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FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR Curso: Medicina Disciplina: Fisiologia II Período: 3º Período Professor (a) responsável: Dr. Argenil Oliveira Acadêmica: Grazielle Brandão Coelho Turma E Caso Clínico 1 - Fisiologia e fisiopatologia gastrointestinal História clínica – 32 anos de idade, faioderma, masculino, lavrador, residente em área urbana com disponibilidade de água potável e encanamento do esgoto sem tratamento. Casado e pai de 3 filhos. Sem história familiar positiva para comorbidades com traços hereditários. Procura avaliação médica por queixa de sensação de aumento do volume simétrico da face, sem sinais flogísticos. Aumento esse percebido pela esposa. Relata também, estimulado pela esposa, que nos últimos 6 meses apresenta alteração da consistência das fezes, com presença de restos alimentares, assim como do aumento das defecações. Sem sangue ou muco. Sem náuseas ou vômitos associados. Refere perda de peso não mensurada. Uso de mais furos na correia da calça. História de adição, com ingesta de álcool e tabagismo desde os 11 anos de idade. Meia garrafa de água ardente ao dia e 25 anos/maço (uso de cigarro com fumo não manufaturado – artesanal) Exame físico – À inspeção percebe-se lesões de pele em áreas expostas a radiação solar. Lesões em placas eritematosas, hipercrômicas, pruriginosas (quando perguntado sobre as mesmas) e descamativas. Há visível aumento do volume da face, principalmente quando comparado com fotografia do documento de identidade. Aumento simétrico. À palpação das laterais da face, percebe-se consistência fibroelástica, com aderência a tecido profundo, parcialmente móvel, sem sinais flogísticos. Sem outras lesões de pele. Hipotrofia de interósseos. Têmporas destacadas. Aumento do volume abdominal com massa abdominal umbilical redutível. Edema simétrico de membros inferiores. Diante do exposto, as seguintes questões são colocadas: 1- Onde se dá o início da digestão e absorção de alimentos? Já na boca se inicia a digestão de carboidratos pela ação da amilase salivar (ptialina). No estômago o ácido clorídrico (HCl) atua facilitando a fragmentação dos alimentos e na ativação de enzimas presentes no suco gástrico, que é o caso do pepsinogênio convertido em pepsina, enzima responsável pela digestão das proteínas nesse local, ainda no estômago a lipase gástrica inicia a digestão das gorduras. Após o quimo ser formado no estômago, segue para o intestino delgado, onde no seu segmento inicial (duodeno) recebe os sucos produzidos pelo fígado e pelo pâncreas os quais possuem enzimas com funções digestivas e passa a ser chamado de quilo. Ainda no intestino delgado, nas porções jejuno e íleo começa a acontecer a absorção digestiva de pequenas moléculas. No intestino grosso ocorre uma maior absorção de água, e o quilo passa a ser o bolo fecal, que através de movimentos peristálticos caminham até o reto e é eliminado pelo ânus. 2- Possíveis causa(s) do aumento do volume da face? De acordo com os dados obtidos na anamnese o paciente provavelmente apresenta um quadro de Hepatopatia alcoólica, e um dos achados clínicos dessa patologia é o aumento do volume da face como descrito no exame físico. Isso porquê o álcool excessivo leva a um aumento da glândula parótida por infiltração gordurosa, fibrose e edema. 3- Fisiopatologia provável associada à alteração do hábito intestinal? A hepatopatia alcoólica pode evoluir para um quadro de cirrose hepática, e o doente crônico pode apresentar a forma descompensada da doença, onde um dos sinais clínicos é a diarreia. Na cirrose ocorre substituição de tecido hepático normal por tecido fibroso e nódulos regenerativos, e com essa progressiva perda da arquitetura hepática sua função fica prejudicada, e uma das consequências disso é a diminuição da secreção de bile pelos hepatócitos. Com uma menor concentração da bile no intestino ocorre má absorção de alimentos ricos em gorduras e algumas vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), o que leva à um desequilíbrio intestinal e também a um quadro de desnutrição. 4- Fisiopatologia associada às lesões de pele? É comum que pacientes que possuem hepatopatia alcoólica e/ou cirrose hepática apresentem alterações cutâneas como as encontradas no exame físico, estas, denominadas aranhas vasculares, ou telangiectasias, ou ainda angiomas. Acredita-se que o surgimento dessas lesões se dá devido às alterações do metabolismo dos hormônios sexuais (homens: aumento do estradiol em proporção à testosterona) provenientes da patologia. O número e tamanho dessas lesões são associadas à gravidade da doença hepática. 5- Fisiopatologia associada ao edema de membros inferiores? Edema de membros inferiores também é um sinal da cirrose hepática descompensada, que pode ser proveniente de um quadro de hipertensão portal, que consequentemente induz a uma circulação colateral, sobrecarregando assim os vasos dos membros inferiores. 6- Sinais associados à sarcopenia no exame físico e fisiopatologia? Hipotrofia de interósseos. As contraturas de Dupuytren (atrofia da fáscia palmar) é comum na hepatopatia alcoólica e cirrose hepática. Contratura de Dupuytren resulta do espessamento e encurtamento da fáscia palmar, o que provoca deformidades na flexão dos dedos e atrofia muscular. Patologicamente, é caracterizada por proliferação fibroblástica e deposição de colágeno desordenada com espessamento fascial. A patogênese é desconhecida, mas pode estar relacionado com a formação de radicais livres produzidos pelo metabolismo oxidativo da hipoxantina, um metabólito das bebidas alcoólicas no nosso organismo. Caso clínico 2 – Fisiologia e fisiopatologia gastrointestinal História clínica – 18 anos, estudante, descendência asiática (japonesa), moradora de área urbano com equipamentos sanitários adequados, sem comorbidades conhecidas. História familiar de neoplasia de colo por parte materna em idade acima de 65 anos. Sem internações prévias. Cartão vacinal em dia. Sem história de reação tipo alergia. Procura assistência médica eletiva em função de alteração do hábito intestinal de forma intermitente há 3 anos. Já procurou atendimento médico anteriormente, com diagnóstico de parasitose intestinal. Fez uso de medicamentos sem melhora do quadro. Não sabe informa quais e qual a parasitose. Não há sinais de alarme envolvidos – perda de peso ou presença de sangue nas fezes. Informa que de maneira intermitente tem períodos de alteração da consistência das fezes e do número de evacuações, coincidente com o período pós-prandial. Há distensão abdominal e gases associados. No momento do exame assintomática. Ao exame físico sem maiores alterações. Diante do exposto, pergunta-se: 1- O comprometimento mais provável se dá na motilidade, absorção ou secreção? Motilidade. 2- Quais os aspectos genéticos, evolutivos, do desenvolvimento e funcionais mais prováveis envolvidos no evento fisiopatológico? O reflexo gastrológico exagerado, onde na presença de alimento no estômago estimula o cólon e por consequência necessidade de evacuar. Além de poder ocorrer por heranças genéticas, em indivíduos do sexo feminino esses eventos são favorecidos pelas oscilações hormonais. 3- Que segmento do intestino está envolvido na apresentação clínica fisiopatológica do caso? É no intestino grosso que ocorrem fortíssimas ondas peristálticas com o objetivo de propelir o bolo fecal. 4- Que processo enzimático mais provável está comprometido? O processo de digestão dos macronutrientes ficam comprometidos, visto que assim que chegam ao estômago a motilidade aumenta de forma que permanecem por período muito curto principalmente na porção inicial do intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
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