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DIREITO DE FAMÍLIA
- Constitucionalização do Direito de Família
- O Estado intervém na instituição família, tocando a intimidade das pessoas. Seria uma espécie de liberdade assistida, com a presença de orientações do Estado
- Princípio da dignidade da pessoa humana promovido pelo Estado no Direito de Família
- Alimentos são irrepetíveis, isto é, uma vez pagos são consumidos
- A CRFB/88 trouxe alguns princípios, tais como o princípio da paternidade responsável, o princípio da solidariedade familiar e o princípio da isonomia (conjugal e filial)
- O Direito de Família encontra-se disposto no art. 1.511 e seguintes do Código Civil
FAMÍLIA NA ATUALIDADE
- Obra de Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka 
1) Famílias Ancestrais
· Submissão feminina, casamentos arranjados
· Famílias feudais, com estrutura baseada em combinações e interesses
· Famílias formadas a partir de acordos (junções políticas e/ou econômicas)
· Na ancestralidade o objetivo maior se pautava na procriação para gerar filhos que pudessem servir de mão de obra
· A família preexiste à codificação
· Família ancestral→mão de obra→interesses políticos→interesses patrimoniais
· Atualmente houve uma conversão e inversão de valores, visto que antigamente os casamentos eram apenas contratos meramente considerados e atualmente há a presença da autonomia de vontade, sem perder a característica de ser um contrato
· Aparecem os princípios advindos da constitucionalização do Direito de Família
· Concubinato superado pela CRFB/88 a partir da laicização do Direito (Estado se torna laico)
· Foto na lareira: antes havia o chefe de família, isto é, chefe da sociedade conjugal na figura do homem; a mulher era tratada como coisa (ex.: somente a partir do Estatuto da Mulher Casado é que as mulheres retiraram a obrigatoriedade da autorização do marido para trabalhar)
· Atualmente se percebe um modelo diferenciado dos álbuns de casamento da antiguidade, que evidenciava a pater família com subserviência ao homem-chefe e a mulher como administradora do serviço doméstico
2) Independência da mulher
· O modelo familiar antigo se altera
· Tem-se em foco principalmente a independência econômica da mulher
· Empoderamento e sobrecarga feminina (conciliar trabalho com os serviços do lar)
· Estatisticamente a família passa a encolher
· Lei do Divórcio em 1977: 1º) separação judicial; 2º) divórcio propriamente dito. O divórcio passa a ser apenas um distrato; não existe a perquirição de culpa ao se divorciar
· A natalidade diminui (ex.: métodos contraceptivos, como as pílulas anticoncepcionais)
· Há a concepção assistida
· Reciprocidade alimentar (affectio maritalis)
· Figura da família não patriarcal (foge do modelo de pai, mãe e filhos)
3) Afetividade como parâmetro jurídico
· Ações indenizatórias por abandono afetivo; os pais não são obrigados a amar os filhos, mas o dever de cuidado é necessário
· Decorre do princípio constitucional da solidariedade familiar (está na CF e não no CC)
4) Família Eudemonista
· Busca do prazer/satisfação pessoal/felicidade
· Foge dos moldes “tradicionais”
5) Felicidade para Aristóteles
· É o eudemonismo
· O movimento de Woodstock é que levantou as questões de felicidade como primazia
· Para o Direito, as demandas vêm da sociedade
6) Afastamento de posturas ilegítimas
· O filho legítimo é aquele que vem depois do casamento
· O filho legitimado é aquele que é concebido e em ato contínuo há o casamento
· Invasão do Estado na privacidade familiar
· Devido a isso não se discute mais a culpa na dissolução de casamentos na atualidade
7) Dessacralização do casamento
· Separa a lei da religião
· As festas de casamento não passam de formas de publicizar o ato
· O CC permite o casamento religioso com efeitos civis
8) Desmatrimonialização do casamento
· A consequência no mundo jurídico é, por exemplo, a guarda compartilhada
· Superação da figura materna e paterna em detrimento do princípio do melhor interesse do menor
9) Despatrimonialização da família
· No CC o Direito de Família não é só relacionado a questões afetivas, abarcando também as patrimoniais
· Impactos do divórcio e óbito (inventário)
· Manifesta afetividade entre as pessoas
· Para o Direito não tutelar o patrimônio alheio
· Promove a desjudicialização
· A família deveria se basear no afeto (visão humanizada)
10) Família constitucionalizada
· Art. 226 a 230 da CRFB/88
· Direito patrimonial não se confunde com direito assistencial
· São princípios norteadores de igualdade
· Direito Público invadindo o Direito Privado
11) A família de hoje
· Tendência à família humanizada
· Deve-se ter como referência os valores (religiosos e morais) do local de onde está inserida a família
· Cada estrutura familiar tem seus conceitos (nem toda família é aberta e ainda existem famílias arcaicas), mas a lei é a mesma para todas elas
· Os juízes serão parciais em seus julgamentos, tendo em vista seus valores; a imparcialidade plena é um mito
12) Família contemporânea ou da pós modernidade
· Família e matrimônio antigamente eram uma única coisa. Depois entendeu-se que novos arranjos familiares foram possibilitados em sociedade
· Famílias tem choques de convivência
13) O afeto como valor jurídico
· É possível pleitear juridicamente com base no afeto (a falta dele)
14) Princípios matrimoniais
· Dignidade humana no Direito de Família
· Paridade de direitos dos cônjuges: tudo é dividido; as reivindicações são maiores (ex.: distribuição de trabalhos mensais, porém, só surge em classes economicamente melhores)
· Autonomia da vontade
· Corresponsabilidade familiar
· Liberdade para a dissolução do casamento
· Afetividade
15) Monogamia: princípio?
· Maria Berenice Dias diz ser apenas uma orientação
· O CC e CP dizem que a bigamia é crime
· Questão do poliamor: não há casamento estabelecido e foge da monogamia; se alterar o CC para permitir essa situação no mundo jurídico o CP também deve ser alterado
· Poligamia (oriental): nunca foi um princípio ocidental. É diferente de poliamor ao passo que define o relacionamento, sempre, de um homem com várias mulheres, sendo aquele capaz de sustentar estas, o que fere a paridade
16) Monogamia como orientação
· O Estado não quer sob seu encargo os dependentes das famílias poligâmicas. Isto é, o interesse da monogamia é estatal
· A monogamia como princípio não está na CRFB/88
17) Modelos além dos clássicos
· Família homoafetiva: duas pessoas do mesmo sexo
· Família mosaico: “os meus, os seus, os nossos”
· Família anaparental: sem a relação de parentesco
18) Outros modelos de família
· Família socioafetiva: ex.: filhos de criação
· Família paralela: acontecem simultaneamente em função da boa-fé/putatividade (união estável não sabe da existência da outra união estável)
19) O indivíduo não existe para a família e para o casamento
· A família, qualquer que seja ela, deve ser local para a felicidade pessoal
· Subjetividade
· O Estado deve garantir a estrutura em seus direitos
· Essa questão não é tão simples, havendo choque entre a legislação escrita e a família constitucionalizada
FAMÍLIA → Direitos pessoais
 → Direitos patrimoniais
 → Direitos assistenciais
Eficácia normativa
↓ Direito Privado
↓Normas constitucionais
· As normas constitucionais são de eficácia maior no Direito de Família, não obstante a constitucionalização e sua discussão
Casamento
24/01/1891 – Decreto nº 181
· Em 1891 houve a ruptura das relações canônicas com as relações civis cartoriais
· O Estado passa a legislar as relações conjugais
· Casamento≠Matrimônio
· Essas exigências legais foram mudando no tempo e no espaço
· A família é muito maior que o casamento, preexistindo a ele
· O casamento civil ou religioso é um ritual, sendo questão da estrutura social (nasce→cresce→estuda→casa→filhos→envelhece→morre)
· A normatização traz regras de conduta para o casamento
Teorias
- Contratual: 
· O casamento é um contrato, com vontades, patrimônio, bilateralidade, testemunhas, além de ser nominal (está na lei); ademais, se desfaz pelo distrato
· Essa é uma ideia civilista
· Paraos puristas, o casamento ainda apresenta cláusula penal
· Alguns dizem ser um contrato de adesão, visto que a pessoa se submete ao casamento
- Institucional
· O casamento ultrapassa o sentido de contrato
· “Família é a base da sociedade”
- Mista
· Agrega os dois entendimentos
· É um instituto jurídico com previsão legal, que deve ser por escrito e notarialmente, além de as pessoas terem o dever de preencher alguns requisitos mínimos para se carar
Requisitos
	Direito Natural
	Direito Civil
	- Homem e mulher
	- Pessoas: pessoa física/natual
	- Puberdade: capacidade reprodutiva. Se preocupa com a fertilidade
	- Vontade: atualmente o casamento pode ser estabelecido por relações afetivas e não simplesmente sexuais. Não é preciso o cumprimento do débito conjugal, uma vez que isso não compete ao mundo jurídico segundo os Tribunais, bem como a infertilidade do homem ou da mulher não é importante
	- Potência masculina: potência coeundi, na qual o homem deve ser capaz de ter relações sexuais e consumá-las(≠ potência generandi, na qual o homem deve ser fértil); observa o Direito Canônico; as vontades eram mínimas
	- Capacidade civil: 16 anos é a idade nupcial (de certa forma, o Direito Civil respeita a reprodução).
