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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES LICENCIATURA EM PEDAGOGIA Luma Karolina Ferreira Nunes RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO FUNDAMENTAL DIAMANTINA 2018 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES LICENCIATURA EM PEDAGOGIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENSINO FUNDAMENTAL Relatório de Estágio apresentado como exigência parcial para à aprovação na disciplina Orientação ao Estágio em Educação Fundamental do curso de Pedagogia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Orientador: Profª Drª. Nádia Maria Jorge Medeiros DIAMANTINA 2018 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES LICENCIATURA EM PEDAGOGIA Dados de Identificação do Estágio Estagiária: Luma Karolina Ferreira Nunes Período: 9º Período Curso: Licenciatura em Pedagogia Disciplina: Orientação ao Estágio em Educação Fundamental Docente: Prof. Drª. Nádia Maria Jorge Medeiros Escola de Campo: Escola Estadual Professora Isabel Motta Endereço: Rua Elvira Ramos Couto, 319 - Bom Jesus – Diamantina/MG 39100-000 Turma: 5º Ano - Vespertino Professor Regente: Cláudia Elizabeth Baracho Supervisor do Estágio: Carol Período do Estágio: 22/10/2018 a 24/11/2018 4 SUMÁRIO 1.Dados de Identificação do Estágio............................................................. 3 2. Documentação Comprobatória de Estágio............................................... 5 3. Introdução ...................................................................................................12 4.Referencial Teórico......................................................................................13 5.Metodologia................................................................................................. 15 5.1. Caracterização da escola e da turma de crianças onde o estágio foi realizado...........................................................................................................15 5.2. Objetivos do plano de estágio..............................................................16 5.3. Apresentação dos registros e da observação realizada no estágio............................................................................................................. 16 a. Descrição do ambiente da escola e da turma/sala............................. 16 b. Análise dos documentos (Projeto Político Pedagógico caso seja disponibilizado pela instituição e outros) ....................................................17 c. Análise das observações realizadas no estágio, relativas às atividades, aos espaços físicos, à organização dos tempos, aos momentos de brincadeiras, às interações entre as crianças e entre estas e os adultos, etc......................................................................................................................18 6. Análise e discussão da intervenção realizada..........................................19 7. Considerações finais...................................................................................19 8. Referências.................................................................................................. 21 9. Anexos..........................................................................................................22 5 TERMO DE COMPROMISSO PAGINA 1 TERMO DE COMPROMISSO 6 PAGINA 2 TERMO DE COMPROMISSO 7 PAGINA 3 DECLARAÇÃO DE ACEITE 8 9 FICHA I 10 FICHA II 11 FICHA III 3. INTRODUÇÃO 12 A Educação Fundamental é uma das etapas presentes na Educação Básica no Brasil, possuindo uma duração de 9 (nove) anos sendo dividido em duas etapas, o fundamental I e fundamental II, podendo ser oferecidas em instituições públicas ou privadas. O fundamental I atende crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade, na escolarização do 1ª ano até o 5ª ano. Já o fundamental II, acolhe alunos do 6º ao 9º ano. Em Diamantina/MG, o ensino em ambas etapas é ofertado em algumas escolas pelo estado de Minas Gerais e outras pelo próprio município. O presente relatório tem como finalidade a apresentação do que foi vivenciado e identificado na sala de aula. Em termos legais, o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia afirma que: O Estágio Supervisionado terá como princípio fundamental a relação teoria e prática social, como expresso no Art. 1º § 2º da LDB e, a partir do Parecer CNE/CP nº 5 de 13 de dezembro de 2005 e da Resolução CNE/CP nº 1 de 15 de maio de 2006, desenvolver uma perspectiva de indissociabilidade teoria-prática, que permita diálogos, construção, elaboração e ressignificação dos elementos teóricos (PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO, 2018, p.53). A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz na área