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AULA 1_Antropologia da Alimentação_Alimentação e cultura_ok

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22/02/2021 Disciplina Portal
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Antropologia da
Alimentação
Aula 1: Alimentação e cultura
INTRODUÇÃO
Veremos nesta aula que a alimentação possui dimensões socioculturais, além das necessidades �siológicas,
biológicas e psicológicas da gastronomia. Analisaremos, portanto, os aspectos sociais e culturais da alimentação.
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Estudaremos como a Antropologia, uma Ciência Social, trata da alimentação nesses aspectos simbólicos e com isso
seremos capazes de começar a pensar a ação de se alimentar como um ato social e cultural cheio de símbolos,
códigos e signi�cados.
OBJETIVOS
Explicar a dimensão sociocultural da alimentação.
Reconhecer a importância da Antropologia como Ciência Social.
Identi�car o campo de estudos da Antropologia da alimentação.
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Comer: um ato social e cultural
Segundo o antropólogo brasileiro Roberto DaMatta, o feijão com arroz é a comida base cotidiana da nossa brasilidade,
que, nos dias de festa, se transforma na feijoada.
Veja o relato da Cientista Social Ester Juer (conteudista desta disciplina) que envolve uma festividade com feijoada:
Muitos verões atrás eu estava viajando a turismo em Salvador, com amigos, na
festa de Iemanjá, no bairro do Rio Vermelho, quando vi uma placa em um
restaurante anunciando a feijoada. 
Portanto, eu estava em um dia de festa disposta a comer feijoada. Ao fazer o
meu pedido tive o cuidado de perguntar à garçonete qual o tipo de feijão seria a
base da feijoada. Ela me respondeu: 
— Feijão normal. 
Como carioca, supus que a feijoada seria de feijão preto, pois, este seria o
feijão normal para este grupo. 
Para a minha surpresa, o que foi me oferecido foi uma deliciosa feijoada de um
feijão marrom, que chamamos no Rio de Janeiro de feijão mulatinho ou
carioquinha. 
Daquele momento em diante passei a me preocupar muito com o que signi�ca
algo “normal”, seja comida, comportamento, pessoa ou qualquer outra coisa e,
por consequência, o que signi�ca também alguma outra ser “exótica”. 
Normal para quem? Exótico para quem? O normal da garçonete não é o mesmo
do que o meu normal e provavelmente outros com bagagem cultural
diferenciada terão padrões classi�catórios diferentes para o feijão “normal”. 
Além disso, a feijoada, seja qual for a cor do feijão, para nós brasileiros é
normal, mas, para um estrangeiro a mesma feijoada é muito exótica! 
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Percebi, então, a importância de pensar a comida como um elemento cultural
que executamos várias vezes por dia, todos os dias, sem nos darmos conta do
valor e complexidade.
A partir desse relato, convidamos você a começar a pensar o ato de comer além do biológico. Vamos começar nossa
disciplina analisando a alimentação como uma ação social e cultural cheia de símbolos, códigos e signi�cados.
A dimensão sociocultural da alimentação
É inegável que precisamos comer para nos manter vivos. Essa ingestão de alimentos a �m de proporcionar os
nutrientes necessários para o desenvolvimento do organismo é a base da nossa existência biológica, sem a qual não
podemos existir.
Porém, no momento em que o alimento é cozido, abandonamos a dimensão apenas biológica do alimento e
agregamos a dimensão cultural a este fato.
As coisas “cruas”, naturais, são transformadas em coisas “cozidas”, isto é, culturais. Assim, o cru é a analogia da
natureza e o fogo é a da cultura
Os animais comem carne crua = NATUREZA
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Os homens comem carne cozida = CULTURA
Para o antropólogo brasileiro Roberto DaMatta (1986), os alimentos são os insumos naturais, já a comida ajuda a
estabelecer identidade cultural e a de�nir o indivíduo, classe ou grupo. Portanto, a comida é o alimento transformado
em representações (glossário) sociais e culturais.