	- Sanidade: englobava capacidade física e mental
	--
· Ex.: Ata notarial para prova de questões relacionadas ao divórcio
· Obs.: a incapacidade no Direito Civil é diminuída pelas pessoas protegidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (não é “louco”). Tem deficiência, mas tem o tratamento, não sendo impedidos da vida social; porém, essas pessoas devem ser orientadas ou assistidas
· Ex.: pessoas portadoras do vírus HIV se casam e são orientadas a alguns preceitos (ter filhos, manter suas relações sexuais, etc)
· Se os requisitos não fossem observados no Direito Natural o casamento seria inexistente. Isso não vale na atualidade, pois, por exemplo, é possível o casamento de pessoas de mesmo sexo (violaria o primeiro requisito jusnaturalista)
LIVRO IV
Do Direito de Família
 TÍTULO I
Do Direito Pessoal
 SUBTÍTULO I
Do Casamento
 CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
· Princípio da isonomia
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
· Na primeira vez o casamento é gratuito, além de ser público e solene
· Cartório de Registro Civil e Pessoas Naturais
· O efeito imediato do casamento é a mudança de estado civil
· Normas:
a) Supletiva de vontade
- Lei 6.515/1977: Regula os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e dá outras providências
Essa lei entrou em vigor no dia de sua publicação
Quem se casou até 25/12/1977, podendo escolher e sem escolher o regime de bens, foi pela comunhão universal. De 26/12/1977 em diante se casou por regime parcial de bens
Regime de “comunhão de bens” não existe no CC, pois não especifica qual é
Não é ano a ano que faz a contagem para olhar o regime de bens dos maiores de 60 anos e sim na exata data na qual eles foram completados e a data em que se casou. Após os 60 anos o regime de bens é obrigatoriamente de separação de bens
b) Coercitiva de vontade
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
· Até 1994 se admitia o casamento pela autoridade eclesiástica, que seria a autoridade competente, devendo vir no estatuto de cada igreja
· Obs.: é possível casamento por procuração (pública com poderes especiais); casamento estrangeiro; casamento a beira da morte; casamento em guerra; casamento putativo (de boa-fé, quando um dos cônjuges ignora os vícios)
· Obs.: Vícios: regulação com advertência; anulabilidade; nulidade
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
IMPEDIMENTOS
↓Dirimentes absolutos
CAPÍTULO III
Dos Impedimentos
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
· São impedimentos legais, absolutos e taxativos (“não podem se casar”)
· Atualmente só existem impedimento, que são absolutos. Antigamente haviam 3 tipos de impedimentos
Preservar:
- A eugenia/moral familiar
· Eugenia: preserva as futuras gerações de problemas sérios de saúde. Quanto mais próxima a parentela, mais risco genético de ter problemas na prole
· Moralidade: relações espúrias e incestuosas são condenadas
- Monogamia
· É tida como princípio
- Uniões que tenham raízes no crime
· O crime deve ser doloso e deve ter sentença transitada em julgado
· Um primeiro posicionamento, respaldado em Pontes de Miranda e Carlos Roberto Gonçalves, diz não ser possível pleitear a anulação desse casamento, tendo em vista que a condição impeditiva não existia na época do casamento, já que não havia trânsito em julgado
· Obs.: Rita concorda com o primeiro posicionamento
· Um segundo posicionamento, respaldado em Luiz Edson Fachin e Carlos Eduardo Pianovski, diz ser possível, pois o evento impeditivo já havia acontecido
· Não há no ordenamento jurídico brasileiro nenhuma referência de impedimento com base no adultério (nem crime é mais na legislação penal). O que se pode fazer é pedir indenização por danos morais, se a situação de adultério expôs o outro cônjuge. Doação feita a concubina na constância do casamento também não é causa de impedimento
Parentesco
X__Y W__Z
F-A-E B-C
 S - R
- Consanguíneos
· Na linha reta o parentesco é infinito. Em questão de colateralidade (graus de parentesco) há o limite
· Ascendentes são parentes de 1º grau
· Irmãos são parentes colaterais em 2º grau.
· Na colateralidade oblíqua ou transversal não há 1º grau
· O irmão bilateral deve mais alimentos que o unilateral, bem como se for herdeiro dele recebe em dobro do que o irmão unilateral
- Afinidade
· É em linha reta
· É o parentesco em relação aos cônjuges e companheiros
· Cuidado com a tributação na doação
· Ex.: A está no lugar de C em relação a seus parentes
· Ex.: A não pode se casar com sua sogra W e nem terá validade união estável constituída entre eles
· Cunhado é parente em 2º grau, em linha colateral e por afinidade
· Na contagem deve-se ir sempre ao tronco ancestral comum
· Primos são parentes de 4º grau,por isso não há impedimento para o casamento entre estes
- Adoção civil
· É um parentesco ficto legal (ficção jurídica)
· A proibição do casamento de adotado com pais não se encaixa na eugenia e sim na moral familiar, respeitando também o princípio da isonomia filial
· Também é parentesco em linha reta
Casamento Avuncular
↓ Tios+Sobrinhos
· Tios e sobrinhos são parentes de 3º grau
- Decreto-Lei 3.200/41
↓Exames
· Dispõe que devem haver 2 exames médicos pré-nupciais no mínimo, atestando que a prole não terá problemas de saúde ou atestando que um dos futuros cônjuges é estéril
· É uma exceção; em regra não é possível o casamento entre esses sujeitos, mas se torna possível pelo princípio geral da especialidade (por isso o CC não revogou o Decreto-Lei)
· Para ser realmente possível, é preciso levar em juízo e o próprio juiz deve designar os médicos; podendo ou não decretar a possibilidade do casamento
Pessoas casadas
↓Bigamia
· A bigamia é considerada crime no ordenamento jurídico brasileiro
· Nesse caso, não há o pressuposto da capacidade para se casar, visto que já é casado anteriormente
Nulidade
↓Declaratória
↓Realização válida do 1º casamento e vigência desse casamento à época da realização; 2º boa ou má-fé
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
· Será pleiteada uma ação de declaração de nulidade do casamento civil, que inclusive pode ser feita após a celebração
· No Direito Civil não existe matrimônio e sim casamento civil (sociedade conjugal)
CAUSAS SUSPENSIVAS
CAPÍTULO IV
Das causas suspensivas – SÃO SOMENTE SUSPENSIVAS, NÃO IMPEDITIVAS, O QUE SIGNIFICA DIZER QUE A AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PODE SUPRIR A CAUSA, PERMITINDO QUE OCORRA O CASAMENTO – são suspensivas por causarem prejuízo, de alguma forma, ao patrimônio de terceiros
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
· Se aplica a homem ou mulher
· Viúvo ou viúva que não fez a partilha dos bens do inventário e deseja se casar logo em seguida
· No atestado de óbito vem disposto se deixou cônjuge e filhos
· Há patrimônios a serem distribuídos
· Serve para não haver confusão patrimonial
· Os herdeiros não são somente os filhos/prole; podem ser, por exemplo, os credores do falecido
· Se não tiver patrimônio deve haver o inventário negativo
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
· Se aplica somente a mulher
· No prazo de até 10 meses, pois a mulher pode estar grávida
· Para não haver prejuízo para a criança e confusão consanguínea
· Para se casar com liberdade da escolha do regime de bens, a mulher deve provar em juízo que não está grávida
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
· É possível fazer o divórcio sem a partilha de bens (que é para definir o patrimônio, saber a participação e o regime de bens)
· A sentença de partilha de bens deve ser levada para averbação posterior, uma vez que a averbação do divórcio já está lá