dedicada ao Ensino Fundamental que deve-se valorizar as experiências lúdicas vivenciadas na Educação Infantil. Estimando os conhecimentos prévios, principalmente nos anos inicias do Ensino Fundamental, os alunos podem se expressar melhor sobre os eventuais conteúdos e compreenderem com mais zelo o novo mundo no qual estão se inserindo. As autoras Maria Socorro Lima e Selma Garrido em seu artigo Estágio e Docência: Diferentes Concepções proporcionam-nos reflexões acerca do que é um estágio, do que buscamos e compreendemos ao realizarmos um estágio. O compartilhamento entre teoria e prática, a oportunidade de aprendizagem e trocas de conhecimentos é de grande valia quando se trata do estágio supervisionado, uma vez que “auxiliados” pelos nossos orientadores conseguimos uma maior desenvoltura e tendemos a proporcionar o nosso melhor aos alunos. 4. REFERENCIAL TEÓRICO 13 Ao relatar sobre a atividade realizada, discorrerei em plural uma vez que a turma recebeu 3 (três) estagiárias e fizemos a intervenção em conjunto. No contato que tivemos com a professora regente da turma, a Cláudia, sobre os possíveis temas para a realização da intervenção, tivemos uma indicação de que, devido a data comemorativa do dia da Consciência Negra, trabalhássemos algo relacionado. Já sob orientação da supervisora do estágio, nos foi apresentado a boneca Abayomi. Procuramos informações sobre a boneca, que até então não conhecíamos, e ao conhecer sua história, seu direcionamento e confecção, decidimos por apresentá-la a professora Cláudia, a mesma aprovou e nos pediu que estendêssemos a nossa “oficina”aos alunos do 4º ano também. Logo, nos reunimos e fizemos o plano de aula da intervenção que segue abaixo: Plano de Aula Intervenção Pedagógica Disciplina: Orientação ao Estágio em Ensino Fundamental Docente: Nádia Maria Jorge Medeiros Silva Discentes: Giselle Mayara Prates Alves Mengali, Kelciane Larissa Costa e Luma Karolina Ferreira Nunes. Diamantina, 15 de Novembro de 2018 PLANO INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO ENSINO FUNDAMENTAL 1. Identificação Escola Estadual Professora Isabel Motta Disciplina: Orientação ao Estágio em Ensino fundamental Turmas: 4º e 5º ano Tema: Consciência Negra 14 2. Objetivos 2.1. Objetivo geral Trabalhar a consciência negra e o reconhecimento da diversidade étnico-racial. 2.2. Objetivos específicos Realizar uma contação de história como uma prática pedagógica; Incentivar a prática da leitura por meio da contação de histórias; Promover uma oficina educativa onde os alunos confeccionarão bonecas de nome Abayomi, utilizando retalhos de pano; Discutir a importância acerca da cultura afro-brasileira. 3. Conteúdo programático Artes, História e Português. 4. Linguagens envolvidas Linguagem corporal, Linguagem artística, Linguagem da Arte Têxtil. 5. Metodologia A intervenção foi planejada para ocorrer da seguinte forma: No primeiro momento será apresentada a boneca Abayomi para os alunos, após, será feita uma contação de história e, com isso, distribuídos os retalhos para que os alunos possam confeccionar suas próprias bonecas. 6. Recursos Tecidos diversos, cola, tesoura, régua, papel A4 e computador. 7. Avaliação Durante a feira de diversidade as bonecas Abayomi confeccionadas pelos alunos serão expostas e, com isso, eles ficarão responsáveis em relatar a história anteriormente contada na sala de aula pelas estagiárias. 8. Referências Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acessado em: 15/11/2018. Oficina de bonecas Abayomi resgata cultura afro. UFMG, 2017. Disponível em: https://www.ufmg.br/sbpcnaufmg/oficina-de-bonecas-abayomi-resgata-cultura-afro/. Acessado em 15/11/2018. 15 Figura1.Alunos da Intervenção. Fonte: Arquivo Pessoal. 5. METODOLOGIA 5.1 Caracterização da escola e da turma de crianças onde o estágio foi realizado O estágio foi realizado na Escola Estadual Professora Isabel Motta, na sala do 5º ano da professora Cláudia. Bem localizada, a escola possui dois pavimentos e uma quadra (esta, situada do outro lado da rua). O espaço físico é composto por 08 salas de aula, 01 secretaria, 01 diretoria, 01 sala dos professores, 02 banheiros sendo um feminino e outro masculino, 01 refeitório, 01 cozinha, 01 biblioteca e 01 sala de informática. Foi perceptível que há um certo tempo não há pintura na escola, visto que as salas possuem pinturas bem saturadas. Vi também que, por funcionar em 3 (três) turnos, no vespertino, a sala possui um número maior de cadeiras/carteiras do que necessita (o que acaba por causar uma pequena confusão na sala). A turma era composta por 24 (vinte e quatro) alunos, sendo a maioria meninos. Destes, acompanhei dois alunos que apresentavam maiores dificuldades de 16 aprendizagem, um deles, segundo a professora, possui laudo de deficiência intelectual, no entanto não tem professora de apoio. Nos dias em que participei das aulas notei que há alguns alunos bastante dedicados, todos muito educados, demonstrando respeito para com os demais funcionários. Figura 2. Frente da Escola. Fonte: Arquivo Pessoal. 