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Farmacocinética e Farmacodinâmica

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Tathiane F. Alves TXIX – 5° semestre, 1° bimestre – 2020 
BASES DA TERAPÊUTICA 
Aula 5: Farmacocinética e Farmacodinâmica 
03/03/2020 
 
FARMACOLOGIA 
O que o organismo faz com o remédio é estudado na farmacocinética. Mas o que o remédio faz no organismo é a 
farmacodinâmica. 
 
 
Em uma receita médica, ao prescrever você colocar o princípio ativo, a dose, a via administrativa e frequência a ser 
tomado. 
OBS: Quando você prescreve o princípio ativo é farmacodinâmica. Já quando prescreve a frequência (a repetição) é 
farmacocinética. 
 
Imagine que você prescreva uma droga em determinada dose, o medicamento será absorvido ou liberado na 
corrente sanguínea. Uma vez feita essa etapa, essa droga entra no Compartimento Central (sangue). Portanto, a 
primeira finalidade do medicamento é chegar na corrente sanguínea. 
Quando chega na corrente sanguínea, ela chega no formato liquido (não necessariamente ativo) e do sangue que é 
o compartimento central, o medicamento vai para o Órgão Alvo. Porém, muitas vezes da corrente sanguínea o 
medicamento vai para um órgão ou tecido não desejado. O problema disso é o efeito colateral do efeito adverso. 
Alguns remédios podem ir a princípios que chamamos de reservatório, ou seja, o remédio vai para um local que do 
ponto de vista farmacológico não tem efeito nenhum, mas ele fica sequestrado lá dentro. 
Outro possível destino é que o medicamento uma vez no sangue sofra um processo do metabolismo ou 
biotransformação que é uma outra etapa da farmacocinética. Isso geralmente acontece no fígado. 
Quando na corrente sanguínea, a droga no formato liquido, ela pode associar-se com proteínas do plasma e isso do 
ponto de vista como medicação não é boa. 
Após passar pelo metabolismo no fígado, ele irá para a excreção. 
 
Etapas da Farmacocinética: 
➢ 1ª etapa: Absorção 
➢ 2ª etapa: distribuição – nem todo medicamento passa por essa etapa. 
➢ 3ª etapa: Metabolismo ou biotransformação dos medicamentos 
➢ 4ª etapa: Eliminação do medicamento 
 
BIODISPONIBILIDADE: É a percentagem do medicamento/fármaco administrado que de fato chega ao local de 
ação que é o órgão alvo/local de lesão. 
 
Farmacocinética → Biodisponibilidade 
 
Não temos biodisponibilidade de 100%, mas a biodisponibilidade utópica seria 100%. 
 
Pontos Críticos: Há 2 principais 
➢ Barreira bilipídica das membranas celulares de toda e qualquer célula e tecido. Essa é a primeira barreira em 
que o fármaco tem que atravessar, seja um fármaco de absorção da VO ou seja um fármaco que seja injetado 
na corrente sanguínea. Portanto, para o fármaco atravessar essa barreira bilipídica precisa de uma 
propriedade chamada de lipossolubilidade. 
➢ Lipossolubilidade → os fármacos devem ter para que possam atravessar a barreira bilipidica sem gasto de 
energia – difusão simples/difusão passiva. Medicamentos passam pela barreira desde que sejam 
lipossolúveis. (IMPORTANTE) 
 
OBS: São as barreiras bilipídicas que os fármacos devem vencer. 
 
Tathiane F. Alves TXIX – 5° semestre, 1° bimestre – 2020 
Ex.: Um medicamento foi administrado e tem absorção no estomago. Esse medicamento na luz do estomago precisa 
entrar nas células, ou seja, terá a primeira passagem na barreira bilipídica. Ao entrar na célula do estomago ele 
precisará chegar na corrente sanguínea, então do interior dessa célula ele irá passar para o endotélio do vaso com 
outra barreira bilipidica, assim, ele corre a corrente sanguínea e chega ao órgão alvo. Do sangue para o órgão alvo, o 
medicamento passa por outra barreira bilipidica. Então, são as barreiras bilipidicas que os fármacos devem vencer. 
Portanto, a lipossolubilidade do fármaco é como ele ganha biodisponibilidade. 
 
