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Dermatologia pediátrica

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1 Fernanda E. Bocutti T6 
 
Dermatoses neonatais 
Eritema tóxico neonatal 
- Erupção autolimitada, benigna e assintomática que incide 
em 20 a 60% dos RN a termo e geralmente aparece no 2º 
ou 3º dia de vida. 
As lesões são vesículas, pápulas e pústulas com 1 a 3 mm 
de diâmetro rodeadas por halo eritematoso de 1 a 2cm e 
seu início ocorre de 24 a 72h de vida. 
- Pode acometer todo o tegumento, poupando regiões 
palmares e plantares, e apresenta involução espontânea em 
aproximadamente 7 dias. 
- A etiologia é desconhecida e são sugeridos fatores 
ambientais, irritação mecânica e química. 
- Como o desaparecimento é espontâneo, é necessário 
apenas assegurar a mãe quanto à benignidade dessa 
alteração cutânea neonatal. 
 
 
Mancha mongólica 
Manchas mongólicas são frequentes em toda a população da 
América Latina, localizadas com maior frequência na região 
lombossacral. 
- São manchas de coloração marrom-azuladas ou 
arroxeadas, mas podem acometer qualquer localização. 
- O tamanho é variável de poucos a vários centímetros, e 
desaparece ao passar dos anos. 
- Ocorre por um defeito na migração dos melanócitos da 
crista neural no desenvolvimento embrionário, e essas 
células ficam acumuladas na derme. 
- Pelo caráter autoinvolutivo não necessitam de tratamento 
 
Hemangiomas 
O hemangioma é uma lesão vascular benigna na qual ocorre 
um processo proliferativo do endotélio vascular. 
Apresenta padrão de evolução típico: ao nascimento, pode 
haver uma lesão precursora em até 40% dos casos 
(mancha anêmica, pápula eritematosa ou telangiectasia), ou o 
aparecimento pode se dar nas primeiras semanas de vida. 
- Crescem rapidamente nos primeiros 3 meses e mais 
lentamente até os 8 ou 10 meses e apresentam uma fase 
de involução lenta, que demora alguns anos com substituição 
do tecido fibroadiposo; até 90% deles terão involuído até a 
idade de 9 anos. 
- São os tumores mais comuns na infância, derivados das 
células endoteliais e ocorrem em 3 a 10% da população, 
principalmente na raça branca. 
- Ocorrem com maior frequência no sexo feminino, nos 
recém-nascidos de baixo peso (<1500g) na cabeça e no 
pescoço e nas gestações múltiplas ou naquelas em que 
houve realização de punção de líquido amniótico ou de 
vilosidade coriônica. 
- Geralmente é único, mas pode ser múltiplo em até 30% 
dos casos. 
Classificação dos hemangiomas 
- de acordo com a profundidade da proliferação endotelial, 
podem ser classificados em superficiais, profundos e mistos. 
1. Superficiais: a forma superficial é a mais comum e 
consiste em uma pápula, placa ou tumoração 
vermelho vivo. 
2. Profundos: nódulos elevados, cor da pele, 
geralmente com tonalidade azulada com ou sem 
Dermatologia pediátrica 
 
2 Fernanda E. Bocutti T6 
uma placa tangiectásica central. Antigamente eram 
chamados de “cavernosos”, termo erroneamente 
utilizado para descrever algumas malformações 
venosas, e seu uso deve ser desencorajado. 
3. Mistos: quando ambos os componentes estão 
presentes 
 
 
 
Complicações 
A grande maioria dos HI (60 a 80%) apresenta evolução 
benigna e autolimitada e, até recentemente, apenas o 
esclarecimento aos pais em relação à sua história natural 
era o tratamento de eleição. Entretanto, 20 a 40% deles 
podem apresentar alguma complicação, seja pela localização, 
crescimento rápido causando comprometimento estético ou 
funcional ou pela ocorrência de ulceração. 
1. Ulceração: é a complicação mais frequente e 
ocorre sobretudo nos hemangiomas localizados no 
períneo, nas áreas de dobras ou sujeitas a atrito e 
nas regiões periorificiais. São dolorosas e podem 
levar a sangramento leve, infecção e cicatriz. 
 