Simbologia da cozinha
O antropólogo francês Lévi-Strauss (2004) ampliou a dimensão da preparação da comida ao dar enfoque simbólico
(glossário) a esta. Para ele, a cozinha é um corpo de práticas, representações, comportamentos diários em tradições
especí�cas.
A cozinha pode, então, ser de�nida, em linhas gerais, como um conjunto de pratos com número limitado de alimentos,
técnicas de preparo, utensílios, princípios básicos de tempero e regras que norteiam a produção e o consumo, tais
como número de refeições, seleção de alimentos, restrições, tabus que são compartilhados pelos indivíduos e que são
parte de uma cultura ou de um grupo.
Logo, podemos explicar o que é a cozinha de um grupo pelo conjunto de operações que envolve:
Assim, o ato biológico primário, �siológico, ganha dimensão:
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As diferentes soluções possíveis para o comer permite pensar a diversidade cultural (glossário), uma vez que a cozinha
é um conjunto de ações técnicas, de operações simbólicas e de rituais que participam da construção da identidade
alimentar.
Isso signi�ca dizer que nos diversos grupos sociais não se consomem os mesmos alimentos, as técnicas de preparo
são diferenciadas e o código de boas maneiras à mesa também.
Construção das identidades
Econômica 
Relação de oferta e demanda, abastecimento de alimentos, renda das famílias.
Social 
Sociabilidade (glossário), gerações, gênero, organização social do trabalho.
Cultural 
Gostos, hábitos, tradições, valores, técnicas, saberes, religião, aspectos simbólicos; portanto, também
histórica, pois se modi�cam através dos tempos.
Muitos estudiosos a�rmam que pelo fato de sermos onívoros (glossário) (comemos de tudo), a
incorporação da comida é sempre um ato com signi�cados e isso constrói as identidades pessoal e de
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Apesar das pressões da indústria alimentícia e dos mecanismos que interferem nas decisões dos consumidores, a
cultura possui o poder de orientar a seleção alimentar, impondo as normas que prescrevem, proíbem ou permitem o
que comer.
As escolhas alimentares são inculcadas nos indivíduos. Por meio da socialização, desde muito cedo, na infância,
aprendemos pela convivência com pessoas do nosso meio social, a cultura do mesmo.
O processo de socialização, portanto, é ininterrupto, sendo responsável por garantir que o novo sujeito social aprenda a
se guiar em meio ao mundo designi�cados do grupo inserido, pois passa a compartilhá-lo.
Fonte da Imagem:
Quanto à alimentação, a criança aprenderá na comensalidade a: 
• Seguir maneiras à mesa; 
• Instrumentalizar os talheres; 
• Selecionar os tipos de conversas à mesa; 
• Contribuir com cooperação e compartilhamento; 
• Respeitar a reciprocidade; 
• Reconhecer gostos, repulsas e tabus.
grupo.
Se as técnicas, as disponibilidades de recursos do meio, a organização da produção e a distribuição na
sociedade atual, globalizada, imprimem possibilidades cada vez maiores de produzir e consumir
alimentos, cabe, então, à cultura estabelecer o que é ou não comível, prescrever as permissões e
interdições alimentares, o que é adequado ou não, moldar o gosto, os modos de consumir e a própria
comensalidade (glossário).
As escolhas alimentares não se fazem apenas com os alimentos ditos mais nutritivos, segundo a
classi�cação da moderna nutrição, ou somente com os mais acessíveis e intensivamente ofertados pela
produção massi�cada.
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Assim, a cultura alimentar na qual foi socializada interfere fortemente nas escolhas alimentares, resistindo à completa
homogeneização imposta pela produção e pela distribuição massi�cada.
Como vimos, os hábitos alimentares são formados através da socialização, construindo a bagagem cultural que
orienta escolhas e práticas de um grupo social. Dessa maneira, come-se de acordo com a distribuição da riqueza na
sociedade, com os grupos e classes de pertencimento, marcados por diferenças, hierarquias, estilos e modos de
comer, atravessados por representações coletivas, imaginários e crenças.
