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Planejamento e Periodização no Futebol e Futsal

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METODOLOGIA 
DO FUTEBOL E 
DO FUTSAL
Patrick da Silveira Gonçalves
Noções de planejamento 
e periodização
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os diferentes elementos constituintes do planejamento e da 
periodização desenvolvidos especificamente para o futebol e o futsal.
 � Planejar programas de treinamento da iniciação esportiva até o alto 
desempenho.
 � Descrever os conceitos que orientam a estrutura organizativa da 
preparação dos jogadores, mediante a consideração do sistema com-
petitivo das equipes.
Introdução
O treinamento de equipes de futebol necessita de planejamento e pe-
riodização. O planejamento faz referência à antecipação de problemas e 
tomadas de decisão necessárias. Já a periodização determina as cargas, o 
volume e a intensidade do treinamento. Em ambos os casos, diferentes 
fatores devem ser levados em consideração. Neste capítulo, abordaremos 
os elementos que compõem a periodização e o planejamento no futebol 
e no futsal, como eles devem estruturar treinamentos desde a iniciação até 
o alto rendimento e quais os princípios que orientam a sua estruturação. 
Elementos constituintes do planejamento e 
da periodização no futebol e no futsal
A preparação das equipes de futebol e futsal tem se mostrado cada vez mais 
exigente. Atravessados por influências midiáticas, altos salários e altas pre-
miações, esses esportes vêm sendo conduzidos para o preparo especializado 
dos atletas, buscando o seu máximo rendimento técnico e tático durante as 
partidas. O controle das variáveis que preparam os jogadores para a realização 
dos jogos em alta performance se dá por meio do treinamento (TANI, 2001).
O treinamento esportivo é descrito na literatura a partir de diferentes forma-
tos (GARGANTA, 2004), embora cada um deles deva atender a pressupostos 
básicos de planejamento e periodização. No treinamento desportivo, o plane-
jamento acontece para que todas as ações sejam suficientemente detalhadas a 
fim de que as ações dos atletas e das equipes conduzam ao êxito no esporte. 
A periodização consiste na frequência de treinamento, no tipo de exercício 
a ser realizado e em como se dará a recuperação. A seguir, detalharemos 
como esses dois elementos se desdobram dentro do contexto do treinamento 
esportivo do futebol e do futsal.
Os programas de treinamento e periodização no futebol e no futsal buscam aperfeiçoar 
cinco elementos principais, essenciais ao resultado esportivo:
 � as capacidades aeróbia/anaeróbia (glicolítica);
 � o sistema anaeróbio alático e lático;
 � as capacidades de coordenação, força, velocidade e flexibilidade;
 � a técnica e a tática;
 � a capacidade competitiva.
Planejamento
O planejamento consiste em projetar, prever, programar, antecipar ações e 
traçar objetivos predefinidos, baseando, portanto, no futuro, situação em 
que o profissional que lida com o treinamento esportivo deve guiar as rotas 
a serem percorridas pelos atletas antecipando problemas e conduzindo-os ao 
sucesso esportivo. Esse êxito é alcançado por meio de resultados, tanto pela 
ação individual ou coletiva dos jogadores em um lance durante uma partida 
quanto por toda a equipe ao final de um jogo ou de uma competição. 
Noções de planejamento e periodização2
No futebol e no futsal, o planejamento é bastante complexo. Assim como 
em outras modalidades esportivas, as ações de planificação nessas práticas 
devem envolver vários jogadores de modo integrado, além do grande número 
de competições, o que também pode demandar diferentes planos de ações. 
Segundo Castelo (2002), o planejamento se caracteriza por quatro elementos 
basilares: a orientação para o futuro, considerando a antecipação de resultados 
e as consequências; o contexto esportivo, que busca relacionar a estrutura da 
equipe às competições e equipes adversárias; a continuidade e a globalidade do 
processo de treinamento; e os planos para transformação da realidade presente.
O grande expoente das ações de planejamento é o controle (PIRES, 2005). 
Dificilmente um planejamento se constrói sem que se descrevam e detalhem 
os possíveis acontecimentos e as medidas necessárias para superá-los. Evi-
dentemente, o futebol e o futsal são esportes dinâmicos, capazes de expressar 
uma variedade muito grande de acontecimentos e de tomadas de decisões 
necessárias para não comprometer o êxito esportivo. Para exemplificar essa 
grande abrangência do planejamento do futebol e do futsal, basta observar a 
diversidade de características que envolvem as equipes adversárias, as formas 
de jogar exigidas pelos diferentes torneios esportivos e as ocasiões de lesões e 
suspensões que podem determinar outros rumos às ações na busca do sucesso. 
