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NUTRIÇÃO PARENTERAL Felix André Sanches Penhavel Professor do Depto. de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFG DESNUTRIÇÃO INTRA HOSPITALAR � Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTRI) 4.000 doentes; 12 estados brasileiros e no DFno DF 43,5%43,5% NutridosNutridos 39,1%39,1% Desnutridos ModeradosDesnutridos Moderados 17,4%17,4% Desnutridos GravesDesnutridos Graves Correia et al., 1998 DESNUTRIÇÃO EM UTI � 50% (Mc Cain, 1993) � 43% (Giner, 1995) CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO Morbimortalidade Tempo de internação Custos hospitalares DESNUTRIÇÃO Custos hospitalares � Alta prevalência nas doenças cirúrgicas do aparelho digestivo (40 a 70%) TERAPIA NUTRICIONAL CONSIDERAR SEMPRE A VIA CONSIDERAR SEMPRE A VIA ORAL E/OU ENTERAL COMO A PRIMEIRA OPÇÃO NUTRIÇÃO PARENTERAL � Provisão de nutrientes por via endovenosa para pacientes cujo trato digestivo não está funcionante ou não pode ser acessado; � pacientes cujas necessidades nutricionais não � pacientes cujas necessidades nutricionais não podem ser alcançadas por via oral ou por sonda. (ASPEN, 2009) TERAPIA NUTRICIONAL: ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO � Indicar a Terapia Nutricional � Realizar a prescrição médica � Assegurar o acesso ao trato gastrointestinal e estabelecer a melhor via estabelecer a melhor via � Estabelecer o acesso venoso � Orientar o paciente e familiares sobre riscos e benefícios da TN � Participar do desenvolvimento técnico e cientifico relacionado a TN TERAPIA NUTRICIONAL: ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO � Garantir o registro da evolução e procedimentos médicos � Acompanhar o controle clínico e laboratorial do pacientepaciente � Discutir casos clínicos com a equipe multidisciplinar � Participar do processo de licitação e aquisição de equipamentos e materiais INDICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL ORIENTAÇOES PARA IMPLEMENTAÇÃO � Estado nutricional do paciente � Função Gastrointestinal � Extensão e gravidade da doença de base Melhora marcadores de estado nutricional INDICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL ORIENTAÇÕES GERAIS � Falha da NE com tubo em localização pós pilórica � Quando NE é contraindicada devido prejuízo da função intestinal pela doença de base ou pelo função intestinal pela doença de base ou pelo tratamento (íleo paralítico, isquemia mesentérica, obstrução intestinal) � Fistula gastro intestinal INDICAÇÕES TRADICIONAIS DA NUTRIÇÃO PARENTERAL � Trato gastrointestinal não funcionante � Obstrução intestinal completa � Peritonite � Vômito intratável� Vômito intratável � Diarréia grave � Íleo adinâmico grave � Fístula enterocutânea de alto débito � Síndrome do intestino curto � Síndrome de má absorção grave Fístulas Digestivas Características anatômicas e fechamento espontâneo INDICAÇÃO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL Fístulas do intestino delgado e abdome aberto INDICAÇÃO DE NUTRIÇÂO PARENTERAL Fístulas do intestino delgado e abdome abertoFístulas do intestino delgado e abdome aberto INDICAÇÃO DE NUTRIÇÂO PARENTERAL Fístulas do intestino delgado e abdome aberto INDICAÇÃO DE NUTRIÇÂO PARENTERAL Fístulas do intestino delgado e abdome aberto INDICAÇÃO DE