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Equilíbrio hidroeletrolítico Fisiologia Natrêmica Mudanças de pH sérico se correlacionam com três grandes componentes: tampões fisiológicos, ventilação alveolar e rins. A concentração sérica de sódio a um nível abaixo de 198 caracteriza hiponatremia, que é definida como uma diminuição em natremia sempre denota hipertonicidade, hiponatremia pode estar associada a tonicidade baixa, normal ou alta. O equilíbrio final da água é determinado pelas funções integradas da sede, da osmorrecepção, da reabsorção de Na+, da secreção de vasopressina e da força do gradiente medular renal, mantendo a tonicidade dentro de uma estreita faixa de osmolalidade (em torno de 280 mOsmol/L). Quando o metabolismo da água está alterado e a quantidade corporal total de água aumenta, o paciente tem hiponatremia, hipotonicidade e intoxicação hídrica. Quando a água corporal total diminui, o indivíduo apresenta hipernatremia, hipertonicidade e desidratação. O volume e a pressão do sangue extracelular são funções integradas do Na+ corporal total (Na+ CT), da H2O corporal total (H2O CT), do tônus vascular, da frequência cardíaca e do volume sistólico, que controlam o volume e a pressão na árvore vascular corporal. Esse volume sanguíneo extracelular é determinado pelo equilíbrio final de Na+, que está sob o controle do paladar, dos barorreceptores, do hábito, da reabsorção de Na+, do feedback tubuloglomenular/mácula densa e dos peptídeos natriuréticos. Alta concentração de sódio = aumento da secreção de água; Baixa concentração de sódio = aumento da secreção de vasopressina. O equilíbrio dos solutos e da água do corpo é determinado pelas quantidades ingeridas, distribuídas aos diversos compartimentos de líquidos e excretadas pela pele, intestinos e rins. A tonicidade, estado osmolar que determina o comportamento do volume das células em solução, é regulada pelo equilíbrio hídrico, enquanto o volume sanguíneo extracelular é controlado pelo equilíbrio de Na+. · Determina 90% da osmolaridade plasmática; · [Na+] = 135-140 mEq/L; · Ganho: ingestão de 9,0g/dia (1,5-2,0 mEq/kg/dia); · Perda: excreção urinária de sódio · SRAA: · Vasoconstricção; · Aumento da PA; · Retenção de Na+ e H2O. · Peptídeo Natriurético Atrial: · Vasodilatação; · Redução da PA; · Aumento da excreção de Na+ e H2O. Hiponatremia – [Na+] < 135mMol/L Geralmente causa redução da osmolalidade, o que leva uma adaptação da célula com liberação de osmólitos para o extracelular. Essa é uma adaptação fisiológica que visa manter a concentração intracelular de solutos semelhante ao ambiente hipotônico do plasma, com o intuito de causar pouca mudança no volume celular. Podem ser divididas de acordo com o volume do líquido extracelular: 1. Hiponatremia hipovolêmica: perda por diarreias, vômitos, insuficiência adrenal primária (Addison), obstrução intestinal, pancreatite ou uso de altas doses e diuréticos; [Na+] < 10mMol/L – perda extrarenal: diarreia, vômito, sudorese excessiva, queimaduras e peritonite. [Na+] > 20mMol/L – perda renal: diuréticos, síndrome cerebral perdedora de sal, poliúria. 2. Hiponatremia hipervolêmica: insuficiência cardíaca, doença hepática crônica ou nefropatias; 3. Hiponatremia euvolêmica: hipotireoidismo grave, insuficiência adrenal grave, síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (vasoconstricção e reabsorção de água). A hiperglicemia ocasiona diurese osmótica com perda urinária de sódio associada. Além disso, existe diluição do sódio sérico pela translocação de água do intra para o extracelular, na tentativa de diminuir a osmolalidade plasmática. Depleção do volume circulante, com ou sem déficit corporal Na+, eleva significamente a secreção de vasopressina, o que causa retenção de água, apesar da hipotonicidade (liberação não osmótica de vasopressina). Toda vez que o paciente estiver em hiperglicemia, deve-se