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KATARINA ALMEIDA Lúpus Eritematoso Sistêmico DEFINÇÃO\EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FISOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLINICAS\DIAGNOSTICO É uma doença inflamatória crônica, autoimune, de etiologia pouco conhecida, decorrente de um desequilíbrio do sistema imunológico e de produção de autoanticorpos dirigidos contra proteínas do próprio organismo. O LES compromete órgãos e tecidos nas mais diversas combinações e em graus variados de gravidade. Clinicamente, a doença apresenta períodos de exacerbação de atividade inflamatória, intercalados com remissão parcial ou completa dos sintomas. Em alguns pacientes, há a manutenção da atividade inflamatória crônica EPIDEMIOLOGIA A doença manifesta-se em qualquer idade, porém apresenta maior frequência no período dos 15 aos 45 anos. Somado a isso, costuma ser menos comum nos extremos de faixa etária, além de ser predominante no sexo feminino neste recorte etário. A prevalência da doença no que diz respeito à etnia é mais evidenciada na população negra equiparando as demais. Além disso, a gravidade da doença parece ser maior na população hispânica quando comparada a brancos, mas são poucas as evidências. Somado a isso, pesquisas recentes mostram a contribuição do fator socioeconômico no que diz respeito à gravidade e prevalência da doença. Apesar de ainda não totalmente esclarecida, a etiologia de LES é multifatorial, sendo composta por fatores genéticos, epigenéticos, hormonais, ambientais e imunológicos. À luz da genética, já é bem documentada uma alta prevalência da doença entre gêmeos monozigóticos e nos parentes de primeiro grau. A chance de desenvolvimento de LES é 29 vezes maior para gêmeos monozigóticos e 17 vezes maior para parentes de primeiro grau de pessoas acometidas quando comparados a dados da população geral. Outro fator importante é a deficiência de algumas proteínas do sistema complemento, especialmente C1q e C4. Também já foram identificados polimorfismos genéticos como fator predisponente. Além disso, é consistente a associação de alguns alelos do MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade) com o LES, principalmente os alelos DR2 e DR3 de classe II. Do ponto de vista hormonal: os estrógenos possuem papel estimulador de várias células imunes, como macrófagos, linfócitos T e B. Nesse sentido, favorecem a adesão de mononucleares ao endotélio vascular, estimulam a secreção de algumas citocinas, como IL1, e expressão de moléculas de adesão e MHC A fisiopatologia é marcada por vários defeitos no sistema imune que levam a uma perda de autotolerância. Nesse sentido, há uma produção anormal de autoanticorpos, prévia ao início dos sintomas, por parte dos linfócitos B, que são estimulados e mantém sua sobrevida por ação das moléculas de BLyS/BAFF. Antígenos próprios (DNA/proteína nucleossômais, RNA/ proteína em SM, Ro e La, além de fosfolipídeos) estão disponíveis para o reconhecimento por pare do sistema imune nas vesículas apoptóticas. Assim, antígenos, autoanticorpos e complexos imunes persistem por períodos prolongados, tornando possível a inflamação e a própria doença. Outro fator que contribui para o LES é a produção insuficiente de IL-2 e TGF, pelas células T e natural killer (NK), para a sustentação das células T CD8+ e CD4+ reguladoras, que inviabilizariam a evolução fisiopatológica. O resultado de todo esse processo é a manutenção e produção de autoanticorpos e, subsequente, imunocomplexos, que se depositam em órgãos-alvo. As células-alvo lesadas (glomérulos, células endoteliais, plaquetas e outras) liberam mais antígenos, que perpetuam o processo. Paralelamente aos eventos descritos acima, ainda ocorre a ativação do sistema complemento, levando à liberação de citocinas, quimiocinas, peptídeos vasoativos, oxidantes e enzimas destrutivas. Esse contexto é acompanhado pelo influxo de células T, monócitos, macrófagos e células dendríticas para os tecidos-alvo, bem como pela ativação de macrófagos residentes e células dendríticas. Durante a inflamação crônica, o acúmulo de fatores de crescimento e de produtos da oxidação crônica contribui para o dano tecidual irreversível aos glomérulos, artérias, pulmões e outros tecidos. ➔ Sintomas gerais como anorexia e perda de peso podem ser observadas como quadro inicial da doença e preceder o aparecimento de outras manifestações em meses ➔ Diminuição do apetite, febre, poliadenopatias, mialgia e artralgia também podem fazer parte do quadro. ➔ Linfadenopatia generalizada ou localizada, MANIFESTAÇÕES NA PEL E E ANEXOS A principal lesão cutânea aguda é o rash malar ou eritema em “asa de borboleta”, Pode ainda apresenta-se como erupção maculopapular discreta e descamativa, e cura sem deixar cicatriz. • Sua forma generalizada é conhecida como rash maculopapular ou dermatite lúpica fotossensível e se apresenta como erupção exantematosa ou morbiliforme generalizada Outros tipos de lesões agudas são máculas, pápulas ou placas eritematosas, algumas com tonalidade violácea, que podem apresentar leve descamação. O lúpus cutâneo subagudo: manifesta- se como placas eritematosas em áreas Clinicamente observam-se duas variedades de lesão: a papuloescamosa e anular. DIAGNOSTICO • Critérios clínicos • Citopenias • Autoanticorpos Os testes laboratoriais diferenciam o lúpus eritematoso sistêmico de outros distúrbios do tecido conjuntivo. Os testes rotineiros devem incluir: • Anticorpos antinucleares (FAN) e anticorpos anti-DNA de cadeia dupla • HC • Exame de urina • Perfil químico, incluindo testes de função hepática e renal A maioria dos médicos utiliza os critérios diagnósticos para o lúpus eritematoso sistêmico elaborados pela American Rheumatism Association Diagnósticos diferenciais • Artrite reumatoide (AR); A forma mais comum de lúpus eritematoso cutâneo crônico é o lúpus eritematoso discoide, caracterizado por lesões maculosas ou papulosas, eritematosas Os locais mais acometidos são: couro cabeludo, pavilhão auricular, região torácica anterior e porção superior dos braços. Na face, as sobrancelhas, as pálpebras, o nariz MUSCUL ESQUELÉTICAS • Achado importante é a artropatia de Jaccoud • Dentre os sítios que são mais acometidos pela artrite temos as articulações de punhos, joelhos e mãos, ainda podendo ser manifestado em outras regiões MANIFESTAÇÕES NEUROPSIQUIÁTRICAS • cefaleias • disfunção cognitiva • psicose ou transtorno do humor; • doenças vascular cerebral e convulsões MANIFESTAÇÕES RENAIS Dentre as manifestações comuns incluem-se proteinúria (mais comum), hipertensão e edema. A glomerulonefrite lúpica precoce pode ser diagnosticada erroneamente como ITU assintomática Manifestações hematológicas anemia (hemolítica autoimune), leucopenia (geralmente linfopenia, com < 1.500 células/μL) e trombocitopenia. Manifestações cardiopulmonares • RHUPUS (sobreposição AR e LES); • Doença Mista do Tecido Conjuntivo; • Doença indiferenciada do tecido conjuntivo; • Esclerose sistêmica; • Síndrome de Sjögren; • Fibromialgia Os sintomas cardiopulmonares comuns incluem pleurisia recidivante, com ou sem derrame pleural. Outras complicações incluem embolia pulmonar, hipertensão pulmonar e síndrome do pulmão encolhido .As complicações cardíacas incluem pericardite (mais comum) e miocardite.
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