2. Infecção secundária: geralmente ocorre nos HI 
ulcerados. 
3. Sangramento: apesar de ser uma preocupação 
constante dos pais, raramente o sangramento é 
abundante, e a compressão da lesão é suficiente 
para estancá-lo. Sangramentos importantes 
sugerem outros tumores ou malformações 
vasculares. 
4. Localizações especiais: HI localizados na região 
periorbitária, perioral, na ponta nasal e os de 
disposição “em barba” possuem maior risco de 
complicações 
 
Hemangiomas que podem necessitar de investigação 
Hemangiomas em linha média pequenos ou grandes podem 
estar associados com outras malformações, disrafismo 
espinal ou hemangiomas em órgãos internos. 
 
Hemangiomatose múltipla, caracterizada por 5 ou mais 
hemangiomas pequenos associados a hemangioma em órgãos 
internos, com maior risco de hipotireoidismo. 
 
Exames adicionais geralmente não são necessários, mas, em 
alguns locais especiais (linha média, periorbitário, em barba), 
a US com doppler ou a angioressonância podem auxiliar na 
diferenciação com malformações vasculares e ainda avaliar 
a extensão e o comprometimento de outras estruturas. 
 
3 Fernanda E. Bocutti T6 
Tratamento 
A maioria dos hemangiomas não precisa de tratamento já 
que seu tamanho regride espontaneamente, porém é 
importante manter o acompanhamento com especialistas 
para identificar precocemente as lesões que necessitam de 
tratamento. 
O tratamento é determinado pela idade do paciente, 
tamanho e localização da lesão, a rapidez do crescimento e 
a probabilidade de causar problemas futuros. 
Sendo assim, existem 3 indicações principais: a localização 
em regiões que alterem a função vital da criança, presença 
ou risco maior de ulceração, possibilidade de causar 
desfiguração ou cicatriz. 
Caso haja indicação do tratamento, os betabloqueadores 
orais e tópicos são considerados de primeira linha, sendo 
propranolol oral o mais utilizado. 
Principais patologias na pediatria 
Tinea capitis 
- É uma infecção fúngica muito comum na infância, acomete 
couro cabeludo e caracteriza-se por alopecia descamativa 
distribuída em placas bem delimitadas e com cabelos 
“tonsurados”. 
Vários tipos de dermatófitos podem causar tinea capitis. 
No brasil o fungo mais envolvido nos casos de tinha capitis e 
tinha do corpo em crianças é o Microsporum canis, 
encontrado em cães e gatos. 
Os fungos dermatófitos acometem mais meninos que 
meninas. Fatores predisponentes incluem famílias 
numerosas, casas superpovoadas e baixa classe 
socioeconômica. 
A apresentação pode ser semelhante à dermatite 
seborreica, com descamação difusa e pouca inflamação. 
Uma ou várias áreas de alopecia podem estar presentes, 
assemelhando-se à alopecia areata. 
Pústulas no couro cabeludo podem estar presentes e devem 
ser distinguidas de foliculite estéril ou bacteriana, em que 
não há perda de cabelos. 
 
 
O diagnóstico diferencial da tinea capitis inclui dermatite 
seborreica, psoríase, alopecia areata, tricotilomania (hábito 
de arrancar os cabelos), foliculite, impetigo, lúpus 
eritematoso e outras dermatoses do couro cabeludo menos 
comuns. 
A confirmação do diagnóstico é importante, e o padrão-ouro 
é a cultura para fungos. A presença dos fungos no exame 
microscópico direto também pode ser útil. 
A tinea capitis requer tratamento sistêmico, uma vez que a 
medicação deve penetrar no folículo piloso. Por muitas 
décadas, a droga de escolha foi a griseofulvina e ela 
permanece como único agente aprovado pela Food and Drug 
Administration (FDA) para o tratamento dessa doença na 
infância. A griseofulvina é bem tolerada e segura, sendo 
recomendado o uso de 20 a 25 mg/kg/dose, 1 vez/dia 
(após refeição gordurosa para aumentar sua absorção) por 
6 a 8 semanas. 
Outros tratamentos, incluindo os antifúngicos azólicos 
(fluconazol, itraconazol e cetoconazol) e a terbinafina, têm 
sido avaliados como alternativas. O cetoconazol, antifúngico 
azólico de amplo espectro, tem uma boa atividade contra os 
dermatófitos, especialmente as espécies de Trichophyton. 
Entretanto, em razão do risco de hepatotoxicidade, essa 
medicação não é uma alternativa à griseofulvina em 
crianças. O fluconazol, que já está aprovado para o 
tratamento das micoses sistêmicas, demonstrou ser efetivo 
na tinea capitis e, assim como os novos agentes, requer umtempo mais curto de tratamento. A maioria dos estudos 
avaliou doses de 3 a 6 mg/kg/dia, por 2 a 4 semanas. 
Tinea corporis 
 
