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1 Processamento de Manteiga MAF 3340 – Tecnologia de Leites e Derivados Profª Patrícia de Souza Castro 2 Definição e Regulamento • Produto gorduroso obtido exclusivamente pelos processos de batimento e malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnológicos adequados; • A matéria gorda da manteiga deverá ser composta exclusivamente de gordura láctea; • Em 1996 foi estabelecido o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade dos produtos lácteos para o Mercosul. 3 Classificação • Do creme - extra, 1ª qualidade e 2ª qualidade, nos seguintes critérios: aspecto, aroma, sabor, % de gordura, acidez e apresentação; • Da manteiga – critérios: sabor e aroma, textura e consistência, salga, cor e apresentação. c/ ou s/ contato manual c/ ou s/ contato manual s/ contato manual Tipo de empacotamento ObrigatóriaobrigatóriaobrigatóriaPasteurização do creme Não é permitidoNão é permitidoNão é permitido Uso de conservantes é permitidoNão é permitidoNão é permitido Redução da acidez Extra, de 1ª ou de 2ª Extra ou de 1ªextraClasse do creme 2ª QUALIDADE1ª QUALIDADEEXTRAClasses 4 Tipos de Creme • Creme doce: creme obtido no desnate de leite fresco de boa qualidade, não é ácido, possui baixa contagem microbiana e por apresentar alta qualidade é utilizado preferencialmente em produtos de melhor qualidade; • Creme ácido: creme obtido de leite ácido ou creme doce que desenvolveu elevada acidez devido a ação de microrganismos. É espesso, ácido, instável, coagula no trocador de calor (produzindo sabor e aroma de queimado), reduz a produtividade devido às perdas no soro e reduz a qualidade da manteiga. 5 Redução da Acidez ou Neutralização • O objetivo é reduzir a acidez através de um composto alcalino até obter no máximo 19ºD; • Deve ser feita antes da pasteurização; • A neutralização deve ocorrer de forma precisa e rápida; • Deve ser homogênea para evitar concentrações locais e não deve ser excessiva para evitar crescimento de microrganismos; • O cálculo do neutralizante deve levar em consideração: equivalência molar, a acidez a neutralizar, % de gordura (o que é neutralizado é o soro); • Neutralizantes – Sódicos (NaOH, Na2CO3 e NaHCO3): são mais solúveis mas podem formar espuma; – Cálcicos (Ca(OH)2 e CaO): possui baixa solubilidade mas maior poder neutralizante. 6 Padronização • A padronização possui o objetivo de ajustar o teor de gordura do creme, normalmente a 35% em centrífuga padronizadora; • Cremes mais concentrados afetam o rendimento do processo, pois resulta em maiores perdas de gordura no leitelho; • Cremes com baixa % de gordura afeta a produtividade, pois é necessário mais tempo de batimento; Pasteurização • Método lento: 65ºC/30’ e Método rápido HTST: 75ºC/15” (creme com 10 a 20% de gordura) ou 80ºC/15” (creme com mais de 20% de gordura); • Parâmetros mais severos que do leite devido a maior quantidade de sólidos e ao efeito protetor da gordura aos mos; • a TºC não deve exceder a 80ºC para evitar o aroma de cozido e a intensificação da oxidação; 7 Maturação • Não é uma etapa obrigatória e apresenta 2 métodos: • Física – Estocagem refrigerada com agitação lenta durante mínimo de 4 h; – O objetivo é promover a cristalização dos glóbulos de gordura; • Biológica – Utiliza 1 a 2% de fermento lático ( Streptococcus lactis, S. cremoris sub. diacetilis e Lactobacillus cremoris); – A fermentação ocorre durante 12 a 18h a 20ºC; – Durante a fermentação ocorre a produção de ácido (reduz o pH do creme) e de substância aromatizantes (diacetil) que realça o sabor da manteiga; – A etapa final é a refrigeração. 8 • É a principal etapa do processo de fabricação da manteiga; • Promove a inversão das fases e a expulsão do leitelho; • Fenômenos importantes: refrigeração, agitação, formação de espuma e os choques repetitivos; • Tem como princípio a aglomeração, concentração e combinação; • Equipamento: tambor de aço inoxidável c/ chicanas que gira no eixo horizontal com agitação de 30 a 60 rpm; • Deve-se encher 40% do volume do equipamento com creme maturado (8 a 13ºC) ou não maturado (5 a 7ºC); Batimento 9 Salga • Contribui para intensificar o sabor e prolongar a vida útil da manteiga; • A quantidade de sal a ser adicionada varia de 1 a 3% do peso do produto; • O sal deve ser quimicamente puro e de baixa granulometria para facilitar a dissolução; Lavagem • Os objetivos são: substituir o soro por água, reduzir a possibilidade de crescimento de mos, eliminar produtos de degradação microbiana (off flavors) e aumentar a vida útil da manteiga; • A água utilizada deve ser potável, filtrada, clorada, refrigerada, com baixo teor de metais (evitar oxidação); • O subproduto é o leitelho. 10 Malaxagem ou Amassamento • Consiste na repadronização da manteiga. Promove a expulsão do leitelho remanescente, ajustando o teor de água na manteiga ao padrão máximo permitido pela legislação (17%); • É um processo que provoca a mistura íntima dos grãos de manteiga(soldagem dos grãos), buscando obter a consistência e textura desejada, favorecendo a cristalização; • Durante a malaxagem ocorre a dispersão da água e do sal na fase contínua da emulsão (oleosa); • Promove a expulsão do leitelho remanescente, ajustando o teor de água na manteiga ao padrão máximo permitido pela legislação (17%); • Amassamento insuficiente: a água não é bem distribuída; • Amassamento em excesso: a manteiga se torna pegajosa, com textura quebradiça ou gordurosa.