NUTRIÇÂO PARENTERAL Fístulas do intestino delgado e abdome abertoFístulas do intestino delgado e abdome aberto NUTRIÇÃO PARENTERAL Vias de infusão � composição e concentração osmolaridade � osmolaridade via de administração 900 mOsmol\L Via Central: (NPT , veia cava superior)Via Central: (NPT , veia cava superior) Via periférica: nutrientes em menor concentração; requer maior volume de fluidos; curtos períodos; não indicada para desnutridos graves ; necessidade de equipe atuante (ASPEN, 2009) NUTRIÇÃO PARENTERAL FÓRMULAS MANIPULADAS CÁLCULOS FORMULAÇÃO E PRESCRIÇÃO NECESSIDADES HÍDRICAS Método 1: 30ml de água x peso corpóreo em kg Método 2: 1ml água x kcal fornecida ENERGIA Fontes – Carboidratos 4 kcal/g – Proteínas 4 kcal/g – Lipídios 9 kcal/g– Lipídios 9 kcal/g Necessidades – GEB – equação de Harris - Benedict – GET = GEB x fator atividade x fator lesão – GET ≅ 30 kcal/kg ENERGIA - OFERTA CALÓRICA (kcal) � 50% carboidratos � 30% lipídios � 20% proteínas (0,6 a 2g/kg/dia) TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL Formulação de macronutrientes para TPN, solução 3 em 1. EXEMPLO (VCT 1600 kcal) 1.Determinar necessidades energéticas totais • 1600 cal * Acrescentar eletrólitos, vitaminas e, se necessário, água destilada de acordo com a necessidade calculada 2.Multiplicar o total de kilocalorias pelo percentual de substrato desejado • 1600 x 50% (carboidrato) = 800kcal • 1600 x 20% (proteínas) = 320kcal • 1600 x 30% (lipídios) = 480kcal 3. Dividir pela relação kcal/g para obter a massa de cada componente • 800(3,4) = 235g de dextrose • 320(4,0) = 80g de aminoácido • 480(9,0) = 53g de lipídios 4. Determinar o volume das soluções de dextrose, aminoácidos e lipídios necessários para atingir a massa dos nutrientes • 235g de dextrose = (470 ml da solução a 50%) • 80g de aminoácido = (800 ml da solução a 10%) • 53g de lipídeos (530 ml da solução a 10%, ou 265 ml da solução a 20%) 5. Somar os volumes de macronutrientes • 470 + 800 + 265 = 1535 ml FORMULAÇÃO DE SOLUÇÕES BÁSICAS-PADRÃO (2 em 1 PARA VEIA CENTRAL) ADITIVOS CONTEÚDO FINAL Aminoácidos cristalinos 50 g Dextrose 250 g 500 ml (10%) 500 ml (50%) Sódio 30 mEq Potássio 40 mEq Cloro 80mEq 10 ml (17,55%) 20 ml (15%) -Cloro 80mEq - Fósforo 11 mmol Magnésio 8,1 mEq 10 ml 10 ml (10%) Volume total aproximado Aminoácidos Nitrogênio 1050 ml 50 g 8 g Calorias não-proteicas Concentração calórica Relação caloria/g de N 850 Kcal 0,81 kcal/ml 106 Kcal/g de N Woodley M. Whelan A. Manual of Medical Therapeutics. Washington University. St. Louis, Missouri, 1992, p.37. Nutrição parenteral periférica Características: � Osmolaridade final ≤ 900 mOsm � Concentração final de dextrose ≤ 15% � Emulsão lipidicas: máximo 30% das calorias não protéicas � Solução de aminoácidos a 3 ou 3,5%. ELETRÓLITOS Níveis usuais de necessidades diárias de eletrólitos: ELETRÓLITO CRITÉRIO I FDA (1996) CRITÉRIO II GRANT (1992) CRITÉRIO III CHLICTIG (1998) Potássio (K) Sódio (Na) Fósforo (P) Magnésio (Mg) Cálcio (Ca) Cloro (Cl) 30-60 mEq 60-80 mEq 12-20 mmol 8,1-20 mEq 4,6-9,2 mEq 80-100 mEq 80-100 mEq 80-100 mEq 7-10 mmol/1000kcal 0,25-0,35 mEq/kg/dia 0,2-0,3 mEq/kg/dia conforme potássio e sódio 70 a 100 mEq 70 a 100 mEq 20 a 30 mmol 15 a 20 mEq 20 – 40 mEq FDA: Código de regulamentos federais 21. Washington, DC, 1996 VITAMINAS