Apesar de sua complexidade, o planejamento é extremamente necessário 
e uma etapa fundamental para o êxito esportivo. Nesse sentido, Pires (2005) 
elabora doze razões que podem justificá-lo:
1. Serve para a detecção antecipada de problemas.
2. Elabora um diagnóstico da real situação da equipe.
3. Possibilita a visão de conjunto a partir de todas as dimensões da equipe.
4. Intervém na causa dos problemas.
5. Possibilita o controle sobre o futuro.
6. Evita ações isoladas e sem objetivos integrados.
7. Classifica ações prioritárias.
8. Estabelece a obrigatoriedade da busca de objetivos específicos.
9. Articula treinamentos técnicos e treinamentos táticos.
10. Mobiliza os diferentes agentes na participação.
11. Possibilita a coordenação na gestão.
12. Estabelece os recursos físicos, materiais e humanos necessários.
3Noções de planejamento e periodização
Desse modo, você pode reconhecer que o planejamento compreende uma 
ação essencial ao desempenho esportivo a curto, médio e longo prazos, em 
que as dimensões conceituais (o plano de jogo elaborado pelo treinador, as 
particularidades dos jogadores e as tendências de evolução do jogo) se arti-
culam às dimensões estratégicas (escolha de estratégias mais eficazes frente 
ao adversário e ao conhecimento tático da própria equipe) e à dimensão tática 
(aplicação prática das dimensões anteriores). O planejamento determina e é 
determinado, portanto, pelo conjunto de ações realizadas durante um jogo, 
um torneio, uma temporada ou a vida esportiva dos atletas. A esse segundo 
conjunto, damos o nome de periodização, elemento apresentado a seguir. 
Periodização
A periodização é o meio pelo qual o treinamento se dá de maneira organizada, 
gradual e progressiva em direção à concretização dos objetivos. Segundo 
Gomes e Souza (2008, p. 209), esse processo envolve a “divisão do ano de 
treinamento em períodos particulares de tempo com objetivos e conteúdos 
bem definidos”. Seu principal objetivo é, portanto, elevar as capacidades 
biopsicossociais dos atletas para que obtenham êxito nas competições.
Torna-se importante destacar que a periodização não é um processo dis-
tinto do planejamento; ao contrário, ela interfere e está sujeita à planificação 
mais ampla. De modo geral, ela trata da parte do planejamento em que são 
estabelecidos os processos de carga e de recuperação dos treinamentos. Logo, 
é possível entender a periodização como um elemento fundamental na elabo-
ração de programas de treinamentos para o futebol e o futsal, visto que tais 
modalidades geralmente envolvem competições extensas e que o equilíbrio 
físico, técnico, tático, psicológico e emocional de cada jogador deve se manter 
ótimo por um longo período. 
Para Gomes e Souza (2008), a periodização envolve cinco processos de 
treinamento esportivo que devem ser considerados para alcançar o êxito seja 
alcançado (Figura 1). 
Noções de planejamento e periodização4
Figura 1. Componentes da periodização do treinamento do futebol e do futsal.
Fonte: Adaptada de Gomes e Souza (2008, p. 209).
Treinamento a 
longo prazo Macrociclo Mesociclo Microciclo Sessão
Resultado 
desportivo
Microcilo
O microciclo consiste nas sessões de treinamento que podem envolver dife-
rentes tipos de exercícios e tarefas para melhoraro estado do atleta em suas 
capacidades físicas, técnicas e táticas ou verificar o estado geral do atleta, o 
que é comum em finais e inícios de temporadas. Trata-se, portanto, de um 
conjunto de sessões, com um tempo de duração entre 3 (competições com dois 
jogos semanais) e 7 dias (competições com um jogo semanal).
As sessões de treinamento dividem-se em três partes fundamentais: o aque-
cimento, que visa a preparar o organismo para a fase principal, de exigência 
mais elevada; a fase principal, composta pelas tarefas que buscam solucionar 
os objetivos propostos; e a recuperação, permitindo ao atleta que retorne ao 
estado ideal para o início da próxima sessão. Os microciclos podem ocorrer em 
diferentes situações e com objetivos distintos. Nesse sentido, faz-se necessária 
a distinção entre microciclos de treinamento e de competição. 
Os microciclos de treinamento envolvem as sessões que buscam otimizar 
as capacidades dos atletas, podendo sem dar no nível ordinário (caracterizado 
pelo crescimento regular das tarefas, a uma intensidade de exercícios entre 60 
e 80% da máxima dos atletas), de choque (que busca o processo de adaptação, 
a carga de 80 a 100% de intensidade) ou de controle (que busca a preparação 
para a aplicação de testes motores, como forma de aferir o estado do atleta, 
realizado entre 40 e 60% de intensidade). 
