Buscar

Farmacocinética

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Farmacocinética
É o percurso da droga no organismo, ou seja, o que o corpo faz com o medicamento. 
- É dividido em 4 etapas:
Ficam nesse processo até todo o fármaco ser eliminado do nosso o organismo.
 Absorção 
 Eliminação Distribuição
 Metabolização
Fármaco - Concentração adequada em seus locais de ação - Efeitos desejados
Ex. Dipirona usada na dor de cabeça.
O objetivo é que o fármaco chegue no SNC e se ligue em seu receptor para que este possa ser ativado ou inibido e assim, a dor interrompida. Para que esse objetivo seja alcançado, o fármaco deve estar em concentrações adequadas no seu local de ação. No entanto, a concentração em que o medicamento é administrado nunca é a mesma no seu local de ação porque diversos fatores vão influenciar na chegada do fármaco ao seu local de ação.
Ex. do fármaco administrado pela via oral.
Ao passar pela boca, passará para o trato digestório, cairá no estomago e depois no intestino. No intestino, o fármaco será absorvido por passar mais tempo comparado aos órgãos anteriores e uma pequena fração já poderá ser metabolizada e alterada (passa a não ter mais efeito). O fármaco atravessa a barreira de células e cai na circulação sanguínea intestinal, a partir da qual vão ser drenadas para a veia porta hepática, até que desembocam no fígado. Quando os fármacos chegam no fígado, algumas moléculas passarão pelo processo de metabolização/ biotransformação, consequentemente, as moléculas se transformam em um composto diferente e sem ação. Logo após, cairá na corrente sanguínea e serão distribuídos e liberados para circular em todos os órgãos até chegar ao seu local de ação. Ao chegar nos rins, os fármacos metabolizados anteriormente vão ser eliminados pela urina em um processo de excreção.
Observação: apenas as moléculas metabolizadas podem ser eliminadas pois se transformam em hidrofílicas, caso continue lipofílica, ele será reabsorvido para o sangue. Do sangue, irá continuar indo aos órgãos até que todas as moléculas estejam metabolizadas. 
 
Observação: quando estamos alimentados, o efeito será mais lento porque já terá algo no estômago e não só o fármaco. 
- Tolerância ao fármaco
É uma modulação que acontece no SNC após o mesmo se sentir ameaçado e achar que deve se defender, então, ele diminui a ação. 
Só acontece em fármacos específicos, como:
Medicamento para dormir, antidepressivos e outros. 
- Efeito de primeira passagem
Após a absorção através da parede intestinal, o sangue da veia porta leva o fármaco ao fígado antes da entrada na circulação sistêmica. Um fármaco pode ser metabolizado na parede intestinal (ex. pelo sistema enzimático CYP3A4), ou mesmo sangue da porta, porém, mais comumente, é o fígado o responsável pelo metabolismo antes do fármaco atingir a circulação sistêmica. 
- Biodisponibilidade
Porcentagem na qual uma dose do fármaco chega ao seu local de ação (sítio).
% da dose até o sítio de ação.
Ex. Dipirona 
10% não passou pelo intestino, 10% foram metabolizados no fígado, ou seja, apenas a biodisponibilidade do dipirona é de 80%
Ex. Fármaco administrado pela via intravenosa
Tem 100% de biodisponibilidade porque chega direto ao seu local de ação.
 
- Fatores que interferem na biodisponibilidade
. Forma farmacêutica: cápsula, comprimido 
. Drogas com baixa lipossolubilidade (hidrossolúveis) tem dificuldade de serem absorvidos, possuindo baixa biodisponibilidade.
. Interação de fármacos com componentes da dieta, formando complexos que não conseguem serem absorvidos.
. Efeito de primeira passagem: o fármaco, após ser absorvido no intestino, passa pelo fígado, onde parte de suas moléculas podem sofrer metabolismo (inativação) antes de chegar a circulação sistêmica. Exceto o injetado.
1. ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS
Passagem de uma substância do local de sua administração para o sangue.
Considerando as vias de administração de fármacos, em algumas as moléculas devem atravessar as células
Após passarem por barreiras celulares, caem na corrente sanguínea, completando o processo de absorção; exceto os injetáveis.
 
- Características bioquímicas dos fármacos que influenciam no transporte através de barreiras celulares (membranosas): 
. Peso molecular: o tamanho da molécula do fármaco, se for grande demais não atravessa.
. Lipossolubilidade: como a membrana é lipídica, o fármaco também tem que ser para atravessar sem dificuldade, mas não pode ser tão alto e nem tão baixo, tem que ter uma lipossolubilidade “ao meio” para passar com facilidade.
 
Observação: o fármaco que não é tão lipossolubilidade, apenas uma fração é absorvida; os fabricantes já produzem o fármaco com a concentração certa, já sabendo que uma parte será absorvida. 
Observação: a maioria realiza difusão passiva, do meio mais concentrado para o meio menos concentrado.
Observação: os fármacos são mais absorvidos no intestino devido as vilosidades. 
2. DISTRIBUIÇÃO
É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea geral para os órgãos.
As células do capilar sanguíneo são espaçadas e é entre as células que os fármacos passam. 
Os fármacos saem do vaso, interagem na célula do órgão e então volta para os capilares.
- Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas 
. Fígado: faz manutenção e produz proteínas plasmáticas
. Albumina: vai transportar os fármacos, uma parcela fica ligado a ela e as outras ficam livres. Impedem que os fármacos façam efeitos e sejam metabolizados, ou seja, são proteínas controladoras. 
. Fármacos ligados à proteína: não atravessam o vaso sanguíneo; após ficarem livres, começam a agir.
. Fármacos livres: atravessam o vaso e promovem efeitos nos tecidos e depois são metabolizados. 
 