· Se já houver averbado a partilha de bens é possível escolher o regime de bens do próximo casamento
· Para comprovar, tem de pegar a certidão de casamento do outro cônjuge para checar as informações, visto que a sentença é a mesma para os dois
· A partilha de bens é homologada e averbada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
· Tutor: para crianças órfãs ou cujos pais foram destituídos do poder familiar; para menores de 18 anos
· Curador: no sentido da curatela de pessoas que estão interditadas; para maiores de 18 anos
· Função de cuidar dos hipossuficientes. Gerencia a vida e o patrimônio daquelas pessoas
· Por ser patrimônio alheio, devem ser prestadas contas, pois não podem desfalcar. O Ministério Público é agente fiscalizador dessa prestação de contas, fazendo o levantamento da interdição
· Pode haver o casamento em qualquer regime, desde que as contas sejam prestadas e cesse a interdição ou tutela
· Evita a confusão patrimonial e o abuso de confiança
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
· As pessoas podem, mas não devem se casar nas circunstâncias em que se encontram
Visam proteger interesses de terceiros:
· Intuito de evitar que danos/prejuízos sejam causados a terceiros, estes sendo os não envolvidos naquela relação dos que irão se casar
- Prole (herdeiros)
- Ex-cônjuge
- Abuso de confiança
Opositores=Parentes até 2º grau
· A oposição tem cunho patrimonial e pode ser arguida pelos sujeitos do art. 1.524/CC
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
Regime obrigatório
↓Separação de bens
· O legislador não impede o casamento, mas diz que estas pessoas devem se casar obrigatoriamente pelo regime de separação de bens
Como se celebram os casamentos: Processo de habilitação
· Art. 1.533 e seguintes do CC
· É lavrada a certidão de casamento
· Questão do nome dos filhos
· É feito o traslado
· Imediatamente se muda o estado civil
· É definido o regime de bens e as regras pertinentes a eles
 
Casamentos: Modalidades
· Pode haver o casamento no Cartório, mas existem outras modalidades
· A celebração pode ser feita por qualquer autoridade competente, mas a aferição da documentação só é válida se averbada no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais (CC+Lei de Registros Públicos)
· O documento hábil para provar o casamento é a certidão de casamento. Se não tiver a certidão, é possível pedir uma ação declaratória em juízo, em um processo consensual
· Quando as pessoas se casam há a posse do estado de casadas (vivem como casados, mas não há documento). É uma figura não utilizada devido ao instituto da união estável, que garante mais direitos
· Existe Súmula do STF que diz que não é preciso viver sob o mesmo teto para configurar a união estável (ser companheiro)
→Religioso com efeitos civis
→Moléstia grave (a pessoa não consegue ir ao cartório)
→Nuncupativo (calamidades, guerras, acidentes, risco iminente de morte)
→Putativo (de boa-fé, mas viciado)
Nulidade
CAPÍTULO VIII
Da Invalidade do Casamento
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
II - por infringência de impedimento.
· O primeiro inciso foi revogado, visto que a pessoa portadora de deficiência pode se casar, desde que tenha um apoiador para suas decisões nos limites de sua “incapacidade”. Não é mais uma nulidade absoluta e sim uma invalidade relativa à nulidade
- Ato nulo
· A infração está prevista em lei
· São os impedimentos do casamento (Art. 1521/CC)
- Ato anulável
· Apresenta um vício/defeito, que, tendo razões para isso, pode ser arguido e consertado
· Será a convalidação de um ato imperfeito; pode ocorrer pelo decurso de tempo ou pela inércia de alguém
· Existem prazos a serem arguidos. São questões processuais de Direito /substantivo, pois estão no CC no que tange a anulabilidade, ultrapassando o Direito Adjetivo do CPC
- Ato inexistente
· Falta um dos elementos essenciais
· Afastamento do BGB e da Teoria Alemã, uma vez que o Brasil não é mais adepto dessa teoria,pois permite o casamento com diversidade de sexo, isto é, não tem o pré-requisito de ser homem e mulher
· Para a Teoria Alemã deve ter: 1) celebração; 2) autonomia da vontade; E 3) homem e mulher
· Atos jurídicos do casamento e escala ponteana
Elementos essenciais do negócio jurídico – A escala ponteana (Pontes de Miranda)
	EXISTÊNCIA
	VALIDADE
	EFICÁCIA
	- Partes
Agente-Pessoa
- Vontade
- Objeto
- Forma
Meio da manifestação
	- Capacidade
Do agente, da pessoa
- Vontade
Livre e sem vícios
- Objeto lícito
Possível, determinável ou indeterminável
- Forma
Prescrita ou não defesa em lei
	- Termo 
Evento futuro e certo
- Condição
Evento futuro e incerto
- Encargo
Impõe ao beneficiário um ônus a ser cumprido em prol de uma liberalidade maior
Casamento Nulo – Art. 1548/CC
- Foro – CPC art. 53, I, a, b, c
Casamento Anulável – Art. 1550/CC e seguintes
· Alterado em 2015 pela Lei 13.146 (Estatuto da Pessoa com Deficiência)
· Não existe mais a figura do curador do vínculo presente no Código Civil de 1916, pois, segundo o CC/02, o casamento é um contrato baseado no acordo de vontades das partes
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
· Deve ter autorização dos pais ou representantes legais e suprimento da idade para poder casar
· Se o pai e a mãe assistiram o casamento este poderá ser convalidado
· Há remédio para a situação, pois é ato jurídico imperfeito que pode ser consertado
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
· Regra da capacidade civil ou convalidar aos 18 anos, respeitando o prazo de 180 dias
· O casamento só emancipa se for ato jurídico perfeito (E neste caso é imperfeito)
· Os herdeiros são os necessários (Ascendentes, descendentes e cônjuge – há omissão quanto ao companheiro para efeitos de sucessão e não vale por não estar expressamente na lei)
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
· Vício da vontade é o induzimento previsto no art. 1.557 do CC; dessa forma, não é uma dedução e sim está previsto na lei
· O agente de boa-fé que foi enganado recebe patrimônio e o de má-fé não pode pedi-lo
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
· “Casou obrigado”
· Há uma coação (vis compulsiva)
· Tira o ato de vontade livre e espontâneo, visto que nos casamentos a manifestação de vontade deve ser inequívoca
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
· A coabitação levou a mesma conotação do direito canônico. Seria a consumação do casamento com a coabitação, provando que tem vida sexual com o cônjuge
· Se a procuração for revogada não se anula o casamento; este casamento poderá se acabar com o divórcio
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2o  A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
· O §2º foi alterado pelo estatuto da pessoa com deficiência. A pessoa pode ter deficiência e se casar, desde que o curador tenha ciência da situação. Questão da proteção do patrimônio dessa pessoa. Ainda, o regime de bens deverá ser o da separação total
Vícios – Erro essencial quanto à pessoa do outro
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
· Pode ser identidade, honra e boa fama
· É de tal maneira que o conhecimento depois do casamento torna insuportável a vida conjugal. Se o conhecimento se deu antes do casamento significa que o cônjuge enganado aceitou, não cabendo a anulabilidade
· Elemento objetivo: desconhecimento antes do casamento
· Elemento subjetivo: torna insuportável a vida em comum
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
· Crime que o cônjuge desconhecia antes do casamento e, a juízo da pessoa, torne insuportável a vida conjugal após o conhecimento da existência de tal crime
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
