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MÓDULO 4 - Direito Aplicado a Gestão

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MÓDULO 4 – DIREITO APLICADO A GESTÃO 
 
Conteúdo Programático 
Esta unidade está dividida em: 
• Aula 1 - Tributos 
• Aula 2 - Contribuintes 
• Aula 3 - Hipótese de incidência e formas de lançamento do crédito tributário 
 
Tributos 
Nesta aula, iremos compreender a natureza e a classificação dos tributos, identificando 
as respectivas modalidades, hipóteses de incidência e formas de lançamento. 
A organização do Estado e o seu estabelecimento como único e exclusivo detentor da 
soberania e do poder de estruturação social impuseram a necessidade da criação de 
estruturas responsáveis, em planos concretos, por suas ações. 
Essas estruturas, componentes dos Estados, sempre existiram de forma mais ou menos 
organizada na medida em que os vários Estados formados ao longo da história 
adotaram e passaram a implementar as atividades das suas respectivas esferas 
organizacionais. 
 
Assim, para a prática de suas atribuições, como, por exemplo, a administração da 
justiça, da segurança, da saúde, o funcionamento de seus Poderes e instâncias, o 
executivo, o legislativo e o judiciário, o Estado necessita de recursos econômicos, 
denominadas receitas. 
Tais recursos, com os quais o Estado mantém as instituições responsáveis pela 
realização de suas finalidades e demais projetos, vêm, principalmente, dos tributos e 
compõem a sua atividade financeira. 
O próprio funcionamento do Estado conduz, necessariamente, à existência de uma 
atividade financeira consistente na obtenção de recursos, sua gestão e sua aplicação. 
 
É uma atividade fundamental, já que, em termos práticos, garante a existência de todas 
as demais que toquem ao Estado. 
 
São diversos os fins colimados pelo Estado, tais como: 
• Manutenção da ordem pública. 
• Garantia da defesa contra eventual inimigo externo. 
• Distribuição da justiça. 
• Realização e feitura das leis. 
• Prestação de serviços públicos. 
• Fiscalização das atividades particulares. 
• Atuar nos campos social e econômico por meio de projetos de várias naturezas. 
A implementação e realização dessas tarefas envolve, necessariamente, custos que 
não podem ser cobertos ou garantidos simplesmente com o patrimônio do próprio 
Estado. Ele necessita de outros recursos, que deverão ser obtidos em volume tal que 
importe na execução de métodos que lhe são exclusivos. 
A atividade financeira do Estado é toda aquela marcada pela realização de uma receita 
ou pela administração do produto arrecadado ou, ainda, pela realização de um dispêndio 
ou investimento, e se manifesta, sobretudo, na atividade de obtenção de ingressos de 
recursos e na realização de gastos. 
O Direito Tributário é, assim, um conjunto de normas e princípios que têm por objeto a 
atuação econômica do Estado por meio da atividade tributária, caracterizada por ser 
aquela de que a Administração Pública se vale para a obtenção de recursos com os 
quais custeia as suas despesas, quando não puderem ser atendidas com o próprio 
patrimônio. 
Todavia, essa característica não esgota, absolutamente, as dimensões da atividade 
tributária do Estado, vez que também se caracteriza como um meio de interferência na 
economia, garantindo, por meio da administração dos tributos, a realização de objetivos 
econômicos e sociais. 
Outra característica da atividade tributária consiste em ser o tributo exclusivo do Poder 
Público, privativo do Estado. Apenas o Estado poderá instituir e arrecadar tributos, por 
meio dos processos e procedimentos adequados. 
Finalmente, a atividade tributária deverá estar atrelada aos encargos do orçamento 
público. 
Diz um ditado que “O poder de tributar é o poder de destruir”, o que pode ser confirmado 
por eventos como a Festa do Chá de Boston, nos EUA, ou a Inconfidência Mineira, no 
Brasil, que simbolizam o inconformismo com a imposição de vultosa carga tributária 
dissociada de direitos à participação política. 
Festa do Chá de Boston, litografia de 1846. 
A atividade tributária, privativa do Estado, atende a determinados princípios, que lhe são 
próprios e se encontram no texto da Constituição Federal de 1988. São eles: 
 
a. O Princípio da Estrita Legalidade. 
b. O Princípio da Anterioridade. 
c. O Princípio da Irretroatividade. 
d. O Princípio da Isonomia. 
e. O Princípio da Não-cumulatividade. 
f. O Princípio da Uniformidade Geográfica. 
Vejamos, brevemente, o que determina cada um deles: 
 