5Noções de planejamento e periodização
Os microciclos de competição acontecem na preparação da equipe para 
as disputas de jogos, podendo ser considerados de pré-competição — antes do 
início da temporada competitiva buscando otimizar a prontidão dos jogadores, 
após os microciclos de choque e antes do microciclo de recuperação —, e de 
competição, o principal conjunto de sessões, procurando manter os níveis 
ótimos dos jogadores. 
Mesociclo
Os mesociclos ocorrem geralmente em 23 dias, sendo um período intermedi-
ário de toda a temporada de treinamentos. Nessa fase, vários microciclos são 
agrupados, com objetivos que variam de acordo com o período competitivo 
em que a equipe se encontra, estado de treinamento dos jogadores e o estado 
de adaptação do time. Assim, como os microciclos, os mesociclos podem ser 
classificados em diferentes tipos (GOMES; SOUZA, 2008; BOMPA; HAFF, 
2012). 
Os mesociclos de introdução buscam fazer o atleta passar de um estado 
de reduzido treinamento a uma adaptação maior. Esse tipo é bastante comum 
nos inícios de pré-temporadas, quando os jogadores voltam de suas férias, 
recorrentemente tendo realizado poucos treinamentos.
Os mesociclos básicos procuram realizar a preparação geral do atleta, 
constituindo o principal tipo de treinamento durante a temporada. Também 
são realizados em pré-temporadas e em períodos em que há uma interrupção 
do calendário competitivo (como nos períodos de Copa do Mundo, no futebol, 
nos quais não há jogos competitivos em muitas competições por 1 mês).
Os mesociclos pré-competitivos se dão no período imediatamente anterior 
ao início da principal competição. Esse período busca adaptar as condições 
dos jogadores às situações concretas que vivenciarão durante os jogos. 
Já os mesociclos competitivos ocorrem durante o calendário das compe-
tições, buscando fazer com que os atletas mantenham o rendimento exigido 
pelos jogos. 
Macrociclo
O macrociclo refere-se ao planejamento máximo da equipe, geralmente orga-
nizado em dois ou quatro períodos anuais, com duração de 6 ou 3 meses cada 
um deles. Essa etapa envolve três períodos diferentes: o período de preparação, 
entre 2 e 3 meses, no início da temporada; o período de competição, entre 1 
Noções de planejamento e periodização6
mês e meio e 5 meses, durante a disputa dos jogos da competição em deter-
minado semestre; e o período de transição, entre uma temporada/semestre 
competitivo e outra/outro. 
A partir dessa organização do treinamento, podemos reconhecer que o 
planejamento e a periodização envolvem ações detalhadas em níveis estruturais 
diferentes. Esse modo de elaborar o treinamento é basilar para qualquer equipe 
de futebol ou futsal, com as variáveis adequadas ao calendário e ao estado de 
cada equipe. No entanto, as tarefas tendem a se distinguir quando aplicadas 
para jogadores iniciantes e experientes. Na próxima seção, abordaremos os 
programas de treinamento no futsal e no futebol para indivíduos iniciantes e 
para aqueles que já se encontram no alto rendimento. 
Programas de treinamento no futebol e 
no futsal: da iniciação ao alto desempenho
A crescente profissionalização de atletas de futebol e de futsal e o destaque 
midiático que essas modalidades adquiriram ao longo dos anos tem feito surgir 
a cada dia mais crianças e adolescentes que buscam o alto rendimento. As 
vantagens financeiras, como os patrocínios, as cotas televisivas e os ingressos 
dos espectadores, também contribuem para que clubes voltados à profissiona-
lização do futebol e do futsal invistam cada vez mais na formação de atletas e 
em equipes principais de alto rendimento. Nesse sentido, essas modalidades 
têm se demonstrado um campo amplo de atuação para os profissionais de 
Educação Física, que devem conhecer os programas de treinamento para 
todas as faixas etárias. 
O nível de experiência de um atleta em determinada modalidade esportiva 
também é influenciado pelos anos de prática de determinado esporte. Nessa 
direção, é muito comum o ingresso de jogadores de futebol e futsal em pro-
gramas de treinamento sistematizado ainda na infância. 
Muitas crianças, ao aderirem à determinada prática esportiva, já conhecem 
os fundamentos básicos do esporte que pretendem praticar. Esse fato é ainda 
mais evidente no caso do futebol e do futsal, duas modalidades bastante po-
pulares no contexto brasileiro e que, de algum modo, fazem parte do cotidiano 
da maioria dos indivíduos.
