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Estudo dirigido- Desenvolvimento do Sistema Reprodutor

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Aula: Desenvolvimento do Sistema Reprodutor 
 
1) Como ocorre o desenvolvimento inicial das gônadas indiferenciadas e como ela é composta? 
O processo é iniciado com a fertilização, que estabelece o genótipo sexual da pessoa. Esse genótipo direciona 
o desenvolvimento das gônadas, que, posteriormente, serão responsáveis pelo desenvolvimento de órgãos 
internos e genitália externa. 
Por volta da 5-6ª semana de desenvolvimento, acontece a migração das CGP, originadas da parede do saco 
vitelínico, para a região adjacente ao epitélio celômico. Nesse momento, há uma significativa proliferação 
desse epitélio, que é um mesoderma intermediário, o que leva à formação da crista gonadal. Vale ressaltar, 
ainda, que esse espessamento de células do mesoderma intermediário também é responsável pela origem do 
cordão nefrogênico. 
O sistema reprodutor indiferenciado é composto pelas CGP + células somáticas de sustentação, além dos 
ductos mesonéfricos e paramesonéfricos. 
2) Qual a importância das células somáticas de sustentação? 
As células somáticas de sustentação envolvem as CGP e são primordiais para a sua sobrevivência. Sabe-se que 
sem as CGP não há diferenciação gonadal. Daí, a importância das células somáticas de sustentação. 
3) Como as células de sustentação dirigem a diferenciação gonadal em testículo? 
As células somáticas de sustentação expressam o fator determinante testicular (FDT), que é codificado pelo 
gene SRY, presente no braço curto do cromossomo Y. Como resultado, há diferenciação dessas células em 
células de Sertoli, as quais envolvem as CGPs, formando cordões testiculares. A interação entre CGP e células 
de Sertoli dão origem à espermatogônia, que tem a sua meiose inibida. Ademais, as células de Sertoli recrutam 
células mesenquimais, as quais se diferenciam em células de Leydig, responsável pela produção de 
testosterona, e células endoteliais, as quais dão origem a vasos sanguíneos. 
4) E como o processo de diferenciação ocorre no caso de indivíduos XX? 
Em indivíduos XX não há o gene SRY e, por conseguinte, não existe o fator determinante testicular. Sem 
influência do FDT das células de sustentação, as CGP se diferenciam em ovogônias e, posteriormente, em 
ovócitos primários. Os ovócitos meióticos estimulam a diferenciação das células de sustentação que os 
envolvem em células foliculares, as quais formarão os folículos ovarianos. É importante ressaltar que, além da 
ausência de FDT, são necessários fatores antitesticulares e pró-ovarianos. 
5) Qual a composição de ductos genitais na fase indiferenciada do sistema reprodutor? 
Durante a fase indiferenciada, ambos os sexos possuem um par de ductos mesonéfricos e um par de ductos 
paramesonéfricos. 
Os ductos mesonéfricos, também chamados de ductos de Wolf, surgem durante o desenvolvimento do rim 
primitivo, em torno da 4ª semana de desenvolvimento. Eles desempenham papel no desenvolvimento do 
sistema reprodutor masculino. Eles chegam na cloaca ainda separados. São fechados na sua região cranial e 
abertos na caudal. 
Já os ductos paramesonéfricos, também conhecidos como ductos de Muller, desenvolvem-se lateralmente 
às gônadas e aos ductos mesonéfricos, a partir de invaginações do epitélio celômico, na sexta semana de 
desenvolvimento. Eles se fundem antes de desembocar na cloaca. São fechados na região caudal e abertos 
na cranial. 
6) Quais os eventos necessários para o desenvolvimento do ducto mesonéfrico e regressão do ducto 
paramesonéfrico? 
As células somáticas de sustentação expressam o fator determinante testicular (FDT), que é codificado pelo 
gene SRY. Como resultado, há diferenciação dessas células em células de Sertoli, as quais envolvem as CGPs, 
formando cordões testiculares. As células de Sertoli, ainda, produzem e secretam o hormônio anti-mulleriano 
(AMH), o qual é responsável pela regressão dos ductos paramesonéfricos entre a 8ª e a 10ª semana. 
Para o desenvolvimento dos ductos mesonéfricos, as células de Sertoli recrutam células mesenquimais, as 
quais se diferenciam em células de Leydig, responsável pela produção de testosterona. Como resultado, tem-
se o desenvolvimento dos ductos mesonéfricos em ductos eferentes e deferentes, epidídimo e glândula 
seminal, entre a 8ª e a 12ª semanas. 
 