Portanto, a alimentação constitui-se em um código sociocultural, podendo revelar as práticas e, assim, aspectos como:
• Representações políticas, estéticas e religiosas; 
• Identidade cultural; 
• Condição social; 
• Memória familiar; 
• Critérios morais; 
• Gênero; 
• Geração.
O que comemos e as maneiras como nos alimentamos podem ser consideradas um tipo de linguagem, pois informam
as relações sociais e o modo de vida que vivemos.
Sejam as escolhas quais forem, o comportamento relativo à comida liga-se diretamente ao sentido que conferimos a
nós mesmos e a nossa identidade social, isto é a pro�ssão, idade, saúde, renda familiar, etnia, religião etc.
Desse modo, práticas alimentares revelam a cultura em que cada um está inserido, visto que comidas são associadas
a povos em particular.
No Brasil, por exemplo, o arroz e o feijão são traços de nossa identidade nacional, pois são consumidos diariamente, de
norte a sul do país, por milhões de brasileiros.
No plano regional, há alimentos que funcionam como demarcadores identitários regionais, ou seja, pratos que estão
associados à sua região de origem:
Churrasco gaúcho
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SAIBA MAIS
, Acarajé é um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. Uma especialidade gastronômica
africana e afro-brasileira. Pode ser comido somente o bolinho, mas comumente é servido com pimenta, camarão seco, caruru e
vatapá.
Comensalidade
O comportamento alimentar é formado por tradições, costumes, hábitos e inovações que se combinam, se misturam e
se fundem, gerando novos sistemas ou modi�cando os já existentes.
Como estamos estudando, ao seu caráter cultural e simbólico liga-se
diretamente ao estar junto e ao comer acompanhado, ou seja, à
comensalidade.
A refeição possibilita a reunião em torno do alimento, a ideia de comunhão, revelando nesses momentos uma enorme
força socializadora, organizada em práticas sociais que constroem relações sociais, congregando família, amigos,
devotos, negócios, galanteios, comemorações etc.
Vatapá e acarajé baiano
Pão de queijo mineiro
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O tempo para comer seria um momento de relaxamento ritual, uma pausa no dia de trabalho que nos dá a
oportunidade de escolher companheiros e conversar com eles.
Assim, a comensalidade permeia inúmeras relações sociais nas sociedades humanas, bem como nas diferentes
classes sociais de uma mesma sociedade.
EXEMPLO
, Na maioria das cerimônias de casamento, por exemplo, temos algum tipo de comensalidade. Em algumas sociedades, o próprio
casamento garante ao indivíduo o modo de acesso ao alimento. 
É costume nos Estados Unidos, em certas classes sociais, oferecer um banquete para os familiares e amigos após o enterro de
um ente querido falecido. 
No século XIX, na Europa, comer era um dos grandes momentos da vida familiar, e o ritual da refeição implicava na reunião de
toda a família na sala de jantar à volta da mesa.
A partir dessas reuniões estabelecemos horários para comer com os outros, respeitamos sequências do que fazer à
mesa, do que se pode falar, assim como observamos a importância da estética do ambiente e dos pratos, criando
rituais em torno do alimento.
Fonte da Imagem:
A presença da mesa e o modo como as famílias lidam com as refeições, em qualquer tempo, mostra a importante
relação entre o ritual das refeições cotidianas e a estabilidade do grupo família.
Como interpretamos a gastronomia?
A palavra gastronomia não é nova e �cou muito associada à Brillat–Savarin, do
século XVIII e XIX, na França, devido ao seu livro A Fisiologia do Gosto, no qual
detalhou o conceito a partir de uma concepção do que seria comer e beber
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apropriadamente.
Segundo Jean-Pierre Poulain (2014), um importante autor francês que trabalha com os aspectos socioculturais da
alimentação, a gastronomia é uma “estetização da cozinha e das maneiras à mesa, um desvio hedonista dos ímpetos
biológicos da alimentação, uma atividade amplamente moldada pelas regras sociais (...).”
