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MÉTODOS PARA INDUZIR A ANESTESIA LOCAL: 1. Trauma mecânico (compressão dos tecidos) 2. Baixa temperatura 3. Anóxia 4. Irritantes químicos 5. Agentes neurolíticos (álcool ou fenóis) 6. Agentes químicos (anestésicos locais) PROPRIEDADES DESEJÁVEIS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: Não deve ser irritante para o tecido no qual é aplicado Não deve causar qualquer alteração permanente na estrutura dos nervos Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa Deve ser eficaz, independentemente de ser infiltrado no tecido ou aplicado localmente nas mucosas Tempo de início da anestesia deve ser o mais breve possível A duração deve ser longa o suficiente para que se complete o procedimento, porém nem tão longa A maioria dos anestésicos satisfazem os 2 primeiros critérios Nem todos são eficazes quando aplicados topicamente. Lidocaína e a tetracaína bons anestésicos tópicos Os dois últimos fatores a maioria satisfaz Deve ter potência suficiente para proporcionar anestesia completa sem o uso de soluções em concentrações nocivas. Deve ser relativamente isento quanto à produção de reações alérgicas Deve ser estável em solução e prontamente submetido a biotransformação no corpo. Deve ser estéril ou capaz de ser esterilizado . MODO E LOCAL DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: É possível que os anestésicos locais interfiram no processo de excitação da membrana nervosa por uma ou mais das seguintes maneiras: 1. Alterando o potencial de repouso básico da membrana do nervo 2. Alterando o potencial de limiar (nível de descarga) 3. Diminuindo a taxa de despolarização 4. Prolongando a taxa de repolarização Os efeitos primários dos anestésicos locais ocorrem durante a fase de despolarização do potencial de ação. Esses efeitos incluem a diminuição da taxa de despolarização. Neurofisiologia dos Anestésicos Locais -Neurofisiologia O conceito por trás das ações dos anestésicos locais: eles impedem a geração e a condução de um impulso nervoso ONDE AGEM OS ANESTÉSICOS LOCAIS? A membrana nervosa é o lugar em que os anestésicos locais exercem suas ações farmacológicas. TEORIA DO RECEPTOR ESPECÍFICO É a mais sustentada): propõe que os anestésicos locais agem ligando-se a receptores específicos nos canais de sódio. A ação da droga é direta, não mediada por alguma alteração nas propriedades gerais da membrana. Assim que o anestésico local tem acesso aos receptores, a permeabilidade aos íons sódio é diminuída ou eliminada e a condução nervosa é interrompida. Parece que as drogas podem alterar a condução nervosa em pelo menos 4 locais no canal de sódio: Nervos mielinizados: a bainha de mielina isola o axônio elétrica e farmacologicamente. O único local em que as moléculas do anestésico local tem acesso à membrana nervosa é nos nódulos de Ranvier, onde os canais de sódio são encontrados com abundância. O impulso pode saltar ou desviar 1 ou 2 nodos e continuar sua trajetória, por isso é necessário que pelo menos 2 ou 3 nodos adjacentes à solução anestésica sejam bloqueados. COMO FUNCIONAM OS ANESTÉSICOS LOCAIS? A ação primária dos anestésicos locais na produção de bloqueio de condução consiste em diminuir a permeabilidade dos canais iônicos ao íons sódio (Na+) Os anestésicos inibem seletivamente a permeabilidade máxima do sódio. Anestésicos reduzem um fator de segurança, diminuindo a taxa de elevação do potencial de ação. Quando esse fator de segurança cai abaixo da unidade, a condução falha e ocorre bloqueio nervoso. Diminuição discreta e virtualmente insignificativa na condutância de potássio (K+) através da membrana nervosa. As moléculas de anestésico podem agir por antagonismo competitivo com o cálcio em algum local na membrana do nervo. O bloqueio nervoso produzido por anestésicos é denominado bloqueio nervoso não despolarizante. FORMAS ATIVAS DE ANESTÉSICOS LOCAIS MOLÉCULAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Maioria são aminas terciárias, apenas prilocaína e hexilcaína são aminas secundárias. 1. 1.Dentro do canal de sódio (anestésicos que são aminas terciárias) 2. 2.Na superfície externa do canal de sódio. 3. 3. e 4. Em portões de ativação ou inativação Todos anestésicos são anfipáticos (Características lipofílicas e hidrofílicas) Anestésicos sem a parte hidrofílica não são adequados para a injeção, mas são bons anestésicos tópicos (ex:benzocaína). Classificados em aminoestéres ou aminoamidas, de acordo com suas ligações químicas. Os anestésicos ligados a estéres são prontamente hidrolisados. Ligados a amida são resistentes a hidrólise Anestésicos são compostos básicos pouco solúveis em água e instáveis a exposição ao ar. Valores de pKa variam de 7,5 a 10. Anestésicos básicos se combinam com ácidos para formar sais de anestésico local, forma em que são muito solúveis em água e comparativamente estáveis Sal cloridrato, dissolvidos em água destilada ou soro fisiológico. pH de uma solução anestésico e o pH do tecido em que é infiltrado influencia MUITO na sua ação no bloqueio do nervo. A acidificação do tecido diminui a eficácia do anestésicos. Inflamação pH tecido normal:7,4 pH área inflamada: 5 a 6 Os anestésicos contendo adrenalina ou outros vasopressores são acidificados para inibir a oxidação do vasopressor. pH das soluções sem adrenalina 6,5 e com 3,5. Clinicamente esse pH mais baixo tem + probabilidade de produzir sensação de ardência na infiltração e início da anestesia mais lento. Elevação do pH (alcalinização) do anestésicos acelera o início de sua ação, aumenta sua eficácia clínica e torna sua infiltração mais confortável. AÇÕES SOBRE AS MEMBRANAS DE NERVOS 2 fatores envolvidos na ação do anestésicos: 1.difusão da droga através da bainha do nervo e 2. Ligação ao sítio receptor no canal iônico A forma de base livre (RN), não carregada e lipossolúvel do anestésicos é responsável pela difusão através da bainha nervosa. