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Discentes: José Luiz do Nascimento Silva Thaillynne Beatriz de Moura Souza CIRROSE HEPÁTICA FÍGADO O fígado é o maior órgão do corpo. Localiza-se abaixo da caixa torácica, ao lado direito. Dentre suas funções estão: limpar, purificar e degradar certas substâncias químicas do sangue e fabricar outras. Além disso, é o único órgão do corpo que pode se regenerar facilmente. A função hepática é complexa e a disfunção hepática afeta todos os sistemas orgânicos. Por esse motivo, o enfermeiro deve compreender como funciona o fígado e deve ter a clínica e tratamento para cuidar de pacientes que se submetem a procedimentos diagnósticos e terapêuticos complexos. CIRROSE HEPÁTICA Pode ser definida, como uma doença hepática caracterizada pela formação de nódulos de hepatócitos envoltos por fibrose difusa. Os nódulos de hepatócitos podem ser formados pela penetração de septos fibrosos em lóbulos pré-existentes ou pela atividade regenerativa dos hepatócitos, que segue a necrose. A fibrose corresponde à cicatrização que se segue à destruição de hepatócitos e, ao colapso da trama de reticulina que sustenta os hepatócitos. Vale lembrar que esta doença é difusa, atingindo todo o fígado. MAIS FREQUENTES Álcool Hepatite crônica B ou C Fígado gordo, não alcoolico Cirrose biliar Hemocromatose MENOS FREQUENTES Hepatite crônica auto-imune Medicamentos Doenças metabólicas genéticas Infecções Causas cardíacas CAUSAS FORMAS CLÍNICAS ATRÓFICA: Tem evolução progressiva, inicia-se com o aumento do volume do fígado. A moléstia se instala de modo inaparente; em seguida o doente sofre um emagrecimento rápido, sua pele adquire forte cor amarelada. A causa mais comum da Atrófica é o alcoolismo. HIPERTRÓFICA: Menos frequente que a precedente, manifesta-se por aumento de volume do fígado (que posteriormente não sofre atrofia) e do baço, icterícia, hemorragia dos órgãos internos. SINAIS E SINTOMAS FRAQUEZA, ADINAMIA, FADIGA ANOREXIA, NAÚSEAS ICTERÍCIA E FEBRE INTERMITENTE CONFUSÃO MENTAL IRREGULARIDADE MENSTRUAL HIPERTENSÃO PORTAL DIAGNÓSTICO -- Hemorragias digestiva alta ou baixa -- Ascite -- Hepatomegalia -- Detecção de estigmas periféricas de insuficiência hepatocelular crônica ANAMNESE -- Assintomático, sendo o diagnóstico aventado à partir do achado acidental de anormalidades laboratoriais sugestiva da doença -- Sinais incipientes ou manifestos de encefalopatia hepática -- Sinais e sintomas sugestivas de carcinoma hepatocelular (CHC) Os portadores de cirrose hepática podem se apresentar de várias maneiras: DIAGNÓSTICO -- Icterícia EXAME FÍSICO --Ascite e edema --Circulação venosa colateral na parede abdominal -- Hepatomegalia --Esplenomegalia -- Asterixis DIAGNÓSTICO -- Aranhas vasculares e telangiectasia EXAME FÍSICO --Eritema palmar --Ginecomastia; Atrofia testicular; Virilização -- Contractura de Dupuytren --Alterações ungueais; Osteoartropatia hipertóficca -- Anéis de Kayser - Fleisher Caso Clínico Doente do sexo masculino de 25 anos de idade, sem antecedentes pessoais relevantes, nomeadamente hábitos alcoólicos ou toxicofílicos. O usuário recorreu ao Serviço de Urgência por um quadro clínico de febre e tosse com expectoração mucopurulenta com uma semana de evolução. À entrada encontrava-se febril, hemodinamicamente estável e apresentava diminuição do murmúrio vesicular na base do hemitórax direito. Analiticamente salientava-se aumento dos parâmetros inflamatórios, trombocitopenia (plaquetas de 65 000), prolongamento do tempo de protrombina com INR de 1,94, AST:116 U/L (valor de referência (v.ref): 15-39 U/L), ALT: 96 U/L (v.ref: 8-37 U/L), bilirrubina total: 1,3 mg/dL (v.ref: 0-1 mg/dL), albumina:1,6 mg/dL (v.ref: 3,4-5,0 mg/dL) e função renal sem alterações. Na radiografia de tórax apresentava condensação na base do hemitórax direito. O paciente foi internado no Serviço de Pneumologia com a hipótese diagnóstica de pneumonia hipoxemiante. Iniciou antibioterapia empírica e houve necessidade de ventilação não invasiva por insuficiência respiratória parcial, com melhoria do quadro. Durante o internamento, por apresentar epigastralgias e vómitos, realizou endoscopia digestiva alta, que revelou no terço distal do esófago, variz grande sem manchas vermelhas ou ponto de rotura . E mucosa do fundo e corpo com padrão em mosaico . Paralelamente, verificou-se agravamento clínico com aumento do volume abdominal e edema marcado dos membros inferiores. Realizou ecografia abdominal, que revelou fígado pequeno de ecoestrutura heterogénea, compatível com cirrose, esplenomegalia de 17 cm e ascite em moderada quantidade. Devido à idade e sintomatologia do doente, foi também doseado o nível sérico da ceruloplasmina, que se revelou francamente baixo 3 mg/dL (v.ref: 22-58 mg/dl) e o doseamento urinário de cobre em 24 horas, que se encontrava aumentado 4,4_mol (v.ref < 0,78_mol). O paciente iniciou tratamento com trientina 250 mg 3x ao dia, acetato de zinco 50 mg 3x ao dia e diuréticos. Efetuou também laqueação elástica da variz esofágica. Verificou-se melhoria progressiva do quadro clínico-laboratorial. TRATAMENTO - Abstenção total de bebidas alcoólicas - Repouso - Tratamento sintomático - Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos CUIDADOS: Relativos à retenção de líquidos, disfunção renal, infecções e hemorragias. A MEDIDA MAIS EFICAZ É O TRANSPLANTE DE FÍGADO REFERÊNCIAS https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/figado/ http://www.esadi.com.br/aparelho-digestivo/doenca/cirrose-hepatica/ https://www.tuasaude.com/sintomas-de-cirrose-hepatica/ https://pt.slideshare.net/karol_ribeiro/cirrose-heptica https://www.sanarmed.com/cirrose-hepatica-em-doente-jovem-caso-clinico-e-revisao-da-literatura