Onde pode perder também a biodisponibilidade? Na primeira passagem do remédio pelo fígado. 
Todos os medicamentos por via oral passarão pelo fígado. Já os da via venosa nem todos necessariamente 
passarão. 
 
A primeira passagem pelo fígado conta com várias modificações do fármaco. Por isso existem esses 2 pontos críticos 
que fazem com que o fármaco não tenha 100% de biodisponibilidade. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
→ Via Oral: 
A principal via de administração é a via oral por ter maior comodidade. 
Os medicamentos são dados ou são absorvidos a nível de estomago ou a nível de intestino delgado (duodeno e 
parte alta do jejuno). 
Se o medicamento tem que ser absorvido, uma questão física, ele não melhor será absorvido quanto maior for a 
área de absorção daquele órgão, comparativamente estomago e intestino delgado, o intestino tem maior área de 
absorção, por isso, 80% dos medicamentos são de absorção enteral. 
Não basta só absorver para dentro da célula, ele tem que passar pela corrente sanguínea, então essa órgãos devem 
ter uma boa irrigação sanguínea. Assim, caso paciente por algum motivo tem uma irregularidade na irrigação do 
estomago, por exemplo, evite o estomago e dê um medicamento de absorção intestinal. 
➢ Estado físico do fármaco? 
- Comprimido? Cápsula? Solução? Suspensão? 
Comparando comprimido com liquido, existe diferença na resposta de absorção. 
 
→ Via Sublingual 
- Boca – veia cava superior – circulação 
Quando colocado na boca, a drenagem vai por veia cava superior e cai direto na circulação sistêmica. É um efeito 
rápido/imediato. 
É mais utilizado quando o paciente quer uma analgesia rápida. 
Ex.: analgésicos sublinguais. 
 
→ Via Transdérmica 
É fundamental que a pele seja excelente em absorção, porém, a pele de pessoa para pessoa tem diferenças. 
Portanto, tomar cuidado, pois a área de absorção pode ser incompatível. 
 
→ Via Retal: 
Consegue evitar a primeira passagem pelo metabolismo hepático ganhando biodisponibilidade. 
 
→ Via Parenteral 
Por que se usa muito? É uma via de resposta rápida, efeito rápido. Consegue ganhar a biodisponibilidade rápida. 
Então, a via endovenosa é aquela que permite maior ganho de biodisponibilidade, ou seja, biodisponibilidade rápida 
e total. Por isso os medicamentos tem efeito rápido. 
É usado mais em ambiente hospitalar. 
 
→ Via Subcutânea 
Essa via tem um ponto crítico que é a administração da quantidade. 
 
 
Tathiane F. Alves TXIX – 5° semestre, 1° bimestre – 2020 
→ Via Intramuscular (IM) 
- Em solução aquosa = absorção rápida 
- Em solução oleosa = lenta e contínua 
 
→ Via inalatória 
Usar nebulizador/vaporizador 
Chega rápido à circulação. 
 
→ Via tópica 
Ex.: Cremes e pomadas. 
- Mucosas 
- Olhos (absorção pela córnea) 
 
FARMACOCINÉTICA 
 
ABSORÇÃO: Transferência do local de administração. 
 
Dicas Práticas da VO: 
➢ Jejum x com algum alimento? 
O ideal é tomar um medicamento em jejum, pois você terá toda a mucosa gástrica para a absorção. Porém, 
depende. Existe alimentos que podem facilitar a absorção desde que eles acrescentem lipossolubilidade ao 
comprimido. 
Ex.: tomar um comprimido com um copo de leite. Talvez esse leite tenha algum componente oleoso que facilite a 
lipossolubilidade da capsula do medicamento. 
Mas isso não deve ser levado como meta, o ideal é tomar em jejum. 
➢ Com água? 
Desde que seja pouca quantidade. 
➢ Álcool? 
- Não. Por que? 
1) Atrapalha na absorção, pois o álcool na mucosa do estomago ele é uma substancia irritativa; 
2) Prejudica o fígado (sobrecarrega); 
3) Álcool é uma droga, tem o mesmo comportamento que um medicamento. E uma vez na corrente sanguínea existe 
a possibilidade de uma interação medicamentosa. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
Fatores que interferem na distribuição dos Fármacos: 
• Perfusão tecidual – É fundamental. 
• Lipossolubilidade do fármaco 
• Capacidade de ligação proteica do fármaco: no sangue e no plasma tem muita proteína e elas tem facilidade 
a se ligarem aos medicamentos. 
Medicamento na forma livre é um medicamento livre. Ao se ligar a uma proteína, fica carregado e caminhando pelos 
órgãos, ou seja, ele não consegue desprender-se e chegar ao seu sitio de ligação. 
 