Isso con�rma que, para além das pressões do sistema ecológico natural, no
qual está instalado determinado grupo, e das necessidades biológicas
relacionadas à manutenção da vida, na gastronomia o aspecto cultural
representado pela culinária (incluindo os processos físico-químicos de preparo
dos alimentos e do tratamento do produto alimentar para atender aos anseios
de um grupo social, tentando dar a cada prato um toque artístico,
cienti�camente pensado, e ainda a ambientação dos espaços, a etiqueta e as
regras de convivência envolvidas) está associado à ideia de distinção, símbolo
de status social.
A de�nição de gastronomia também aponta para uma dimensão psicológica do hedonismo, ou seja, para o prazer que
esta deve proporcionar. Assim, a gastronomia, além do sentido �siológico e sociocultural, seria arte e ciência.
“Gastronomização”
Poulain (2014) trabalha ainda com a ideia da“gastronomização”, ou seja, o tratamento da gastronomia pelos domínios
do marketing e da publicidade.
A mídia especializada em gastronomia desempenha um importante papel ao difundir os valores simbólicos que
contribuem para atribuir maior prestígio aos indivíduos na busca por essa distinção social.
Em jornais, revistas e meio virtual é uma palavra que circula como referência de tudo aquilo que engloba restaurantes,
produtos, receitas, chefs de cozinha etc.
O que se come, como se come, em que contextos, as razões de se comer e com quem se come varia de uma cultura
para a outra, como temos visto, demonstrando que a comida e a comensalidade não são apenas maneiras de saciar a
fome.
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Fonte da Imagem:
Por trás de toda forma de alimentação existe normas e uma racionalidade cultural, que constituem num sistema
cultural portador de signi�cados que podem ser lidos e decifrados como códigos.
Portanto, a alimentação por ser um complexo simbólico de sistemas sociais, sexuais, políticos, religiosos, éticos,
estéticos etc. está para além de ser apenas um processo orgânico. Trata-se de uma questão econômica, social e
cultural.
Não são as demandas físicas ou instintivas que comandam os comportamentos, mas sim as demandas simbólicas ou
culturais. Logo, os alimentos também servem para pensar.
Antropologia
A Antropologia nos oferece, por meio do seu arcabouço cientí�co, instrumentos para observar, descrever e interpretar a
alimentação, ou seja, pensar a alimentação enquanto um fenômeno sociocultural.
Antropologia x Sociologia
A Antropologia em linhas gerais também se distingue da Sociologia por ser
uma ciência que pretende estudar os aspectos sociais pelo prisma do
observado, colocando-se no lugar do outro, enquanto a Sociologia observa a
sociedade visualizada por fora, pelo ponto de vista do observador.
No seu início, no século XIX, a Antropologia estudava as sociedades simples ou
ditas arcaicas, “primitivas”, deixando o estudo das populações
contemporâneas (por contraste chamadas de sociedades “complexas”) para a
Sociologia.
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A partir da década de 1940, a Antropologia passou a estudar cada vez mais as
ditas “sociedades complexas” atraindo, cada vez mais, a atenção dos
antropólogos. Assim, a nossa sociedade foi convertida em objeto de estudo e,
logo, tornou-se observável de uma perspectiva antropológica.
Ciência da alteridade
Costumamos dizer que a Antropologia é a ciência da alteridade.
Você se lembra o que é a alteridade?
É o resultado de um processo de diferenciação que acontece entre o “eu”,
particular de cada um, e o “outro”, o diferente, isto é, com o estranho, o não
familiar.
Estranhar o “outro” é reconhecer em outro indivíduo, ou em um conjunto deles, as suas peculiaridades, diferenças e
equivalência.
Dessa maneira, o “outro”, ou “outros”, se torna identi�cável, possibilitando, consequentemente, hierarquizar, separar,
classi�car, normalizar, dominá-los.
Lembre-se de que o início do desenvolvimento da Antropologia enquanto
ciência ocorreu durante o Neocolonialismo (glossário) do século XIX, no qual o
conhecimento produzido pelos antropólogos e viajantes sobre os povos
asiáticos e africanos ditos primitivos e considerados exóticos eram utilizados
para a dominação Europeia nesses continentes.
