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Doenças degenerativas

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Doenças degenerativas
Aula 1
Essas doenças comprometem as funções vitais do indivíduo em caráter irreversível e crescente. Elas recebem esse nome porque causam a degeneração de células, tecidos e órgãos. As causas do surgimento de doenças degenerativas são relacionadas com aspectos genéticos, fatores ambientais, má alimentação e sedentarismo.
Principais Doenças Degenerativas do Sistema Nervoso
Alzheimer: A Doença de Alzheimer é um tipo de demência progressiva, neurodegenerativa, tanto das funções cognitivas como no comportamento e personalidade, irreversível e de curso lento, com duração aproximadamente de 08 a 12 anos. A doença ou mal de Alzheimer afeta o cérebro e causa a morte de neurônios. As áreas afetadas no cérebro comprometem a memória, a capacidade de linguagem e o comportamento. As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea, as áreas comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. A intervenção fisioterapêutica pode contribuir em qualquer fase da doença de Alzheimer ao atuar tanto na manutenção quanto na melhora do desempenho funcional do indivíduo. Não tem cura, é feito o uso de medicamentos para aliviar os sintomas.
Sintomas: Perda progressiva da memória é comum à lembrança de fatos mais antigos e o esquecimento de situações do cotidiano; Perda progressiva da capacidade cognitiva; Redução da capacidade de relação social.
Alzheimer e suas fases: A fase inicial dura, em média, de 2 a 3 anos e é caracterizada por sintomas vagos e difusos, que se desenvolvem insidiosamente. Há comprometimento da memória; podem, também, apresentar perda de concentração, desatenção, depressão, agitação e hiperatividade; dificuldades no trabalho, para lidar com situações complexas e para o aprendizado de novos fatos; perder objetos pessoais, se esquecer de alimentos em preparo no fogão; problemas espaciais e de percepção (reconhecer faces e locais familiares); há desorientação progressiva com respeito ao tempo e ao espaço.
A fase intermediária dura entre 2 e 10 anos, é caracterizada por deterioração acentuada da memória e pelo aparecimento de sintomas focais, que incluem afasia, apraxia, agnosia e alterações visoespaciais. Nesse estágio moderado os problemas são mais evidentes e restritivos, encontrando dificuldade nas atividades de vida diária, necessitando de ajuda de um cuidador. Ocorre uma maior dificuldade na higiene pessoal, na comunicação, movimentos e fala repetidas, mudanças de humor repentinas, alterações de percepção e de ordem motora, delírios, são alguns dos sintomas encontrados.
No estágio severo ou final, o portador da Doença de Alzheimer perde a capacidade de ser independente devido sua perca funcional e suas limitações de amplitude de movimento. Os distúrbios de memória são mais evidentes e severos, apresentando dificuldade na alimentação independente, como também na higienização e suas AVD’s, dificuldade na locomoção, incontinência urinária e fecal, comportamento inadequado perante a sociedade. Essa fase tem duração média de 8 a 12 anos, e no estágio terminal, todas as funções cognitivas estão gravemente comprometidas, havendo até mesmo, dificuldades para reconhecer faces e espaços familiares. 
BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA NOS SINTOMAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Este profissional de saúde trabalha junto a outros profissionais, para melhorar a efetividade das tarefas diárias importantes para o paciente, dando ênfase nas técnicas de reabilitação neurológica, para fortalecer o paciente através do treinamento funcional e da sugestão cinestésica. 
A cinesioterapia pode ser utilizada para manter ou melhorar a amplitude e força muscular. No início da doença, quando o portador da doença ainda caminha, segundo Portugal (2000), a fisioterapia melhora a deambulação e retarda a rigidez dos músculos. Mais tarde, quando o doente não mais caminha, ainda a fisioterapia é útil, porque uma rigidez menor dos músculos vai tornar mais fácil a troca de roupa, além do cuidado específico com pontos de pressão, para evitar o surgimento de úlceras de decúbito. 
Ainda Freitas (2002), a psicomotricidade deverá ser estimulada com maior ênfase à lateralidade, à autoimagem, à percepção corporal, coordenação e ao equilíbrio. A orientação quanto ao tempo e espaço e a estimulação da memória e do raciocínio complementam a terapia. 
Dessa forma, se o paciente apresenta alterações de postura, o fisioterapeuta trabalhará com ele exercícios de alongamentos de grupos musculares encurtados; se for detectado alteração no equilíbrio será trabalhado com ele exercícios que recuperem esta condição. Nas fases iniciais, um programa de alongamento, exercícios com carga e aeróbios serão necessários para a prevenção de problemas osteoarticulares e cardiovasculares.