Princípio da Estrita Legalidade O Princípio da Anterioridade O Princípio da 
Irretroatividade : 
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Determina que ninguém poderá ser obrigado a adimplir tributo que não tenha sido 
anteriormente previsto por lei. 
Remonta historicamente à conquista dos súditos de que as contribuições pagas à 
Coroa, ou ao Poder Público, apenas poderiam ser cobradas coercitivamente depois de 
aprovadas pelos representantes do povo, ou seja, pelo Parlamento. Daí dizermos 
atualmente que o estabelecimento de qualquer tributo depende de lei anterior que defina 
a sua criação, a sua hipótese de incidência, os seus sujeitos passivos e a forma de seu 
lançamento. 
Representa um dos princípios essenciais do Estado moderno, o Princípio da Legalidade 
na tributação, contido na universalidade do Princípio da Reserva Legal, ou da Reserva 
da Lei, empregado, ainda, em outros ramos do Direito Público como, por exemplo, no 
Direito Penal (em que não há crime sem lei anterior que o defina e não há pena sem lei 
anterior que a estabeleça). 
 
O Princípio da Isonomia O Princípio da Não-cumulatividade O Princípio da 
Uniformidade Geográfica : 
 
Em sede tributária, o Princípio da Isonomia determina que todos os contribuintes que se 
encontrem em determinada situação devem ser tratados da mesma maneira, ou seja, 
estarão sujeitos ao pagamento da mesma alíquota tributária, aos mesmos processos e 
procedimentos de lançamento do crédito tributário ou de cobrança do valor 
eventualmente devido. 
Não se admite que o Estado ignore a dívida de uns e cobre as dívidas de outros quando 
todos sejam sujeitos passivos da mesma relação obrigacional. O tratamento desigual, 
que é naturalmente uma fonte de abusos, é vedado pelo nosso ordenamento jurídico, 
pelo qual, evidentemente, a eventual isenção ou parcelamento que favorecer a um 
contribuinte terá de ser estendida a todos os demais que se encontrem na mesma 
situação. 
 
Tributo, portanto, em breve síntese, pode ser considerado como a prestação pecuniária 
que o Estado, em razão de sua soberania territorial, exige dos sujeitos econômicos que 
lhe são sujeitos, ou seja, dos contribuintes, os cidadãos subordinados à autoridade do 
Estado. 
 
Nosso Código Tributário Nacional define tributo em seu artigo 3º: 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em 
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Os tributos exigíveis em nosso sistema de Direito são os impostos, as taxas e as 
contribuições de melhoria, como determina o artigo 5º do Código Tributário Nacional, 
que dispõe: 
 
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
 
 
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Atividade 
É impossível a manutenção da estrutura do Estado apenas com o resultado de seu 
próprio patrimônio. Os tributos são instituídos para prover essas despesas com a 
administração pública, mas também para realizar políticas públicas. Dito isto, é correto 
afirmar que: 
a) A criação de qualquer tributo depende do interesse atual do Poder Executivo, a 
quem toca a gestão da Administração Pública. 
b) A criação de qualquer tributo está vinculada à efetiva e real comprovação de seu 
gasto por parte da Administração Pública. 
c) A criação de qualquer tributo dependerá de consulta popular realizada pelo 
Poder Executivo antes de sua imposição. 
d) A criação de qualquer tributo dependerá da formulação de uma política 
compensatória pela Administração Pública. 
e) A criação de qualquer tributo, pela Administração Pública, dependerá de anterior 
previsão em lei específica. 
Alternativa correta: letra (e). é correta em razão da obediência ao princípio da legalidade, que 
determina a instituição dos tributos por lei específica, e ao princípio da anterioridade, que 
determina sua criação em exercício anterior à sua efetiva cobrança. A letra (a) está errada porque 
nenhum tributo será instituído senão por lei, de forma que a vontade do Executivo não será 
suficiente para a sua criação. A letra (b) está errada porque não há obrigatoriedade de qualquer 
contraprestação, de parte do Poder Público, para a instituição de qualquer tributo. A letra (c) está 
errada porque a criação de tributos independe de consulta popular e, finalmente, a letra (d) está 
errada porque a criação de qualquer tributo independe de política compensatória. 
 