A alteridade pressupõe que somente podemos nos perceber enquanto uma cultura especí�ca diante da diversidade de
culturas existentes.
Sua singularidade como indivíduo é fruto da percepção que
você tem do “outro” (aquele que pertence à outra cultura) e
daquela que ele tem de você e da sua cultura.
Essa noção de outro destaca a questão da diferença e do diferente como fundamentais na constituição da vida social,
apontando que na construção e organização do mundo social existe tanto igualdades como diferenças.
As diferenças são a base da realidade social e condição fundamental para compreender qualquer “outro”, os “outros
grupos” e a si mesmo, mas são também fonte permanente de tensão e con�ito, uma vez que promovem discriminação,
exclusão, subordinação, exploração, etc.
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A importância da experiência da alteridade ou o esforço para a elaboração desta experiência de entender o outro, uma
vez que é impossível ser o outro, nos leva a ver aquilo que nunca teríamos conseguido imaginar, devido a nossa
di�culdade em �xar a atenção no que nos é habitual, familiar, próximo, e que supostamente consideramos “evidente”.
Aos poucos, notamos que o menor dos nossos comportamentos (como gestos, mímicas, posturas e reações afetivas)
não têm realmente nada de natural ou de universal.
Começamos, então, a nos surpreender com aquilo que diz respeito a nós mesmos. Ao nos espiarmos, desa�amos as
noções de normal e exótico.
Será que existe alguma cultura normal e outras exóticas? Ou isso seria uma
questão da perspectiva de como observamos o outro e a nós mesmos?
O conhecimento antropológico da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas e assim
tentarmos reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única.
Logo, a alteridade pressupõe que somente podemos nos perceber enquanto uma cultura especí�ca diante da
diversidade de culturas existentes.
Como a Antropologia analisa a criança e os
comportamentos culturais?
Como estamos estudando, a Antropologia é a ciência que explica as diferentes maneiras de construir a vida humana.
Os antropólogos investigam o ser humano, objetivando descrever integralmente os fenômenos socioculturais, ou seja,
fenômenos adquiridos a partir do meio social e da socialização, ou seja, da cultura.
Para eles, não existe correlação signi�cativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos
comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada
desde o início em situação conveniente de aprendizado.
Em outras palavras, se transportarmos para o Brasil, logo após o seu nascimento, uma criança sueca e a colocarmos
sob os cuidados de uma família sertaneja, ela crescerá como tal e não se diferenciará mentalmente em nada de seus
irmãos de criação.
Da mesma forma, se retirarmos uma criança xinguana de seu meio e a educarmos como �lha de uma família carioca
de alta classe média em Ipanema o mesmo acontecerá: ela terá as mesmas oportunidades de desenvolvimento do que
os seus novos irmãos.
Antropologia de C. Geertz
Segundo a de�nição do antropólogo norte-americano C. Geertz (1984),
podemos considerar que a Antropologia estuda as formas simbólicas
(palavras, imagens, instituições, planos, receitas, regras, instruções) para
governar os comportamentos, de�nindo como as pessoas realmente se
representam para si mesmas e para os outros. 
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Neste contexto, o objeto de estudo da Antropologia são os processos de
simbolização envolvidos naquilo que chamamos de cultura. O que a
Antropologia, como ciência, então, procura explicar são as formas através das
quais os diversos povos do mundo (considerando-se as sociedades
“primitivas”, “exóticas”, e as contemporâneas tidas como “complexas”)
explicam, simbolizam, conhecem e comunicam sua compreensão. 
Essas produções simbólicas são simultaneamente produções sociais que
sempre decorrem de práticas sociais e devem ser estudadas enquanto
representações do social. 
É imprescindível que a pesquisa antropológica seja feita a partir da observação
direta dos comportamentos dos indivíduos, na interação com o grupo, no meio
ambiente social no qual nascem e crescem estes indivíduos.
Antropologia da alimentação
Durante a história da Antropologia foram produzidos muitos relatos sobre a enorme diversidade cultural no que ser
refere à alimentação. É difícil um pesquisador não se interessar pela comida e pelo ato de comer quando está em
campo.
