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Princípios de Cirurgia NECESSIDADES BÁSICAS PARA CIRURGIA As duas principais exigências são: Visibilidade adequada; Auxílio. Uma visibilidade adequada depende dos três fatores: Acesso adequado; Iluminação adequada; Um campo cirúrgico livre de sangue em excesso e de outros fluidos. O acesso adequado não somente requer que o paciente tenha habilidade para abrir amplamente a boca, mas também requer: Exposição criada cirurgicamente; Retração dos tecidos para longe do campo operatório; Criação de retalhos cirúrgicos. A fonte luminosa deve ser continuamente reposicionada ou o cirurgião e/ou o assistente devem evitar obstruir a iluminação. Para um campo cirúrgico livre de fluidos também é necessário: Um aspirador cirúrgico de alto desempenho com ponta relativamente pequena. Um auxiliar adequadamente treinado provê ajuda inestimável durante a cirurgia oral é extremamente difícil realizar o procedimento sem auxílio ou com um auxílio deficiente. PRINCÍPIOS DE INCISÃO Quanto a realização de incisões, é importante que alguns princípios básicos sejam lembrados: 1. Utilizar lâmina afiada e de tamanho adequado. 2. Movimento firme e contínuo deve ser utilizado ao realizar a incisão. Movimentos longos e contínuos são preferíveis aos curtos e interrompidos. 3. Evitar seccionar estruturas vitais. O cirurgião deve somente incisar profundo o suficiente para identificar o próximo plano tecidual principal quando realiza incisões próximas a locais onde corram vasos principais ou nervos. Método adequado de realizar uma incisão utilizando uma lâmina de bisturi nº 15. Note o deslocamento do bisturi feito pelo movimento da mão por meio da movimentação do punho e não através da movimentação de todo o antebraço. (HUPP e ELLIS, 2009) 4. Incisões envolvendo toda a espessura de superfícies epiteliais, que o cirurgião planeje reaproximar, devem ser feitas com a lâmina em posição perpendicular à superfície epitelial. Esse ângulo produz bordas quadradas na ferida cirúrgica que são mais fáceis para reorientar adequadamente durante a sutura e que são menos suscetíveis à necrose das bordas cirúrgicas como resultado de isquemia. 5. Incisões no interior da cavidade oral devem ser posicionadas adequadamente. Incisões bem localizadas permitem que as margens da ferida cirúrgica sejam suturadas sobre osso intacto e saudável, fornecendo suporte para cicatrização. PLANEJAMENTO DO RETALHO Vários princípios básicos de planejamento do retalho devem ser seguidos para prevenir as complicações de cirurgias a retalho: necrose, deiscência e dilaceração. PREVENÇÃO DA NECROSE DO RETALHO 1. O ápice (ponta) do retalho nunca deve ser mais largo do que a base, a menos que uma artéria principal esteja presente na base. 2. O comprimento do retalho não deve exceder o dobro da largura da base. Preferencialmente, a largura da base deve ser maior do que o comprimento do retalho. Princípios de planejamento do retalho. Em geral, a medida da base do retalho (x) não deve ser menor do que a medida da altura (y) e, preferencialmente, a dimensão do retalho deve ser x = 2y. (HUPP e ELLIS, 2009) 3. Quando possível, o suprimento sanguíneo axial deve ser incluído na base do retalho. 4. A base dos retalhos não deve ser excessivamente torcida, esticada ou apertada com nada que possa danificar vasos. PREVENÇÃO DA DEISCÊNCIA DO RETALHO Para prevenção da deiscência do retalho são utilizados alguns cuidados: 1. Aproximação das bordas do retalho sobre osso saudável; 2. Manipulação cuidadosa das bordas do retalho; 3. Não submeter o retalho à tensão. A deiscência: Expõe o osso subjacente; Produz dor; Perda óssea; Fibrose excessiva. PREVENÇÃO DA DILACERAÇÃO DO RETALHO É preferível criar um retalho no início da cirurgia que seja amplo o suficiente, a fim de evitar a sua dilaceração ou a interrupção da cirurgia para aumentá-lo. MEIOS DE PROMOVER HEMOSTASIA NA FERIDA 1. Geralmente é feito utilizando- se uma gaze para aplicar pressão sobre vasos sangrantes ou pinçando um vaso com uma pinça hemostática. vasos pequenos geralmente requerem pressão por apenas 20 ou 30 segundos, enquanto vasos maiores requerem 5 a 10 minutos de pressão contínua. 2. Uma segunda maneira de se obter hemostasia é através do uso de calor, com o objetivo de fundir as porções terminais dos vasos seccionados (coagulação térmica). 3. A terceira maneira de prover hemostasia cirúrgica é por meio de ligaduras. Se um vaso de tamanho significativo já está seccionado, cada ponta é firmemente segura com pinças hemostáticas. TEMPOS CIRÚRGICOS Exérese Tempo cirúrgico em que é realizada a remoção de uma parte ou totalidade de um órgão ou tecido. Ostectomia- Desgaste (remoção) de osso, realizada utilizando broca esférica 2, 3, 6, 8.= ou tronco cônica 701,702,703= (utilizadas também para odontossecção. Usadas em alta rotação e peça reta cirúrgica. Irrigação associada para evitar trauma ao tecido ósseo. Osteotomia- Corte do osso, sem a intenção de realizar desgaste (remoção) do mesmo. Pode ser realizada com broca cirúrgica tronco- cônica (ex: 701), cinzel e martelo. Hemostasia Prevenir ou interromper sangramento facilitando o tempo operatório e cicatrização. Sangramento arterial>sangramento venoso>sangramento capilar. Compressão com gaze estéril: Sempre o primeiro método de hemostasia. 5 a 10 minutos com pressão contínua- coagulação inicial. Solicitar ao paciente a morder a gaze por alguns minutos após a exodontia para promover a hemostasia. Pinçagem: Simples ou acompanhada de ligadura, em vasos mais calibrosos. Termocoagulação: Coagula pela onda de calor do bisturi elétrico. Substâncias hemostáticas: Esponja de fibrina; esponja de gelatina absorvível; cera para osso. Síntese Imobilização da ferida, redução dos espaços anatômicos- suturar por planos para evitar espaço morto; não estar sob tensão; servir de retenção para o coágulo. Agulha perpendicular ao tecido para depois contornar. Apreender a agulha nos dois terços finais para facilitar inserção. *resumo pertencente ao e-book confeccionado pelos monitores e autorizado para divulgação.
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