E OLIGOELEMENTOS - Moléstias graves e trauma - Não se conhece necessidades de vitaminas e minerais e seus efeitos. -Em nutrição parenteral 100% das necessidades diárias de referência (NDR) devem ser fornecidas diariamente: NUTRIENTE NDR NUTRIENTE NDR Vitamina A (IU) 5000 Biotina (mg) 0,3 FDA: Código de regulamentos federais 21. Washington, DC, 1996 *Elementos traço Vitamina A (IU) 5000 Vitamina C (mg) 60 Cálcio (mg) 1000 Ferro (mg) 18 Vitamina D (IU) 400 Vitamina E (IU) 30 Tiamina (mg) 1,5 Riboflavina (mg) 1,7 Niacina (mg) 20 Vitamina B6 (mg) 2,0 Folato (mg) 0,4 Vitamina B12 (mcg) 6,0 Biotina (mg) 0,3 Fósforo (mg) 1000 Magnésio (mg) 400 Zinco (mg) 15 Iodo (mcg) 150 Cobre (mg) 2,0 Ácido pantotênico (mg) 10 Vitamina K (mcg) 80 Manganês (mg) 2,0 Selênio (mcg) 70* Crômio (mcg) 120* Molibdênio (mcg) 75* PRESCRIÇÃO COMPLEMENTAR � Oligoelementos � Vitamina K (10 mg de Vit. K 1) – a cada 3 dias, I.M. � Ácido fólico (3 mg) – a cada 5 dias, I.M.� Ácido fólico (3 mg) – a cada 5 dias, I.M. � Vitamina B12 (5.000u) – a cada 7 dias, I.M. � Lipídios (20%) – 500 ml em veia periférica a cada 7 dias ; correr em 8 a 10 hs � Aporte hídrico adicional (solução glicosada,fisiológica ou Ringer, por outra via). NUTRIÇÃO PARENTERAL PROBLEMAS: INDISPONIBILIDADE DE INSUMOS Hospira M VI adulto (10 ml) Cerne 12 (Baxter) (5 ml) Frutovitam (Cristália) (10 ml) Citoneuri n 5000 Complexo B (Ariston) Hyplex B (Hypofarm a) Vit. C (5 ml) Leucovorin (ác. Folínico) (Wyeth Labs) Tecnovorin (Folinato de cálcio) (Zodiac) Kanakion Vitamina K (Roche) Kavit (1 ml) Cristalia Accsyl (tiamina ) (Citopha rma) A (retinol) 1 mg 3500 UI (IDR 106%) 1000 UI (IDR 50%) --- --- --- --- --- --- --- --- --- D (ergocalciferol ) 5 mcg 220 UI (IDR 110%) 80 UI (IDR 40%) --- --- --- --- --- --- --- --- --- E (alfatocoferol) 10 mg 10,2 mg ou 11,2 UI (IDR 5,6 %) 5 mg (IDR 50 %) --- --- --- --- --- --- --- --- --- K 150 mcg --- --- --- --- --- --- --- --- 10 mg 10 mgK (fitonadiona) 150 mcg --- --- --- --- --- --- --- --- 10 mg 10 mg C (ácido ascórbico) 200 mg 125 mg (IDR 62,5 - 125%) 50 mg (IDR 111%) --- --- --- 1 g --- --- --- --- --- B1 (tiamina) 6 mg 3,51 mg (IDR 117%) --- 100 mg 10 mg 4 mg --- --- --- --- --- 100 mg/ml B2 (riboflavina) 3,6 mg 4,14 mg (IDR 115%) 0,5 mg (IDR 39%) --- 2,5 mg 1 mg --- --- --- --- --- --- B3 \ PP (niacinamida) 40 mg 46 mg (IDR 115%) 10 mg (IDR 62,5%) --- 30 mg 20 mg --- --- --- --- --- B5 (ácido pantotênico) dexpanthenol 15 mg 17,25 mg (IDR 115%) 2,5 mg (IDR 97%) --- 6 mg 3 mg --- --- --- --- --- --- B6 (piridoxina) 6 mg 5,5 mg (IDR 75 a 113 %) 1,5 mg (IDR 115%) 100 mg 2,5 mg 2 mg --- --- --- --- --- --- B12 (cianocobalam ina) 5 mcg 6 mcg (IDR 120%) --- 5000 mcg --- --- --- --- --- --- --- --- H (biotina) 60 mcg 69 mcg (IDR 115%) --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- B9 (ácido fólico) 600 mcg 414 mcg (IDR 69 a 103,5 %) --- --- --- --- --- 50 mg 50 mg --- --- --- NUTRIÇÃO PARENTERAL PROBLEMAS: INDISPONIBILIDADE DE INSUMOS Produtos comerciais AD element(Darrow) (1 ml) Olig trat (adulto) (1 ml) Sulfato de zinco (Citopharma) (1 ml) Tracitrans plus (em 10 ml) (Fresenius) Zinco 2,5 mg 2,5 mg 0,88 mg/ml 13,63 mg Oligoelementos Cobre 0,8 mg 0,8 mg - 3,41 mg Manganês 10 mcg 0,4 mg - 0,9895 mg Cromo 10 mcg 10 mcg - 0,0533 mg Selenito de sódio - - - 0,1052 mg Iodeto