corrigir o sódio. O principal é o tempo de oscilação da hiponatremia. Pode evoluir para coma. Quadro Clínico · Tempo de instalação; · Valores de sódio; · Alterações no SNC: · 125-130mMol/L: náuseas e vômitos; · 120-125mMol/L: alterações visuais, diminuição do nível de consciência. Letargia, coma. Tratamento · Tratamento da causa: SIADH: restrição hídrica, demecliciclina. · Reposição do sódio: 0,5 = 1,0 mOsm/L/h. não ultrapassar 12 mOsm/L/h em 24 h. Cuidado com a mielinólise pontina (desmielina) Conta para calcular a variação de sódio do paciente Sódio abaixo (padrão é 140) – hiponatremia sintomática; Osmolaridade plasmática normal é acima de 280 mOsm/kg; O cálculo pode ser feito sem a ureia. Teste 1º. Letargia, desorientação, rebaixamento de consciência e hiperreflexia associado a um Na = 115 mMol/L – hiponatremia sintomática 3º. Determinar o estado volêmico do paciente – hiponatremia hipotônica hipervolêmica Exames · Hemograma, função renal, perfil eletrolítico, glicemia; · Urina em amostra isolada (osmolalidade, sódio, creatinina, ureia, proteinúria) – geralmente solicitados para realizar diagnóstico diferenciais. Considerações finais · Solução salina hipertônica possui a vantagem de necessitar menor volume; · As fórmulas consideram o paciente como “Sistema Fechado”; · Muitas fórmulas divergentes entre si; · O mais importante é checar a curva Natrêmica ao longo do tratamento. Hipernatremia Definida como um concentração sérica de sódio maior que 145Meq/L, logo, é o aumento da concentração sérica e consequentemente o aumento da osmolalidade plasmática, que ocasiona a passagem osmótica de águas das células do SNC para o extracelular, reduzindo o volume celular. Tem como principal consequência fisiopatológica a hiperosmolaridade, com desidratação celular, por isso a correção rápida da hipernatremia pode ocasionar a entrada de água nas células e levar ao edema celular. Pode ser causada por: perdas insensíveis de água (exercícios físicos, calor, febre, queimaduras graves), diarreia, hiperglicemia · [Na+] plasmático > 145mMol: · Balanço negativo de água (perda): déficit de ADH; · Balanço positivo de sódio (ganho): soluções hipertônicas. · Consequência = desidratação celular; · Valores acima de 160mMol/L associa-se a alta mortalidade intra-hospitalar. Quadro clínico · Tempo de instalação e dos valores do sódio plasmático; · Sonolência, letargia, irritabilidade, inquietude, hiperreflexia, espacicidade, náuseas, sede intensa e hemorragia intracerebral. Bases do tratamento · Tratamento da causa; · Reposição do déficit de água: · SG5% · Solução salina 0,45% · Não ultrapassar o valor da correção 10mMol/L; · No caso de diabetes insipidus: · DDAVP (desimpressiona). Diagnóstico O mesmo da hiponatremia. Tratamento Fisiologia do potássio · Principal cátion do intracelular (98%); · [K+] = 3,5-4,5mMol/L · Potencial de repouso e repolarização das células excitáveis; · Manutenção do volume intracelular; · Controle do potássio · Balanço interno: controle a curto prazo · Insulina, betadrenérgicos e equilíbrio ácido-base (pH) · Balanço externo (excreção renal): controle a longo prazo · Aldosterona, aporte Na+ e ânions não absorvíveis nos túbulos distais (antibióticos). Hipocalemia A hiperpotassemia grave é particularmente comum nos casos de rabdomiólise, hemólise e síndrome da lise tumoral em consequência da liberação do potássio intracelular a partir das células destruídas. Fraqueza muscular pode ser um sintoma da hiperpotassemia. O potássio afeta o potencial das membranas celulares dos tecidos cardíacos e neuromusculares. A complicação mais grave da hiperpotassemia é atribuída aos efeitos sobre a condução cardíaca, os quais provocam arritmias potencialmente fatais. Ocasionado pela diminuição da ingesta, por alcalose metabólica, perdas pelo TGI (diarreias e vômitos) e perdas renais (medicamentosa, hiporaldosteranismo com