5.2 Objetivos do plano de estágio Para concretização do estágio, o objetivo maior era participar diariamente das aulas e atividades propostas pela professora regente, deste modo seguiu-se o cronograma: 22/10/18 a 05/11/2018 - Observações participativas 06/11/2018 - Leitura do Regimento Escolar 21/11/2018 - Intervenção 5.3 Apresentação dos registros e da observação realizada no estágio a. Descrição do ambiente da escola e da turma/sala A escola está localizada em uma rua extensa e bastante movimentada. Há de frente uma das entradas listras no chão indicando a preferência dos pedestres, 17 no horário de início e término das aulas, um funcionário se dispõe a ficar olhando as travessias dos alunos. Como mencionado anteriormente, a escola não é muito vistosa, considerando a pintura e o acumulado de cadeiras/carteiras presentes nas salas de aula (algumas até mesmo quebradas) A sala era composta por cadeiras, carteiras, quadro-negro, alfabeto (localizado acima do quadro), uma televisão (que não vi ligada), dois armários (um que ficavam alguns pertences dos alunos e da professora e outro cheio de livros) e um ventilador. Por mais que a sala fosse utilizada por outras turmas em outros períodos, os enfeites presentes eram somente da turma do 5º ano. Durante o período de estágio estavam coladas nas paredes desenhos de diferentes formas de identificar as frações e porcentagens. Havia também uma decoração que continha as datas dos aniversários dos alunos. b. Análise dos documentos (Projeto Político Pedagógico caso seja disponibilizado pela instituição e outros) Segundo a supervisora, o Projeto Político Pedagógico da escola foi enviado a Superintendência Regional de Ensino para alterações, logo não foi possível ter acesso. Foi apresentado o Regimento Escolar. Elaborado em 2017, possui dados da escola como a origem do nome, objetivo específico da escola, das modalidades de ensino entre outros. De forma legal, a escola antes chamada Escola Combinadas “Professora Isabel Motta” foi criada pelo ato do Sr. Governador José de Magalhães Pinto de Minas Gerais, pelo decreto 6525 de 24 de março de 1962 e teve seu funcionamento autorizado pela Resolução SEE/MG nº 7217 de 10 de outubro de 1963. A atual Escola Estadual Professora Isabel Motta funciona hoje em 03 (três) turnos, atendendo alunos do próprio bairro e dos bairros próximos como Bela Vista, Cazuza e Cidade Nova. Há turmas de 1º ao 5º ano, do 6º ao 9º ano e 1º ao 3º ano do Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos, que contempla o ensino fundamental e o ensino médio. 18 c. Análise das observações realizadas no estágio, relativas às atividades, aos espaços físicos, à organização dos tempos, aos momentos de brincadeiras, às interações entre as crianças e entre estas e os adultos, etc. Iniciei o estágio na segunda-feira, dia 22/10/2018, muito bem recebida fomos (“fomos” visto ter mais de uma estagiária na mesma sala) apresentadas aos alunos pela professora, logo me posicionei no fundo da sala para melhor observação de primeiro contato. A primeira aula foi de matemática, brevemente, fui orientada a sentar com um dos alunos que possuía uma certa dificuldade. Posteriormente, a professora disse que este aluno com o qual tive meu primeiro contato direto possui laudo de deficiência intelectual, no entanto, não possui professora de apoio no tempo em que fica em sala. Há somente uma professora eventual que auxilia todos os alunos que possuem dificuldades, isso na biblioteca. Prosseguindo com as observações participativas, vi que os alunos, por mais longe que morassem, chegavam no horário correto. Uns 3 (três) possuíam livros literários (da série Diário de um Banana) e liam após o termino das atividades designadas pelaprofessora, me disseram que os livros eram r da própria escola. Interessante a escola possuir livros diferentes que instigam os alunos a exerceram o habito da leitura. Percebi também uma boa interação entre os alunos da própria sala, no entanto, quando horário de lanche do Fundamental II, eles praticamente não saem da sala, ao perguntar me eles me disseram que os outros alunos eram “chatos”, e quase não vi contado deles com os gestores da escola, somente com os funcionários auxiliares de serviços básicos. Devido a sala não possuir relógio, alguns alunos perguntavam o horário constantemente, principalmente antes do horário de lanche. Este me deixou um pouco intrigada por não ter horário fixo, todos os dias um funcionário ia na sala chamar (porque o Fundamental I não tem sinal) em horários distintos. Com isso os alunos ficavam um pouco dispersos pois ficavam na expectativa do horário de lanche. 