Comemos várias vezes ao dia, todos os dias. Reagimos aos hábitos alimentares de outras pessoas, quem quer que
sejam elas, da mesma forma que elas reagem aos nossos. Aquilo que soa diferente causa um estranhamento e indica
a presença de algo a ser estudado.
COMENTÁRIO
, Apesar de inúmeros trabalhos que nos informam sobre a alimentação, os temas que envolvem a alimentação só ganharam
unidade e maior interesse de investigação por parte das Ciências Sociais a partir da década de 1960.
A comida e o comer possuem uma posição central no aprendizado social por sua natureza vital, essencial e cotidiana.
O comer é um ato alicerçado em signi�cados que agrega pessoas, ritma o cotidiano, marca os momentos festivos,
requer conhecimentos técnicos para a preparação das receitas e cuidados para a manipulação e o cozimento dos
alimentos.
Os diferentes usos de cada um dos alimentos, sua ordem, sua composição, suas combinações, a hora e o número das
refeições diárias, tudo está codi�cado de um modo preciso.
Por isso, os hábitos alimentares nos ajudam a analisar a sociedade
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Essas categorizações são feitas a partir dos princípios de exclusão e associação entre alimentos, prescrições e
proibições tradicionais e religiosas, ritos da mesa e da cozinha, ou seja, de toda a estrutura da alimentação cotidiana.
Forte Fraco
Pesada Leve
Gostosa Sem gosto
De rico De pobre
Boa para a saúde Má para a saúde
⇩
São possibilidades de classi�cação das comidas. Podemos dizer também que cada ocasião possui a seu próprio
contexto alimentar.
EXEMPLO
, Podemos falar de comida de criança, comida de domingo, comida de festa, comida de Natal, comida do dia de Ação de Graças
(EUA) etc.
Outro aspecto do papel da cultura na alimentação está na formação do gosto.
Experiências de culturas, em particular, afetam a maneira como os indivíduos concebem e classi�cam as qualidades
do gosto e como se formam as preferências pelos sabores doce, amargo, salgado, picante de populações e
individualmente.
Assim sendo, podemos a�rmar que a Antropologia da alimentação investiga os seguintes temas principais:
Simbolismo da alimentação
Comidas sagradas, tabus religiosos, ritos, preferencias, práticas, repulsões, comidas e
cultura popular, mitos alimentares.
Processos de interação social
Hábitos alimentares e classes sociais, dieta e transformações da alimentação e
modernidade, alimentação e etnicidade, alimentação e gênero, alimentação e geração.
Relação entre alimentação e saúde física
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Dieta e exercícios, engenharia nutricional, transgênicos e seu impacto na alimentação
cotidiana.
Não podemos esquecer também que, quando se fala em alimentação, devem ser observados os contextos marcados
pela sua ausência. Em outras palavras, deve-se lançar luz sobre a fome e seus signi�cados, bem como as estratégias
de sobrevivência criadas pelos grupos vulneráveis para superá-la.
Aspecto religioso da alimentação
O caráter simbólico dos alimentos pode ser claramente observado nos rituais
religiosos de nossa sociedade.
Fonte da Imagem:
A Igreja Católica, por exemplo, incentiva seus adeptos a participarem do alimento fundamental do cristianismo: a
eucaristia, que representa o corpo e o sangue de Cristo, consubstanciado na hóstia e no vinho. 
Aconselha também a abstinência de carne e mesmo jejum em certas datas santi�cadas.
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Fonte da Imagem:
Os espíritas, embora tenham hábitos de se alimentar de carne, nas ocasiões em que devem participar de uma “mesa de
trabalho” procuram evitá-la, por considerarem que esse alimento produz uma baixa vibração, o que di�culta a
comunicação com os espíritos mais elevados.
Fonte da Imagem:
Nas religiões de matriz afro-brasileiras, grande parte dos rituais religiosos estão ligadas à oferta de alimentos.