 
AULA 2 
 
Contribuintes 
Nesta aula, iremos identificar e definir o sujeito passivo da relação tributária, o vínculo 
de sujeição patrimonial, bem como os responsáveis tributários. 
Assim, como no direito das obrigações, a obrigação tributária consiste em um vínculo 
que une o direito de crédito do sujeito ativo ao dever de pagamento do sujeito passivo. 
Há, pois, em toda obrigação, um direito de crédito, que pode referir-se a uma ação ou 
omissão a que se subordina o patrimônio do sujeito passivo, do devedor, no campo 
tributário denominado contribuinte. 
O objeto da obrigação consiste em dar, fazer ou deixar de fazer algo economicamente 
apreciável em favor de alguém. Na obrigação tributária, teremos sempre uma obrigação 
de dar, revestida de caráter patrimonial. 
 
As obrigações tributárias serão principais ou acessórias: 
 
• Obrigação principal 
• Obrigação acessória 
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São obrigações tributárias aquelas que os contribuintes são obrigados a fazer em nome 
do fisco e para o fisco, tais como a escrituração dos seus livros, a manutenção de seus 
documentos, a emissão de notas fiscais. 
Na verdade, são obrigações cujo objeto remete a tarefas administrativas que, apenas 
pela natureza da matéria objeto da obrigação principal (que é a obrigação de dar 
revestida de caráter patrimonial), se tornam obrigações tributárias acessórias, assim 
consideradas pelo Código Tributário Nacional. 
Também a obrigação tributária terá duas partes: o credor, ou sujeito ativo, e o devedor, 
ou sujeito passivo, sobre cujo patrimônio incide a obrigação patrimonial. Todavia, dada 
a sua especialidade, os sujeitos da relação tributária estão definidos em lei, não 
podendo ser determinados pela manifestação da vontade das partes, como é regra no 
direito obrigacional, em que o esperado é a liberdade de contratar – na orbe tributária, 
a obrigação nasce da lei, é impositiva, e essa mesma lei, como vimos, determina o 
sujeito ativo, o sujeito passivo, o objeto da obrigação e a forma de seu cumprimento. 
 
O Código Tributário Nacional determina serem sujeitos ativos da obrigação tributária: 
 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da 
competência para exigir o seu cumprimento. 
Portanto, em apertada síntese, podemos dizer que sujeitos ativos da relação tributária 
serão as pessoas jurídicas de natureza pública (ou de natureza privada, restritivamente, 
quando atuem por delegação – o que é uma modalidade excepcional) que, por força de 
lei, poderão tomar as medidas necessárias para o recebimento do crédito tributário. 
Sujeito passivo da relação tributária será aquele a quem incumbe adimpli-la; é, portanto, 
aquele a quem toca o pagamento do débito, na hipótese da obrigação principal e, em 
caso de obrigação acessória, será aquele a quem tocar o seu atendimento. 
 
É o que dispõem os artigos 121 e 122 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária. 
 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
i. contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
ii. responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação 
decorra de disposição expressa de lei. 
 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que 
constituam o seu objeto. 
Essa distinção se verifica pois, em muitas hipóteses, não há conveniência do fisco em 
fazer coincidir na pessoa que realiza o ato que faz incidir a hipótese de incidência, a 
condição de sujeito passivo, embora essa seja a hipótese mais comum. 
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Caso a hipótese de incidência recaia sobre o ato de importar mercadoria, por exemplo, 
o sujeito passivo será, logicamente, aquele que realiza a importação. 
Isso não impede que a cobrança do tributo diretamente do contribuinte seja, de fato, 
onerosa para o Estado – e por isso o Código Tributário Nacional admite que a lei 
determine outro responsável pelo adimplemento, ou seja, determine que uma pessoa 
alheia à relação tributária se torne responsável pelo pagamento do tributo. 
 
Contribuinte é o cidadão que paga o Imposto de Renda em sua declaração, mas o Banco 
em que ele tenha depositado seus recursos e/ou a fonte pagadora de seus salários, 
quando recolhem em nome do contribuinte aquilo que ele deve reter na fonte, tornam-
se responsáveis tributários, já que têm de fazer o recolhimento e sobre elas o fisco 
exercerá o seu controle. 
O contribuinte continua a ser o cidadão de quem essas instituições retiveram o imposto, 
mas são as responsáveis diretas perante o Estado, o que as torna responsáveis pelo 
crédito tributário, respondendo pelo eventual inadimplemento. 
A definição legal do sujeito passivo não poderá ser estabelecida por ato entre 
particulares, não podendo ser constituída pela sua simples manifestação de vontade, 
senão nas hipóteses em que a lei expressamente o permita. 
 