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO PH E DA ATIVIDADE DO ANESTÉSICO LOCAL A maioria dos anestésicos sem vaso tem pH entre 5,5 e 7. Quando injetadas no tecido a capacidade de tamponamento dos líquidos teciduais faz o pH retornar aos 7,4 normais no local de injeção. Bissulfito usado como antioxidante para o vasopressor. Capacidade de tamponamento da mucosa é pequena. Aumentar o pH da droga proporciona uma quantidade maior da forma RN, aumentando assim a potência do anestésico tópico, entretanto nessa forma é mais rapidamente oxidada. A vida útil efetiva do anestésicos diminui à medida que aumenta o pH da droga. Para aumentar a eficácia clínica, dos anestésicos tópicos usa-se uma forma mais concentrada (ex: lidocaína a 5% ou 10%) do que para infiltração. INDUÇÃO DA ANESTESIA LOCAL: Após administração de anestésicos nos tecidos moles próximos a um nervo, as moléculas do anestésico atravessam a distância de um local a outro de acordo com o seu gradiente de concentração. O anestésicos se desloca de seu local de depósito extraneural para o nervo. Processo chamado de difusão O perineuro é a maior barreira à penetração dos anestésico Quanto maior a concentração inicial do anestésico local, mais rápida é a difusão de suas moléculas e mais rápido é seu início de ação. Os feixes do manto são os primeiros atingidos pelo ant e são expostos a uma concentração mais alta dele. Feixes central entram em contato com o ant somente após muito demora e com concentração mais baixa, por causa da distância maior que a solução precisa percorrer e do número maior de barreiras que precisa atravessar. Anestésicos estéressofrem hidrólise quase imediata. Em nenhuma situação clínica 100% das fibras de um nervo periférico são bloqueadas. PROCESSO DE BLOQUEIO Após depósito do anestésicos o mais próximo possível do nervo. Uma parte se difunde em direção ao nervo e outra para longe do nervo. Reações que ocorrem: Parte absorvida por tecidos não neurais (músculos e gorduras) Parte diluída pelo líquido intersticial. Parte é removida por capilares e vasos linfáticos do local da infiltração. Os anestésico tipo éster são hidrolisados. o A soma desses fatores incide para diminuir a concentração do anestésico fora do nervo. Esses processos continuam até que resulte equilíbrio entre as concentrações intra e extraneurais de anestésico. Tempo de indução: é definido como o período da deposição da solução até o bloqueio completo da condução. Fatores que controlam o tempo de indução: concentração da droga, pH do anestésico, constante difusão da droga e as barreiras anatômicas do nervo à difusão. PROPRIEDADES FÍSICAS E AÇÕES CLÍNICAS: Efeito constante de dissociação (pKa) sobre a taxa de início da anestesia. pKa mais baixo possui início de ação mais rápido. Solubilidade nos lipídeos: a solubilidade nos lipídeos permite que a anestesia penetre mais facilmente na membrana do nervo (constituída por 90% de lipídeos). Os anestésicos com maior solubilidade no lipídeos produzem bloqueio de condução mais eficaz em concentrações mais baixas do que anestésicos menos lipossolúveis. O grau de ligação proteica da molécula de anestésicos é responsável pela duração da atividade do anestésico. Proteínas constituem 10% da membrana do nervo. Etidocaína, BUPIVACAÍNA e ROPIVACAÍNA possuem grau maior de ligação com as proteínas e parecem fixar-se + firmemente aos sítios de proteínas e possuir duração de atividade clínica mais longa. A vasoatividade afeta a potência e a duração da anestesia proporcionada por uma droga Procaína tem maiores propriedades vasodilatoras, aumenta a perfusão sanguínea. RECUPERAÇÃO DO BLOQUEIO COM ANESTÉSICO LOCAL: Concentração extraneural reduzida pela difusão, dispersão e captação da droga, enquanto a intraneural permanece estável. O gradiente de concentração é revertido com a concentração intraneural excedendo a extraneural e as moléculas de anestésico passam a se difundir para fora do nervo. Fascículos no manto começam a perder anestésico muito antes dos fascículos centrais. As primeiras fibras nervosas a perder totalmente a anestesia são aquelas mais centrais ao nervo. RECORRÊNCIA DA ANESTESIA PROFUNDA IMEDIATA: A combinação de anestésico local residual (no nervo) e do suprimento recém depositado resulta em início rápido de anestesia profunda e com menor volume de anestésico local. DIFICULDADE EM REOBTER ANESTESIA PROFUNDA: Causada pela taquifilaxia Taquifilaxia: aumento da tolerância a uma droga que é administrada repetidamente. Possíveis fatores: o Edema o Hemorragia localizada o Formação de coágulo o Diminuição pH dos tecidos DURAÇÃO DA ANESTESIA: Início do bloqueio do nervo é rápido e a recuperação é muito mais lenta porque o anestésico se liga a membrana do nervo. Anestésicos de ação mais longa (bupivacaína, robi, eti e tetra) ligam-se mais firmemente a membrana do nervo (aumento da ligação proteica) e portanto são liberados mais lentamente dos sítios receptores nos canais de sódio. Outros fatores que influenciam a taxa de remoção da droga: vascularidade do local de infiltração e a presença ou ausência de uma substância vasoativa. A duração da anestesia aumenta nas áreas de vascularidade diminuída.
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