Os orixás estão relacionados às suas comidas. Veja alguns exemplos:
• Obaluaiê (glossário) – pipoca; 
• Iansã - acarajé de forma arredondada com dendê; 
• Xangô (glossário) - amalá (glossário).
Esses são alimentos votivos (glossário) preparados ritualmente e oferecidos aos orixás. Ao preparar as comidas de
santo, deve-se observar, entre outras coisas, os tabus de cada um deles:
• Azeite de dendê - nunca deve ser oferecido a Oxalá; 
• Mel - proibido para Oxossi; 
• Carneiro - não pode sequer entrar em uma casa consagrada à Iansã.
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SAIBA MAIS
, Acaçá - É uma comida que tem as suas raízes nas religiões de matriz afro-brasileiras. Feito com milho branco ou vermelho, que
�ca de molho em água de um dia para o outro, e deve ser depois passado em um moinho para formar a massa que será cozida
em uma panela com água, sem parar de mexer, até �car no ponto.
EXERCÍCIOS
Questão 1: Quando dizemos que o suco de laranja do café da manhã é sagrado, qual o signi�cado de “sagrado”, neste
caso?
a) O sagrado está ligado aos valores e se reproduz nas relações sociais.
b) O sagrado é o que está ligado à religião.
c) O sagrado nos inspira medo e veneração.
d) O sagrado é algo incomum, sobrenatural extraordinário.
e) O sagrado está ligado aos tabus.
Justi�cativa
Na Tailândia, Vietnã e Indonésia, o sangue de cobra é vendido como um drinque afrodisíaco e curativo.
Outros alimentos afrodisíacos na Ásia são o pepino do mar e os ovos de pato fecundados.
Os testículos dos animais são considerados alimentos masculinos e afrodisíacos em muitas culturas. Enquanto na Ásia os eleitos
são os dos macacos e dos tigres, na Espanha, Portugal e nas Américas são os dos touros.
Na nossa cultura podemos citar a gemada, os ovos de codorna, as ostras e o amendoim como afrodisíacos.
Na China, o arrozé o principal alimento e símbolo da felicidade, da abundância e da prosperidade. Lá, mas também em alguns
lugares do Brasil, muitas famílias ainda tem a tradição da famosa “chuva de arroz” quando os noivos deixam a cerimônia de
casamento.
Pela cultura árabe, as nozes trazem fartura o ano todo. Os europeus consideravam a nogueira uma planta mágica, além de ser um
símbolo da fertilidade e da abundância
A lentilha também é utilizada para trazer fartura à mesa. A origem desta superstição é italiana e foi trazida para o Brasil pelos
imigrantes.
A romã é uma fruta que tem muitas sementes que simbolizam o nascimento e a fartura e a fertilidade. Em antigas tradições do
Oriente, ela tem poderes de atrair riquezas para quem a cultiva.
O alho é um bom alimento para analisar uma série de relações. Além de temperar qualquer tipo de carne e outros tantos
alimentos, pode ser usado como chá, friccionado nos nas costas para aliviar os pulmões ou dado para inalar. 
Em xaropes, é usado como calmante da tosse e, também, é posto em cáries do dente servindo como analgésico. 
Serve ainda para fazer a limpeza espiritual das casas e é considerado um amuleto natural. O seu odor seria capaz de afastar
todas as feitiçarias, “olhos gordos” e perigos.
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Questão 2: A relação entre corpo, alimentação, cultura e sociedade, possibilita concluir que: 
I - A biologia constitui o elemento mais importante deste conjunto; 
II - Homens e mulheres apresentam características culturais determinadas pelos instintos; 
III - Nos corpos humanos inscrevem-se marcas e representações da sociedade e da cultura; 
IV - Não há relação entre estas categorias de pensamento. 
Após analisar os itens, assinale a alternativa que contenha apenas as a�rmativas CORRETAS:
a) Apenas o item I está correto.
b) I e II estão corretos.
c) Apenas o item IV está correto.
d) Apenas o item III está correto.
e) Apenas o item II está correto.