A solidariedade na obrigação tributária apenas se poderá verificar, evidentemente, 
mediante expressa determinação legal e sobre os sujeitos passivos, sobre os 
contribuintes, assim determinando o Código Tributário Nacional: 
 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I. as pessoas que tenham interesse comum na situaçãoque constitua o fato 
gerador da obrigação principal; 
II. as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 
Também os seus efeitos estão determinados no Código Tributário Nacional, que dispõe: 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade: 
 
I. o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II. a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade 
quanto aos demais pelo saldo; 
III. a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais. 
Ainda que os efeitos da solidariedade na obrigação tributária sejam idênticos aos efeitos 
da solidariedade nas obrigações em geral, mesmo aquelas em que esse vínculo se 
estabelece pela disposição da vontade das partes, é importante destacar que, 
https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/def/dag/re/u4/aula-2.htm#popup-3
diferentemente daquela, apenas pode surgir de expressa disposição legal (em 
obediência ao Princípio da Reserva Legal) e apenas pode incidir sobre o polo passivo, 
ou seja, o contribuinte. 
Outro elemento fundamental das obrigações dessa natureza é a capacidade tributária, 
que é a faculdade ostentada pelo indivíduo de tornar-se sujeito passivo da relação 
tributária, e a possibilidade de instalação, em um dos polos dessa relação, de um 
elemento que torne alguém capaz sob o aspecto tributário. 
A capacidade tributária não se confunde com a capacidade civil, simplesmente porque 
diz respeito às condições patrimoniais ou à realização de alguma atividade econômica 
que tornem o seu agente apto a fazer incidir a hipótese de incidência da obrigação 
tributária, revelando-se, portanto, de natureza diversa da capacidade civil, na medida 
em que demanda a existência de relações de conteúdo economicamente apreciável. 
Terá capacidade tributária quem, independentemente da capacidade civil ou da 
capacidade empresarial, praticar atividade que a lei admita como hipótese de incidência 
da obrigação tributária – por exemplo, aquele que perceba determinada quantia como 
remuneração pode tornar-se, em planos legais, contribuinte do Imposto sobre a Renda, 
independentemente de se perquirir de sua capacidade para os atos da vida civil e 
mesmo que não seja empresário e que, portanto, não tenha capacidade tributária. 
Da mesma forma, aquele que adquire um imóvel se torna obrigado ao adimplemento do 
Imposto de Transmissão sobre Bens Imóveis (ITBI) e, posteriormente, do Imposto sobre 
a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), independentemente de ser ou não civilmente 
capaz (pode mesmo não o ser, e ter adquirido o bem por seu representante legal) e de 
ser ou não empresário (não é necessário o registro empresarial para a aquisição de 
imóvel). 
O indivíduo que se torna proprietário faz-se contribuinte na medida em que cria 
condições de perfectibilizarão da hipótese de incidência tributária, qual seja, no 
momento em que transfere, para si, a propriedade sobre um bem imóvel (no caso do 
ITBI) e na medida em que se mantém seu proprietário (no caso do IPTU). 
 
Diz o artigo 126 do Código Tributário Nacional: 
 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I. da capacidade civil das pessoas naturais; 
II. de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou 
limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da 
administração direta de seus bens ou negócios; 
III. de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma 
unidade econômica ou profissional. 
Quanto ao domicílio tributário, determina o Código Tributário Nacional: 
 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na 
forma da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I. quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou 
desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
II. quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar 
da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o 
de cada estabelecimento; 
III. quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no 
território da entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste 
artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar 
da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou 
dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do 
parágrafo anterior. 
Como nas relações civis, nas obrigações tributárias a regra é a eleição do domicílio pelo 
contribuinte; na falta dessa opção, determinar-se-á o domicílio tributário na forma 
prevista no artigo 127 do Código Tributário Nacional. 
O mundo virtual já está presente na relação tributária. A Receita Federal criou 
o Domicílio Tributário Eletrônico. Confira. 
 
