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1 Victória Veiga – Medicina UNIFACS VITAMINA K Obrigatoriamente oferecida em dose intramuscular. Devido à pequena passagem de vitamina K pela placenta e à ausência de flora intestinal para produzi- la, além do fato de o leite humano conter baixas quantidades de vitamina K, é recomendada a administração de vitamina K após o nascimento. Previne a doença hemorrágica do recém-nascido (grave). Existem 3 formas: ✓ Forma precoce – ocorre nas primeiras 24 horas pós-parto. ✓ Forma clássica – sangramento cutâneo, umbilical e gastrointestinal. Ocorre entre o 1º e 7º dia de vida. ✓ Forma tardia – sangramento intracraniano. Ocorre entre a 2ª e 12ª semana de vida. A intenção de repor a vitamina é porque o RN apresenta níveis baixos de fatores de coagulação, menores reservas de vitamina k e baixa concentração de vitamina K no leite materno. A prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K deve ser feita através da administração de 1mg de vitamina K por via intramuscular ou subcutânea ao nascimento. Atualmente é uma doença rara por conta da prevenção feita na sala de parto. PROFILAXIA OCULAR COM NITRATO DE PRATA Profilaxia da oftalmia neonatal. Pode ser causada por um agente infeccioso (bactéria ou vírus), transmitido durante o trabalho de parto, ou por substância irritativa (conjuntivite química). A profilaxia ocular da oftalmia neonatal deve ser feita rotineiramente na 1ª hora após o nascimento, independente do tipo de parto. Método de Credé: Após a retirada do vérnix com gaze seca ou umedecida com água, preferivelmente fervida (é contraindicado o uso de soro fisiológico ou de qualquer outra solução salina), afastar as pálpebras e instilar uma gota de solução de nitrato de prata a 1% no fundo de saco inferior de ambos os olhos, a seguir massagear suavemente as pálpebras fazendo deslizar sobre o globo ocular para que o nitrato banhe toda conjuntiva. Na dúvida se o nitrato caiu fora do globo ocular, repetir o procedimento. Limpar com gaze seca o excesso que ficar na pele das pálpebras. (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias /upload/saude/arquivos/assistenciafarmaceutica/clin- alert0301.pdf) Conjuntivite química: Principal agente causador: Nitrato de prata 1%. Início dos sintomas: 1- 2 dias após a administração. Sintomas: hiperemia conjuntival leve. Tratamento: Por se tratar de um processo autolimitado, a maioria dos casos não precisa de tratamento específico. Lágrimas artificiais podem ser utilizadas. Conjuntivite bacteriana (gonocócica ou não gonocócica): Principais agentes causadores: Neisseria gonorrhoeae e Clamydia trachomatis*. Durante o parto vaginal, em mães com infecção por algum desses agentes, o risco de transmissão para o recém-nascido varia entre 30 a 50%. O tratamento sistêmico é indicado pelo alto risco de complicações. *Não é previnível pelo nitrato de prata. OBS: a mãe e o(s) parceiro(s) também deve(m) ser tratado(s) e submetido(s) a exame genital e exames sorológicos para outros tipos de DST. Rotina de sala de parto 2 Victória Veiga – Medicina UNIFACS OBS: O RN logo quando nasce tem uma obstrução do canal lacrimal. Isso pode fazer com que ele tenha uma secreção abundante, amarelada nos olhos. Essa secreção pode se perpetuar por vários dias, mas a conjuntiva (parte branca do olho) não fica vermelha. É uma secreção isolada e é a causa mais comum de lacrimejamento do RN. Apresenta cura espontânea e o excesso de secreção deve ser removida e pode ser feita massagem. AMAMENTAÇÃO NA 1ª HORA DE VIDA A primeira hora de vida é conhecida como GOLDEN HOUR. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda colocar os bebês em contato pele a pele com suas mães imediatamente após o parto, durante pelo menos uma hora. Quando o RN passa pelo trauma do parto, o bebê precisa garantir a oxigenação dos pulmões, se alimentar e passa para um ambiente completamente iluminado. Então esse é o momento em que o RN está mais ativo/atento, ele está cheio de adrenalina e hormônios estressante e a chance dele mamar de maneira efetiva e avida é maior. Se ele fizer uma boa pega logo na 1ª hora de vida ele vai processar a informação de como é que mama e isso será feito de forma medular das próximas vezes. Existem algumas contraindicações como alterações respiratórias, coloração inadequada, APGAR baixo, RN prematuros, filhos de mães HIV +... RN abaixo de 34 semanas