· Via de regra, os problemas advindos com ignorância de defeito físico ou moléstia grave se relacionam à sexualidade
IV - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Prazos para a anulação
· Devem ser observados para a ação declaratória de anulabilidade
· Prazo máximo de 4 anos, sendo assim para casamentos recentes
· Prestar atenção no prazo do casamento e dos fatos
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1º Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2º Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
- Sentença ex nunc
· A ação de anulabilidade é declaratória
· Se o casamento for putativo, na nulidade e na anulabilidade podem ocorrer fatos que ambos desconheçam
Relação de putatividade
· Pode pedir exames pré-nupciais (casos de contágio), para averiguar situação de risco para a pessoa e a prole
· O agente de má-fé não tem os direitos
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
Separação de corpos
· É o afastamento do cônjuge do lar até a propositura do divórcio. Além disso, é uma medida cautelar (“mandar sair de casa”)
· Não existe mais a figura jurídica de abandono do lar; não se perde direitos por isso
· É uma figura extrema, que atualmente os juízes geralmente não utilizam
· Cumprir o que está no pacto nupcial
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
Efeitos do casamento
- Condição de consorte
· Consorte é o mesmo que cônjuge; condição esta estabelecida após o casamento
· Muda o estado civil
- Planejamento familiar
· Princípio da isonomia: cônjuges administram e sustentam a família de acordo com a sua capacidade de contribuição. A igualdade, nesse caso, não é aritmética
- Nome de família
· O sobrenome do outro vem (ou não) com o casamento
Aspectos
- Sociais
- Pessoais
- Patrimoniais
Deveres dos cônjuges
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
· Valoriza o princípio da monogamia
· A infidelidade, via de regra, pode gerar indenização
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
· É um dever relativizado na atualidade, visto que, diante das circunstâncias, os cônjuges podem morar em casas diferentes devido à necessidade
III - mútua assistência;
· Assistir o outro se ele precisar
· Princípio da solidariedade familiar
· Tem influência do direito canônico· Ex.: se não tiver condições pode pedir pensão ao outro, podendo, inclusive, se divorciar
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
· É um dever criticado, pois não é função de marido e mulher e sim de pai e mãe. Confusão entre paternidade/maternidade e conjugalidade
· É dever dos pais, podendo estes ser cônjuges ou não
V - respeito e consideração mútuos.
· Averiguar o desrespeito e falta de consideração é algo subjetivo
· Deve ter cuidado ao tratar e publicizar o tratamento direcionado ao cônjuge, pois pode ser entendido como denegrir a imagem do outro e ensejar indenização
· A boa-fé como principio norteador
· Na união estável não tem fidelidade e sim lealdade (“trair e contar”)
Administração da sociedade
· Planejamento familiar
Esponsais→promessa de casamento
· “Namoro que não acaba nunca”
· É uma declaração unilateral de vontade
· Pode ensejar indenização se a promessa não for cumprida (se terminar, quando mais próximo do casamento maior será a indenização)
Vínculos econômicos: regime de bens; doações recíprocas; sustento; usufruto dos bens; filhos menores
· Regime de bens: comunhão universal; comunhão parcial e separação total
· Doações recíprocas: ou propter nuptia (pactos antenupciais); é em função do casamento (“presente de casamento”). Configura o patrimônio do cônjuge sem se comunicar com o do outro. Foge a regra, pois a grande maioria se casa em sua fase produtiva e adquire o patrimônio na constância do casamento
· Sustento: pensões. Chamar a si a obrigação de prover condições dignas ao outro (mútua assistência)
· Usufruto dos bens: só tem a administração dos bens e estes não lhe pertence
· Filhos menores: no exercício do poder familiar cuidarão do patrimônio dos filhos. Junção de conjugalidade e patrimonialidade
Dissolução
EC 66/2010
· Estados civis possíveis: solteiro, casado, viúvo, separado judicialmente e divorciado
· Separado de fato, malgrado produza efeitos jurídicos, não é estado civil. Deverá ser especificado. Aquele que se encontra nessa situação pode, inclusive, constituir união estável
· Trata do casamento civil válido
· O casamento se dissolve pelo divórcio ou pela morte
· Não tem nenhum requisito, devendo respeitar os 3 princípios. Independe de o outro cônjuge querer ou não
· A EC 66/10 entrou em vigor plenamente desde que criada
· A maioria dos doutrinadores diz não existir mais separação judicial. A minoria diz ser possível, desde que pela via administrativa ou cartorial, respeitando as condições de não haver filhos menores ou incapazes (pois não há Ministério Público nesse campo de Cartórios) e que seja consensual
· Dessa forma, a separação judicial não foi revogada, pois é possível ser feita em Cartório, segundo a Lei 11.441/07. Se for consensual poderá ser feita administrativamente pela via cartorial, conferindo o estado civil de separado judicialmente aos envolvidos. Por isso não se pode dizer que o instituto está extinto. Contudo, se ocorrer judicialmente, será pedida a conversão para divórcio
→Princípio da máxima eficiência
→Força normativa
→Interpretação das leis conforme a Constituição
Dissolução da sociedade conjugal
Art. 1.571/CC – Morte/Nulidade/Anulabilidade/Separação judicial/Divórcio
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
· Direito das sucessões; depende do regime de bens no inventário
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
· Casamento nulo: art. 1.521 do CC
· Casamento anulável: art. 1.550 e seguintes do CC
III - pela separação judicial;
· Acaba com a sociedade conjugal, mas ainda há o vínculo
· Pode reestabelecer o status quo ante (casado) por meio de uma simples petição
· Nesse caso, não pode se casar com ninguém
IV - pelo divórcio.
· Extingue a sociedade conjugal e o vinculo conjugal (liame que liga um cônjuge ao outro)
· Pode ser casar novamente com o ex-cônjuge ou com outra pessoa. Se casar com o ex-cônjuge estabelece o vinculo outra vez, devendo fazer a habilitação toda novamente
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Separação judicial
Lei 11.441/2007
· Traz os procedimentos e requisitos de separação e divórcio administrativos, isto é, feitos em Cartório
· É a escritura pública feita pelo Cartório de Notas que dá a certeza da dissolução
· Dissolução: compreende separação e divórcio
· Os filhos são terceiros interessados anuentes. Ex.: pensão para filho maior estudante universitário; será titulo executivo extrajudicial, com condições de exigibilidade. Se houver filhos menores o processo deverá ser feito em juízo (pois precisa do Ministério Público, que não está na via administrativa)
· Prestar atenção no que redigir no acordo que estabelece a dissolução
Reconciliação
· Pode se separar em Cartório, mas o reestabelecimento é apenas em juízo, necessitando de sentença transitada em julgado
Separação de fato
· Gera efeitos patrimoniais, bem como a união estável gera. Questão da separação de bens
Divórcio
· Deve resolver a separação judicial primeiro estando os cônjuges indecisos. Se optarem por não prosseguirem mais juntos, haverá ação judicial de conversão de separação judicial em divórcio. A sentença estabelece o estado civil de divorciado(a) e acaba com a possibilidade de reestabelecimento; se quiserem voltar será por novo casamento
EC 66/2010
Consensual – Judicial
 - Administrativo
· Judicial: ocorre geralmente quando há filhos menores incapazes envolvidos. Se resolve todas as questões (poder familiar, etc.)