4 Fernanda E. Bocutti T6 
Os locais de predileção incluem tronco e extremidades. 
Contato com animais domésticos, principalmente filhotes de 
cães e gatos, ocorre de forma frequente na infância, 
determinando a tinea pelo Microsporum canis. A tinea 
corporis tende a uma distribuição assimétrica e é 
caracterizada por uma ou mais placas anulares 
descamativas, circunscritas, com um centro claro e limites 
descamativos, vesiculares, papulares ou pustulares. 
O diagnóstico da tinha do corpo é frequentemente baseado 
na apresentação clínica. Os exames que podem ser 
realizados incluem micológico direto e cultura para fungos. O 
uso de corticosteroides tópicos pode dificultar o diagnóstico 
por alterar as características clínicas da apresentação inicial 
enquanto a infecção progride. 
Diversas outras dermatoses de aspecto anular podem ser 
confundidas com a tinha do corpo, como os eczemas nas 
formas numulares, a dermatite de contato e o granuloma 
anular. A terapia tópica é efetiva para os casos de tinea 
corporis superficial ou localizada. Esses agentes são 
aplicados 1 a 2 vezes/ dia (dependendo do princípio ativo), 
são bem tolerados e têm poucos efeitos adversos, exceto 
irritação local ou dermatite de contato alérgica. São eles: 
ciclopirox, clotrimazol, cetoconazol, miconazol, oxiconazol, 
fenticonazol, entre outros. Apesar de haver melhora clínica 
e alívio do prurido na 1ª semana, o tratamento deve ser 
mantido por 2 a 3 semanas para assegurar a completa 
resolução. 
Dermatite atópica 
É a dermatose mais frequente na infância e se caracteriza 
por prurido intenso, xerodermia e hiper-reatividade cutânea 
A prevalência aumentou nos últimos anos em decorrência de 
poluição, infecções e exposição alergênica 
É uma dermatose inflamatória de curso crônico e 
recidivante 
A fisiopatologia inclui: 
1. Deficiência na função de barreira cutânea 
2. Disfunção da imunidade cutânea inata 
3. Alteração na microbiota cutânea (colonização por 
Staphylococcus aureus e Malassezia furfur) 
4. A influência psicossomática 
 
Diagnóstico clínico 
A presença de prurido é essencial nessa doença. Pesquisar 
alergopatias associadas, história familiar de atopia e fatores 
desencadeantes. 
1. Lactente: as lesões ocorrem na face, poupando a 
região central (triângulo nasolabial), no couro 
cabeludo, no tronco e na região extensora dos 
membros. 
2. Pré-puberal (2 a 10 anos): predomina o eczema 
subagudo e crônico. A pele é seca e áspera, o 
prurido ocorre nas pregas antecubitais e poplíteas, 
resultando na liquenificação. 
Deve haver prurido ou referência a ele nos últimos 12 
meses associado a pelo menos 3 dos seguintes critérios: 
1. Pele seca ou história de xerose no último ano 
2. História pessoal de rinite/asma ou familiar da 
rinite/asma/dermatite nos menores de 4 anos 
3. Idade de início precoce, em geral antes do segundo 
ano de vida 
4. Presença de eczema com envolvimento das pregas 
cubital e poplítea e região anterior dos tornozelos, 
e nos menores de 4 anos, região malar e frontal e 
face extensora de membros. 
Fatores desencadeantes 
- Clima: em extremos de temperatura. A exposição solar 
tende a melhorar as lesões, mas há prurido nos locais de 
maior sudorese. 
- Antígenos alimentares: o seu papel na petogênese é 
controverso. Alimentos como ovo, leite de vaca, trigo, soja e 
amendoim são os principais responsáveis pela agudização do 
quadro cutâneo 
- Aeroalérgenos: os pacientes com DA são mais sensíveis à 
exposição a alérgenos do meio ambiente 
 
