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º É um ramo da farmacologia que estuda o que o corpo faz com o fármaco. A absorção, a distribuição, o metabolismo (biotransformação) e a excreção dos fármacos são os processos discutidos na farmacocinética. A curva de concentração do fármaco que foi absorvido depende diretamente da via que ele foi administrado. Algumas variações do próprio fármaco possibilitam ou não a sua administração em determinadas vias. São elas: 1. Peso molecular e a conformação estrutural; 2. Hidro ou lipossolubilidade: capacidade do fármaco de se solubilizar em ambiente aquoso (polar); 3. Grau de ionização: A membrana plasmática dificulta a entrada de moléculas iônicas dentro da célula Os objetivos terapêuticos também modificam as vias de administração. 1. Início rápido de ação; 2. Tratamento por longo tempo; 3. Restrição de acesso a um local específico. No transporte passivo, a molécula do fármaco penetra a membrana por meio de difusão simples (a favor do gradiente), em virtude da sua solubilidade na camada lipídica dupla. Depois que o estado de equilíbrio for alcançado, a concentração do fármaco dos dois lados da membrana é igual, com exceção dos eletrólitos. Muitos fármacos são ácidos ou bases fracas, presentes em solução sob as formas ionizada ou não ionizada. No geral, moléculas não-ionizadas são mais lipossolúveis, isto é, se difundem mais facilmente pela membrana. Já as moléculas ionizadas em geral são menos capazes de penetrar na membrana porque são pouco lipossolúveis e sua transferência depende da permeabilidade da membrana, que é determinada por sua resistência elétrica. O transporte ativo caracteriza-se pelo uso de ATP, pois o movimento é contra o gradiente de concentração ou eletroquímico, por saturabilidade e seletividade, bem como pela inibição competitiva por compostos cotransportados. Exemplo a bomba de sódio e potássio dependente de insulina que é um dos alvos da digoxina no tratamento da insuficiência cardíaca. Já a difusão facilitada diz respeito a um processo de transporte mediado por um carreador, no qual não há gasto de energia. Por exemplo a penetração da glicose na célula medida pela proteína GLUT4. Via enteral (oral) É a via mais comumente usada na administração de fármacos, mais segura, mais conveniente e mais econômica. Vantagens: Facilmente auto administrado. Precisão na dose depende da forma farmacêutica, por exemplo um xarope, pode ter baixa precisão na dose dependendo da administração do usuário. Em caso de paciente ser intoxicado pela droga, pode-se usar um antagonista (que se liga ao receptor do fármaco e neutraliza o efeito), fazer a lavagem ou usar carvão atividade (possui alta capacidade adsorvente de forma a retirar o fármaco, impossibilitando que ele se ligue no organismo do indivíduo). º Desvantagens: Envolve as vias mais “complicadas” (por conta de mudanças de Ph, destruição de alguns fármacos pelas enzimas digestivas), tem que passar pelo fígado (por conta da via de 1ª absorção) de forma que parte desse fármaco vai ser metabolizado e, portanto, uma baixa quantidade dele vai estar biodisponível. Como a maior parte da absorção do fármaco pelo TGI ocorre por difusão passiva, a absorção é facilitada quando o fármaco estiver em sua forma não ionizada mais lipofílica. Administração sublingual: A drenagem venosa da boca dirige-se à veia cava superior e isto provoca um desvio da circulação porta e, deste modo, protege o fármaco do metabolismo rápido causado pela primeira passagem pelos intestinos e pelo fígado. As vias sublingual e bucal têm absorção mais rápida do que a oral. Uma desvantagem dessa via é que tem baixa compatibilidade com a maioria dos fármacos. Injeção Parenteral As principais vias de administração parenteral são a intravenosa, a subcutânea e a intramuscular. A absorção a partir dos tecidos subcutâneos e intramusculares ocorre por difusão simples ao longo do gradiente existente entre o depósito de fármaco e o plasma. É usada para fármacos pouco absorvidos no TGI, ou instáveis no TGI, em pacientes impossibilitados de deglutir e quando se quer um início rápido de ação. Vantagem: Melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo. Desvantagem: As vias parenterais são irreversíveis e podem causar dor, medo, lesões teciduais e infecções. Via intravenosa: Ela pula a etapa da absorção porque os fatores limitantes são anulados quando ela é inserida diretamente na circulação sistêmica. A biodisponibilidade é completa e rápida. Pode ser aplica “em bólus” na qual a dose é administrada quase que imediatamente através de uma injeção, ou através de “infusão IV” (bolsa de soro) na qual os picos de