· Administrativo: a ação de estado (ir para o estado civil de divorciado) não pode ser impedida ; nada pode fazer com que a pessoa fique casada. As outras questões podem ser resolvidas em outra ação que não o divórcio (ação de alimentos, ação de guarda, etc.), mas o processo fica mais caro
Litigioso
Observações
· Alimentos não fazem coisa julgada material, isto é, podem ser revistos a todo momento, devido à dinâmica da vida
· Os processos demoram, visto que as decisões não saem rapidamente e ainda existem os recursos
· A EC 66 acabou com a perquirição da culpa na dissolução conjugal. Atualmente, a culpa pode ser tratada no direito de família pelos danos morais e materiais, pois não é preciso ficar casado, mas também não se pode expor o outro, devendo ter cuidado com o trato e respeito
· Divórcio→partilha de bens→indenização. Não há culpa pelo divórcio e sim responsabilidade pelo dano (nexo causal)
· A ação de divórcio depende da composição das partes; o juiz não pode arbitrar isso, podendo, no máximo, dizer qual patrimônio será dividido
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
§ 1o A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal.
· Em desuso
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
I - adultério;
II - tentativa de morte;
III - sevícia ou injúria grave;
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo;
V - condenação por crime infamante;
VI - conduta desonrosa.
Parágrafo único.O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
· Em desuso, mas pode ser utilizado para invocar danos morais
Art. 1.575. A sentença de separação judicial importa a separação de corpos e a partilha de bens.
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida.
· Não necessariamente é dessa forma nos dias atuais. Pode haver divórcio ou separação judicial sem prévia partilha de bens
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar:
I - evidente prejuízo para a sua identificação;
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida;
III - dano grave reconhecido na decisão judicial.
· O nome pode ser retirado, desde que não prejudique profissionalmente o cônjuge
Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das partes poderá requerer sua conversão em divórcio.
§ 1o A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges será decretada por sentença, da qual não constará referência à causa que a determinou.
§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de dois anos.
· Não mais é preciso de tempo para se divorciar, basta que seja casado e o casamento civil seja válido; além disso, pode haver o divórcio quantas vezes a pessoa quiser
· A Lei 6.515/77 que instituiu o divórcio no Brasil foi duramente criticada, pois inicialmente houve prazos para o divórcio e ele só poderia ser feito uma única vez
Princípios
- Máxima eficiência
- Força normativa da Constituição
- Interpretação das leis em conformidade com a Constituição
UNIÃO ESTÁVEL
- Vínculo conjugal fático que se manifesta no plano fático social
· Não existe na forma da lei, mas gera efeitos
· Recebeu influências da união livre do Direito Inglês, sendo herança de Woodstock (“amor sem amarras”)
· Devido a grande ocorrência de uniões livres surgiu a denominação união estável 
- Caracteriza-se:
-- Ausência de casamento civil
-- Publicidade/Notoriedade
-- Durabilidade/Aceitação
- Obrigações {Lealdade, etc
· Tem as mesmas regras de direito assistencial
· Distinção de fidelidade para lealdade (que é um instituto mais “leve”)
· Na sentença judicial se prova o lapso temporal (dia do começo e do final), se reconhece a existência da união estável para conferir direitos, pois é sociedade de fato
· Além disso, a data do início e do final é importante para definir o patrimônio
· Normas regulamentares ao regime econômico→se encaixam também para o regime de bens na união estável
· Sob o aspecto externo, os companheiros são livres para realizar negócios jurídicos (sem a dependência do outro; este não precisa assinar ou estar ciente para ter validade)
· O companheiro pode pedir alimentos, ser dependente no plano de saúde, participar da sucessão, receber pensão, etc
· União estável ≠ Namoro Qualificado: no namoro qualificado não há animus de constituição de família
· As testemunhas são necessárias para prova inequívoca da união estável, além de outros documentos
- Súmulas 380 e 382
· Surgiram as primeiras Súmulas para fundamentar o reconhecimento da união estável
Súmula 380 do STF: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.”
Súmula 382 do STF: “A vida em comum sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à caracterização do concubinato.”
- CC art. 1723 e art. 1727
 TÍTULO III
DA UNIÃO ESTÁVEL
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
- CF art. 226, §3º
· Estabelece que a união estável é diferente de casamento
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
- Lei 8.971/94
· Antes de 1994 era preciso fazer a prova do esforço comum (aquestos), que não precisa ser equivalente; é presunção juris tantum (admite prova em contrário)
- Lei 9.278/96
· A partir dessa data não precisa mais provar
- União estável homoafetiva (STF RE 477554 de 16/08/11)
· O Ministro Celso de Melo reconheceu a união estável dos homoafetivos, abrindo portas para também fundamentar o casamento homoafetivo
Uniões plúrimas ou paralelas
· Vários relacionamentos concomitantes; héteros ou homoafetivos
· Existem 3 correntes:
· 1) Maria Helena Diniz→ não pode haver, pois fere o princípio da monogamia, já que a união estável se compara ao casamento em relação aos efeitos
· 2) Madaleno Rolf e Fernando Simão→ a primeira união estável é válida e as demais só valem se baseadas na putatividade
· 3) Maria Berenice Dias→ o que importa é a socioafetividade, isto é, se provadas, todas valem
Direito Sucessório
· A união estável nasceu do concubinato, que era uma forma paralela de família (sujeita a preconceitos)
· Companheiro se equipara ao cônjuge para efeitos sucessórios
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
· Cônjuge é herdeiro necessário, como também o são os ascendentes e descendentes; companheiro não é herdeiro necessário
· Herdeiros necessários devem ser declinados; tem 50% da legítima
· Se tiver apenas companheiro é possível fazer a doação de 100% do patrimônio, pois não há herdeiro necessário nesse caso
· Para a lei sucessório o que vale é a data do óbito
Concubinato {Puro
· As pessoas desquitadas ou separadas judicialmente que não podiam se casar e viviam público e notoriamente com animus de família
 {Impuro
· Relação adulterina com dependência econômica e afetiva que perdurava por anos
Conversão de união estável em casamento
· Atualmente é feita via cartorial (antes deveria ser feita por determinação do juiz)
· Escolher bem o regime de bens, pois a conversão só vale a partir da data em que foi feita
· Reconhecer união estável antes da conversão do casamento para facilitar a meação
Escritura pública de união estável (Cartório de Notas)
· É preciso declarar a união estável em escritura pública no Cartório de Notas
Teses do STJ→União Estável
1) Os princípios legais que regem a sucessão e a partilha não se confundem: a sucessão édisciplinada pela lei em vigor na data do óbito; a partilha deve observar o regime de bens e o ordenamento jurídico vigente ao tempo da aquisição de cada bem a partilhar.
· Sucessão ≠ Partilha
· Inventário: é regido pela lei da data do óbito
· Partilha: regido pelo ordenamento jurídico vigente
· Na união estável usa as leis de 1995 e de 1996
· Antes de 2002 o regime de bens era imutável, depois de 2002 é possível realizar a mudança
· Observar o regime de bens
· A certidão atualizada mostra se houve a mudança do regime de bens e quando ela foi feita. Importante para alterar a origem da aquisição dos bens para depois realizar a partilha
· a partilha é inter vivos
2) A coabitação não é elemento indispensável à caracterização da união estável.
· Súmula 382 do STF
· A justificativa é que até para o casamento não é preciso morar no mesmo prédio, por opção das pessoas ou por questão de conveniência
· Morar junto não é um elemento caracterizador de união estável
3) A vara de família é a competente para apreciar e julgar pedido de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva.
· Não é na Vara Cível, pois não se trata apenas de Direito das Obrigações
· A família homoafetiva tem os mesmos direitos e garantias
· Só em 2011 foi admitida a união estável para homoafetivos; só em 2012 o casamento
· Preconceitos e restrições em sociedade, por isso deve ser resguardado
4) Não é possível o reconhecimento de uniões estáveis simultâneas.