Justi�cativa
Questão 3: Acerca da gastronomia podemos a�rmar que:
a) É a satisfação de uma necessidade �siológica.
b) Preocupa-se apenas com a estética da alimentação.
c) É a busca do saudável na alimentação.
d) É apenas uma manifestação psicológica do comer.
e) Confere um grau de distinção simbólica àquele que a consome.
Justi�cativa
Questão 4: O antropólogo Roberto DaMatta diferencia comida de alimento. Qual seria esta diferenciação?
a) A comida seria o insumo natural e o alimento é a preparação e o modo de comer sociocultural.
b) A comida é o aspecto sociocultural e o alimento é o aspecto natural.
c) A comida é o aspecto ecológico e o alimento é o aspecto cultural dos modos à mesa.
d) A comida é o aspecto psicológico e o alimento é o insumo natural.
e) A comida é o insumo natural e o alimento é o elemento nutricional.
Justi�cativa
ATIVIDADE
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Como vimos na aula, a alimentação apresenta aspectos: �siológicos, psicológicos e socioculturais. 
• Relacione os exemplos a seguir a seu aspecto correspondente:   
• Comer no balcão do restaurante; 
• Prazer à mesa; 
• Jantar de negócios; 
• Número de calorias ingeridas; 
• Almoço de Páscoa; 
• Índice glicêmico; 
• Alho como amuleto natural; 
• Composição nutricional
Resposta Correta
Glossário
REPRESENTAÇÕES
Aqui entendida em linhas gerais como sendo imagens ou ideias que traduzem nossa concepção de alguma coisa ou do mundo ou
ainda o ato pelo qual se faz vir à mente a ideia ou o conceito correspondente a um objeto que se encontra no inconsciente.
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SIMBÓLICO
No caso presente, é qualquer coisa usada para representar ou substituir outra, estabelecendo uma correspondência ou relação
entre elas. Ou ainda palavra ou imagem que possa designar outra coisa ou outra qualidade por estabelecer com esses uma
correspondência de semelhança; alegoria, metáfora.
SOCIABILIDADE
É a tendência natural para não viver isolado, mas sim em companhia de outros. Sentamos em grupos, sejam eles familiares,
amigos, colegas de trabalho, porque eles necessitam desse contato.
DIVERSIDADE CULTURAL
Em linhas gerais, é a variedade de culturas existentes no mundo. Sem serem melhores ou piores, apenas diferentes. 
Iansã – É um orixá das religiões de matriz afro-brasileira e representa a senhora dos ventos e das tempestades. Iansã pode ser
traduzido como “a mãe do céu rosado” ou “a mãe do entardecer”. No candomblé é também chamada de Oyá.
ONÍVOROS
Animais que se alimentam de vegetais e animais. Portanto, possuem o organismo adaptado para digerir esses alimentos.
COMENSALIDADE
Em linhas gerais, é a prática de comer junto, partilhando, mesmo que desigualmente o alimento.
NEOCOLONIALISMO
Também denominado de Imperialismo do século XIX, foi a dominação de nações europeias (Grã-Bretanha, França, Alemanha,
Itália, Holanda, Bélgica) em busca de matérias-primas, mão de obra barata e mercado consumidor para sustentar o capitalismo
europeu. Essa colonização se direcionou para África e Ásia, que chegou a ser partilhada entre as nações europeias.
OBALUAIÊ OU OMULU
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É um dos principais orixás das religiões de matriz afro-brasileiras e é o senhor da terra, o orixá da cura, da saúde das
transformações, mas também das doenças. No dia da sua festa, são feitas e distribuídas no mínimo nove iguarias da culinária
afro-brasileira aos participantes presentes.
XANGÔ
É um orixá das religiões de matriz afro-brasileira e é o senhor dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e
atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores.
VOTIVOS
Oferecido em cumprimento a voto, promessa.
AMALÁ
É um prato votivo composto por de quiabo; azeite de dendê; mel; cebolas e camarão seco. É oferecido em uma gamela forrada
com massa de acaçá. Pode sofrer muitas variações na sua forma de preparo.
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