5 Fernanda E. Bocutti T6 
- Fatores psicológicos: a participação de fatores emocionais 
é cada vez mais observada na exacerbação da DA 
Tratamento 
- Hidratação e higienização da pele. No banho: limpar com 
suavidade. Utilizados sabonetes sintéticos e os com PH 
levemente ácido e semelhante ao da pele (entre 5 e 5,5). Os 
hidratantes devem ser aplicados com a pele ainda úmida, nos 
primeiros 3 minutos após o banho 
Nos períodos de crise, devem ser associados aos 
corticosteroides tópicos, nas áreas com lesões. 
- Anti-histamínicos 
- Corticosteroides tópicos 
- Corticosteroides sistêmicos 
- Inibidores tópicos da calcineurina: impede a apresentação 
de antígenos, e inibem a produção de citocinas pró-
inflamatórias, controlando a inflamação e o prurido 
Opções terapêuticas para DA grave: 
- ciclosporinas e o metotrexato. 
Molusco contagioso 
O agente etiológico é um DNA vírus do grupo poxvírus, que 
pode atingir pessoas de qualquer idade, sobretudo crianças 
da 1ª década de vida. A transmissão é feira por contato 
direto com as lesões. O fenômeno da autoinoculação também 
desempenha um papel importante na disseminação das 
lesões. 
Quadro clínico 
As lesões são assintomáticas e podem se localizar em 
qualquer segmento da pele. Mas raramente comprometem 
as mucosas. 
São representadas por pápulas umbilicadas, únicas ou 
múltiplas, de tamanho variável (de 2 a 3mm até cm de 
diâmetro) dependendo do tempo e do grau de evolução. 
A lesão clássica é representada por uma pápula 
semiesférica, firme e geralmente com leve depressão 
central. 
Diagnóstico 
- É essencialmente clínico 
Tratamento 
- Curetagem 
- Crioterapia com nitrogênio líquido 
- Hidróxido de potássio (KOH) a 5% 
- Conduta expectante. Há possibilidade de disseminação das 
lesões. 
 
Prurigo Estrófulo 
O Prurigo por insetos é uma reação de hipersensibilidade a 
antígenos existentes na saliva de insetos. Na presença de 
um número suficiente de picadas de insetos em indivíduos 
suscetíveis ocorrerá a doença que é caracterizada por uma 
erupção papular crônica e/ou recidivante, pruriginosa, que 
ocorre entre o segundo e o décimo ano de vida. 
Qualquer tipo de inseto que pique poderá provocar a doença 
Apresentação clínica 
Surgimento de pápulas eritematosas com distribuição linear 
e aos pares, demonstrando o hábito do inseto que provocou 
sua reação. O número de lesões é variável. As urticas podem 
desaparecer em algumas horas, permanecendo as lesões 
características que são as papulovesículas ou pápulas com 
tamanho variando entre 3 e 10mm, recobertas ou não por 
crostas hemáticas. 
Evitar a picada é o tratamento mais eficaz. A orientação de 
medidas ambientais é um passo importante. As roupas 
podem ser uma barreira física. Nas janelas e portas das 
casas podem ser colocadas telas. 
Tratamento do prurido 
- O uso de corticoides tópicos melhora a reação local e 
reduz o prurido 
- Anti-histamínicos orais 
- ATB se infecção secundária 
 
6 Fernanda E. Bocutti T6 
 
 
Escabiose e pediculose 
Doença contagiosa causada pelo Sarcoptes scabiel e 
transmitida pelo contato direto pele a pele com pessoas 
infectadas, sendo descrita a transmissão por roupas e, mais 
raramente, por meios fômites. 
As fêmeas penetram na epiderme em um túnel e depositam 
seus ovos, que se tornam parasitas adultos em 2 a 4 
semanas. O parasita e suas fezes desencadeiam uma 
reação de hipersensividade, ocasionando prurido intenso. 
O início da doença é insidioso, com o aparecimento de lesões 
papulovesiculares eritematosas e pruriginosas, com prurido 
principalmente noturno. 
Em geral, os familiares também são contaminados. 
Costuma ser caracterizada pela presença de pápulas 
eritematosas, vesículas, nódulos, túneis e pelo prurido 
intenso. 
A comprovação pode ser feita pela presença dos ovos e/ou 
fezes do parasita no exame microscópico. 
Tratamento 
Todos que convivem com os doentes devem ser tratadas, 
mesmo os assintomáticos. As terapêuticas atuais são: 
1. Enxofre precipitado a 10% em creme. Crianças 
menores de 2 meses 
2. Permetrina em loção cremosa a 1 a 5%. Segura a 
partir dos 2 meses de idade 
3. Deltametrina loção. Segura a partir dos 2 anos 
4. Ivermectina: indicada para crianças com peso maior 
que 15kg 
- a infecção secundária deve ser tratada com antibióticos 
tópicos ou sistêmicos- Anti-histamínicos 
 