· Três correntes diferenciadas: 1) Maria Helena Diniz; 2) Rolf Madaleno e Fernando Simão; 3) Maria Berenice Dias (o assunto pode ser questionado com base nessas teorias)
· Direito Civil→Direito das Obrigações→Contratos→Teoria do Enriquecimento Ilícito (para não desamparar as famílias e companheiras)
· Buscar a justiça
5) A existência de casamento válido não obsta o reconhecimento da união estável, desde que haja separação de fato ou judicial entre os casados.
· Não existe união estável se não existir casamento civil, mas que com separação de fato ou judicial
· Caso de Mc Catra e poliamorismo; estrutura familiar sui generis; poderiam ser contratos tácitos que geraram efeitos
· Também é relativizado
· Pode haver fulano, casado, que vive em união estável desde a separação de fato
6) Na união estável de pessoa maior de setenta anos (artigo 1.641, II, do CC/02), impõe-se o regime da separação obrigatória, sendo possível a partilha de bens adquiridos na constância da relação, desde que comprovado o esforço comum.
· Atualmente com 70 anos o casamento é por regime de separação total de bens. Antes era só por 60, anterior a isso por 50 (olhar intertemporalidade das leis quando casou)
· A lei remete ao mesmo procedimento de casamento, mas ressalta o esforço comum
7) São incomunicáveis os bens particulares adquiridos anteriormente à união estável ou ao casamento sob o regime de comunhão parcial, ainda que a transcrição no registro imobiliário ocorra na constância da relação.
· Bens particulares são aqueles adquiridos antes ou na Constancia da união estável ou casamento, mas que foram subrogados
· A presunção de que os bens foram adquiridos na Constancia do casamento admite prova em contrário, possível é possível haver bem só de um cônjuge ou companheiro na Constancia do casamento ou da união estável 
· Importante ter meios de prova
8) O companheiro sobrevivente tem direito real de habitação sobre o imóvel no qual convivia com o falecido, ainda que silente o art. 1.831 do atual Código Civil.
· Direito das Sucessões
CC - Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
· Equiparação do direito sucessório do cônjuge para o companheiro sobrevivente
· Direito real de habitação→é um usufruto mais restrito; só pode habitar/morar
· O bem entra no inventário do de cujus; será rateado, mas os outros herdeiros são nus proprietários, isto é, o companheiro poderá morar lá até morrer ou poderá ser negociado em transação, pois é direito patrimonial disponível
· A propriedade é que gera o direito real de habitação, portanto, deve ser o bem de propriedade do que morreu
9) O direito real de habitação poder ser invocado em demanda possessória pelo companheiro sobrevivente, ainda que não se tenha buscado em ação declaratória própria o reconhecimento de união estável.
· Deu ao companheiro a legitimidade ativa para pleitear o direito possessório (para manter a posse), que é uma ceara do direito das coisas, sendo diferente do direito de família
10) Não subsiste o direito real de habitação se houver co-propriedade sobre o imóvel antes da abertura da sucessão ou se, àquele tempo, o falecido era mero usufrutuário do bem.
· Se o morto for usufrutuário, o companheiro não tem o direito do usufruto
· Não existe como dar ao companheiro uma fração do direito do condomínio do bem indivisível
11) A valorização patrimonial dos imóveis ou das cotas sociais de sociedade limitada, adquiridos antes do início do período de convivência, não se comunica, pois não decorre do esforço comum dos companheiros, mas de mero fator econômico.
· Não há o elemento do esforço comum do companheiro nesse casos
· Fator econômico não vale para a divisão patrimonial
· Já é uma expectativa de direito; existia antes do casamento ou da união estável
12) A incomunicabilidade do produto dos bens adquiridos anteriormente ao início da união estável (art. 5º, § 1º, da Lei n. 9.278/96) não afeta a comunicabilidade dos frutos, conforme previsão do art. 1.660, V, do Código Civil de 2002.
· Art. 1560/CC→Comunhão parcial de bens, frutos advindos dos bens incomunicáveis se comunicam
· Ex.: aluguéis são frutos civis; frutos pendentes; frutos percebidos (lavouras, gado, fruticulturas, safras)
· As dívidas constituídas na constância também se comunicam. Se contraídas antes, não entram na obrigação
13) Comprovada a existência de união homoafetiva, é de se reconhecer o direito do companheiro sobrevivente à meação dos bens adquiridos a título oneroso ao longo do relacionamento.
· Meação dos bens adquiridos a título oneroso (aquestos)→se presume o esforço comum (juris tantum)
· Essa disposição é a mesma relativa ao casamento, mesmas garantias
14) Não há possibilidade de se pleitear indenização por serviços domésticos prestados com o fim do casamento ou da união estável, tampouco com o cessar do concubinato, sob pena de se cometer grave discriminação frente ao casamento, que tem primazia constitucional de tratamento.
· Redações diferenciadas
· Não existe indenização por serviços prestados foi extinto com a CRFB/1988
· Na legislação em vigor não existe mais amparo ao concubinato impuro
· Casamento tem mais garantias que a união estável
15) Compete à Justiça Federal analisar, incidentalmente e como prejudicial de mérito, o reconhecimento da união estável nas hipóteses em que se pleiteia a concessão de benefício previdenciário.
· Matéria especial compete à Vara Especial
· Previdência→Justiça Federal
· Outras questões serão na Vara de Família
16) A presunção legal de esforço comum quanto aos bens adquiridos onerosamente prevista no art. 5º da Lei 9.278/1996, não se aplica à partilha do patrimônio formado pelos conviventes antes da vigência da referida legislação.
