidade. Eles podem ser primários e secundários, quando o objetivo primário é o cerne da pesquisa, o que precisa realmente saber, e os secundários são decorrentes do primário. • Definir o método e tipo de pesquisa: a pesquisa de mercado, basicamente utiliza quatro métodos para seu desenvolvimento: - Pesquisa Qualitativa: usa amostras menores e não generalizável. Não existe cálculo de nível de confiança e significância estatística. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado91/149 O objetivo é conseguir informações mais profundas, subjetivas. Utilizam- se roteiros abetos. Um exemplo é a focus group. - Pesquisa Quantitativa: usada para testar uma determinada hipótese e tirar conclusões. O produto final, normalmente, são dados estatísticos com ampla estimativa de dados mais diversificados. Utilizam- se normalmente questionários estruturados. Um exemplo são os questionários, enquetes. - Técnicas de Observação: é a observação do fato em seu ambiente natural. Esse fato pode ser observado de uma vez ou ao longo de períodos. Exemplos são a análise do uso de produtos e a utilização de cookies para observar comportamento na internet. - Técnicas experimentais: busca o controle das variáveis, para isto cria- se um ambiente artificial. Depois disto, manipulam-se os dados, ou pelo menos, um dado. As pesquisas também podem ser classificadas quanto ao que ela vai fazer: - Pesquisa exploratória: utilizada para um entendimento geral da situação problema, considerando as hipóteses, variáveis. Tem como consequência o conhecimento prévio do que se vai pesquisar. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado92/149 Utiliza métodos não estruturados e qualitativos. - Pesquisa descritiva: é uma das mais utilizadas. As hipóteses geralmente são especulativas. Apesar de não ser causal, ela pode ser usada para previsões. - Pesquisa causal: demonstra causa e efeito em uma situação. Quando a descritiva não é suficiente, precisa-se comprovar que uma variável precede a outra. As pesquisas de marketing ainda podem ser classificadas quanto aos serviços oferecidos • Métodos de coleta de dados: os dados podem ser classificados como primários e secundários. Os dados primários são dados que devem ser coletados, ou porque nunca o foram, ou porque não estão disponíveis. Já os dados secundários são os dados que já foram coletados e estão disponíveis. Os métodos de coleta de dados se- cundários mais conhecidos são SIM, bancos de dados de outras organiza- ções, governo, associações, agências de dados com painéis de compra. Os dados primários são coletados com um foco, direcionados para aquele problema de pesquisa. Os meios de coleta desses dados são a pesquisa qualitativa, levantamentos e experimentos. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado93/149 • Formulário para coleta de dados: você verá com detalhe este assunto na unidade IV, mas são os instrumentos de pesquisa utilizados para coleta dos dados. • Amostragem: é a determinação de quem representará a população de pesquisa. • Técnicas amostrais: utilização de métodos específicos para determinar a amostra. • Cálculo amostral: identificação e cálculo do tamanho da amostra. • Pré-teste dos formulários de coleta de dados: teste dos questionários de pesquisa para identificar equívocos. • Trabalhos de campos: coleta dos dados. • Tabulação e análise dos dados. • Representação gráfica dos resultados. • Análise. • Recomendações ao cliente. Algumas das etapas acima citadas serão desenvolvidas com detalhes a seguir e na próxima aula. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado94/149 3.3 Técnicas Amostrais. Cálcu- lo Amostral. Erro amostral. Para desenvolver uma pesquisa que tenha como produto final dados relevantes, é importante que estes dados representem a opinião de um perfil específico da população. Para tanto, é necessário Link “Significância estatística de um resultado é uma medida estimada do grau em que este resultado é ‘verdadeiro’. Mais tecnicamente, o valor do nível-p representa um índice decrescente da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto o nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre as respectivas variáveis na população.” Disponível em: <http://www.inf.ufsc. br/~marcelo/intro.html>. Acesso em: 20 out. 2014. Para saber mais Focus Group Uma discussão objetiva, conduzida ou moderada, que introduz um tópico a um grupo de respondentes e direciona sua discussão sobre o tema, de uma maneira não estruturada e natural. (PARASURAMAN, 1986, p. 245) http://www.inf.ufsc.br/~marcelo/intro.html http://www.inf.ufsc.br/~marcelo/intro.html Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado95/149 identificar quem e quantas pessoas irão participar da pesquisa. Quando todas as pessoas de uma determinada população responderem à pesquisa, a mesma é chamada de censo (AAKER, 2010). É utilizado, principalmente, quando a população de pesquisa é pequena. O mesmo Aaker (2010) diz que a proporção de espectadores de um programa de TV, levantada pelo censo, ganha o nome de parâmetro. Quando um subconjunto dessa população é selecionado por possuir informações relevantes que represente a população, há uma amostra, ou seja, amostra é uma parte que representa uma população em uma pesquisa. É muito utilizada, uma vez que, quando a população de pesquisa é grande, fica inviável e, muitas vezes, impossível entrevistar todos. O processo de amostragem é formado pelas seguintes etapas: • Identificação da população-alvo. • Estrutura da amostra. • Procedimentos de amostragem. • Tamanho da amostra. • Execução da amostragem. • Coleta de dados. • Informações para tomada de decisões. Unidade 3 • Planejamento de Pesquisa de Mercado96/149 3.3.1 Técnicas amostrais Uma amostra influencia diretamente na qualidade da pesquisa de mercado. São várias as técnicas e procedimentos de amostragem, no entanto, trabalham-se as mais utilizadas. Elas são mais utilizadas em função de sua aplicabilidade e facilidade de entendimento. a) Amostras probabilísticas Nesse caso, utilizam-se conceitos estatísticos, pois todos os elementos têm chances iguais de participar da amostra. Há quatro tipos de amostras probabilísticas (MCDANIEL, 2003): • Simples: há igual probabilidade, diferente de zero de qualquer elemento da população de pesquisa ser escolhido para fazer parte da amostra por meio de sorteio. É a escolha aleatória. • Estratificada: usada quando há necessidade de dividir a população, chama-se estratos humanos, como idade, sexo, classe social. • Sistemática: elementos da amostra, que se chama de (n), serão selecionados aleatoriamente e a partir disso será determinado um intervalo. Para
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