No entanto, é preciso destacar que o fato de vivenciarem o esporte e terem o 
desejo de se tornarem jogadores profissionais não deve conduzir o treinamento 
para a especialização, tal qual conhecemos em alto nível. Devemos lembrar 
7Noções de planejamento e periodização
que muitas crianças adquirem o desejo de migrar para outras modalidades 
esportivas no decorrer da infância e não seguem com a prática do futebol ou 
do futsal. 
Por isso, os anos iniciais do percurso esportivo devem assegurar, conforme 
Gomes e Souza (2008, p. 210), “[...] o desenvolvimento multilateral do orga-
nismo, elevar o nível geral de suas capacidades funcionais e de adaptação, 
desenvolver as habilidades motoras e formar as bases iniciais para o alto 
rendimento desportivo”. O início da infância precisa promover experiências 
motoras diversas, capazes de inserir as crianças em sua modalidade prefe-
rida ou, pelo impeditivo de seu desejo ou de características hereditárias, que 
migrem para outras modalidades, aproveitando o repertório motor adquirido 
no treinamento inicial do futebol e do futsal. 
Em relação ao desenvolvimento motor, o período mais sensível ao apren-
dizado é durante a infância, entre o nascimento e os 6 anos de idade. Para 
Barreiros (2016, p. 15):
[...] é nesta fase que vão se construir os circuitos neuronais essenciais à cons-
trução das habilidades mais complexas. É particularmente relevante que 
estas idades estejam normalmente fora da esfera de intervenção do sistema 
desportivo, entregues a contextos de estimulação pouco estruturados e com 
uma afetação de recursos humanos pouco especializados. Os países que mais 
cedo perceberem o papel fundador da estimulação na infância têm também 
uma participação ativa mais alargada em idades posteriores e um potencial 
de desenvolvimento mais sólido. 
Ampliando o debate sobre os períodos sensíveis, Filin e Volkov (1998) 
apresentam períodos mais específicos ao desenvolvimento do potencial físico 
e motor de meninos e meninas na fase pré-puberal, na adolescência e na vida 
adulta. Observe o Quadro 1.
Assim, fica claro que as características e necessidades físicas, motoras, 
cognitivas, sociais e afetivas não são as mesmas entre criançase adultos, 
demandando atenção e metodologia de treinamento específica para cada etapa 
no esporte. De modo geral, os treinamentos no futebol e no futsal têm três 
fases bem características. A seguir, serão abordadas cada uma delas, apontando 
princípios gerais para o treinamento nas duas modalidades. 
Noções de planejamento e periodização8
Fonte: Adaptado de Filin e Volkov (1998).
Capacida-
de física
Mas-
culino
Femi-
nino
Mas-
culino
Femi-
nino
Mas-
culino
Femi-
nino
Coordenação 
motora
4 a 6 3 a 6 8 a 10 8 a 10 14 a 15 13 a 15
Força 5 a 7 4 a 7 9 a 12 8 a 13 15 a 17 14 a 16
Velocidade 7 a 9 6 a 8 13 a 14 12 a 13 16 a 18 14 a 17
Resistência 8 a 10 7 a 9 15 a 18 14 a 17 22 a 25 21 a 24
Flexibilidade 2 a 4 2 a 5 6 a 8 7 a 9 10 a 11 11 a 12
Quadro 1. Períodos sensíveis de desenvolvimento das capacidades motoras quanto ao 
sexo e quanto à idade
Fase de preparação básica
Trata-se do primeiro contato de crianças com a sistematização de treina-
mentos de modalidades esportivas, iniciando por volta dos 6 anos de idade. 
Nessa fase, os exercícios têm a finalidade de explorar os períodos sensíveis 
de coordenação e capacidades físicas de meninos e meninas, possibilitando 
o aumento do rendimento físico e a automatização motora dos fundamentos 
básicos da modalidade. Para que a criança se torne um atleta com capacidades 
físicas, técnicas e táticas adequadas ao alto rendimento, o sucesso nessa etapa 
é essencial. A fase de preparação básica ao futebol e ao futsal se dá em duas 
etapas: a de preparação preliminar e a de especialização inicial. 
A etapa de preparação inicial deve iniciar por volta dos 6 ou 7 anos de 
idade, quando a criança já dispõe de um repertório motor bem elaborado 
em suas tarefas manipulativas, de estabilização e de locomoção e, também, 
da capacidade de interagir com o grupo, localizando-se e movendo-se em 
relação aos demais objetos e indivíduos do ambiente. Essa fase compreende 
um prolongamento da fase anterior, quando a criança deve ser exposta a di-
ferentes gestos motores de modalidades esportivas distintas, com progressivo 
grau de exigência sobre a correta execução dos movimentos. As atividades 
dessa etapa devem ser realizadas em baixa intensidade e promover os ganhos 
atléticos gerais. 