· Não existe a presunção do esforço comum antes de 1996; deve-se obrigatoriamente provar o esforço comum
· Depois dessa data cabe ao outro fazer a prova de que não houve o esforço comum
· Esforço comum→voto da Ministra Nancy Andrighi. O esforço comum não necessariamente é dinheiro; pode ser direto ou indireto (dinheiro; trabalhar para o outro sem salário; trabalhos domésticos)
· Sempre com a união estável se baseia nos fundamentos teóricos constitucionais (colocar os artigos da CRFB/1988) na petição inicial no reconhecimento da união estável
RELAÇÕES DE PARENTESCO
- Vínculo com diferentes origens que atrela determinadas pessoas, implicando em efeitos jurídicos diversos
·Parentesco e parentela são sinônimos
· Superou a consanguinidade com a existência de vários tipos de parentesco além dela (no total são 4)
· Multiparentalidade ou dupla parentalidade: nos dias atuais é possível uma mesma pessoa ter mais de um tipo de parentesco
 SUBTÍTULO II
Das Relações de Parentesco
 CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
- Em sentido estrito→ Consanguíneo
· Também chamado de natural
· A consanguinidade, para parentesco civil ou socioafetivo, vai até o 4º grau na linha unilateral
- Em sentido amplo→ Afinidade; Civil; Socioafetivo
· Afinidade é o vínculo criado com o cônjuge e seus parentes
· A afinidade não gera afinidade, pois é restritiva e só vai até o 2º grau na linha colateral
· Há doutrina no sentido de que afinidade na linha reta se equipara à colateral, portanto, só vai até o 2º grau; é também o entendimento jurisprudencial. Porém, essa disposição não é norma, isto é, não está expressamente desta maneira no CC; por isso, há doutrina que diz não existir restrição legal para a linha reta, sendo esta ad infinitum 
· Cônjuges são parentes por afinidade
· O parentesco por afinidade não se extingue nem pelo divórcio e nem pela morte
· Afinidade não gera direito à herança, isto é, direito sucessório
· O parentesco civil é originado da adoção
· O parentesco socioafetivo é registral
· A priori, a condição de filho de criação não gera direito sucessório. Esse filho de criação pode ter o parentesco socioafetivo reconhecido de forma registral, podendo, dessa forma, entrar no inventário
· Em síntese, a socioafetividade não gera direito sucessório, desde que não seja registral; se for, gera direitos
· Ainda, por exemplo, é parentesco registral aquele de fecundação artificial heteróloga
· Os parentescos consanguíneo, civil, socioafetivo registral e registral resguardam a garantia de todos os direitos
Linha {Reta
· Determina a árvore genealógica
· É ad infinitum, isto é, não há limite enquanto tiver vivos (avós e filhos, etc)
· É onde existe o 1º grau
 {1 – Colateral
· Também chamada de transversal ou oblíqua
· Advém de um tronco ancestral comum
· Ex.; sobrinhos, tios, sobrinhos-netos
· Há uma subdivisão, pois pode ser parente por parte de pai (paterna) ou por parte de mãe (materna), sendo unilateral; ainda pode ser parente por parte de pai e de mãe, sendo bilateral
1.1 - Linha {Materna
 {Paterna
· É importante para os efeitos no direito assistencial e sucessório
· Parente bilateral herda o dobro de parente unilateral
- Ascendente
- Descendente
· Existem aqueles que estão na mesma geração e não se encaixam na ascendência (gerações anteriores) ou descendência (gerações posteriores); é o caso de irmãos e primos
· Ascendência e descendência não olham a idade (Ex.: tio não é descendente, mesmo que mais novo que a pessoa analisada)
· Ordem de sucessores: D.A.C/C.C, isto é, descendentes→ascendentes→cônjuge sobrevivente/companheiro→colaterais. Os mais próximos excluem os mais remotos (ex.: sobrinho recebe primeiro que tio)
Grau→Distância entre gerações
· Não há parentesco em 1º grau na linha colateral; ocorre no 2º grau, 3º grau e 4º grau, existindo apenas até este ponto
Obs.: A qualificação segue a seguinte ordem: 
↓Parentesco
↓Tipo de parentesco
↓Linha
↓Grau
↓Ascendência/Descendência 
- Efeitos:
· Aplicabilidade dos efeitos da relação de parentesco no Direito como um todo
a) Não podem sem testemunhas
· Direito processual
b) Agrava ou atenua pena
· Direito Penal
c) Isenções e deduções
· Direito Tributário
d) Restrições para ocupar cargo público
· Direito Administrativo
e) Vocação hereditária
· Direito das Sucessões (quem herda e a ordem)
f) Impedimentos, alimentos, guarda tutela, curatela
· Direito de Família
g) Inexigibilidade – Súmula 13 do STF
· Direito Eleitoral
Ex.:
Ex.: 
a) 40____15
R: Não tem parentesco
b) 27____24
R: Parentes; consanguíneo; linha colateral; 4º grau (primos)
c) 21____27
R: Parentes; consanguíneo; linha colateral; 3º grau; ascendente
d) 38____25
R: Não tem relação de parentesco
e) 7____40
R: Parentes; unilateral; por afinidade; linha colateral; 2º grau
f) 4____36
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 2º grau; ascendente (avô)
g) 37____12
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 5º grau; descendente (ad infinitum)
h) 17____24
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 4º grau; ascendente
i) 19____30
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 3º grau; ascendente
j) 33____39
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 3º grau; descendente
k) 15____21
R: Parentes; por afinidade; linha reta; 2º grau; ascendente
l) 1____37
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 4º grau; ascendente
m) 23____26
R: Parentes; consanguíneo; linha reta; 3º grau; ascendente
n) 31____10
R: Parentes; consanguíneo; linha colateral; 3º grau (sobrinho unilateral; descendente
Ex.: 
FILIAÇÃO
· Surgimento do DNA
· Revolução do DNA. Antigamente, o juiz apenas homologava o laudo pericial
· Surgimento da socioafetividade com a desbiologização do exame de paternidade. Reconheceu-se a paternidade socioafetiva registral. Filho é para além da biologia
· Antes resolvia-se a questão pela adoção
· O Professor João Batista Vilela criou a qualificação de parentesco por socioafetividade (ser pai pelo afeto)
· Hoje já é possível reconhecer a paternidade socioafetiva em Cartório
· Dupla parentalidade: pais biológicos+pais socioafetivos
· Pressupostos e institutos de filiação no CC ultrapassados pela revolução tecnológica. O CC é restrito e arcaico neste tema, apesar de as matérias relativas a ele estarem em vigor
· Direito Filiatório Constitucional→Princípios da isonomia filial, da paternidade responsável e do menor interesse do menor
· Direito Filiatório Infraconstitucional→Princípios da presunção da paternidade; dever e direito de assistência; parentesco/filiação socioafetiva (multiparentalidade; efetivo exercício do poder familiar; ações investigatórias e declaratórias de paternidade
- Presunções pater is est – Art. 1597/CC
· Presunção pater is est é júris tantum, ou seja, não é absoluta e admite prova contrária
CAPÍTULO II
Da Filiação
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
· Presunções pater is est
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
· Esse artigo encontra-se superado
· Não se tem certeza de quem é o pai do filho da mulher ainda grávida e tal filho será registrado sem eu nome
· Pouca evolução no caso das fecundações artificiais
· O CC tem dois tipos de fecundaçõesartificiais:
· 1) Homóloga: material genético dos próprios pais (pai e mãe); é o caso, por exemplo, de uma inseminação artificial. Geralmente, a gravidez será no mínimo gemelar. Há embriões excedentários com criopreservação, que fogem às regras do direito e vai para o manto da medicina legal
· 2) Heteróloga: tem de ter material genético de um dos pais ou de nenhum dos dois, havendo um terceiro na situação. Banco de sêmen e banco de óvulo. A legislação diz que é preciso ter a anuência das partes envolvidas
· As fecundações artificiais (homólogas e heterólogas) não reguladas por resoluções do Conselho Federal de Medicina
· Paternidade responsável: é um princípio constitucional que preconiza a presunção de paternidade se a pessoa se negar a fazer o exame de DNA. A presunção é para proteger o menor
· Alimentos gravídicos→presunção de paternidade
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
· A negação da mãe da paternidade daquela referida pessoa não significa que não há relação de filiação
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
· Ação negatória de paternidade
· Entra em conflito com as disposições já aceitas pelo ordenamento jurídico e jurisprudência da multiparentalidade e da parentalidade socioafetiva
· A fecundação heteróloga pode ensejar a negatória de paternidade; por isso é preciso a anuência das partes envolvidas
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
· A confissão da mãe que traiu o marido não exclui a paternidade
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
- Formas de reconhecimento da paternidade
· Escritura pública
· Termo judicial
· Testamento
· Obs.: se reconhece a paternidade com a anuência do filho
- Lei 8.560/92
· Não fazer o teste de DNA já gera a presunção de paternidade
· Concomitantemente, surgem obrigações, direitos e deveres
· Princípios da paternidade responsável e melhor interesse do menor
- Posse do estado de filho
· É a fama, tratamento e convivência como se filho fosse
· É a filiação socioafetiva
· Pode ser buscado, inclusive, post mortem
· Gera efeitos
· A ação para reconhecimento do estado de filho é declaratória e imprescritível
ADOÇÃO
- Lei 12.010, de 03/09/10
· Objetivo inicial da adoção como alternativa para dar filhos a um casal sem filhos, para que se tenha uma estrutura familiar
· Transformação de um estranho em filho. A partir disso cria-se um parentesco, chamado civil, uma vez que é estabelecido por sentença judicial
· Iniciou no Brasil pelas Carmelitas de Jesus, coma figura religiosa da roda dos enjeitados. Moças solteiras se retiravam do convívio social e familiar durante a gravidez, tinham o filho para evitar o aborto e, após o nascimento, colocava a criança na roda, que acionava o sino e as freiras do convento sabiam que tinha uma pessoa lá. As crianças recebiam o nome do santo do dia e o sobrenome “de Jesus”
· Esse modelo brasileiro católico inicial era diferente do modelo europeu, o qual era mais voltado para o paganismo, como forma de ter descendentes para a hora da morte, na intenção de evitar o submundo (as pessoas temem a morte)
· Estigma de filho adotivo relacionado ao patrimônio (“filho adotivo vai matar o pai para ficar com a herança”)
· A Lei 12.010 está em processo de alteração
· Via de regra, o brasileiro quer adotar menina (pois acha que serão mais cuidadosas), branca, de olho azul, loira, cabelo liso, de até no máximo 3 anos (pois até aí não há memória afetiva). Os filhos são idealizados.