Impetigo 
Apresenta-se sob duas formas: crostoso e bolhoso 
A forma crostosa é a mais frequente (70%) dos casos 
Etiologia predominante: o Staphylococcus aureus, podendo a 
forma crostosa ser causada pela associação do 
Staphylococcus aureus com o Streptococcus pyogenes 
O diagnóstico é clínico, pelo aspecto típico da lesão. 
Impetigo crostoso 
O S. aureus, sozinho ou em combinação com o streptococo 
beta-hemolítico do grupo A, é responsável pela quase 
totalidade dos casos. 
Pode ocorrer de forma primária ou secundária. A lesão 
inicia-se com uma vesícula ou pústula sobre uma base 
eritematosa, que se rompe com facilidade e cujo 
ressecamento dá origem a uma crosta aderente e 
amarelada. 
As lesões medem de 1 a 2cm de diâmetro e crescem 
centrifugamente, podendo coalescer 
As lesões predominam nas áreas expostas. A linfadenopatia 
regional é comum, e pode surgir febre. 
 
Impetigo bolhoso 
Principal agente etiológico é o S. aureus. 
Inicia-se com vesículas, que se transformam em bolhas 
flácidas, com conteúdo incialmente claro que, depois, torna-
se turvo 
 
7 Fernanda E. Bocutti T6 
As bolhas rompem-se facilmente. A face é o local mais 
afetado. 
A linfadenomegalia regional não é comum 
É o mais comum entre crianças de 2 a 5 anos de idade. 
 
Tratamento impetigo 
- O tratamento deve ser individualizado 
- Realização de limpeza com remoção das crostas e restos 
das bolhas 
Medidas gerais 
- Limpeza constante das mãos, corte das unhas e higiene, 
pois são o principal fator de autoinoculação 
O local afetado deve ser mantido limpo 
Torna-se necessário afastar o paciente das atividades 
escolares até 24 horas do início da terapêutica adequada 
Tratamento tópico 
O uso de antibióticos tópicos pode ser eficaz se pequeno 
número de lesões 
Tratamento sistêmico 
- Quando maior número de lesões 
- A cefalexina ou a amoxicilina+ ácido clavulânico são os 
antibióticos mais indicados 
Por ser uma doença contagiosa, recomenda-se que a 
criança seja afastada por pelo menos 24 horas das 
atividades após início do tratamento adequado. 
Dermatite seborreica 
É uma doença inflamatória de pele, autolimitada, que se 
caracteriza por placas eritematosas com escamas 
amareladas de aspecto oleoso localizadas em áreas ricas em 
glândulas sebáceas, como o couro cabeludo, a região central 
da face e as áreas intertriginosas (dobras) 
Ela acomete os extremos da idade pediátrica (lactentes e 
adolescentes) 
É mais frequente no gênero masculino, sem predileção por 
raça 
Manifestações clínicas 
No recém-nascido e no lactente, a manifestação clínica mais 
comum é a “crosta láctea”, que se caracteriza pela 
presença de crostas amareladas e oleosas aderidas ao 
couro cabeludo e sobrancelhas. 
Placas eritematodescamativas arredondadas, ocorrem em 
áreas de maior concentração de glândulas sebáceas, como o 
sulco nasolabial, as pregas retroauriculares, cervicais, 
axilares, região umbilical e períneo. 
O prurido está ausente ou é discreto, o que facilita sua 
diferenciação com a dermatite atópica. 
Tratamento 
- Nos lactentes ou recém nascidos, a utilização de um 
emoliente para amolecer as escamas do couro cabeludo e 
sua remoção suave muitas vezes é suficiente 
- Sabonetes ou xampus à base de enxofre e ácido salicílico 
ou xampus de cetoconazol, podem ser úteis para controle 
da descamação e do processo inflamatório. 
Nas lesões em outros locais, a aplicação de cetoconazol em 
creme, ou hidrocortisona creme pode ser utilizada para 
controlar o processo inflamatório de casos mais resistentes 
- Outra opção terapêutica são os imunomoduladores tópicos 
para casos mais persistentes

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