não vão direto para o peito porque não tem uma coordenação da sucção/deglutição e, geralmente, nascem com alguma alteração respiratória (taquipneia, esforço respiratório). Devemos orientar que a amamentação seja feita em ambiente tranquilo e mãe e bebê em posições confortáveis. A mamas devem ser completamente esvaziamento e o leite deve ser feito em livre demanda. Rede de apoio é extremamente importante. POSIÇÕES: É bem diversificado. PEGA CORRETA: O recém-nascido deve abocanhar toda a aréola, com a boca bem aberta e o lábio inferior evertido, com o queixo tocando a mama. São sinais de técnica incorreta de amamentação: • Bochechas do bebê encovadas durante a sucção. • Ruídos da língua. • Mama muito esticada ou deformada durante a mamada. 3 Victória Veiga – Medicina UNIFACS • Dor à amamentação. *CAMPANHA AGOSTO DOURADO – voltada para amamentação. A SBP esta cada vez mais atuante no sentindo de proteger a amamentação, a mãe que amamenta, oferecendo mais empatia e respeito... CAMPANHA 2020: Defende a biosustentabilidade do leite materno. O leite materno tem imunoglobulinas do tipo IgA, protegem mucosa e previnem, de maneira abrangente, infecções do trato respiratório e intestinal. Ele protege a criança contra a infecção por corona vírus e ela não deve parar mesmo quando infectada. OBS: A redução de mama pode atrapalhar a amamentação, por diminuir a quantidade de glândulas mamárias. Já o silicone não atrapalha. FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO: O leite é produzido pelos alvéolos, drenados para os lóbulos e sai pelos ductos. A produção do colostro começa na gestação, então a mama fica preenchida por colostro e ele fica guardado. Quando o bebê nasce, ocorre uma queda da progesterona, a prolactina deixa de ser inibida e ocorre um pico de prolactina. Esse pico faz com que se tenha uma produção excessiva de leite – é como se houvesse uma hiperestimulação dos alvéolos e ele ficam repletos de leite. = APOJADURA. Entre o 3º e o 4º dia pós-parto, ocorre a “descida do leite” ou “apojadura”, etapa que não depende da sucção do mamilo pelo bebê. Esta fase está sob controle hormonal. A mãe apresenta uma sensação de ingurgitamento mamário. A mama fica dura, quente, grande, dolorida, mas SEM qualquer sinal de hiperemia ou edema. Quando palpa a mama está cheio de bolinhas como se fossem nódulos – alvéolos totalmente preenchidos de leite. O leite sai facilmente através da sucção ou expressão manual e, portanto, esta situação fisiológica não requer nenhuma medida terapêutica específica. No ingurgitamento mamário patológico acontecem três eventos: o leite não é drenado de forma eficiente, há aumento da vascularização local com congestão e há obstrução linfática. Dentre as causas mais comuns encontramos: técnica de amamentação incorreta; mamadas muito espaçadas; separação entre mãe e bebê. Depois passa para a fase 3 da lactação que é a fase final. O bebê vai sugar o peito e vai esvaziando a mama e o leite vai sendo produzido. Depende da demanda da criança. Fase dependente da sucção e esvaziamento de mama para estímulo a prolactina e a ocitocina que ajuda a contrair o musculo ao redor dos alvéolos. 4 Victória Veiga – Medicina UNIFACS Funciona como uma bomba para o leite sair de maneira mais fácil. O pico da prolactina é a noite, então é bom que asmães consigam esvaziar bem o peito antes de dormir, para que haja uma boa produção. CLASSIFICAÇÃO DO LEITE MATERNO: COLOSTRO: Secretado nos primeiros três a cinco dias após o parto. Composição: comparando-se com o leite maduro, o conteúdo de eletrólitos, proteínas, vitaminas lipossolúveis (principalmente vitamina A, que lhe confere coloração amarelada), minerais e a concentração de imunoglobulinas é maior, destacando-se a alta concentração de IgA e lactoferrina. Por outro lado, possui menos gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis. É um leite imaturo, basicamente um exsudato plasmático. Facilita a eliminação de mecônio nos primeiros dias (diminuindo a icterícia) e permite a proliferação de Lactobacillus bifidus na luz intestinal. LEITE MADURO: Leite anterior → é o do começo da mamada, é mais fluis, mais líquido, com maior teor água, menos lipídio e carboidrato, Leite posterior → leite que esvazia a mama. Tem maior teor de gordura. Composição: mais rico em proteínas (maior concentração de aminoácidos essenciais para o recém- nascido, como cistina, taurina e glutamina) e mais rico em fatores de proteção (IgA, lactoferrina e lisozima), gorduras (colesterol, fosfolipídeos, ácidos graxos de cadeia média, ácidos graxos poli-insaturados), eletrólitos (sódio, cloro e cálcio ionizado), e vitaminas A e E. Em contrapartida, é menos rico em lactose e vitamina C. PROBLEMAS NAS MAMAS: 1. Ingurgitamento mamário 2. Dor - A dor mamilar é comum na primeira semana de pós-parto. Após este período, se intensa e persistente, pode estar sendo provocada por trauma (fissuras, bolhas, equimoses), candidíase ou síndrome de Raynaud. 