· Estatisticamente, há mais gente para adotar do que crianças para adoção, mas a conta não fecha devido à idealização dos filhos, por isso há um paradoxo no Brasil
· Projeto Crianças Invisíveis→Doar através de parto anônimo; gestação segura para a mãe e para a criança. Depois da doação a criança vai para a adoção
· Cadastro Nacional de Adoção→Se encontra na Vara da Infância e Juventude. Pessoas disponíveis para adotar e crianças disponíveis para adoção.
· Preenchidos os requisitos é possível efetivar a adoção. O adotante pode ser pobre ou rico, mas necessita de apresentar capacidade de sustento e saúde mental. Existe o aparato de uma equipe multidisciplinar e do Ministério Público para o estudo dessas pessoas no intuito de averiguar se estão aptas e preparadas para a adoção
· Obs.: o contrato de adoção é voluntário
· Adoção pronta: mal vista atualmente. A pessoa tem a criança e no próprio hospital outra pessoa a pega. O adotante entra com um pedido de guarda e depois entra com o processo de adoção. A mãe deve ir a audiência ratificar. Em certos casos, a ratificação é vista como forma de constrangimento
· Adoção à brasileira: é a adoção pronta fraudulenta. Há a simulação de um parto e registro em nome do adotante e não da mãe. Atualmente o que se equipara é a paternidade socioafetiva, que seria o meio legal para reconhecer a filiação
· Obs.: Pessoas casadas ou solteiras podem adotar
· Adoção póstuma:o adotante falece antes da sentença de adoção e depois da audiência em que manifestou sua vontade. A adoção é concedida e os efeitos retroagem até a data do óbito
· A adoção do maior de 18 anos acontece na Vara de Família e a do menor na Vara de Infância e Juventude
· Ao completar 18 anos sem que haja a adoção, a pessoa tem de sair do abrigo. Existem as casas de passagem. Contudo, é uma questão social grave no Brasil
· A criança que se encontra no abrigo é chamada de institucionalizada
· A lei dificulta a adoção internacional, o que não é muito positivo do ponto de vista social. São feitas muitas exigências, que acaba por fazer as pessoas desistirem de adotar no Brasil 
· Deve haver o credenciamento dos estrangeiros no Brasil e ainda existem as Autoridades Centrais de Adoção, estaduais e municipais. 
· Adoção→dar dignidade à pessoa do adotado
· Programa de apadrinhamento: buscar uma criança em um abrigo e passar um final de semana com ela. Essa iniciativa gera muitas adoções, pois as pessoas se apegam às crianças que são levadas ao passeio
· A lei diz que não é possível dividir irmãos na adoção (se adotar um tem de adotar todos)
· Muitas vezes, o preconceito atrapalha a adoção
· Em regra, as regras de adoção no Brasil não são severas, com exceção da adoção de indígenas, quilombolas e pais adotantes estrangeiros
· A proposta de mudança é no sentido de flexibilização das exigências à adoção e o cumprimento da regra que dispõe que a criança não pode ficar institucionalizada por mais de 2 anos
· Efeitos da adoção: efeito familiar: parentesco, nome familiar e prenome
· O prenome configura uma questão complicada, pois aspessoas se tornam conhecidas por seus nomes. A partir dos 12 anos o prenome só pode ser alterado se o adotado quiser
· No CC/02 só existem dois artigos em vigor em relação à adoção; as disposições estão no ECA
· Na adoção se perde o poder familiar e se constitui outro
PODER FAMILIAR
- Elementos constitutivos
· Pater família; é figura do Direito Romano
· O pai, como senhor, submetia ao ser poder de chefe (provedor, dono) a mulher, os homens e os empregados
· Muitos acham que a melhor terminologia seria “Autoridade Parental”
· Pais tem mais deveres que direitos na atualidade
· Art. 1630 e seguintes
 CAPÍTULO V
Do Poder Familiar
Seção i
Disposições gerais
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.
· O exercício do poder familiar está circunscrito à menoridade. Ou seja, é finito
· Entretanto, alguns institutos não acabam, como o dever de assistência, que se estende aos filhos maiores, pois é dever inerente da parentalidade estabelecida, sendo devido desde que provada a parentela, necessidade e demonstrada a condição de indigência
· Menores: alimentos civis ou côngruos; pode tipificar o abandono de menor
· Maiores: não traz o tipo penal
· O art. 1634 traz deveres dos pais em relação aos filhos menores
Art. 1.634.  Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:  (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I - dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
· Compete aos pais criar e educar
· A rigor, se está criado e educado aos 18 anos
· A lei traz um lapso até aproximadamente os 26 anos, em função às formação profissional (cursos superiores, técnicos, etc.). Com o passar do tempo e com as demandas sociais isso vai mudando
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
· Tê-los em sua companhia
· Figura da busca e apreensão do menor se este sair com alheios sem autorização dos pais
· A guarda está contida no poder familiar, sendo elemento deste. Para alguns autores, na guarda unilateral, o outro tem menos responsabilidades, sendo o poder familiar restritivo. Para outros, o entendimento é de que a responsabilidade é a mesma para os dois, sendo o poder familiar mais amplo, visto que pertence a ambos os pais. A figura da guarad compartilhada atenua o primeiro entendimento
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
· Sem idade nupcial é necessário o suprimento judicial e consentimento dos pais para o casamento
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
· A tutela, mesmo sendo rara no testamento, é instituto de direito assistencial
· Tutela: substituição temporária do poder familiar. Acaba com a maioridade, ocasião na qual, dependendo das circunstancias, pode iniciar a curatela
· O testamente é instrumento para exercer uma última vontade
· Existem órfãos de pessoas mortas ou vivas, tendo em vista a perda do poder familiar
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
· Busca e apreensão do menor
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
· Crianças e adolescentes podem e devem fazer atividades inerentes à sua idade. Se não fizerem isso, incorre em culpa (culpa in vigilando) do poder familiar
- Suspensão
· A ação de suspensão do poder familiar tramita na Vara de Família
· Há o auxilio de uma equipe multidisciplinar
· Funciona mais como uma advertência 
· Art. 1637
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
· Autoridade parental: os pais têm direito à administração e usufruto dos bens dos filhos
· Parente para o caso explicitado é até o 4º grau
· A princípio, maus tratos podem ensejar a suspensão. As crianças serão recolhidas e levadas ao abrigo. Há um tratamento para a família, primeiro físico (para recuperar dos traumas sofridos) e depois psicológico para a criança. Depois, se trabalha na reinserção da criança, na tentativa de resgatar o elo familiar. Normalmente há a reincidência do comportamento, e, nesse caso, há a perda do poder familiar. Então, as crianças caem na situação de orfandade
- Extinção
· A decisão judicial é a destituição do poder familiar
· Sempre entrar com a suspensão primeiro, para já ter uma sentença base quando pedir a destituição
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
- Perda
· Problemas sociais afetas essas situações
· Há a ação de destituição do poder familiar (ninguém destitui sem antes suspender)
· Obs.: Geralmente, abuso (art. 1637) é a causa que mais destitui o poder familiar
· Abuso de tutor e pais: nos tribunais, problemas psiquiátricos ligados à sexualidade. Geralmente pessoas de baixo poder aquisitivo
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
· Ocorre mais por parte das mães 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
· Depende do contexto em que a pessoa está inserida
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:  (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018)
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal

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