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AMBIENTE CIRURGICO


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TÉCNICA OPERATÓRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
Ambiente e Centro cirúrgicos – Tomaz 
Século XVIII: operações eram realizadas com as roupas da rua, sujas de sangue e placas de pus. 
Começo do século XIX: começa a ser concebido o centro cirúrgico moderno, junto com os conceitos de assepsia, 
anestesia geral, administração seguida da anestesia, controle da infecção pós-cirúrgica, desenvolvimento de 
instrumentais. 
CONCEITO DE CENTRO CIRÚRGICO: local reservado para as atividades cirúrgicas, recuperação anestésica e 
recuperação pós-operatória imediata. 
RECURSOS FÍSICOS: equipamentos e materiais; anestesia; recuperação; serviços auxiliares. 
OBJETIVOS: máxima segurança aos pacientes e melhores condições de trabalho para a equipe técnica 
NORMATIZAÇÕES: 
• Colégio Americano de Cirurgiões 
• Ministério da Saúde 
• Governo do Estado 
• Secretaria de Saúde 
O CENTRO CIRÚRGICO MODERNO 
• Equipe multidisciplinar: médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitetos, físicos, administradores hospitalares 
• Aspectos a serem considerados 
o Número de leitos 
o Número de cirurgias/dia 
o Taxa de ocupação 
o Horários de utilização 
o Especialidades 
• Aspectos estruturais 
o Localização 
o Dimensões (de acordo com a demanda do hospital) 
o Componentes: Zona de proteção; Zona limpa; Zona estéril 
• Mais isolado do trânsito de pessoas e materiais 
• Mais próximo da enfermaria cirúrgica, Terapia Intensiva e Pronto-Socorro 
• Cirurgias de pequeno porte: 20m2 → oftalmo, otorrino, endoscopia 
• Cirurgias de médio porte: mínimo de 25m2 → cirurgia geral – TGI 
• Cirurgias de grande porte: mínimo de 36m2 → neuro, ortopedia, cardíaca 
• A sala “cresce” conforme a maior necessidade de equipamentos 
• Zona de proteção: vestiários (a entrada para o CC é pelo vestiário) + área de transferência do paciente (“janela” 
pela qual a maca do paciente atravessa para entrar no CC); 
• Zona limpa: tudo que estiver entre o CC e a zona de proteção 
o Corredores 
o Lavado 
o Sala de recuperação anestésica 
o Sala de conforto médico 
o Sala de depósito de material 
o Administração 
o Expurgo (material contaminado) → 
pressão interna é negativa! Para 
controle da corrente de ar, evitando 
que o ar entre no CC 
 
TÉCNICA OPERATÓRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
• Zona estéril: onde ocorre a cirurgia = SALA DE OPERAÇÃO 
o Mesa cirúrgica automática com 
controle de posições 
o Mesa de instrumentais 
o Mesas auxiliares 
o Focos de luz 
o Aparelho de anestesia 
o Monitor cardíaco 
o Bisturi elétrico 
o Rede de oxigênio, ar comprimido e 
óxido nitroso 
ILUMINAÇÃO 
• Iluminações separadas do campo e da sala; evitar sombras, reflexos, calor, pane 
• Artificial 
• Convergente (halogênio) 
• Cúpula com revestimento de espelhos refletores com lâmpadas conjugadas 
• Deve ser móvel (braços articulares) 
• Eliminação do excesso de calor (filtro de vidro) 
• Focos auxiliares a bateria na sala 
VENTILAÇÃO 
• impedir o turbilhonamento do movimento do ar 
(não há preocupação em cirurgias por 
laparoscopia, pois o ambiente cirúrgico, nesse 
caso, é fechado) 
• Prover aeração adequada da sala 
• Remover partículas 
• Impedir entrada de partículas 
• 15 a 20 renovações de ar/hora 
• Ventilação com exaustor para renovação dos 
gases anestésicos 
• Filtros para retenção e retirada de partículas 
• Pressão positiva no interior das salas 
• Ideal: fluxo laminar (horizontal/vertical) 
TEMPERATURA E UMIDADE: 
• Hipo X hipertemia; mantas térmicas → garantem isotermia 
• Em torno de 19 a 24°C; umidade de 45 a 60% 
PISOS: resistentes; não poroso; permitir fácil visualização de sujeira. 
PORTAS: sem dobradiças (ideal porta de correr); visor de vidro; orifício que permita abrir as portas sem necessidade 
de utilizar as mãos e também permita a renovação do ar (canto inferior, é possível abrir a porta com os pés). 
ELETRICIDADE 
• Altura das tomadas → gases anestésicos são 
mais densos que o ar, em casos de faíscas, há 
risco de incêndio se as tomadas forem baixas 
• Gerador próprio 
• Fio terra 
• No break 
• Cantos arredondados; acabamento de pisos, portas e janelas 
POSICIONAMENTO DO PACIENTE 
• Segurança do procedimento 
o Melhor exposição da área operatória 
o Propiciar conforto ao cirurgião 
• Segurança do paciente → evitar eventos adversos: proteger a integridade neuromuscular, vascular e cutânea 
• Eventos adversos 
o Lesões de estiramento do plexo nervoso ou nervos 
o Lesões de isquemia 
o Lesões cutâneas (queimaduras; por pressão) 
• Equipamentos de segurança e conforto, relaxamento muscular e proteção para pressão: posicionamento 
adequado dos pés, joelhos levemente fletidos para relaxar a musculatura, evitar a compressão do quadril, 
cinturões que evitem que o paciente ou algum membro caia 
• Posições 
TÉCNICA OPERATÓRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
o Decúbito dorsal horizontal (DDH) 
o Trendelemburg (cirurgias na região da pelve) 
o Proclive (cirurgia bariátrica: vísceras caem em direção à pelve, o que 
facilita o procedimento) 
o Decúbito lateral (importante colocar um coxim entre as pernas fixadas, 
o braço apoiado em braçadeira; cirurgia torácica, de acesso ao rim por 
laparoscopia, acesso anterior em cirurgia de coluna) 
o Genopeitoral (cirurgia orificial, proctológica, de incontinência; os apoios 
dividem o peso do paciente ao longo da coluna, quadril e joelhos) 
o Pronação (cirurgia de coluna) 
o Posição de litotomia (cirurgia ginecológica, urológica, proctológica)