 
Atividade 
Os sujeitos passivos de uma relação tributária são o contribuinte e o responsável. O 
primeiro possuindo a capacidade tributária e o segundo, por disposição de lei, embora 
este não esteja adimplindo o imposto, não se confundindo, portanto, com o contribuinte. 
Portanto, podemos dizer que: 
a) Na hipótese de Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI –, sendo 
o contribuinte menor de idade, será responsável o seu representante legal. 
b) Na hipótese de Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana – IPTU –, sendo 
o contribuinte absolutamente incapaz será responsável seu curador. 
c) Na hipótese de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – IPTR –, sendo 
contribuinte o proprietário do bem, será responsável seu preposto. 
d) Na hipótese de Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza, 
Pessoa Física – IRPF – será responsável a fonte pagadora que faz o 
recolhimento. 
e) Na hipótese de Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza, 
Pessoa Jurídica – IRPJ –, será responsável o preposto a quem couber lançar o 
recolhimento. 
 
Alternativa correta: letra (d), já que o contribuinte, na hipótese, será o empregado, 
aquele que percebe o rendimento ou provento, porém a fonte pagadora será 
responsável tributária pelo seu recolhimento. A letra (a) é errada porque a 
capacidade civil independe da tributária e inexiste qualquer relação entre esta e a 
http://www.receita.fazenda.gov.br/Novidades/Informa/DTE.htm
representação. A letra (b) é errada porque, da mesma forma, inexiste qualquer 
relação entre a curatela e a obrigação tributária, não se configurando 
responsabilidade tributária em razão do exercício da curatela. A letra (c) é errada 
porque não existe previsão para a responsabilização do preposto do proprietário do 
imóvel rural. A letra (e) é errada porque o preposto a quem toca lançar o 
recolhimento não se encontra no rol daqueles que a lei considera responsáveis pela 
obrigação tributária. 
 
 
AULA 3 
 
Hipótese de incidência e formas de lançamento do crédito tributário 
Nesta aula, iremos analisar os elementos componentes da hipótese de incidência da 
obrigação tributária e as formas de lançamento do crédito tributário. 
A hipótese de incidência da obrigação tributária – denominada por alguns autores como 
fato gerador – é a descrição feita, pela norma jurídica, de um ato ou fato cuja ocorrência 
importará na criação da obrigação tributária, fará incidir a norma hipoteticamente 
prevista no campo concreto da atividade econômica humana, estabelecendo a relação 
entre Estado e indivíduo. 
 
Existe em planos ideais: 
AbstratoConcreto 
 
Como norma legal, por exemplo, existe em abstrato quando a lei determina que possuir 
determinado bem gera a incidência de determinado imposto, ou seja, em hipótese, todo 
proprietário de bens daquela natureza será, idealmente, sujeito passivo da relação 
tributária. 
É evidente que a perfectibilização da hipótese de incidência da obrigação tributária 
apenas se dá quando se verifica a prática da conduta descrita na norma. Vale dizer: 
apenas quando, de fato, o cidadão recebe uma remuneração acima de determinado 
valor é que se torna contribuinte de Imposto sobre a Renda, inobstante a existência 
prévia de disposição legal que constituía a hipótese de incidência em abstrato. 
O próprio Código Tributário Nacional conceitua a hipótese de incidência da obrigação 
tributária a partir desse elemento objetivo, ou seja, da prática, efetiva e concreta, de 
determinado ato pelo sujeito, que, por isso – e não antecipadamente – tornar-se-á 
contribuinte. 
 
O crédito tributário é o direito subjetivo de que será titular o sujeito ativo da relação 
tributária, de exigir do sujeito passivo, ou do contribuinte, o seu objeto, ou o 
adimplemento do tributo. 
Esse crédito operacionaliza-se pelo lançamento, que será o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência da hipótese de incidência da obrigação 
https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/def/dag/re/u4/aula-3.htm#link-1
https://ead.uva.br/disciplinas/grad/publica/cont/def/dag/re/u4/aula-3.htm#link-2
tributária, determinar a sua matéria, calcular o montante do tributo devido, identificar o 
sujeito passivo e, eventualmente, propor a aplicação da penalidade cabível. 
O lançamento reveste-se de extrema relevância, já que a partir da data de sua 
notificação ao contribuinte é que se conta o prazo para cumprimento da obrigação 
tributária; inobstante a notificação possa ser usualmente confundida com o próprio 
lançamento do crédito tributário, por conterem os mesmos elementos, são atos de 
natureza diversa. 
 