9Noções de planejamento e periodização
Os resultados são observados a longo prazo. Muitas vezes, profissionais 
que atuam com essa faixa etária almejam a conquista de medalhas e troféus 
expondo seus alunos ao máximo de rendimento por meio de treinos exaustivos, 
o que pode afastar as crianças da prática esportiva. Desse modo, o recomendado 
para o período entre os 6 e 12 anos de idade é que a carga de treinamento 
não ultrapasse 30 a 40% da intensidade praticada pelo alto nível. Bompa e 
Haff (2012) propõem que a carga de treinamentos não ultrapasse duas sessões 
semanais, com duração de 60 minutos cada uma delas. Nessa mesma direção, 
Gomes e Souza (2008, p. 213–214) orientam:
— Elaborar programas de treinamento de baixa intensidade, pois a criança 
não é capaz de suportar altas demandas fisiológicas e psicológicas.
— Enfatizar o desenvolvimento multilateral geral por meio de corrida, saltos, 
exercícios de ginástica, exercícios de equilíbrio, de coordenação, lançamentos 
variados com diferentes bolas.
— Permitir que a criança tenha tempo suficiente para um desenvolvimento 
adequado das habilidades e um tempo igual para os jogos e as competições.
— Programar exercícios (treinos) que permitam o desenvolvimento do sistema 
aeróbio para posteriormente desenvolver o sistema anaeróbio.
— Desenvolver as capacidades motoras de flexibilidade, coordenação motora 
e equilíbrio.
— Selecionar o número de repetições ou o tempo adequado para cada exercício 
(habilidade), proporcionando feedback.
— Enfatizar a importância da ética, do respeito, da disciplina e da honestidade.
— Não permitir que o treino tenha características semelhantes às de adultos, 
exigindo das crianças um desempenho muito elevado.
— Encorajar as crianças a participarem dos exercícios com atenção e con-
centração.
— Adaptar as regras e o ambiente de jogo para que a competição seja mais 
interessante.
Em resumo, a fase de preparação básica deve promover as aquisições em 
capacidades coordenativas e físicas gerais, respeitando os limites impostos 
pela fase da infância. Os movimentos específicos da modalidade e o aumento 
da carga devem ser progressivamente incorporados e claramente identificados 
na fase de especialização inicial. 
A etapa de especialização inicial deve começar por volta dos 13 anos 
de idade com uma duração aproximada de 2 ou 3 anos. Nessa fase, as carac-
terísticas referentes à maturação sexual são bastante evidentes e irregulares 
nos indivíduos, fazendo com que alguns adolescentes sofram mudanças que 
aumentam suas capacidades físicas mais cedo que outros adolescentes de 
mesma idade. Esse fato deve ser levado em consideração ao criarmos as 
Noções de planejamento e periodização10
seleções esportivas e promover campeonatos, identificando quais indivíduos 
amadureceram mais rápido e quais ainda não apresentam os sinais de ma-
turação, para que se igualem as oportunidades (GOMES; SOUZA, 2008). 
Essa etapa deve ser direcionada para a passagem do desenvolvimento 
multilateral para a especialização esportiva, de maneira gradual. Os treina-
mentos, nesse sentido, devem ocorrer tendo em vista promover exercícios de 
preparação física, técnica e tática com características multilaterais, também 
explorando os aspectos socioemocionais inerentes à prática de jogos compe-
titivos. Os exercícios ginásticos, os jogos pré-desportivos e outros exercícios 
de preparação geral precisam constituir a base do treinamento. 
A preparação especial, aquela voltada ao aprimoramento físico, técnico 
e tático para a disputa em alto nível, deve ocupar no máximo 40% das ses-
sões de treinamento no início dessa etapa. Ao final, a carga de treinamento 
especializado precisa abranger entre 60 e 65% do nível do volume utilizado 
no alto rendimento. (GOMES; SOUZA, 2008). Assim, no início da etapa de 
especialização inicial, os treinamentos devem se ocupar de exercícios volta-
dos ao desenvolvimento da velocidade e da coordenação de movimentos, da 
flexibilidade e dos movimentos de manipulação, locomoção e estabilização 
gerais. Ao final dessa etapa, a ênfase do treinamento se inverte, passando a 
dar conta do desenvolvimento das capacidades motoras específicas do futebol 
ou do futsal. 
A ênfase na participação em jogos e torneios competitivos segue o mesmo 
padrão, isto é, no início os jogos devem promover as aquisições motoras gerais 
e, na segunda metade da etapa de especialização, aproximar-se das exigências 
do alto rendimento. 