 
 
7) Quais estruturas o ducto mesonéfrico e paramesonéfrico irão dar origem em organismos XY? E XX? 
Em organismos XY, os ductos paramesonéfricos regridem e os mesonéfricos dão origem aos ductos eferentes 
e deferentes, epidídimo e glândula seminal, entre a 8ª e a 12ª semanas. 
Em organismos XX, devido à ausência/ baixa quantidade de testosterona, há regressão dos ductos 
mesonéfricos e desenvolvimento dos paramesonéfricos, por conta da ausência da secreção do hormônio anti-
mulleriano. Esses ductos paramesonéfricos originam o infundíbulo da tuba uterina, as tubas uterinas e o 
canal/primórdio uterovaginal. 
8) Por que é muito difícil determinar o sexo do feto, por ultrassonografia, antes da 12o semana de 
desenvolvimento? 
Porque a aparência dos órgãos sexuais externos, em ambos os sexos, é semelhante. A saber, as estruturas 
comuns são: tubérculo genital/ falo primordial; prega uretral; saliência labioescrotal; membrana cloacal/ 
urogenital 
9) Quais são as estruturas presentes na genitália externa, na fase indiferenciada sexual? E como estas 
estruturas evoluem em organismos XX e XY? 
Genitálias masculina e feminina são idênticas inicialmente. O tubérculo genital forma o falo primordial. 
A primeira saliência, que é mais interna e fica em volta da placa uretral, é chamada de prega genital ou prega 
urogenital. A segunda saliência, mais externa, é chamada de labioescrotal. 
As estruturas são correspondentes. Mudam devido à presença ou ausência de testosterona e DHT. 
- Falo primordial: homem: → corpo do pênis e glande; mulher → clitóris; 
- Saliência labioescrotal. Homem → escroto (resultado da fusão dessas saliências); mulher → grandes lábios; 
- Pregas urogenitais. Mulher → pequenos lábios; Homem → ajuda a formar o corpo do pênis e ajuda a 
determinar a uretra dentro do corpo do pênis. 
10) Qual a importância da di-hidrotestosterona do desenvolvimento reprodutor? 
A presença da DHT leva ao desenvolvimento de algumas características da genitália masculina. A primeira 
delas é o alongamento do falo, que forma o corpo do pênis e glande. Ainda, leva á fusão das pregas uretrais, 
formando uretra peniana e corpo do pênis. Por fim, as saliências labioescrotais se fundem na linha média, 
formando o escroto. 
Na ausência de testorterona e DHT, o falo não se alonga e forma o clitóris. A região da placa uretral forma o 
vestíbulo da vagina. As saliências labioescrotais não se fundem e formam os grandes lábios; além de que as 
pregas uretrais formam os pequenos lábios. 
Além disso, a DHT é fundamental para dos canais inguinais e para a descida testicular em organismos XY. Nos 
XX, com a ausência de DHT, o gubernáculo forma os ligamentos redondo do útero e redondo do ovário, além 
de levar à obliteração do canal inguinal. 
11) A seguinte frase: “O sexo genotípico, gonadal e fenotípico podem ser discordantes” está correta? Justifique. 
Exemplifique uma situação onde esta frase pode ser aplicada. 
Sim, a partir de mutações em cromossomos sexuais e autossomos. Um exemplo é a síndrome da 
insensibilidade ao andrógeno. Nela, os receptores de andrógenos não funcionam ou estão ausentes. Os 
indivíduos têm fenótipo feminino, mas são 46, XY. Os genitais externos são femininos ou ambíguos; a vagina 
em fundo cego pode ser formada e há presença de testículo (produção de AMH).

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