O Código Tributário Nacional prevê três modalidades de lançamento do crédito 
tributário, a saber: 
• Lançamento de ofício 
• Lançamento misto 
• Lançamento por homologação 
 
A obrigação de adimplir o tributo nasce com a verificação da hipótese de incidência da 
obrigação tributária, ou com a ocorrência do fato gerador, fazendo-se, todavia, 
imprescindível um ato que a formalize, que é o lançamento; a partir daí, torna-
se exigível o crédito tributário. 
A solução, natural e definitiva, do crédito tributário é o adimplemento, que leva à sua 
extinção. Todavia, o Código Tributário Nacional prevê hipóteses em que a cobrança 
restará suspensa, que estão expostas no artigo 151, transcrito a seguir: 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
 
I. moratória; 
II. o depósito do seu montante integral; 
III. as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
IV. a concessão de medida liminar em mandado de segurança; 
V. a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies 
de ação judicial; 
VI. o parcelamento. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
consequentes. 
A extinção é a solução da obrigação tributária e põe fim ao crédito tributário que constitui; 
opera-se, segundo o Código Tributário Nacional, por meio do pagamento (ou pelo 
pagamento antecipado com a devida homologação do lançamento, ou da 
compensação, da transação ou da remissão, da consignação, ou da dação em 
pagamento de bens imóveis), da prescrição e da decadência, da conversão do 
depósito em renda, em virtude de decisão administrativa irreformável ou, finalmente, 
de sentença judicial transitada em julgado. 
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Finalmente, além de suspenso e extinto, o crédito tributário pode ser excluído, nas 
hipóteses de isenção e de anistia. 
Para saber mais, leia a Lei da Anistia – Lei nº 6.683/79. 
 
 
Atividade 
Para a verificação concreta da hipótese de incidência tributária, se faz necessária a 
prática de determinada conduta ou o implemento de certa obrigação, pelo sujeito 
passivo, tornando-o contribuinte. Sobre o crédito tributário, é certo afirmar: 
a) É o direito do sujeito ativo de receber, do contribuinte, uma prestação 
determinada pela lei e que se operacionaliza pelo lançamento. 
b) É o direito do sujeito ativo de receber, do contribuinte, uma prestação consistente 
em uma obrigação de abstinência legal. 
c) É o direito da Administração Pública de constranger patrimonialmente o 
contribuinte até a prestação pecuniária prevista em lei. 
d) É a obrigação imposta à Administração Pública de arrecadar os tributos no valor 
e nos limites determinados pela lei. 
e) É a determinação legal dos limites de execução impostos à Administração 
Pública pela norma criadora dos tributos em planos legais. 
Alternativa correta: letra (a) é a resposta correta, porque é a única que apresenta uma definição 
correta do crédito tributário. A letra (b) é errada porque o crédito tributário não poderá consistir 
em uma obrigação de abstinência legal. A letra (c) é errada porque o crédito tributário não se 
confunde com a possibilidade de sua execução forçada. A letra (d) é errada porque o crédito 
tributário não se caracteriza pela imposição da obrigatoriedade na arrecadação. A letra (e) é 
errada porque o crédito tributário não se confunde com a determinação dos limites da execução 
forçada, que serão previstos na legislação processual. 
 
 
O que são tributos e como se classificam ? 
Tributos são os mecanismos de arrecadação operados com exclusividade pelo Estado que se 
destinam à obtenção de receita, com a finalidade de permitir o funcionamento da administração 
pública em todos os seus planos e esferas ou de interferir na economia, permitindo a prática de 
políticas públicas, e se divide em impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
 
Quem são os contribuintes ? 
Contribuinte será o sujeito passivo da relação tributária, aquele de quem a Administração Pública 
pode exigir, até mesmo coercitivamente, o adimplemento da obrigação tributária. 
 
Quais são as hipóteses de incidência e modalidades de lançamento dos créditos 
tributários ? 
Hipótese de incidência da obrigação tributária, ou fato gerador, é o momento da verificação dos 
requisitos de oponibilidade, ao contribuinte, do crédito tributário, que se torna oponível pela 
notificação do lançamento, que pode ser de ofício, misto ou por homologação. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6683.htm

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