Fase de preparação especializada
O principal objetivo da fase de preparação especializada consiste em promover 
as vivências dos atletas de modo que possam se adaptar às reais exigências 
metabólicas e motoras do futebol e do futsal de alto rendimento. Essa fase se 
divide em duas etapas: a de especialização profunda e a da realização máxima 
das capacidades esportivas.
A etapa de especialização profunda refere-se à continuação da etapa 
de especialização inicial, na qual o treinamento enfatizava gradualmente os 
exercícios específicos ao futebol e futsal, ganhando a maior parte do volume 
de treinamento, com início por volta dos 15 e 16 anos de idade. Assim, essa 
etapa se baseia no volume de treinamento específico do futebol e do futsal com 
os exercícios em sua maioria voltados para a preparação física, técnica, tática, 
11Noções de planejamento e periodização
psíquica que se constituem pré-requisitos para o alto rendimento (GOMES; 
SOUZA, 2008). 
Até então, os treinamentos se limitavam a duas sessões de 60 minutos. 
A partir do desenvolvimento físico pela maturação biológica e o amadureci-
mento socioemocional, as sessões passam a ser incrementadas em intensidade, 
volume e duração. Nessa fase, a carga semanal deve ser de 5 a 8 sessões de 
treino, com duração de 90 a 180minutos cada uma delas. 
Por sua vez, a etapa de realização máxima das capacidades esportivas 
inicia na vida adulta, a partir dos 19 anos de idade. Ela se caracteriza pela 
realização máxima das capacidades desportivas, buscando o rendimento má-
ximo do atleta, e se divide em duas microetapas: pré-culminante e culminante 
(GOMES; SOUZA, 2008). 
Na microetapa pré-culminante, os atletas devem ser expostos a 8 ou 
10 sessões semanais de treinamento e à participação sistemática em competi-
ções. E, na microetapa culminante, o número de sessões geralmente fica entre 
10 e 12 sessões semanais, podendo diminuir nas semanas em que ocorrem jogos. 
Os exercícios especiais das modalidades do futsal e do futebol predominam, 
embora ainda haja um percentual reduzido de exercícios de preparação geral. 
Para auxiliar na compreensão das diferentes fases, observe o quadro a seguir, que 
apresenta as diferentes categorias de um suposto clube de futebol, com as suas 
respectivas cargas de treinamento.
Categoria Mirim
Infantil e 
juvenil
Juvenil e 
júnior
Júnior e 
profissional
Idade 6 a 12 13 a 15 16 a 18 Mais de 
19 anos
Fase Preparação básica Preparação especializada
Tipo de 
preparação
Preparação 
preliminar
Especializa-
ção inicial
Especializa-
ção profunda
Realização 
máxima das 
capacidades 
esportivas
(Continua)
Noções de planejamento e periodização12
Categoria Mirim
Infantil e 
juvenil
Juvenil e 
júnior
Júnior e 
profissional
Idade 6 a 12 13 a 15 16 a 18 Mais de 
19 anos
Fase Preparação básica Preparação especializada
Frequência 
de treino
2 a 3 vezes 
por semana
3 a 4 vezes 
por semana
5 a 8 vezes 
por semana
8 a 12 vezes 
por semana
Duração 
da sessão 
de treino
60 min 60 a 90min 90 a 180min 90 a 180min
Exercícios 
de 
preparação 
geral
75 a 90% dos 
exercícios
50 a 75% dos 
exercícios
25 a 50% dos 
exercícios
10 a 25% dos 
exercícios
Exercícios 
de prepara-
ção espe-
cializada
10 a 15% dos 
exercícios
25 a 50% dos 
exercícios
50 a 75% dos 
exercícios
75 a 90% dos 
exercícios
(Continuação)
Evidentemente, os programas de treinamento não se encerram com os 
jogadores chegam ao profissional. Nessa direção, eles continuam acontecendo 
para explorar o máximo desempenho dos atletas, até que os efeitos metabólicos 
do envelhecimento comecem a surgir, por volta dos 28 anos de idade. A partir 
de então, os treinamentos buscam fazer com que os atletas do futebol e do 
futsal mantenham as suas capacidades físicas, técnicas e táticas pelo máximo 
de tempo possível, prolongando a sua carreira profissional. 
Conceitos da estrutura organizativa da 
preparação dos jogadores
Como você viu anteriormente, o treinamento de jogadores para a prática 
competitiva de futebol e de futsal segue princípios que orientam a prática 
dos profissionais de Educação Física quanto ao tipo de atividade, ao volume, 
à intensidade e à duração de treinamentos. Esses pressupostos devem ser 
13Noções de planejamento e periodização
rigorosamente seguidos, tendo em vista a ampliação das possibilidades de 
os atletas atingirem e se manterem no alto nível. Dessa forma, a estrutura 
organizativa da preparação dos jogadores precisa buscar atender a alguns 
conceitos do treinamento esportivo, alguns deles apresentados a seguir. 