Ligação Proteica: Quanto maior afinidade por proteínas, menor é a distribuição no tecido. 
 
 
 
 
 
 
Varfarinaé um anticoagulante por VO. Possui apenas 3% de metabolito ativo. Então é um medicamento que fica na 
circulação e apenas 3% age. 
FÁRMACO % LIGAÇÃO PROTEICA 
Varfarina 97 
Heparina ZERO 
Tathiane F. Alves TXIX – 5° semestre, 1° bimestre – 2020 
Heparina também é um anticoagulante, mas por via parenteral. Ela tem zero de ligação proteica, assim quando é 
injetado na corrente sanguínea, ele está pronto para chegar no sitio de ação, está pronto para fazer o efeito no 
tecido. Portanto, é importante não errar na dose. 
Qual o ponto critico de medicamento com alta ligação proteica? Ele tem mais chance de interação medicamentosa. 
 
Barreiras: 
• Barreira hemato-encefálica (BHE): 
• Barreira liquorica (LCR) 
• Placenta 
• Mama 
 
Nem todo medicamento que está na barreira sanguínea tem acesso ao tecido venoso. 
 
METABOLIZAÇÃO 
➢ Locais: FÍGADO. É a principal forma de metabolização dos fármacos. 
- Pulmões, Rins, Adrenais. 
➢ Biotransformação 
- Objetivos: 
Lipossolúvel → Hidrossolúvel → Excreção 
Se o medicamento for destinado a ter excreção renal, ele precisa perder a propriedade lipossolúvel e adquirir a 
propriedade hidrossolúvel. Portanto, a maioria dos medicamentos necessitam passar pelo fígado para mudar de 
propriedade. 
- Inativação 
- Ativação Fármacos 
- Potencialização 
 
Metabolismo no fígado: Citocromo P450. 
 
Meia Vida (T1/2) 
Tempo necessário para que a quantidade original da dose seja reduzida à metade. Guarda relação direta com o 
metabolismo do fármaco. 
 
Conhecendo a meia vida é como se sabe a frequência que deverá ser administrado um medicamento. 
 
EXCREÇÃO 
➢ RINS 
- Bile/fezes: circulação entero-hepática 
- Outras: ar (pulmões), salivas 
→ Néfrons 
 
Facilita excreção Renal 
- Hidrossolubilidade: quem faz a transformação do fármaco de lipossolúvel para hidrossolúvel é o fígado. 
- Polaridade: a carga elétrica dos medicamentos também facilita ou não a filtração glomerular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tathiane F. Alves TXIX – 5° semestre, 1° bimestre – 2020 
FARMACODINÂMICA 
 
Conceito: Estudo dos efeitos fisiológicos e bioquímicos das drogas e seus mecanismos de ação. 
1. Local de ação 
2. Mecanismo de ação 
3. Efeitos terapêuticos 
 
FATORES QUE INTERFEREM NA AÇAO DO FARMACO 
Estrutura química Interação fármaco-receptor Transdução de um sinal 
 Receptores 
 
ALVOS TERAPÊUTICOS 
➢ Receptores 
➢ Transportadores 
➢ Enzimas 
➢ Parede/membrana celular 
➢ Genes 
 
TIPOS DE RECEPTORES 
→ Canais Iônicos: É uma porta que abre ou fecha para a passagem de um íon, positivo ou negativo. 
GABA: é o neurotransmissor inibitório mais potente. 
Interação GABA com seu receptor. O que acontece? O receptor permite a passagem de cloro. Quando ele passa, 
muda toda a eletroquímica da célula e o potencial de membrana da célula. No caso do cloro, acontece a inibição da 
sinapse. O receptor está ativado, o cloro liga-se e bloqueia a sinapse. Por isso o GABA é um neurotransmissor 
inibitório. Assim, conhecendo os receptores Gabaérgicos foram produzidos os benzodiazepínicos. Eles foram 
produzidos para que tivessem a mesma localização que os receptores gabaérgicos e, tendo a mesma localização que 
esses receptores (mexendo com o cloro), tem um comportamento semelhante ao GABA e, consequentemente, são 
sedativos. Mesma coisa com os barbitúricos e o álcool (em altas doses é sedativo). 
 