É essencial que o terapeuta observe o trofismo e o tônus muscular para que se possa ter conhecimento do grau de incapacidade surgido pela demência. O paciente com hipotonia pode ser tratado com estímulos elétricos, crio estimulação e solicitação verbal de contração muscular. O tônus espástico pode ser trabalhado no sentido de alongamento da musculatura atingida e através da facilitação neuromuscular proprioceptiva. Avaliar o grau de sensibilidade do paciente; se o grau estiver diminuído pode-se trabalhar com diversos estímulos sobre a pele, como com diferentes texturas, agentes térmicos e estímulos dolorosos.
Costoso et al. (2007), a técnica ideal para tratamento das deformidades acometidas pela evolução do Alzheimer seriam os exercícios terapêuticos utilizando diversos mecanismos facilitadores, com a finalidade de promover e melhorar a contração muscular, a coordenação, o equilíbrio e o relaxamento muscular, sendo indicado assim a técnica de Kabat para pacientes acometidos por Alzheimer.
Reichel (1998), afirma então que a utilização da técnica de Kabat propicia o aumento da amplitude do movimento, melhora a estabilidade das articulações, facilitando assim a deambulação e outras atividades funcionais. Direciona um movimento ativo por meio da introdução de resistência ideal, da maneira correta. Além de estimular os movimentos coordenados por meio da sincronização correta dos estímulos e ampliar a resistência. 
Os princípios do método Kabat, definidos por Voss (1987), Reichel (1998), Costoso (2003), Melo (2006) estão incorporados no tratamento do paciente com Alzheimer: devem ser realizados exercícios de alongamento e mobilidade corporal, onde o alongamento visará aumentar o comprimento de tecidos moles a fim de melhorar a flexibilidade da articulação e a mobilidade, melhorando a rigidez e a dor, já que a mobilização mantém a amplitude de movimento, o que facilita a realização de atividades de vida diária e transferências. 
Exercícios terapêuticos direcionados para os padrões do funcionamento cardiorrespiratório também são muito importantes, uma vez que no indivíduo portador da doença de Alzheimer a capacidade funcional da fala, a respiração, expansão torácica e função venosa vão diminuindo progressivamente. A cinesioterapia associado a hidroterapia e o padrão respiratório são essenciais.
Os exercícios realizados para estimulação da memória através da fisioterapia cognitiva possibilitam novos processos mentais internos através de estímulos externos percebidos pela própria pessoa, melhorando o desempenho nas tarefas cognitivas, auxiliando na melhora da capacidade de concentração e favorecendo a formação de novas associações de neurônios. Esses exercícios vão desde criar associações para se lembrar de uma informação até lembrar informações importantes. A cinesioterapia associado a hidroterapia e o padrão respiratório são essenciais.
Doença de Parkinson
A doença ou mal de Parkinson é causada pela destruição de neurônios, na área conhecida como substância negra. Essa região é responsável pela produção do neurotransmissor dopamina. Dentre as várias funções da dopamina está o controle dos movimentos corporais.
A levodopa é o mais potentee o mais tolerado medicamento. Mesmo sendo o medicamento mais eficaz e mais usado, a levodopa apresenta efeitos colaterais precoces ou tardios em cerca de 80% dos pacientes com DP: as flutuações, o “wearingoff ”, o fenômeno “on-off”, as discinesias e os distúrbios mentais. Podem-se associar os inibidores da enzima catecol-O-metiltransferase (COMT), com a finalidade de diminuir os efeitos colaterais da levodopa. 
O tratamento cirúrgico consiste na estéreo coagulação de algumas estruturas extrapiramidais como a talamotomia e a palidotomia ou a introdução de eletrodos bilateralmente em regiões talâmicas ou subtalâmicas, associado ao tratamento médico deve-se orientar os pacientes para cuidados fonoaudiológicos e fisioterapia.
Sintomas: Rigidez muscular; Distúrbio da fala; Tontura; Alterações no sono; Tremores nos membros superiores.
Estudos de Fisioterapia na DP
A fisioterapia na DP foi fundamentada primeira por Morris em 2000. As estratégias incorporavam estímulos externos visuais, auditivos e proprioceptivos. A aplicação destes estímulos faria com que circuitos alternativos do sistema extrapiramidal fossem ativados.
Quatro as áreas mais trabalhadas: marcha, equilíbrio, postura e ansferências.
O tratamento da DP é baseado no uso de terapia medicamentosa que influencia marcadamente a desempenho motor, contudo o tratamento com drogas não pode abolir todos os sintomas, e fisioterapia é então recomendada. Dependendo da concentração sérica do medicamento, o paciente terá um período “on” (com efeito máximo da droga) e um período “off” (com o mínimo efeito da droga). Pacientes no período “on” estão mais capacitados a realizarem exercícios físicos, portanto o uso da medicação deve ser ajustado ao iníciode uma atividade de maior esforço.