Atualmente, muitos jovens almejam chegar a um estágio de alto desempenho, no 
futebol ou no futsal. No entanto, a grande parte dos jovens que busca a profissionali-
zação não a alcança. Algumas pesquisas sugerem que apenas 1% dos jogadores que 
buscam profissionalização no futebol e no futsal conseguem atingi-la. Nesse sentido, 
a preparação do atleta deve buscar o desenvolvimento integral dos jogadores e 
seguir a progressão orientada e estruturada, ampliando as chances de esses jovens 
conquistarem um espaço em clubes de futebol e futsal profissionais.
Individualidade biológica
O treinamento e a formação do atleta devem sempre considerar a sua formação, 
isto é, cada indivíduo é único quanto às suas características físicas, motoras, 
táticas e psíquicas. Assim, o treinamento no futebol e no futsal não deve se 
basear apenas em planejamentos coletivos (BOMPA; HAFF, 2012). 
Apesar de essas modalidades serem realizadas coletivamente, deve haver 
treinamentos que busquem vislumbrar a necessidade individual de cada jo-
gador, promovendo sessões individuais ou em pequenos grupos, conforme os 
objetivos traçados para cada indivíduo.
Carga e adaptação
O treinamento tem o objetivo de promover mudanças fisiológicas no organismo 
dos jogadores, possibilitando que desempenhem bem as exigências dos jogos 
competitivos. Essas adaptações acontecem em três estruturas principais: as 
perceptivo-cinéticas, as musculares e as orgânicas (OLIVEIRA, 1991).
Noções de planejamento e periodização14
A adaptação ocorre, portanto, em decorrência das respostas às cargas so-
fridas pelo organismo que modifica suas estruturas funcionais e morfológicas. 
Evidentemente, não é qualquer carga que provoca as mudanças necessárias à 
adaptação do jogador. Weineck (1991) explica que treinamentos com cargas 
com poucos estímulos não têm consequências, cargas que exigem parcialmente 
o organismo apenas provocam a manutenção das capacidades fisiológicas, 
estímulos médios e fortes provocam adaptações, e estímulos muito fortes 
acarretam danos diversos ao organismo. 
Sobrecarga
As sessões de treinamento necessárias às adaptações promovem um compro-
metimento da homeostase, processo de estresse fisiológico necessário para as 
modificações fisiológicas e morfológicas dos atletas. Diante desse estresse, 
deve-se oferecer períodos de recuperação para que a homeostase seja restaurada 
e um novo estímulo seja provocado. 
Os períodos de recuperação após sobrecargas são im-
portantes elementos do treinamento esportivo. Caso o 
atleta não se recupere adequadamente, seu desempenho 
estará comprometido. No link a seguir, você terá acesso a 
um artigo que destaca algumas orientações para a recu-
peração de atletas de futebol e futsal de alto rendimento. 
https://qrgo.page.link/u4nV
Os períodos de recuperação variam conforme a individualidade biológica do 
jogador, seu estado geral de saúde, sua idade e os esforços a que foi submetido. 
Além disso, para cada capacidade motora desenvolvida durante um jogo de 
futebol ou de futsal, são necessários períodos de recuperação do organismo 
diante das diferentes sobrecargas exercidas. Como exemplo, no Quadro 2 são 
apresentados os tempos necessários para restaurar as capacidades motoras 
após um jogo de futebol.
15Noções de planejamento e periodização
Fonte: Adaptado de Gomes e Souza (2008, p. 244).
Treinamento das 
capacidades motoras
Tempo de recuperação (em horas)
Força máxima 48 a 60
Força explosiva 36 a 48
Velocidade 24 a 48
Resistência 12 a 24
Flexibilidade 12 a 24
Resistência de velocidade (máxima) 24 a 48
Resistência de velocidade 
(submáxima)
48 a 60
Resistência de aeróbia (máxima) 48 a 60
Resistência de aeróbia (submáxima) 60 a 72
Recuperação das fontes de energia 36 a 48
Quadro 2. Tempos médios de recuperação em horas das diferentes capacidades motoras 
e após o jogo
Continuidade
O conceito de continuidade está ligado à adaptação, pois a sistematização 
e a progressão gradual das cargas de treinamento, por longos períodos, são 
necessárias para que as mudanças crônicas fisiológicas e morfológicas ocorram 
no organismo (TUBINO, 1984). A forma atlética dos jogadores somente é 
conquistada após anos de prática. Por isso, a iniciação no futebol e no futsal 
devem se dar cedo, para que modificações funcionais e morfológicas comecem 
a surgir desde o final da infância. 