ou sem hipertensão). · [K+] < 3,5mMol/L · Leve: 3,0-3,5mMol/L · Moderada: 2,5-3,0mMol/L · Grave: <2,5mMol/L · Deficiência absoluta ou redistribuição no espaço intracelular · Cada 1mMol/L de K+ abaixo de 4mMol/L: déficit de 4-5mMol/kg · Ex.: K+ =3mMol/L (paciente de 70Kg): déficit totalde 280-350mMol (300). Etiologias · Perdas extra-renais: · TGI: vômitos, diarreia e SNG; · Ureterosigmoidostomia; · Perdas renais: · Diuréticos de alça e tiazídicos; · Hiperaldosteronismo primário e secundário; · Anfotericina B, aminoglicosídicos e cisplatina; · Redistribuição interna de potássio: · Alcalose metabólica; · Uso de beta 2 agonistas, catecolaminas; · Uso de insulina. Quadro Clínico · Quadros leves: assintomáticos; · Neuromusculares: fadiga, câimbras, tetania, paralisia flácida; · SNC: irritabilidade, confusão mental, letargia; · ACV: arritmias cardíacas e predisposição a intoxicação digitálica. Alterações do ECG · Aparecimento da onda U; · Depressão do segmento ST; · Achatamento ou inversão da onda T; · Alargamento o QRS. Tratamento · Tratamento da causa; · Evitar o uso de drogas espoliadoras de potássio; · Correção de hipomagnesia, hipovolemia e da alcalose metabólica; · Reposição calêmica: · Cada 1mMol/L de K+ abaixo de 4mMol/L: déficit de 4-5mMol/kg; · Endovenoso: · Uso de digitálicos; · Arritmias; · K+ < 2,0mMol/L; · Velocidade de infusão: 10-20mMol/h: · Exceto – arritmias potencialmente fatais ou paralisias musculares: 40mMol/h; · Concentração da solução < 60mMol/L: flebite e dor; · Exceto: hipocalemia grave (acesso central); · Monitorização – cardioscopia; · Dosagem seriada da calemia: 3-6 horas. Hipercalemia Distúrbio e que há o aumento sério de potássio. · [K+] > 5,5mMol/L: · Leve: 5,0-6,0mMol/L; · Moderada: 6,1-7,0mMol/L; · Grave: > 7,0mMol/L; · Manifestações graves; · Arritmias graves e PCR; · Raro em pessoas normais. Etiologias · Aumento da liberação de K+ das células: · Acidose metabólica e hiperosmolaridade; · Trauma, transfusões. Hemólise, radioterapia e lise tumoral; · Cirurgias com isquemia/reperfusão; · Excreção urinária diminuída: · Hipoaldosteronismo; · Insuficiência renal aguda ou crônica; · Acidose tubular renal tipo IV; · Ureterojejunostomia; · Drogas: · Succinilcolina, betabloqueadores, IECA, poupadores de potássio, AINES, heparina. Quadro Clínico · Quadros leves: assintomático; · Neuromusculares:fadiga, caimbras, tetania, paralisia flácida; · SNC: irritabilidade, confusão mental, letargia; · ACV: arritmias cardíacas (ventriculares). Alterações do ECG · Aparecimento da onda U; · Depressão do segmento ST; · Achatamento ou inversão de onda T; · Alargamento do QRS. Tratamento · Interrupção das drogas que elevam o [K+]; · Administração de cálcio EV: alterações ECG: · Cloreto de cálcio 10% (10-40 mL); · Início de ação em 1-5 minutos e duração em 30-60 minutos. · Solução polarizante: · Descolamento do potássio para o intracelular (queda 0,5-1,5 da calemia); · 1U de insulina regular + 5g de glicose (500 mL SG5% + 10U insulina regular); · Início de ação em 15 minutos e duração 4-6h. · Bicarbonato de sódio: · Deslocamento de potássio para o intracelular; · NaHCO3 a 8,4% (1mMol/mL): 50-100 mL em 5 minutos; · Início de ação em 30-60 minutos e duração 1-2h; · Beta 2 agonista: · Deslocamento do potássio para o intracelular; · Nebulização (fenoterol, albuterol, salbutamol) em SF0,9%; · Início de ação 20-30 minutos e duração 2-4h; · Diurético de alça: · Aumentam a excreção urinária de potássio; · 40-80mg de furosemida EV em bolus; · Início da ação em 15 minutos e duração de 4-6h; · Resina de troca: · Troca cálcio por potássio e aumenta a excreção pelo TGI; · Sorcal: 30g 4/4h ou 8/8h; · Início de ação em 1-2h e duração de 4-6h; · Diálise: · Hipercalemia grave; · Refratária às medidas anteriores; · Início de ação imediato. [HARRISON, 2020; MARTINS, 2016.]
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