A ligação de um fármaco às proteínas plasmáticas limita sua concentração nos tecidos e no seu local de ação, visto que apenas o fármaco livre está em equilíbrio estável através das membranas. Esta ligação também limita a metabolização do fármaco e sua filtração glomerular.
- Interação medicamentosa na distribuição
Esse fenômeno de interação farmacológica pode ocorrer nessa etapa, já que a ligação dos fármacos as proteínas sanguíneas não é seletiva. Logo, ocorre competição entre fármacos pelos locais de ligação das proteínas. Nesse caso, um dos fármacos terá seu efeito terapêutico afetado. 
Observação: quando dois fármacos são administrados juntos, eles vão competir na distribuição e pode acontecer de um dos fármacos reagir mais rápido, sofre metabolização e eliminação mais rápida.
Observação: quando um dos fármacos tem mais afinidade com a albumina, esse efeito faz com que o outro fármaco com menos afinidade fique mais livre e tenha seu efeito mais rápido.
3. METABOLIZAÇÃO
Também chamada de biotransformação; é a transformação de fármacos (xenobióticos) em compostos inativos e aptos a serem eliminados pelos rins.
O fígado primeiro processa e depois metaboliza um pouco para que os outros órgãos não sofram tanto impacto com o efeito do fármaco.
Quando o fármaco é metabolizado, ele ganha agrupamentos químicos que o transforma em células hidrossolúveis e inativas porque muda de forma. As demais na forma lipossolúvel são reabsorvidas pelos túbulos renais e caem novamente na circulação sanguínea e fica circulando. 
 (Órgão metabolizador)
- Como os seres humanos lidam com a exposição aos xenobióticos?
Os seres humanos são expostos diariamente a uma grande variedade de compostos estranhos chamados de xenobióticos – substâncias absorvidas pelos pulmões, pela pele ou, mais comumente, ingeridas de forma não intencional, por meio de compostos presentes em alimentos e bebidas, ou ainda deliberadamente, como fármacos ou drogas para propósitos terapêuticos ou “recreativos”. A exposição a xenobióticos ambientais pode ser inadvertida e acidental, ou quando estão presentes como componentes do ar, da água e de alimentos inevitável. Alguns xenobióticos são inócuos (não causam danos) mas outros provocam respostas biológicas. Essas respostas dependem, com frequência,da conversão da substância absorvida em um metabólito ativo. A discussão que se segue é aplicável a xenobióticos em geral (inclusive fármacos) e, em alguma extensão, a compostos endógenos.
- Reações bioquímicas de biotransformação que ocorrem no fígado.
São fundamentais para que um fármaco consiga ser excretado. Só terá eliminação total do fármaco quando todas as moléculas ao passarem pelo fígado forem biotransformados e se transformarem em compostos hidrossolúveis capazes de serem excretados pelos rins. 
 
- Fármacos que podem interferir no metabolismo.
 . Fármacos que inibem o sistema enzimático hepático:
Deixa o trabalho das enzimas mais lento e aumenta o trabalho dele (ex. omeprazol).
 . Fármacos ou substâncias que estimulam o sistema enzimático hepático (ex. nicotina e álcool).
A ingestão crônica do álcool acelera o metabolismo e diminui o tempo de atuação de outro fármaco.
- Meia-vida
Tempo necessário para reduzir a metade da droga no corpo.
Ex. Dipirona tem um tempo de duração de 8 horas; a meia-vida desse fármaco é de 4 horas, ou seja, quer dizer que em 4 horas já reduziu a concentração pela metade.
- Relevância clínica do metabolismo de drogas
. Idade
Drogas metabolizadas em taxas reduzidas
 Pré- puberal: não está com o fígado maduro para metabolizar. 
 Senescência (idoso): porque a metabolização já está comprometida.
. Pacientes hepáticos
- Reajuste de doses de medicamentos
. Situações em que ocorrem variações nas concentrações das proteínas
 Idosos/ crianças
 Ajuste de doses: nas situações de diminuição de proteínas
4. EXCREÇÃO
Eliminação de um fármaco ou metabólito pelo organismo.
O fármaco já deverá está metabolizado e com mais afinidade com a água.
- Rins (néfron)
É uma unidade funcional dos rins e contém milhares dessas unidades. 
- Filtração glomerular
 
As moléculas do fármaco chegam ao rim pela artéria renal, passam pela cápsula glomerular, sofrem filtração e extravasam para dentro dos túbulos (amarelo) que são contínuos.
Em um momento quando estiverem circulando no interior desses túbulos, os fármacos lipossolúveis vão conseguir atravessar o epitélio da tubulação e cair na pequena circulação que está paralela aos túbulos. As moléculas que estavam no interior ao sair irão para a veia renal (azul) e voltam a circular no corpo até serem metabolizadas. 
Quando as moléculas já foram biotransformadas e agora apresentam um caráter hidrossolúvel não vão mais conseguir sofrer a mesma absorção anterior já que as células epiteliais são lipídicas. 
O fármaco vai conseguir se dissolver no líquido do filtrado por já ter afinidade com a água. A molécula vai percorrer na tubulação (amarelo), cair nos cálices renais e ser incorporado pela urina. 
Observação: a maioria dos fármacos que tomamos diariamente tem característica lipossolúvel e a minoria que é hidrossolúvel não precisam passar pela fase de metabolização e já são excretadas ao atingirem os rins.

Outros materiais