Interdependência volume-intensidade
Para entender o conceito da interdependência volume-intensidade, devemos 
lembrar que o volume está relacionado à quantidade de trabalho produzida 
durante um treinamento, ou seja, o volume pode ser representado pelo número 
de repetições, de séries, de exercícios, de distância e de tempo percorrido na 
Noções de planejamento e periodização16realização das capacidades motoras do futebol. Ainda, é importante relem-
brar que a intensidade pode ser definida a partir da velocidade, da carga e da 
amplitude do movimento (TUBINO, 1984). 
A interdependência volume-intensidade nos diz que o aumento do volume 
provoca alterações na intensidade, e vice-versa. Assim, estímulos de muita 
intensidade são mantidos por pequenos períodos. Da mesma forma, exercícios 
físicos de longa duração exigem estímulos de menor intensidade. 
De forma prática, podemos tomar como exemplo as provas olímpicas de 
corrida. Em uma prova de 100 m, por exemplo, os atletas atingem velocidades 
que superam os 35 km/h em um curto espaço de tempo. Por sua vez, atletas 
de maratona, para percorrer a distância exigida pela prova, mantêm uma 
velocidade próxima de 20 km/h.
Esse conceito também se aplica ao futebol e ao futsal: quanto maiores os 
volumes de treinamento, menor deverá ser a intensidade, permitindo que o 
estresse causado no organismo não cause danos.
Portanto, percebemos que há uma alternância entre o volume e a intensi-
dade. Essas duas variáveis agem como em uma balança. Quando o volume 
é maior, há uma intensidade menor. E, quando a intensidade é maior, há um 
volume menor. Nesse sentido, os atletas de alto rendimento e que obtêm êxito 
em seus esportes apresentam uma sustentação de grande volume e grande 
intensidade, embora também estejam sujeitos a essa relação de dependência 
entre as variáveis.
Especificidade
De acordo com Dantas (2014, p. 50), a especificidade diz respeito ao “[...] ponto 
essencial, que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos 
da performance desportiva, em termos de qualidade física interveniente, 
sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações psico-
motoras utilizados”. Trata, portanto, de elaborar programas de treinamento 
com base nas exigências a que os atletas serão submetidos durante os jogos 
de futebol e futsal. 
Variabilidade
A variabilidade consiste na exposição a estímulos diversos, de modo a atingir 
alta performance em todas as capacidades motoras (DANTAS, 2014). No 
futebol e no futsal, apenas as qualidades técnicas e tática não são suficientes. 
É preciso desenvolver treinamentos específicos junto aos treinamentos gerais 
17Noções de planejamento e periodização
e à recuperação. O Quadro 3 apresenta as variabilidades que compõem o 
microciclo semanal de uma equipe de alto rendimento de futebol, podendo 
também servir de base para a modalidade do futsal. 
Fonte: Adaptado de Gomes e Souza (2008, p. 240).
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
M
an
hã Coorde-
nação
Velocidade
Força 
especial
Regene-
rativo
Coorde-
nação
Velocidade
Força 
especial
Regene-
rativo
Ta
rd
e
Resistên-
cia de 
velocidade
Resis-
tência 
especial
Resis-
tência 
de velo-
cidade
Resistência 
especial
Resis-
tência 
aeróbia
Veloci-
dade e 
força
Quadro 3. Sequência de treinamento das capacidades motoras
Saúde
A saúde se refere à integridade física, social e emocional dos jogadores de 
futebol e de futsal (DANTAS, 2014). No âmbito esportivo, somente as questões 
relativas ao domínio motor dos gestos técnicos das modalidades não garantem 
a performance máxima dos atletas. É preciso observar todas as suas dimensões 
constantemente e realizar as intervenções necessárias. 
Portanto, esse conceito se refere a um caráter interdisciplinar, no qual 
a medicina, a nutrição, a psicologia e a fisiologia buscam atuar de forma 
integrada para a plenitude do jogador. Aqui, também podemos mencionar a 
correta aplicação de cargas, intensidades e recuperação do treinamento, o que 
é realizado pelo profissional de educação física. 
Assim, podemos compreender que o treinamento esportivo no futebol e 
no futsal representa um processo complexo, que deve levar em consideração 
os pressupostos do planejamento e da periodização, as fases de treinamento, 
conforme a idade cronológica e o desenvolvimento dos atletas e os conceitos que 
regem a estrutura organizacional do treinamento esportivo. Certamente, todos 
esses fatores estão inter-relacionados, e o desenvolvimento deficitário de um 
compromete os demais. O conhecimento dessas variáveis é necessário para o 
profissional de educação física que pretende atuar com o treinamento esportivo. 
Noções de planejamento e periodização18
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19Noções de planejamento e periodização