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Análise Real I Resolução lista 17 - Derivada da função inversa. 1. Seja f : I → R uma função crescente (ou decrescente) definida em um intervalo aberto I. Suponha que f seja derivável em I e f ′(x) 6= 0 para todo x ∈ I. Prove que f−1 : f(I)→ R é também derivável no intervalo f(I) e para todo y ∈ f(I) vale f−1(y) = 1 f ′(f−1(y)) . Demonstração: Que f(I é um intervalo aberto, decorre da quetão 6 da lista 14. Seja d = f(c) ∈ f(I), para qualquer y = f(x) em f(I), com y 6= d, temos a seguinte identidade f−1(y)− f−1(d) y − d = x− c f(x)− f(c) (2). O segundo membro de (2) é precisamente 1 q(x) onde q(x) é uma razão incremental de f relativamente ao ponto c. Como f é derivável e sua derivada nunca se anula, e segue-se que a razão incremental de f−1, escrita no primeiro membro de (2), tem limite no ponto d. Portanto, pelos estudos sobres limites de funções, lim y→d f−1(y)− f−1(d) y − d = 1 lim x→c f(x)− f(c) x− c , o que prova o teorema. 2. (Regra da cadeia) Sejam f : I → R e ϕ : J → R duas funções reais definidas em intervalos I e J , respectivamente, tais que f(I) ⊂ J e f(c) é ponto interior de J . Suponhamos que f seja derivável em f(c). Prove que a função ϕ ◦ f : I → R é derivável em c e vale (ϕ ◦ f)(c) = ϕ′(f(c)) · f ′(c). Demonstração em um caso particular: Consideremos o caso particular em que a função f tem a propriedade a seguir. (*) Existe � > 0 tal que f(x) 6= f(c) para todo x no conjunto A = {x ∈ I : 0 < |x− c| < �}. Para x ∈ A, temos a seguinte identidade: (ϕ ◦ f)(x)− (ϕ ◦ f)(c) x− c = ϕ(f(x))− ϕ(f(c)) f(x)− f(c) · f(x)− f(c) x− c (2). Agora, o limite da primeira razão incremental do segundo membro de (2) pode ser determinado do seguinte modo: seja (xn) ⊂ A e tal que xn → c; pela continuidade de f , temos f(xn)→ f(c). E então, pela continuidade de ϕ, temos que ϕ(f(xn))− ϕ(f(c)) f(xn)− f(c) → ϕ′(f(c)). Como isso vale para todas as sucessões (xn) nessas condições, temos que lim x→ ϕ(f(xn))− ϕ(f(c)) f(xn)− f(c) → ϕ′(f(c)). Na identidade (2), usando propriedades dos limites de funções, essa última igualdade é a derivabilidade de f , obtemos o que queŕıamos. 1 3. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I, e seja c um ponto do interior de I. Prove que f é derivável em c se, e somente se, existir um número real r e uma função cont́ınua α : I → R no ponto c, tal que (4) f(x) = f(c) + r(x− c) + α(x)(x− c), x ∈ I e (5) lim x→c α(x) = 0. Demonstração: Primeiramente, suponhamos que f seja derivável em c. Definamos α : I → R como (6) { α(x) = q(x)− f ′(c), para x 6= c α(c) = 0. De(6) segue-se que f(x) = f(c) + f ′(c)(x− c) + α(x)(x− c). Da derivabilidade de f e de (6), temos que lim x→c α(x) = 0. Logo, (4) e (5) se verificam com r = f ′(c). Reciprocamente, a relação (4) implica (7) f(x)− f(c) x− c = r + α(x) x 6= c. De (7) e (5) segue-se que a razão incremental de f no ponto x = c tem limite, que é r. Logo, f é derivável em x = c e f ′(c) = r. 2
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