A Importância da Fisioterapia na Doença de Parkinson e as técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas
Mesmo na doença de Parkinson (DP), doença eminentemente motora, a estimulação cognitiva deve ser potencializada. A ativação das estruturas neurais hierárquicas e paralelas é importante, tendo em vista que promove a ação de sinapse nervosa de vias aferentes, eferentes e associativas. 
A reabilitação deve compreender exercícios motores, treinamento de marcha (sem e com estímulos externos), treinamento das atividades diárias, terapia de relaxamento e exercícios respiratórios. 
O alongamento em pacientes com doença de Parkinson é necessário para a melhora da amplitude de movimento.
Muitos clínicos e pesquisadores acreditam que a fisioterapia deve começar tão cedo quanto o estabelecimento do diagnóstico, para prevenir a atrofia muscular, a fraqueza e a capacidade de exercício reduzida.
Um programa de fisioterapia personalizada para o paciente pode ajudar nos problemas posturais, nas deformidades e distúrbios da marcha. Incluem-se no programa exercícios passivos e ativos, treinamento da caminhada, desenvolvimento de atividades diárias, calor, gelo, estimulação elétrica e hidroterapia.
Para melhorias na atividade motora e marcha junto ao paciente com DP deve-se o fisioterapeuta, optar por treino de marcha na passadeira para alongar o comprimento do passo e caso, não seja suficiente, progredir na mesma com peso suportado para maior eficácia. Em relação à IP (imagem postural) e ao equilíbrio deve-se realizar treino de mesmo, adjuvado de exercícios de fortalecimento dos MI e, se possível, realizar o também em meio aquático e com vibração para aumento do controle postural e diminuição da IP. As PS levam a melhorias mais rápidas já que facilitam os indivíduos na iniciação e durante o movimento. Em relação à QDV e outras variáveis psicológicas, qualquer tipo de atividade física em grupo melhora os sintomas depressivos e aumenta o humor. 
Esclerose Múltipla
É uma doença crónica do sistema nervoso central (SNC), de caracter auto-imune, degenerativo e por vezes progressivas. 
os fatores causais ainda não são completamente conhecidos, sabe-se que há uma possível relação entre fatores genéticos e ambientais, ou seja,uma determinada predisposição genética combinada com um fator ambiental desconhecido (provavelmente viral) originaria um distúrbio imunológico de ação inflamatória que afetaria a substância branca do SNC, acarretando a perda de oligodendrócitos e mielina, prejudicando a condução dos impulsos nervosos.
O seu curso é altamente imprevisível, com várias formas de apresentação, desde aquelas com um curso benigno e indolente, até formas rapidamente progressivas e incapacitantes.
Entre as manifestações clínicas estão os distúrbios visuais,fadiga intensa, deficit de equilíbrio e incoordenação motora.
Sintomas
Alterações na sensibilidade; 
Tontura;
Cansaço e fraqueza muscular;
Perda da visão e audição;
Falta de coordenação nos movimentos.
Reabilitação do Doente com Esclerose Múltipla
A fisioterapia, como parte fundamental da equipe de reabilitação, atua seguindo estes objetivos e, para tal busca otimizar o condicionamento físico e minimizar complicações adversas. Outros aspetos contempladosna abordagem da fisioterapia é o controle do equilíbrio e coordenação motora, considerando a funcionalidade do paciente. 
Fisioterapia na Esclerose Múltipla
Os fisioterapeutas devem atuar em todos os níveis, recuperando a funcionalidade dos indivíduoscomesclerosemúltiplaeprevenindodisfunçõescinético-funcionais, visando a promoção a saúde do paciente.
Segundo Pereira et al., (2012) as técnicas de facilitação neuromuscular propriocetivas e os exercícios de Frenkel são eficazes no tratamento dos pacientes com esclerose múltipla, sendo necessário um maior tempo de intervenção para melhores resultados.
Astécnicasemfisioterapia,naesclerosemúltipla,têmcomoobjetivoa prevenção e tratamento de contraturas musculares de forma a permitir às articulações um maior número possível de movimentos; redução da hipotonia muscular; treino de postura e movimentos automatizados, com indução de movimentos voluntários; treino de coordenação envolvendo estímulos táteis acústicos e visuais, treino de equilíbrio e marcha, e melhorar as atividades de vida diária.
Exercícios na Esclerose Múltipla
As respostas ao exercício dos pacientes com esclerose múltipla são influenciadas pelos fatores de base que exigem uma atenção cautelosa durante o exercício, como fadiga, espasticidade, incoordenação, equilíbrio prejudicado, perda sensitiva e dormência, tremor e intolerância ao calor. A depressão pode afetar a adesão.
O condicionamento aeróbico e o fortalecimento muscular alteram positivamente os metabólicos, o que explica a diminuição de fadiga. 
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

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