de potássio - - - 0,1660 mg Ferro (cloreto) - - - 5,4060 mg Molibdato de sódio - - - 0,0484 mg Fluoreto de sódio - - - 2,1 mg NUTRIÇÃO PARENTERAL PROBLEMAS � Formulação complexa: 40 componentes ou mais � Preparo de drogas� Preparo de drogas � Dosagens � Etiquetagens � Dispositivos automatizados A.S.P.E.N., 2004 NUTRIÇÃO PARENTERAL PROBLEMAS � Prescrição: – Falta de uniformidade Falta de comunicação– Falta de comunicação – Unidades de medida – Omissão A.S.P.E.N., 2004 NUTRIÇÃO PARENTERAL- PADRONIZAÇÃO RECOMENDAÇÕES PROCESSO PADRONIZADO Formulações Manipuladas ? Produtos comerciais ?Produtos comerciais ? A.S.P.E.N., 2007 NUTRIÇÃO PARENTERAL PADRONIZAÇÃO RECOMENDAÇÕES Pacientes selecionados Vantagens econômicas Eficiência e adequação *Possibilidade de individualização*Possibilidade de individualização Profissionais com perícia em T.N Conformidade com organizações nacionais de profissionais A.S.P.E.N., 2007 FORMULAÇÃO PADRONIZADA PRODUTO COMERCIAL PADRONIZADO Formulação disponibilizada por um fabricante que requer antes da administração menos que requer antes da administração menos etapas em sua composição A.S.P.E.N., 2007 NUTRIÇÃO PARENTERAL Ingredientes ativosIngredientes ativos BAXTER FRESENIUS B .BRAUN N4 550N4 550 2000 ml2000 ml N6 900N6 900 2000 ml2000 ml N7 1000N7 1000 2000 ml2000 ml K1900K1900 2053 ml2053 ml NL PLUSNL PLUS 1875 ml1875 ml NLPERINLPERI 1875 ml1875 ml Aminoácidos (g)Aminoácidos (g) 4444 6868 8080 6868 7272 6060 Nitrogênio (g)Nitrogênio (g) 7,37,3 11,211,2 13,213,2 10,810,8 10,210,2 8,68,6 Óleo: soja (g)Óleo: soja (g) -- -- -- 8080 -- -- Oliva + soja (g) (80:20)Oliva + soja (g) (80:20) 4040 8080 8080 -- -- --Oliva + soja (g) (80:20)Oliva + soja (g) (80:20) 4040 8080 8080 -- -- -- Tcm + Tcl (g)Tcm + Tcl (g) -- -- -- -- 7575 7575 Dextrose (g)Dextrose (g) 160160 240240 320320 200200 225225 120120 Potássio (mMol)Potássio (mMol) 3232 3636 4848 4848 52,552,5 4545 OsmolaridadeOsmolaridade 750750 11601160 14501450 10601060 12151215 840840 Calorias totaisCalorias totais 12151215 20302030 24002400 19001900 19001900 14351435 Calorias não proteicasCalorias não proteicas 10401040 17601760 20802080 16001600 16151615 11951195 Rel. cal/g NRel. cal/g N 144144 157157 158158 148148 158158 139139 Kcal / mlKcal / ml 0,600,60 1,011,01 1,21,2 0,920,92 1,011,01 0,760,76 Uso periféricoUso periférico simsim nãonão nãonão nãonão nãonão simsim NUTRIÇÃO PARENTERAL CONTRAINDICAÇÕES\ USAR COM CAUTELA � Instabilidade hemodinâmica e Intolerancia a volume � Hiperglicemia (glicose>200mg\dL) � Azotemia (BUN>80mg\dL) � Hiperosmolaridade (OS>320mOSM) � Hipernatremia (Na>150mEq\L)Hiponatremia(Na<130mEq\L) � Hipocalemia (K<3mEq\L) � Hipomagnesemia (Mg<1,2mEQ\L) � Hipocalcemia (Ca ionizado<0,8 mMol\L) � Hipofosfatemia (fosforo<2mg\dL) � Acidose hipercloremica e alcalose hipocloremica NUTRIÇÃO PARENTERAL COMPLICAÇÕES NUTRIÇÃO PARENTERAL COMPLICAÇÕES NUTRIÇÃO PARENTERAL COMPLICAÇÕES NUTRIÇÃO PARENTERAL COMPLICAÇÕES NUTRIÇÃO PARENTERAL CONCLUSÕES - PROCEDIMENTO DE ALTO POTENCIAL DE COMPLICAÇÃO - REQUER EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ESPECIALIZADA / TREINADA PARA:TREINADA PARA: - obtenção da via de administração - formulação e prescrição - preparo e conservação - administração - monitoramento
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