concentração são mais baixos e ela aumenta a duração do fármaco circulante. Fármacos dissolvidos em veículos oleosos, compostos que se precipitam no sangue ou hemolisam eritrócitos, e combinações de fármacos que se formam precipitados, não devem ser administrados por via intravenosa. Via subcutânea: Absorção é por difusão simples. A taxa de absorção após a injeção subcutânea de um fármaco é suficientemente constante e lenta para produzir um efeito prolongado. Vantagem dessa via é que minimiza riscos de hemólise, mas não deve ser usada por fármacos que causam irritação dos tecidos. É a via usada na administração da insulina injetável. Via intramuscular: A absorção se dá por difusão simples. Os fármacos em solução aquosa são absorvidos muito rapidamente após a injeção IM, mas isto depende da taxa de fluxo sanguíneo no local da injeção. Dessa forma, a absorção pode ser modulada até certo ponto pelo aquecimento local, pela massagem ou exercício. Se o fármaco for injetado em solução oleosa ou suspenso em vários outros veículos de depósito, a absorção será lenta e constante. Os antibióticos e algumas substâncias muito irritantes para serem administradas por via subcutânea comumente são administrados dessa forma. Via intratecal: A barreira hematencefálica e o líquido cerebrospinal (LCS) geralmente impedem ou retardam a entrada dos fármacos no SNC. Por essa razão, quando for necessário produzir efeitos locais rápidos dos fármacos nas meninges ou no eixo cerebrospinal, alguns fármacos são injetados diretamente no espaço subaracnóideo medular. (REVER ESSA PARTE DA AULA) Absorção pulmonar – Inalação oral e nasal: Rápida oferta do fármaco através da ampla superfície da membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar. Muito usado em broncodilatadores, descongestionantes nasais e antinflamatórios esteroidais. COMPRIMIDO DEVE SER INGERIDO COM ÁGUA! Alguns profissionais de saúde indicam tomar com leite para incentivar o paciente a não ingerir com o estômago vazio. Mas o ideal é explicar a necessidade de se alimentar antes de tomar o remédio. º Aplicação tópica e transdérmica: Ambas são de administração local mas a tópica tem efeito apenas local (exemplo o colírio oftálmico), enquanto a transdérmica tem efeito sistêmico (por exemplo o adesivo de nicotina). Administração retal: Cerca de 50% do fármaco que é absorvido pelo reto não passa pela circulação portal, portanto a biotransformação dos fármacos pelo fígado é minimizada. É vantajosa também porque evita a inativação no estômago e quando o fármaco provoca êmese. Suas desvantagens incluem irritação na mucosa retal, é geralmente inconveniente e a absorção retal pode ser irregular e incompleta. OBS.: Efeito de primeira passagem é quando o fármaco passa alcança a circulação portal e é metabolizado pelo fígado. Isso diminui a biodisponibilidade dele no organismo Absorção consiste na transferência do fármaco do seu local de administração para a circulação sanguínea. É medida em comparação com a injeção endovenosa. Biodisponibilidade é o termo usado para descrever a porcentagem na qual a dose do fármaco chega inalterado ao seu local de ação após aadministração. Exemplo: 100 mg de um fármaco são administrados por via oral, e 70mg desse fármaco são absorvidos inalteradamente, a sua biodisponibilidade é de 0,7 ou 70% Ela é diretamente influenciada por fatores anatômicos (ex. metabolismo de primeira passagem), fisiológicos e patológicos, a forma farmacêutica, a dose, a solubilidade do fármaco, a instabilidade química, a natureza da formulação do fármaco e a via de administração usada. Dois fármacos são considerados bioequivalentes quando apresentam biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática. Quando um medicamento inovador é registrado no País, chamamos esse medicamento de “referência”. A eficácia, segurança e qualidade desses medicamentos são comprovados cientificamente, no momento do registro junto à Anvisa. Como os laboratórios farmacêuticos investem anos em pesquisas para desenvolvê-los, têm exclusividade sobre a comercialização da fórmula durante o período de patente (pode durar de 10–20 anos). Após a expiração da patente, abre-se a porta para a produção de medicamentos genéricos. O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país. É intercambiável com o fármaco referência. Como os genéricos não têm marca, o que você lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento. De acordo com a definição legal, medicamento similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, mas pode diferir em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.
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