19 6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DA INTERVENÇÃO Quando conheci e entendi a história da boneca Abayomi, fiquei muito empolgada para apresenta-la aos alunos. Ao ser proposto fazermos a intervenção com duas turmas, uma que não conhecia, me deu um certo receio por não conhecer a turma do 4º ano. No entanto, desafios são feitos para serem cumpridos. A intervenção foi realizada dia 21 de novembro, em uma quarta-feira. Como combinado anteriormente com a Cláudia, chegamos no horário inicial da aula e foi o tempo dos alunos se posicionarem para começarmos as nossas atividades. Com as duas turmas na mesma sala, explicamos primeiramente o porquê daquela atividade e começamos então a contar a história da boneca Abayomi. Tive receio de que os alunos, meninos, não quisessem confeccionar a boneca, já que culturalmente tem se que bonecas são para meninas. No entanto fui bastante surpreendida quando vi que todos se propuseram a fazer sua própria Abayomi. Foram 54 crianças em uma sala, de uma única vez confeccionando a boneca. Isso significava muitos chamados de: “Tia, não estou conseguindo dar o nó”, “Tia, me ajuda a fazer a roupinha”. E assim seguimos, as três estagiárias com o auxílio das duas professores, até todos terem terminado sua própria boneca. O nosso propósito como consta no plano de aula era de os alunos fazerem a boneca e exporem na feira que aconteceria no sábado seguinte, no entanto a animação e a vontade de ficar bom a boneca produzida era tanto que eles preferiram levar para a casa no mesmo dia. Em suma, considero que os objetivos propostos para a intervenção foram atingidos, até mais o que o esperado, com o dobro da quantidade de alunos. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao me matricular na disciplina de estágio, o primeiro sentimento foi empolgação, visto ser meu segundo estágio já tinha alguns propósitos almejados e mais curiosidade do que no primeiro estágio. No decorrer do trabalho de campo, pude perceber a realidade acerca do que é ser um professor de educação fundamental, como se dá o seu dia-a-dia na escola com os alunos e principalmente considerando as condições que são impostas. 20 A questão de ser uma única professora para todas as disciplinas é visto como um desafio, pois creio que a dedicação deve ser dobrada e também muito se deve investir na formação continuada, considerando as diversas transformações que ocorrem na educação. Foi notório que nem sempre é possível concluir o plano proposto ou as atividades propostas no tempo previsto, cada aluno tem seu tempo e isso deve ser respeitado, penso que, portanto, cabe à nós, futuros educadores, concentrarmos nosso exercício em prol do crescimento dos mesmos respeitando seus respectivos desenvolvimentos e contribuindo para que a melhoria doa alunos e da escola seja constante. 21 8. REFERÊNCIAS Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acessado em: 28/11/2018. BORSSOI, Berenice Lurdes. O Estágio na formação docente: da teoria a prática, ação-reflexão. Cascavel, 2008. LUGLE, Andreia M. C.; MAGALHÃES, Cassiana. O papel do estágio na formação do professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Londrina, 2013. OSTETTO, Luciana Esmeralda. O estágio curricular no processo de tornar- se professor. São Paulo, 1998. PIMENTA, Selma G.; LIMA, Maria Socorro L. Estágio e Docência: Diferentes Concepções. São Paulo. Cortez Editora. 2005/2006. Projeto Pedagógico Curso de Licenciatura Pedagogia, UFVJM, 2002. Disponível em: http://media.ufvjm.edu.br/content/uploads/sites/18/2014/09/Pedagogia-Projeto- Pedagógico.pdf. Acessado em 28/11/2018. 22 9. ANEXOS BONECAS ABAYOMI Há algum tempo atrás, haviam pessoas que moravam muito muito longe daqui, num lugar chamado África. De modo que, para chegar lá só se fosse pelo céu de avião ou pelo mar, nos navios. Em um dia não muito belo, português, espanhóis e ingleses foram em seus navios buscar pessoas que moravam na África, isso para elas trabalharem na condição de escravos para esses senhores comerciantes, pessoas que possuíam terras e que tinha uma boa condição financeira. Assim esses senhores colocavam os africanos nos navios, mas eles não eram muito grandes, logo, os africanos que se tornariam escravos, vinham nos porões dos navios. A viagem era longa, os países eram muiiiiito distantes e no porão dos navios era pai, mae, tia, filhos. Todos estavam a bordo para o nosso país, viriam ser escravos no Brasil. Nas más condições que lhe foram impostas, Para acalentar seus filhos que choravam muito durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.