3. Fissuras ou bolhas são decorrentes da má técnica de amamentação (pega e posicionamento), mamilos curtos ou invertidos, disfunções orais da criança (ex.: bebês com freio lingual curto) da higiene desnecessária da aréola e do oferecimento das mamas ingurgitadas. 4. Síndrome de Raynaud - Ocorre por isquemia intermitente do mamilo. Causas prováveis: compressão do mamilo, trauma, exposição ao frio. Os sintomas são: palidez, dor, queimação que podem durar de minutos até horas. 5. Mastite - É o processo inflamatório da mama causada por estase do leite e infecção. Pode acometer somente a pele ou aprofundar-se pelo parênquima e interstício. 6. Abscesso mamário - Pode ser complicação da mastite ou resultar de seu tratamento ineficiente. Caracteriza-se por intensa dor, formação de nódulo palpável e flutuante de pus e febre. É causada pelo Staphylococcus aureus na maioria 5 Victória Veiga – Medicina UNIFACS dos casos. A drenagem pode ocorrer por algum ducto ou para o exterior. 7. Candidiase - Infecção dos mamilos causada pela Candida albicans, geralmente transmitida pela criança. CONTRA INDICAÇÕES MATERNAS: Hipogalactia (baixa produção de leite) – é uma contraindicação absoluta ao aleitamento materno exclusivo. Precisa complementar com fórmula. HIV/HTLV – tem eliminação do vírus através do leite. Varicela – se tiver lesões de pele nas mamas. Tuberculose (BK) – contraindicação relativa se a mãe ainda estiver em fase bacilifera. Assim que a mãe começa a fazer o tratamento ela pode voltar a amamentar. No início ela pode amamentar usando a máscara N95. Dependente de drogas e álcool – contraindicação relativa Portadora de distúrbios psiquiátricos (psicose puerperal). CONTRA INDICAÇÕES DO RN: Galactosemia - é um erro inato do metabolismo da galactose causada por deficiência em algumas enzimas. A deficiência por GALT é a mais frequente e cursa com acúmulo de galactose no sangue e tecidos → contraindicação absoluta. Alterações faciais – fendas palatinas ou lábio leporino → contraindicação relativa, mas a maioria dos bebês não conseguem amamentar corretamente. Alterações neurológicas que o impossibilitam de sugar ou deglutir. ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: Quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE: Quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. ALEITAMENTO MATERNO: Quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. ALEITAMENTO MATERNO COMPLEMENTADO: Quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. ALEITAMENTO MATERNO MISTO OU PARCIAL: Quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. OBS: A substituição do leite materno ou fórmulas infantis por outros líquidos pode levar a um ganho de peso inadequado (a criança enche a barriga de agua e não se alimenta) e pode colocar a criança ao risco de uma lesão hepática (um chá), o uso de açúcar pode predispor diabetes, obesidade. AMAMENTAÇÃO ALTERNATIVAS: Ordenha manual ou mecânica. Pode deixar guardado: Na geladeira por até 12h No freezer até 15 dias Banco de leite humano (RN hospitalizados). Fórmulas infantis (intenção é parecer ao máximo ao leite materno – NAN, APTAMIL) De partida – até o 6º mês De seguimento – após o 6º mês BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO Vínculo mãe-bebê; Imunidade, redução de anemia, redução de infecção do trata GI e respiratório; Prevenção de doença metabólica como obesidade, dislipidemia, HAS; Evita cólica – o leite tem pré e pró biótico; Ajuda na perda de peso na mãe, prevenção de diabetes e câncer de mama; Desenvolvimento da musculatura facial e oral do bebê; Ajuda na contracepção; 6 Victória Veiga – Medicina UNIFACS Aumento do QI; Ajuda na formação da arcada dentária; Ajuda na introdução alimentar – o leite muda de sabor toda hora (?); Benefício econômico; Previne alergias.
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