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M.A.D 2 ISTs virais I Conceitos • Tumores de anus, penis, vulva, vagina e orofaringe podem ser causados por diferentes tipos de HPV • HIV-1 é o tipo mais virulento e mais disseminado pelo mundo • Nos indivíduos heterozigotos para mutação em CCR5 o HIV possui maior dificuldade para infectar Vírus da imunodeficiência humana (HIV) - Família retroviridae - Gênero lentivírus (devido ao curso lento da infecção) - Possui 2 fitas de RNA fita simples positiva (ssRNA) - Classificação de Baltimore = grupo VI - Tipos principais = HV1 e HV2 - Possui envelope proteico composto por: . 3 enzimas = transcriptase reversa (faz RNA virar DNA), integrase (integra o material genético viral no genoma hospedeiro) e protease (quebra proteínas para montagem da partícula viral) . 4 proteínas estruturais = gene gap (P17 e P24 -> proteínas do capsídeo) e gene env (GP120 e GP41 -> proteínas do envelope) Transmissão - Sanguínea = através de transfusão e compartilhamento de drogas injetáveis - Vertical = de mãe para filho no parto ou amamentação - Ocupacional = através de materiais perfuro- cortantes - Sexual = sobretudo através do sexo anal e são durante a menstruação Tropismo celular Primeiro reconhecimento - GP120 do HIV se liga ao receptor CD4 celular do LTCD4 (virgem ou de memória) e ativa/recruta monocitos, macrófagos, células dendríticas, células da micróglia e astrócitos Segundo reconhecimento - GP41 do HIV se liga ao receptor CCRS (reconhecido por vírus H trópicos) ou CXCR4 (reconhecido por vírus linfotropicos) Replicação 1- Adsorção = reconhecimento de CD4 por GP120 ou reconhecimento de CCR5/CXCR4 por GP41 2- Penetração = fusão do envelope com a membrana celular 3- Desnudamento (perda do capsídeo e liberação do genoma viral no citoplasma) e transcriptase reversa (faz RNA virar DNA para haver mais chances de mutações) 4- Transporte do DNA viral para o núcleo e integração do DNA viral no genoma das células-alvo (por ação da enzima integrase e formação do provirus) M.A.D 2 5- Trancrição (em algumas células o genoma pode ficar em latência) 6- Tradução = síntese de proteínas virais 7- Montagem da partícula viral e liberação viral por brotamento (célula morre por esgotamento ou perda do LTCD8) Infecção aguda 1- Nas primeiras horas após a relação sexual, o HIV das células infectada atravessam a barreira da mucosa 2- Estabelecimento do vírus no local de entrada 3- Infecção das APCs e do LTCD4 4- Fase de eclipse = dura aproximadamente 10 dias, ocorre infecção homogênea, resulta de um único foco de LTCD4 infectado na mucosa e não há incidência de sintomas 5- Fase aguda = ocorre intensa replicação viral, aumento da viremia, os sintomas são inespecíficos (semelhantes á um resfriado), não há anticorpos, primeiro ocorre disseminação para linfonodos locais e depois sistematicamente. Ocorre indução da resposta celular e humoral porem é insuficiente em magnitude para erradicar a infecção (lenta e progressiva depleção do LTCD4) Infecção crônica 6- Fase crônica = ocorre progressão para AIDS, redução da carga viral, resposta imune calejar e humoral (anticorpos). Ocorre perda progressiva de LTCD4 e o vírus vai se replicando lentamente Marcadores Marcadores da infecção pelo HIV na corrente sanguínea de acordo com o período surgem após a infecção, com o desaparecimento ou com a manutenção ao longo do tempo: - Até 10 dias o PCR é negativo - No pico de viremia o PCR é positivo (detecção do genoma e de proteinas) - No 22 dia há presença de IGM positiva - No 50 dia há presença de IGG positiva Diagnóstico laboratorial - Testes rápidos = fluido oral ou sangue - Sorologias = imunoensaios (Elisa e western blot) - Contagem de LTCD4 = citometria de fluxo - PCR = contagem e cópias circulantes - Contagem total de linfócitos (30% LTCD4) M.A.D 2 AIDS - Doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do indivíduo infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) - Sua evolução é marcada por uma considerável destruição de linfócitos TCD4+ (menor que 200) - Ocorre redução no numero de LTCD4, aumento da carga viral, destruição de tecido linfoide, desenvolvimento de infecções oportunistas, tumores e alterações neurológicas - Tratamento = terapia antirretroviral de alta eficiência Prevenção - Preservativo Masculino e Feminino - Redução de Danos (não compartilhamento de objetos perfuro cortantes) - Testagem regular de HIV - Exame de HIV e outras ISTs no pré-natal - Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) - Profilaxia Pós-Exposição em até 72 horas (PEP) - Diagnosticar e tratar outras ISTs - Tratamento para todas as pessoas Papilomavírus humano (HPV) - Família papillomaviridae - Possui hospedeiros vertebrados - Infecção espécie-específica - São 39 gêneros, sendo 5 de seres humanos (Alphapapillomavirus, Betapapillomavirus, Gammapapillomavirus, Mupapillomavirus, Nupapillomavirus) - São classificados através de: . Espécie de hospedeiro infectado . Local da infecção . Doença associada . Homologia da sequência de leitura aberta L1, que codifica a principal proteína estrutural do vírus HPV Características - É um vírus pequeno - Não envelopado (é resistente) - É icosaédrico - Possui DNA circular de dupla fita - Possui tropismo anatômico evidente - Células alvo = queratinócitos - Transmissão = contato indireto (uso de banheiros contaminados) e contato direto (sexual) - Prevenção = vacinas (quadrivalente e bivalente) - Causa infecções latentes - Possui período de incubação de 6 semanas á 2 anos - Afeta o epitélio escamoso queratinizado e não queratinizado (mucosa da boca, via respiratória superior, conjuntiva, vagina, colo uterino e reto) Organização do genoma Se divide em: - Região inicial E (“early”) = possui proteínas envolvidas na replicação e transformação (E1 e E8) M.A.D 2 - Região L = codifica proteínas do capsídeo (L1 e L2) - Região não codificadora = local onde se encontram a origem de replicação e os elementos para controle da transcrição Composição: - E1 e E2 = fazem regulação da transcrição e da replicação viral (são os primeiros a serem expressos) - E5, E6 e E7 = fazem proliferação celular (E6 e E7 controlam a P53 e PRB impedindo qu ocorra reparo) - L1 e L2 = são as proteínas principais do capsídeo * A amplificação do genoma do HPV ocorre nas camadas diferenciadas do epitélio, portanto o HPV deve induzir a síntese de DNA em células comprometidas em diferenciação terminal * Toda vez que a célula se divide ocorre replicação do genoma Replicação 1- adsorção 2- penetração 3- desnudamento (perda do capsídeo viral) e ação da transcriptase reversa 4- transporte do DNA viral para o núcleo e interação do DNA viral no cromossomo celular 5- transcrição 6- tradução (síntese das proteínas virais) 7- montagem de partículas virais e liberação viral por brotamento Patogênese 1- O HPV penetra no epitélio basal do tecido 2- Se replica no núcleo celular 3- Expressa genes que induzem a replicação celular 4- Acelera a diferenciação terminal da células (induzindo o surgimento de verrugas) * Algumas células tem altos níveis de replicação viral e expressam os genes tardios do vírus, produzem novos vírions e morrem Classificação Epidermodisplasia verruciforme - É uma doença autossômica recessiva incapaz de montar uma resposta imune adequada contra determinados HPVs - Surge precocemente na infância - Sintomas = lesões cutâneas e verrugas disseminadas - Transformações malignas se iniciam, em geral, na quarta e quinta década de via e predominam nas áreas fotoexpostas M.A.D 2 Tipos não genitais - Verruga vulgar, verruga plantar, verruga plana Tipos genitais - Infectam a região anogenital - São eles: HPV 6 e HPV 11 . Possuem baixo risco oncogenico . Causam lesões e baixo grau e verrugas benignas, além de papilomavírus respiratória recorrente . Apesar de não oncogenicos, causam 90% dos casos de condilomasanogenitais e papilomas laríngeos HPV 16 e HPV 18 . Possuem alto risco oncogenico (causam câncer de colo do útero) . Causam lesões de alto grau (carcinomas invasivos) Desenvolvimento de neoplasias Alguns HPV (16 e 18 principalmente) causam neoplasias: - E6 e E7 se associam e inativam proteínas P53 e PRB, resultando no aumento do tempo de vida celular, replicação de DNA não programado, resistência á apostose e evasão da resposta imune - A transformação celular coincide com a integração do genoma viral no DNA celular - Na célula transformada, não há produção de vírus (embora ainda haja divisão celular em função do vírus). À medida em que as células se dividem, elas acumulam mutações que eventualmente resultam em metástases
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