→ Receptores Enzimáticos: o fármaco vai modificar a função da enzima. 
• Atividade tirosina-quinase: na sua célula tem importância no metabolismo do açúcar. A presença vai 
sofrendo a fosforilação e ela vai trabalhar menos ou mais nesse açúcar dentro da célula. 
Ex.: insulina 
 
→ Receptores Acoplados a Proteína G: 
A modificação do receptor gera sinais. 
 
 Iônico Proteína G Enzimático Intracelular 
Localização Membrana Celular Membrana Celular Membrana Celular Intracelular 
Efetor Canal iônico Canal enzimático Intracelular 
 
Exemplos 
GABA, acetilcolina 
(nicotínicos e 
muscarínicos) 
Noradrenalina 
 
Insulina 
 
 
OBS: Quando dizemos que um medicamento é beta-bloqueador é porque ele está acoplado a uma proteína G. 
 
 
CONCEITOS 
➢ Ação da droga: combinação da droga com seu receptor 
➢ Efeito da droga: alteração final da função biológica, consequência da ação da droga. 
 
 
 
Tathiane F. Alves TXIX – 5° semestre, 1° bimestre – 2020 
Efeitos: 
• Estimulo 
• Inibição 
• Irritação 
 
DOSE 
Quantidade adequada para produzir certo grau de resposta. 
• Dose terapêutica 
• Dose profilática 
• Dose tóxica ou letal 
 
AAS = analgésica = 0,3 a 0,6g AAS = dose anti-inflamatória = 3-6g 
 
AFINIDADE 
Capacidade da droga combinar-se com um ESPECIFICO receptor = capacidade de ligação → eficácia. 
 
EFICÁCIA: É o efeito máximo desejado pela droga. 
• Efeito máximo: É chamado de agonista pleno ou total, ou seja, é aquele que tem capacidade de dar o efeito 
máximo esperado. 
• Efeito parcial: É chamado de agonista parcial. 
• Nenhum efeito: É chamado de antagonista, ou seja, da o efeito contrario do agonista. Assim, ele pode tirar 
ou diminuir o efeito do medicamento. 
 
ANTAGONISTAS 
➢ Competitivo: ele irá competir com o mesmo sítio de ligação do agonista, mas essa competição é REVERSÍVEL, 
no ponto de vista farmacológico é mais fácil de trabalhar. Ao competir com o mesmo sitio do agonista ele irá 
reduzir a potência da droga. 
 
➢ Não competitivo: irá competir com o mesmo sitio de ação do agonista, mas a ligação é IRREVERSÍVEL. Reduz 
a eficácia da droga, portanto, irá interferir na resposta desejada. 
Ex.: AAS → Sua ação como antiplaquetário faz com que sua ligação seja irreversível, ou seja, não adianta terminar a 
meia-vida do AAS. 
 
➢ Alostérico: sítio DIFERENTE do AGONISTA, mas que IMPEDE a ligação do AGONISTA. Comportamento – ao 
não competitivo. Também irá mexer na eficácia do medicamento. 
Não compete pelo sitio de ação. 
 
POTÊNCIA 
Medida pela EC50 (concentração efetiva 50) = concentração em que produz 50% da resposta máxima esperada 
Parâmetro para escolher dosagem ideal. 
 
CURVA DOSE-RESPOSTA 
Compara eficácia e potência. O medicamento começa agir, vai ter uma resposta e chega na eficácia máxima. 
 
INDICE TERAPÊUTICO 
Mede a segurança relativa do fármaco. 
➢ DE50 = dose efetiva 50 
- 50% da dose de eficácia 
➢ DL50 = dose letal 50 
- 50% da dose de letalidade 
 
Bibliografia 
Manual de farmacologia e terapêutica – Goodman e Gilman, capítulos 1 a 3 
Katzung; masters, S. B; Trevor, A. J. Farmacologia Básica e Clínica, 12 edição.

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